Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 8

Capítulo 69: Resposta

Na fronteira entre o Império Ao e os Kuro, aves cantaram a chegada da manhã, cuja luz penetrava na caverna, iluminando o rosto da jovem de cabelos vermelhos que ali morava. Abrindo os olhos lentamente, Aiuchu estendeu os braços para o lado como se tentasse agarrar alguma coisa, mas sentiu apenas o ar frio daquele abrigo.

Rapidamente ela se virou para o outro lado, também nada. Mantendo o cobertor próximo do pescoço para se proteger do frio, ela se sentou onde estava deitada e passou os olhos pela caverna. Não havia nada ali exceto por suas roupas e a jaqueta de seu companheiro jogadas no chão.

Alcançando a jaqueta, ela reclinou a cabeça sobre a roupa aos prantos, quando escutou algo cair no chão. Desceu à vista, encontrando algo brilhando em azul, era o anel deixado pelo príncipe.

A luz das minas de fulgur, responsável pela vista brilhosa da cidade de Nokyokai, estava relegada aos fundos das suas jazidas. A escurecida cidade dessa vez era colorida não pelo seu minério característico, mas pela fumaça negra, cuspida pelas chaminés de uma nova fábrica.

Por dentro, eram marteladas, caldeiras e palavras de ordens dos Heishis, que a tudo vigiavam dos andaimes superiores, ao passo que um outro grupo protegia a entrada. 

Uma pequena multidão de moradores concorria com o som da forja pela atenção dos guardas. Armados com picaretas, pedras e pás, eles gritavam suas exigências:

— Nunca deveriam ter construído isso no lugar da antiga!

— Cadê a segurança que nos prometeram? Não podemos continuar trabalhando nas minas assim.

Aos empurrões, os Heishis tentavam afastá-los, enquanto cada vez mais moradores se uniram à manifestação. Encurralados, eles formavam um túnel humano, que ligava a porta do prédio a uma carruagem estacionada no meio da rua, enquanto do lado de dentro, o dono do transporte tinha um dos trabalhadores jogados aos seus pés.

— Não me machuque — o homem tateou o chão — Só estava muito escuro. Eu vou me esforçar mais.

— Você só fica aqui vadiando. Barão Toshio, por favor, esse homem não serve para cá — gritava o Heishi, o puxando pelos cabelos.

— Devia me chamar apenas para assuntos importantes — respondia, Toshio, virando-se para a saída — Esse aí já era peso morto nas minas. Se não consegue ser útil aqui, livre-se dele. Eu tenho coisas mais importantes a tratar.

— Ouviu né? — o Heishi colocava o trabalhador de pé — vamos logo!

Cruzando a porta, Toshio foi rapidamente coberto pelos escudos dos guardas. Quando chegou em sua carruagem, a fila se desmanchou, embarcando junto com o barão, que partiu para as minas deixando um número menor de homens para cuidar dos manifestantes.

Observando tudo da janela, um rapaz de baixa estatura, com o rosto coberto por um pano e olhos pintados de preto, era advertido por um colega:

— Fugindo do trabalho outra vez, novato? Uma hora vão te pegar bisbilhotando.

— Estava esperando por isso — respondeu, largando mão do martelo em suas mãos.

— Isso o que? Está aqui há pouco mais de um dia, até parece que já sabe como as coisas funcionam aqui — martelava um metal arrancando faiscas. 

— Não é muito diferente do mundo lá fora — partia se distanciando dos mineiros. 

Perto dali, uma discussão se iniciava entre um empregado e seu supervisor, podendo ser ouvida por todos.

— Não tá vendo que ele não enxerga? — gritou o ferreiro, apontando o dedo no peito do Heishi — Com o fulgur explodindo na nossa cara, todos nós ficaremos daquela forma.

— Problema de vocês — revidou com um tapa na mão — Toshio quer isso para ontem. Sem atrasos.

