Volume 1 – Arco 1
capitulo 6: O Portal para o Paraíso!
Buraco colossal feito num prédio no bairro de Dante era quase uma obra de arte de tão perfeito. No centro dava para contemplar o céu cheio de nuvens o som do vento que passava a sua volta soavam como o som de muitas flautas.
Várias faixas pretas e amarelas isolaram o lugar e seus arredores, pelo menos 50 metros da calçada de alvenaria para pista de concreto por precaução caso houvesse sinal de desabamento.
Uma Hilux preta estava estacionada na calçada, na porta havia um adesivo branco com ad iniciais de Piece Patrol.
Olhando para o prédio fixamente como se contempla-se uma obra artística estava um homem baixo, de terno cinza, com as inicias de Piece patrol costurada no bolso direto.
Ele usa um corte clássico com risca lateral, mantendo o cabelo curto e bem penteado. Sua calça social combinava com o terno e estavam tão bem engomados que uma poeira escorregaria naquele tecido tão liso.
Suas alpercatas marrons pareciam um espelho, que refletia até o a luz do sol, e o seu rosto era daqueles garanhões feios dos programas de humor dos anos sessenta.
Olhando para aquela cratera enorme, dá largura de uma carreta, o homem franziu a testa, olhando lentamente pelas bordas.
— Santo Deus, fui chamado para verificar um suposto terrorismo nesse bairro, envolvendo um prédio do governo, e quando chego aqui me deparo com uma obra de arte! Círculo perfeito, que não deixou nenhuma rachadura! Fisicamente isso não é possível! Mesmo que alguém lançasse uma onda de energia contra o prédio rachaduras teriam aparecido, e restos de ferro estariam expostos, mas parece que tudo desapareceu como se tivesse apagado.
Uma mulher loira com um terno cereja, se aproximou segurando uma pasta branca na mão. A saia dela combinava com o terno e se estendia além do joelho, e estava calçada com saltos pretos.
— Comandante Chaves, recebemos uma ligação do QG nos ordenando voltar imediatamente! Eles alegam que esse caso já é de conhecimento da diretoria e está encerrado!
Chaves virá o rosto para a moça, abrindo um sorriso sedutor.
— Tudo bem, belezinha! Mas eu me pergunto que tipo de monstro seria capaz de fazer algo como isso? Eles vão me deixar com uma pulga atrás da orelha.
— Preparo os documentos para a reforma desse prédio?
— Não precisa! Este Prédio não tem risco de desabar! Inclusive pode mandar recolher as fitas de isolamento! Isso é uma obra de arte, e pode chamar atenção de muitos turistas! Assim pode melhorar a condição de vida para esse povo humilde desse bairro!
Com um olhar radiante de admiração, a mulher loira abriu um sorriso.
— O senhor é um herói em todos os sentidos, comandante Chaves!
O comandante ficou com as bochechas coradas.
— Senhorita Flor, a senhora é uma doce de mulher!
Em um clima romântico, os dois caminham sem desviar o olhar entrando cada um em uma porta da Hilux preta.
Dentro do carro eles continuavam se olhando, Flor aproxima o seu rosto, faz um biquinho pronta para receber um beijo, mas dois dedos encosta nos seus lábios.
— Não me entendam mal docinho! Eu sou um homem casado, e a minha mulher é extremamente ciumenta! Ela é como uma flor silvestre, independente, imponderada, mas bela! A mais bela de todas!
Flor abriu um sorriso, encantada com as palavras românticas do comandante para a sua esposa.
— Aí, comandante Chaves, o senhor é muito romântico! Sua esposa deve ser muito grata!
Ele virá o rosto olha do para frente e liga o carro.
— Na verdade minha esposa briga muito comigo! Ela diz que eu sou muito puro e as pessoas se aproveitam de mim!
— Esse é o seu charme! Sua pureza faz todas as mulheres cair aos seus pés!
— Se minha esposa souber que eu conversei com uma mulher quem vai cair sou eu! Mas pelo menos vou te levar para casa!
— Muito obrigada! O senhor é um amor!
A Hilux preta saiu do lugar.
Aquele prédio foi considerado patrimônio nacional, graças a cratera enorme que fixa o céu azul e as suas nuvens, e o som do vento que soava como a canção de muitas flautas. Ele foi batizado pelo próprio comandante como: O Portal Para o Paraíso!
