Nitro: As Pegadas do Herói Brasileira

Autor(a): Lucas Aguiar Ferreira


Volume 1 – Arco 1

Capitulo 5: O Poderoso Mestre Desajeitado!

A agonia que o jovem sentiu o fez cair de joelhos naquela calçada de concreto superaquecida pelo sol.

A gravidade parecia ter multiplcado centenas de vezes, e o cenário ficou completamente roxo, fechando os seus olhos repetidas vezes, o jovem percebeu que não foi o mundo que mudou de cor e sim os seus olhos que não enxergavam corretamente.

Quanto mais o monstro se aproximava, mais a agonia piorava, e o jovem estava recebendo um nocaute sem levar nenhum golpe físico.

— Você é igual aqueles policiais idiotas que eu acabei de matar! E matei por que eles não queriam que eu comesse meus irmãos! Agora me aparece você, tentando impedir que eu coma essa lunariana?

Dante se sentia frustrado, pois não conseguiu se mover— o que está acontecendo comigo?— pensou o ruivo, sem saber o que estava acontecendo, afinal, era a primeira vez que sentiu medo.

— Mais que droga! Por que eu não posso me mexer? Não quero ser morto por uma barata!

Luna despertou, e deitada de bruços, ela apoia os cotovelos no chão, levantando a cabeça.

Com a visão turva, ela avistou o monstro se aproximando do amigo, e usando o que lhe restou de força, ela rastejou até o monstro, agarrando sua perna direita.

— O que pensa que está fazendo?

— Dante...corre!

Vendo o esforço da amiga, Dante sentiu-se infeliz por não conseguiu fazer nada para protege-la; ele não podia aceitar que sua convicção fosse inferior a droga de uma barata.

Agarrando Luna pela cabeça, o monstro barata jogou-a violentamente na parede. Baendo a cabeça com força, ela ficou inconsciente.

— Tenha paciência, logo eu irei devorar você! Mas, antes, eu vou esmagar esse humano de cabelo vermelho.

O monstro barata sentiu um arrepio, que o fez perder a fala. Voltando os seus olhos para Dante, ele viu que o jovem conseguiu ficar de pé, e uma aura vermelha surgiu em volta do seu corpo.

— NÃO MACHUQUE A MINHA AMIGA, SEU INSETO!!! — acompanhado de um grito de fúria, uma energia vermelha, transbordou do corpo do ruivo.

Olhando para aquela energia, que mais parecia uma labareda de fogo, o monstro ficou com medo, se lembrando de alguém que encontrou recentemente.

— Essa energia...Essa energia é igual a “Daquele Ser” que perambulava pela a escuridão da noite, aniquilando os meus irmãos...Sim, eu não posso me enganar! Jamais poderei esquecer, o medo que eu senti naquela noite!

Dante partiu pra cima do baratão dando-lhe um soco de punho direito na cara; o baratão flutuou com o impacto do golpe, mas permaneceu de pé. Em seguida Dante lhe desferiu um gancho de punho esquerdo no estomago, que o fez se curvar; o jovem lhe desferiu um pontapé no queixo, que o jogou ao chão, arrastando a cara na calçada.

Recobrando a sua consciência, Dante, olhou para a energia em volta do seu corpo, e ficou muito satisfeito.

— Eu consegui! Finalmente eu consegui liberar aquela energia! O treinador tinha razão! Quem tem fé pode conseguir tudo.

— Kia, kia, kia, kia, kia... Eu me preocupei a toa! Afinal, você é apenas um fracassado!

O baratão se levantou sem nenhum arranhão. Irado, Dante, partiu pra cima do monstro, desferindo uma “chuva de socos”.

O corpo do monstro estremecia com os ataques, todos direcionados ao tronco, mas nenhum deles lhe causou dano.

Dante desferiu uma canelada no joelho do monstro, Mas foi a sua perna que se machucou, graças a resistência da armadura da barata.

O ruivo saltou para trás, e sua perna direita estava coberta de sangue. Suas mãos também estavam machucadas, e o monstro seguia sem se machucar.

— Não adianta, garoto! Entre eu e você existe um abismo de distância! Apenas aceite a sua morte de uma vez por todas!

Frustrado, o jovem cerrava os punhos, com ódio, e rangendo os dentes, proclamou com toda a sua determinação.

— Se eu não honrar com minhas palavras, eu prefiro morrer!

Dante, com o braço direito imbuído de energia vermelha, avançou novamente, contra o baratão, e lhe desferiu um soco com toda a sua força.

O monstro caiu no chão, e o jovem se pós em posição defensiva. Dante estava ofegante, e seu semblante era de alguém muito cansado.

O baratão se levantou, e levando a mão ao rosto, percebeu que o seu sangue amarelo, derramava, de um pequeno arranhão em seu rosto.

Dante sorriu com aquele feito singelo.

— Parece que eu consegui te machucar!

  O baratão entrou em fúria, liberando, intensamente, sua energia roxa.

— Tá com raiva é? Nossa luta apenas começ...