Os empregados perto dali, se reuniram ao redor da confusão, exceto pelo rapaz mais baixo, que aproveitou da atenção desviada dos supervisores no alto, para sair da fábrica. 

Esbarrando com o paredão de Heishis, de frente para a população, porém de costas para ele.

Um dos homens acabava de bater com o cabo da espada num homem que se forçava contra ele, quando sentiu três toques em seu ombro vindo pelas costas. 

— Ficou maluco? — gritou ele, vendo o rapaz que o interrompia — volte para a mina!

O soldado voltava sua atenção na agressão até que o rapaz encapuzado puxava seu ombro novamente, dessa vez o Heishi reagiu girando seu punho sendo segurado pelo rapaz disfarçado.

— Seu desgraça… — interrompia a frase com um gemido, tendo seu pulso torcido. 

O jovem tomava a espada que caiu no chão, o que chamou a atenção dos Heishis da barreira. Distraídos pela nova ameaça, o rapaz se moveu como um raio azul, deixando um rastro de eletricidade pelo caminho que os paralisou. 

Atônitos com o que viram, mas percebendo que estavam indefesos, os manifestantes deram um passo à frente, invadindo a fábrica.

Por um momento, o causador daquela confusão se distanciou do mar de pessoas. Escalando pelo lado de fora, ele entrou pela janela, onde os Heishis dos andares superiores já se preparavam para descer flechas sobre os novos invasores. 

Havia dois em cada ponta da sala. Escolhendo o da esquerda, ele enterrou a espada que acabara de tomar no peito dele. Pegando o arco do cadáver para atirar no outro, viu que já tinha uma adaga enterrada em seu peito.

A resposta à truculência dos Heishis que inspecionavam o chão veio com suas espadas. Antes que pudesse intervir, a fornalha começou a cuspir fogo abaixo do invasor. 

Um incêndio estava para começar, quando ele saltou do andaime de mãos unidas e soprou sua técnica. O kazedamu estremeceu o prédio. Embora tenha contido as chamas, a luta prosseguia. Dessa vez, todos os olhos estavam no salvador, que tirava o lenço do rosto e a touca da cabeça, revelando seu rosto e cabelos azuis.

— Não é possível — um dos trabalhadores comentou — você esse tempo todo!

— Pode ser? Suzaki Sora?

Sem responder aos cochichos da multidão, ele saltou por cima deles chegando aos Heishis. Criando um campo ao redor de si, Suzaki atraiu suas espadas para si para então derrubá-los com um chute.

— Onde esteve por todo esse tempo? — perguntavam a ele.

— Cadê o Minoru?

Inspirando fundo, o príncipe então se voltou para a multidão que o circulava com perguntas.

— Minoru está morto! — todos silenciaram-se — Assassinado por quem hoje senta na sua cadeira. Eu o enterrei com minhas próprias mãos — olhou para suas palmas, antes de prosseguir.

— Eu sabia — levou a mão à testa um deles — tudo o que ele fez por esse lugar, foi em vão. 

— Mas se Minoru se foi e o fulgur também, o que alguém como você faz… 

— Vim aqui para devolver a vocês o que o Império tirou dele! — ergueu uma espada — todos os esforços de Minoru custou a vida de muitos, e de toda sua família. Enquanto isso, Toshio apenas explorava suas vidas e toda riqueza desse lugar… eu não deixarei isso passar impune — apertou a empunhadura — não podemos deixar! — gritou.

Em uníssono todos rugiram com a declaração. Saindo da fábrica, o grupo marchava para as minas, varrendo as ruas dos Heishis e recrutando os moradores com a ajuda de seu líder.

Selado entre as quatro paredes de seu escritório, Toshio escutou batidas fortes em sua porta. Ao abri-la, outro som irrompeu seus ouvidos, gritos vindo das ruas, cada vez mais alto.

— Barão, a fábrica foi tomada — alertava o Heishi pálido.