[...]
entando esconder seu espanto, Dante começou a rir e, com as mãos na cintura, passou a se gabar.
— Ei, sua baixinha, quando você ver o que eu sou capaz de fazer, vai se cagar de medo!
Dante então se concentrou e, desferindo um soco no ar, sua energia vermelha verteu como chamas que se espalhavam rapidamente pelo ambiente.
Jade olhou para aquela energia fixamente, franzindo a sobrancelha, como quem estivesse curiosa com aquilo.
Dante tomou uma posição de ataque, flexionando as pernas e cerrando os punhos.
— Agora cai dentro! Vou usar você como cobaia pra testar minha nova habilidade!
— Como assim, é só isso? — falou a jovem, com as mãos abertas e a testa franzida. — Não faltou alguma coisa pra você fazer?
Dante desfez a postura de ataque com a pergunta da jovem e coçou a cabeça, tentando entender o que ela quis dizer.
— Faltar?… Eu acho que não está faltando nada!
Levando a mão ao rosto, Jade relaxou os ombros e virou as costas para Dante, fechando sua lancheira.
— Não vale a pena me irritar com um boboca como você, que nem sabe o que está fazendo!
— Como assim eu não sei o que estou fazendo? Isso é caô teu pra fugir da briga!
Respirando fundo, Jade caminhou em sentido oposto e falou:
— Um amador como você, que não sabe a diferença entre dispersar e controlar, não tem moral pra tirar minha atenção por tanto tempo! E não sou morta de fome como você, posso comprar tantos x-búrgueres quanto eu quiser!
Jade deu as costas para Dante, que ficou sem expressão e completamente em choque, sem conseguir entender o que ela disse.
Dingo veio correndo em desespero e saltou sobre o amigo, apalpando todo o seu torso.
— Qual é, marciano? Desgruda de mim! Parece que não é macho!
Em lágrimas, o marciano agarrava o amigo com força, deixando-o constrangido.
— Que parada é essa, Dingo? Tá chorando por quê?
— Seu animal! Parece que Deus te deu força, mas esqueceu de colocar um cérebro!
— Tu me respeita, seu inseto de Marte! Eu posso te mandar de volta pro teu planeta com um chute!
— É um milagre você estar vivo pra me ameaçar agora, seu burro! Na sua casa não tem televisão?
— Tem, mas eu não gosto de ver televisão! Eu só gosto de jogar bola, bater em vagabundos e ler as revistinhas da Piece Patrol!
— Aquela baixinha que você estava provocando é a campeã invicta do torneio juvenil de artes marciais: Jade, a Indestrutível! Ela já ganhou esse torneio quatro vezes, e todos os adversários dela caíram com menos de cinco socos… cinco socos, seu cabeção!
— E daí? Eu já quebrei os dentes de muitos bandidos armados!
— É a mesma coisa que comparar enfrentar um gato com enfrentar um tigre! Os bandidos que você costuma bater são pobres coitados que nunca treinaram na vida. Já os adversários dela treinam a vida inteira pra lutar! Meu amigo, você escapou da morte!
Dingo continuou abraçando Dante, que estava constrangido e sem reação, sem conseguir esquecer o rosto de desprezo da menina.
Spartane estava escorada em uma coluna quando Jade passou por ela, bebendo o suco da caixinha.
— Você não bateu nele? Isso é um milagre. Não foi pra espancar os colegas de classe que você foi expulsa de dez escolas?
Jade parou e, de costas para a professora, falou:
— Meu pai me ameaçou de tirar minha mesada por um ano se eu agredisse mais um lixo. Aquele menino não é como os lixos que eu bati. Senti que ele tem um bom potencial. Além disso, ele se parece muito com uma pessoa que eu conheço, e mesmo que eu tenha raiva dele, jamais ousaria levantar a mão.
Jade continuou caminhando, deixando a professora sozinha. Spartane sorriu, algo muito raro de se ver devido à sua postura militar.
— Nunca pensei que diria isso algum dia, mas acho que vai ser bom acompanhar o crescimento desses piralhos.
Dante estava parado como uma estátua no meio da quadra, a testa franzida e o olhar vazio. Não era o olhar de alguém com medo, mas de quem estava perdido em pensamentos.