Interrompendo as palavras do ruivo, o baratão avançou, em alta velocidade, desferindo um soco no rosto de Dante, que é lançado a cinco metros, no asfalto.

Dante, com joelhos e mãos no chão, tentava se levantar; gotas de sangue que escorria do seu nariz quebrado, caia no chão.

O baratão, se aproximando do jovem, lhe desfere um pontapé no estômago, que o joga contra uma árvore.

As costas do ruivo se chocou violentamente contra a árvore; e caindo de joelhos no chão, sua vista começou a escurecer.

Com um sorriso sádico, no rosto, o baratão abre a sua boca na intenção de devorar o jovem de cabelo ruivo.

— Parece que este é o fim da minha história, me perdoe Luna!

No exato momento que o monstro abocanharia Dante, um vento muito forte, surgiu de repente, afastando o monstro cerca de cinco metros.

— Ainda não fui devorado? — se perguntou o garoto. Abrindo os olhos, o jovem se espanta ao ver um homem de kimono verde, e chapéu de palha, segurando um leque a altura dos lábios.

— Apanhando para uma barata? Que faze hein, garotinho!

O monstro irado com mais uma aparição, emana mais energia do seu corpo.

— Mais um humano ousa me interferir?

— Não acha uma covardia lutar contra uma criança?

Dante se lembrando que ele era o homem que ele “salvou” ontem, bradou em desespero.

— Velhinho, fuja daqui! Isso não é uma barata comum...

— Velhinho é seu pai, garoto! E eu sei que esse monstro não é um inseto comum, ele é um Piolho.

— Piolho? — perguntou Dante, fazendo uma careta de reprovação. — Que piolho? Não tá vendo que é uma barata?

— Não seja burro, meu jovem! Esse monstro que você está vendo agora, é um vírus que entra no organismo de animais, insetos, e até de algumas espécies de alienígenas, lhes usando como hospedeiro, até atingir a sua maturidade. Até o momento, só foram registrados cinco níveis de evolução, e esse que você está enfrentando é de nível 2.

— Você é um velho bem informado! Mas, descobrir a minha origem não vai te livrar de morrer em minhas mãos.

— Ele fala a verdade, senhor! O poder desse monstro é algo assustador!

Abrindo um sorriso em seu rosto, o mestre fecha o seu leque, e alongou os seus braços.

— Preste bastante atenção, meu jovem! O mestre Ye vai demonstrar como se usa o Nitro, corretamente.

— Nitro? — Se perguntou o jovem, sem saber do que o velho falava.

Ficando frente a frente com o monstro, Ye abriu o leque, cobrindo novamente a sua boca.

— Vamos, S.r barata, me mostre o que você sabe!

Irritado com a confiança do mestre, o baratão avançou contra ele, desferindo uma chuva-de-socos.

Se movimentando, suavemente, como se fosse uma folha sobre o vento; Ye se desviava dos ataques com facilidade. Para a esquerda, para direita, e para baixo.

— Seus ataques são muito previsíveis. Se continuar assim nunca vai me acertar!

O baratão tentou agarrar o mestre com os dois braços mas, se abaixando, rapidamente, o mestre saiu dentre seus braços, e deferiu-lhe uma palmada no estômago, que tirou todo o seu fôlego, fazendo-o cair de joelhos.

O mestre desferiu seu leque fechado, nas costas do monstro, o jogando de cara no chão.

— Resista monstrinho! Se você morrer agora não vou puder mostrar minhas habilidades para o garoto!

Se levantando em um salto, o baratão começou a voar.

— Os humanos têm muito medo quando voamos! E eles estão certos! Quando estamos em nossas formas de insetos, o nosso voou é muito desajeitado; mas, quando adquirimos raciocínio nos tornamos muito perigosos!

— Sinto muito mas, não estou interessado em entomologia! A minha única intenção é acabar com a sua raça!

O baratão começou a voar de um lado para o outro, em alta velocidade. Dante mal conseguia acompanhar os seus movimentos, e estava triste pois percebeu que o monstro não estava indo com tudo, quando lutou contra ele.

Abrindo o seu leque, Ye descansa os braços, esperando algum ataque do monstro.

Os braços do monstro, tomam o formato de foices, cheias de dentes cortantes. E com uma velocidade, assustadora, ele partiu pata cima do mestre, tentando o cortar com a foice direita, na vertical.

O mestre se vira para o lado, e desvia do ataque com muita facilidade. Ainda voando, em alta velocidade, o baratão tentou desferir as duas foices no pescoço do mestre, pela vertical mas, ele desapareceu num piscar de olhos.

— Onde está aquele velho?

— Eu já falei que eu não sou velho! Agora que cheguei aos trinta e cinco!

 O monstro barata, sem perda de tempo, tentou atacar o mestre, com suas foices mas, abanando o leque na direção do monstro, o mestre criou uma onda de vento, o afastando cerca de dez metros.

— Acha que eu sou esse garoto? Se me atacar de qualquer jeito pode morrer na próxima vez!