— São só imundos fazendo vandalismo, vamos lidar com eles e acabar com esse barulho insuportável.

— Estão marchando como se fossem um exército para cá, algo uniu eles, é diferente das outras vezes.

— Vamos ver se é diferente mesmo — prestes a pegar em sua arma ao lado de sua mesa, o vidro da janela estilhaçou com uma pedra arremessada.  

Saindo do escritório, na rampa que leva à entrada da mina, um semicírculo de guardas bloqueiam a passagem contra um mar de pessoas. Aos empurrões, cuspes e xingamentos, eles pressionaram a guarda, que buscavam por ordens assim que o barão se aproximou.

— O que devemos fazer? Todos eles são trabalhadores. Isso pode ser um massacre — comentou o Heishi ao lado.

— Vamos dar um aviso — ergueu o braço.

Seu comando, no entanto, surtiu efeito nenhum. Soltando ar pelas narinas, ele cresceu seus olhos contra as torres de vigia apenas para encontrá-las vazias.

— Eu não mandei dispensar os arqueiros.

— Senhor, não dispensamos ninguém.

— Se não pode dizer algo útil, então cale a boca! — empurrou o Heishi para frente.

Toshio tomava a frente de seus homens, ficando atrás apenas da barreira de escudos. Coçou a garganta antes de gritar aos manifestantes:

— Essa desordem não traz benefício algum. Dispersem e nada pior irá acontecer! Temos trabalho a fazer na mina.

— Nós não vamos mover um dedo por você, seu assassino — um dos moradores gritou, atirando objetos na linha de frente.

Pedras, botas e outros objetos eram arremessados, com um passando rente a sua cabeça. Ele então desembainhou sua longa espada de prata, andando à frente dos seus homens. 

— Animais, perderam a noção do perigo? — gritou, balançando sua lâmina.

Ele golpeou os trabalhadores com bofetadas até que um deles na multidão puxou uma espada e a aproximou de seu rosto. Vendo a ameaça, ele puxou sua espada e cortou tudo que estava na sua frente.

De repente, o rugido das pessoas cessou. Dois homens caíram, um com um largo corte no peito e outro sem um dos braços.

— Voltem ao trabalho, agora! — gritou Toshio limpando sua lâmina. 

Foi então que constatou a expressão da multidão, esperando rostos de medo, percebeu gestos de empolgação, seguido de gemidos vindo de suas costas. Quando se virou, seus homens estavam mortos, adagas na garganta. 

Aquilo foi bastante para a multidão atropelar tudo que estava na frente como uma onda. A debandada o jogou o restante dos soldados no chão, com os pés sendo agarrados e arrastados, enquanto o barão corria.

Na medida que a multidão invadia o complexo, Toshio chegava ao seu escritório, onde ao girar a maçaneta da sua porta, Suzaki saiu de dentro, saltando sobre seu pescoço. Os dois rolaram no chão em disputa, até que o barão chutou o príncipe de cima.

— Então é você, uma vez criança, sempre criança — limpava a terra de suas vestes — O que espera conquistar nessa travessura, príncipe desgarrado?

Sem responder, Suzaki avançou contra o barão de Nokyokai, mirando em suas pernas. Recuando com a espada apontada para baixo, Toshio aparou os golpes, enquanto se via empurrado para dentro da mina. 

Ele revidou com um grande ataque horizontal, em busca do pescoço do príncipe, que agachou, revidando com um chute na boca do estômago. 

— Insolente! — Toshio recuperava o fôlego — O imperador saberá dessa transgressão!

— Não haverá tempo para ele vir te salvar — a tímida luz do fulgur no fundo da caverna mostrava a seiva da noite cobrindo seus olhos — Estamos apenas eu e você — apontou sua arma ao barão.