Dingo levantou a cabeça e tentou olhar para o rosto do amigo, mas Dante, mesmo tendo 1,62, era sessenta centímetros mais alto que ele. Tentar ver seu rosto de perto era como tentar enxergar o topo de uma torre.
Dingo saltou sobre o torso de Dante, escalando-o como se fosse uma montanha, e ao ficar na altura dos olhos dele, se assustou ao vê-lo com uma expressão de quem fez cocô nas calças e está pensando em como esconder.
Dingo começou a desferir vários tapas no rosto de Dante — chegava a estralar.
As pequenas mãos de Dingo batiam tão depressa no rosto do ruivo que pareciam várias mãos ao mesmo tempo.
— Reage, cara! É só trocar a cueca no banheiro!
Uma mão surgiu como um raio bem na cara do marciano, que foi amassando como massinha verde em câmera lenta.
A força do golpe fez Dingo girar no ar e cair no chão como um pedaço de lixo.
Dante, de testa franzida e olhar ardente, ergueu o punho e o cerrou.
— Acha que tá falando com quem, seu idiota? Nem um milhão de anãzinhas como aquela me faria borrar a cueca!
Com a mão direita sobre o rosto, Dingo conferiu se não havia fraturado o queixo. Incrivelmente, o golpe não deixou nenhuma marca.
Levantando-se devagar do chão, o marciano deu uma risada.
— Esse é o valentão idiota que eu conheço!
Dante, com uma expressão séria, replicou:
— E esse é o marciano arrombado que é meu amigo.
Os dois caminharam um em direção ao outro e apertaram as mãos com força, até várias veias saltarem. Com sorrisos no rosto, firmaram a amizade no meio de uma multidão que os olhava como loucos que fugiram do sanatório.
O sino tocou mais uma vez, e os alunos começaram a caminhar lentamente em direção às suas salas, comentando entre si:
— Viu como aqueles dois são malucos? — falou um gordinho de cabelo loiro, com um sorriso no rosto.
— Foi por isso que a Jade não mandou eles pra enfermaria. Deve ter notado que eles são loucos — respondeu um jovem magrinho, de cabelo liso e óculos grandes.
— Vocês querem falar baixo? Aquele ruivo é perigoso. Ouvi dizer que ele dá aulas pros vagabundos sobre como ser um cara mau — comentou um jovem negro, de dreads coloridas.
Dante e Dingo caminhavam em direção à sala como se fossem uma dupla de filmes de ação.
Ao chegarem, Dingo se sentou na cadeira de trás, enquanto Dante se acomodou e colocou os pés no encosto da cadeira de Jade.
Jade se virou para ele com uma expressão de nojo, o rosto ficando quase verde como o de Dingo, como se estivesse prestes a vomitar.
— Tira esses pés imundos da minha cadeira, seu porco!
— Olha, pra quem fugiu de uma briga, você é muito linguaruda!
Empurrando os pés de Dante com o próprio pé, Jade respondeu:
— Chutar cachorro morto não é o meu forte!
Spartane entrou na sala e presenciou a cena infantil dos dois alunos mais durões da escola. Ela cruzou os braços, escorando-se no birô, esperando que percebessem sua presença — mas os dois continuavam brigando como cachorros.
De repente, Spartane deu um soco no birô, fazendo vários alunos pularem das cadeiras.
Dante retirou os pés rapidamente e se ajeitou na cadeira. Jade, por sua vez, sentou-se como uma madame, cruzando as pernas.
Spartane, de braços cruzados, olhou para os dois e falou, quase incrédula:
— Caramba… quando pensei em vocês dois na mesma sala, achei que não daria certo, como água e óleo. Mas agora me parece até que vocês são irmãos!
— Eu não sou irmã desse pobretão fracassado! — retrucou Jade, de braços cruzados, fazendo um bico irritado.
— E eu que não sou irmão dessa riquinha em miniatura! — rebateu Dante, também de braços cruzados, com expressão séria.
Spartane sorriu e pegou o livro que estava sobre o birô.
— Muito bem. As intrigas de vocês ficam fora desta sala. Aqui, todos são como meus filhos. Não existe ninguém mais importante que o outro, porque todos são importantes. E por vocês serem tão importantes, eu, Spartane, estou aqui. Quando tiverem problemas, a professora aqui vai ajudar vocês — seja o que for.
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