Dante estava surpreso, pois apenas com a força do deslocamento do vento, usando o leque, o velho afastou o monstro, para bem longe, sem nenhum esforço.

O baratão cospe um fluido amarelo, em direção do mestre, que voltou a desaparecer. A substância derreteu o muro, transformando-o em lama.

— Aquele velho é muito rápido! Ele parece ser o próprio vento! — pensou o monstro.

Um turbilhão de vento, apareceu próximo a Dante, e o mestre bocejando, se despreguiçou.

— Aaahh...Acho que já é o momento de pôr um, fim nessa luta!

Estendendo o braço direito para o lado, com o leque aberto, o mestre liberou uma quantidade absurda de energia verde, que se distribuiu por todo o seu corpo.

— Lance os céus no espaço...

De repente, um furacão surge ao redor do mestre, arrastando Dante e o baratão, com força do vento. Dante, em desespero, conseguiu se segurar no galho de uma grande árvore. Escalado até o tronco, o jovem não conseguiu acreditar, no que seus olhos viam.

— Que viajem é essa, maluco! O velho invocou um furacão do nada! Como ele fez isso?

O baratão era arrastado com a força do vento, e suas asas foram completamente rasgadas.

O furacão desapareceu e o monstro caiu de uma altura de cinquenta metros.

Uma corrente visível de ar, passava ao redor do mestre, que estava a com o semblante tranquilo, na mesma posição.

— Agora nos podemos lutar, S.r barata!

Se levantando, com muita dificuldade, o baratão estava completamente ferido, e até um dos seus braços foram arrancados.

— Você só pode estar zoando com minha cara! Isso foi apenas sua liberação? — perguntou o monstro, em desespero.

— Não! Isso foi metade da minha liberação! — o baratão arregalou os olhos, com medo daquele homem que parecia ser uma pessoa desajeitada mas, tinha um poder inimaginável.

— Escute, Jovenzinho ruivo, o Nitro é uma energia sobrenatural capaz de liberar os poderes ocultos de um indivíduo. Existem Nitros de várias cores, e cada um tem sua especialidade. O meu Nitro verde, me dá controle de atributos da natureza, em especial o elemento Vento. Abra bem os olhos, e eu te mostrarei a maneira certa de usa-lo.

Dante estava tão maravilhado com o poder do mestre que não conseguiu dar nenhum pio.

O monstro se levantou com dificuldade, liberando sua energia roxa nefasta. Os ferimentos espalhados pelo o seu corpo estavam cicatrizando, até as suas asas voltaram a crescer.

— Droga, esse monstro é invencíveis!

— Olhe bem, Jovenzinho! Alguém ofegante desse jeito parece estar bem?

Dante olhou novamente para o baratão, e percebeu que ele mal se aguentava em pé. O ruivo entendeu que o mestre Ye não era um mestre comum, e sim alguém muito poderoso.

O Baratão correu em desespero contra o mestre, na intenção de acerta-lo com um soco, com toda a força mas, o mestre levantou o seu leque, e proclamou:

— Guilhotina de vento!

De repente, fazendo um movimento de corte com o leque, uma rajada de vento tomou a forma de uma lâmina e partiu o baratão em dois.

O corpo do baratão se transformou em pó, e se desfez.

Abrindo o leque, novamente, Ye cobriu a sua boca, e se aproximou do jovem.

Dante sentiu uma presença diferente no mestre, como se ele fosse outra pessoa.

— Velho, quem é você?

— Eu já te avisei, garoto! Eu só tenho 35 anos! E sou apenas um mestre de um humilde dojo!

Ye se aproxima de Luna, e a toma em seus braços.

— Espera, pra onde você vai levá-la?

— A minha esposa é uma ótima médica, ela vai cuidar dos ferimentos da garota Lunariana. E você, passe isso no nariz. — Ye tirou um pano do bolso da calça, e jogou para o garoto.— existe uma pomada nesse pano que pode curar, instantaneamente, qualquer ferimento, e até consegue reparar ossos quebrados.

 Segurando o pano, Dante questiona. — Se essa pomada é tão incrível, Quem precisa mais é a Luna!

— O trauma psicológico foi muito pior do que os ferimentos. É por isso que estou levando a garota para a minha esposa, Yanling.

— Puxa, você nos ajudou muito! O que eu posso fazer para compensar?

— Torne-se o meu discípulo!

Dante se surpreendeu com o pedido do mestre mas, o seu orgulho como valentão não permitiu ele aceitar.

— Me desculpe, mestre! Eu tenho o meu próprio estilo de luta!

Abrindo um sorriso, Ye declarou:

— Se mudar de ideia já sabe onde me encontrar!

O mestre desapareceu em um turbilhão de vento.

Passando o pano nos ferimentos, Dante ficou surpreso quando viu todos sendo cicatrizados, até os ossos do seu nariz foram restaurados.

— Eu preciso ficar mais forte, e creio que a energia chamada, Nitro, seja o caminho!

 



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