O próximo ataque de Suzaki mirou no peito de Toshio, sendo bloqueado. Quando colidiram espadas por duas vezes até que o príncipe recuou para perto das paredes da caverna, onde transmitiu sua energia ao fulgur incrustado. Por sua vez, o dono das minas passou a cobrir seus olhos pela luminosidade.

— Se está aqui pelo fulgur garoto, chegou tarde — ria cobrindo a face — já extraímos o bastante… esse lugar agora é apenas um cemitério, se é que me entende. 

— Hora de enterrar os corpos então — sua aura crescia.

Faíscas saltaram dos metais que emitiram seu calor intenso pouco antes de explodir, comprometendo sua estabilidade, fazendo as paredes ao redor rangerem.

— Enlouqueceu?! — disse Toshio, avançando contra ele — Eu não serei morto dessa forma!

Desviando de seus golpes, Suzaki o recuou de volta para a entrada da mina. A cada tentativa de ataque de Toshio, seus olhos eram invadidos pela luz incandescente ao redor, o barulho do desmoronamento ficava mais intenso.

Perseguindo o príncipe, ele tentou uma última ofensiva já com a visão turva. Foi então que Suzaki se jogou para frente, defendendo ao invés de desviar, o que atrasou a passada de Toshio, que num ato desesperado se jogou em cima do príncipe para não ser soterrado. 

Os dois saltaram para fora da mina condenada. Toshio tateou o chão em busca da sua espada, quando sentiu uma bota pisotear suas mãos.

— Meus olhos!

— Como se sente agora? — provocou Suzaki, limpando a seiva da noite de seus olhos.

— Como você — gemeu de dor — não ficou cego com o fulgur.

Ao redor de Suzaki os trabalhadores já haviam tomado todo o complexo. Vestindo pedaços das armaduras dos Heishis e empunhando suas espadas, os moradores de Nokyokai celebravam a vitória, gritando em uníssono:

— Suzaki! Suzaki! Suzaki!

— Veio para buscar um império para chamar de seu? — provocou Toshio sendo levantado pelos cabelos — espera só seu pai saber dessa sua insubordinação!

— Ele vai saber do que houve aqui — largou mão de seu pescoço, o jogando no chão — Mas já que gosta tanto de se misturar com ratos — pegou-o pelas vestes preparando o arremesso.

— O que está fazendo?! — berrou — se vingue logo daquele seu amigo imprestável!

— Eu devo esse castigo a outras pessoas — arremessou o barão para a multidão — não é a mim que você me deve.

As mãos do povo segurava e arrancavam as vestes, arranhando a pele do nobre que gritava em desespero:

— Suzaki! Você já perdeu!

A fúria das pessoas arrancaram os brincos das orelhas de Toshio e todo tipo de especiaria, até que entre socos ele foi parar no solo, sendo inteiramente pisoteado pelos seus antigos sujeitos.

Seus gritos de dor sumiram em poucos segundos, sobrando somente a vibração de todos, que continuaram com o nome do príncipe em suas gargantas. Seu nome ovacionado, perfurou seus ouvidos tanto quanto a memória de Ryo naquele dia:

“Goste ou não, você já é o líder para muita gente”

Dando as costas para todos, Suzaki foi até o escritório vago do barão onde encontrou duas companhias familiares esperando por ele. Suas roupas escuras com ornamentos de lua minguante, confirmavam as suas origens, na medida em que se apresentavam para ele.

— Foi um serviço e tanto, Heishi Celestial. Não esperava menos do rapaz que derrotou o Marquês do Vale.

— Então foram vocês na fábrica — concluiu, trancando a porta atrás de si.

— E também com os guardas na rampa, e nas torres de vigia. Você mesmo admitiu a eles que não conseguiria sozinho.

— O que Tsuki’s fazem aqui, contrariando as ordens de Yomi?

— Nosso líder é bem intencionado. Apesar da morte de Ryo, uma parte de nós sabe que você quer cumprir com o papel que o próprio planejava para você — apontou para o lado de fora — sendo imperador ou não.

— Se estão aqui, digam logo o que querem de mim.

— Quando trouxe Tetsuhi para nós, uma das pistas que deixou envolvia uma suposta base imperial, escondida na floresta Hercínia — revirou os mapas na escrivaninha do gerente — descobrimos que um boato está correndo o império, sobre o início da invasão às terras Midori. Koji tem tudo o que precisa.

— Deixe-me ver — se aproximou, olhando os mapas na mesa — É como vi nas fábricas, estão criando armas aqui e enviando para Hercínia. Ao mesmo tempo, uma informação deste tamanho não chegaria em nós sem que Koji quisesse. Ele espera por nós.

— Yomi teme a mesma coisa, por isso que nos ordenou a ficarmos de fora disso.

— Ignorância é covardia — se afastou da mesa — Se desejam me ajudar, saibam que a morte é uma realidade. Estaremos contra um exército e eu não vou alistar essa gente sofrida das cavernas para morrer por nós.

— É muito coerente, Heishi Celestial — estendeu a mão.

Suzaki desceu o olhar para seu braço, escorrendo sangue e desviou o rosto do gesto, abrindo a porta:

— Partimos ao amanhecer.

Ainda era noite, o céu limpo constata uma lua cheia que iluminava os alicerces do palácio branco no alto do governo da capital do império. Passando pelos corredores apressadamente, um sujeito atravessava porta por porta, sala por sala, em busca do imperador. 

De um andar acima, ele avistou Koji pela janela. Estava em um pátio na base da morada, envolvido por membros de sua família e um homem encapuzado. Descendo, os cochichos do imperador com seus chegados terminaram assim que ele os chamou: 

— Majestade. 

Os homens olharam para Tadashi da cabeça aos pés, antes de virar o rosto. Koji por outro lado deu um passo para fora da roda de conversa.

— Reúnam a todos e façam os preparativos. Preciso dar atenção ao general — ordenou, ficando a sós com ele.

— Se está fora do conforto do trono é porque algo está acontecendo — andava na sua direção.

— Até onde sei ainda sou imperador. Não lembro de precisar dar satisfação a você, muito menos requisitar sua presença — desviava o olhar para a saída. 

— É verdade o que se passou em Nokyokai? — perguntava para um Koji distraído — Por que não fiquei sabendo disso? 

O imperador checou suas unhas, quando o Heishi segurou seu pulso, insistindo:

— Responda minha pergunta, alteza!

— Meu filho — puxou seu braço de volta e ajeitou a coroa em sua cabeça — me respondeu. Ele realmente é como eu. Por isso, Koji e Suzaki não cabem na mesma frase. 

— Então os rumores são verdade — arregalava os olhos — O que você está planejando dessa vez?

— Que bicho te mordeu, General Tadashi? Estou apenas corrigindo a lambança que você e sua meretriz fizeram. 

— Não fui eu que colocou Toshio como barão de Nokyokai depois de trair o próprio filho. Agora perdeu acabou perdendo os dois... quer dizer, até agora.

— Deixe de ser cínico. A situação estava sob controle até você interferir. E agora que voltou às minhas mãos — puxou a corneta do bolso de sua túnica — A próxima jogada é minha.

— O que você fez com o Daisuke? — perguntou.

Koji apenas se dirigiu à entrada do palácio. 

— Onde está Daisuke, majestade?

— Prepare seus homens e reúna as famílias, inclusive pode deixar de ter vergonha da sua meretriz. Vamos em direção a Floresta Hercínia, resolver isso de uma vez por todas! — abriu a porta e se retirou.

Caminhando pelos corredores de seu palácio, um pensamento corria pela mente do imperador:

“Se é o que deseja, esse será nosso último embate… Meu filho.”, pensou, guardando a corneta de volta.

Atrás dele, alguém descia as escadas, caminhando na sua direção. Sem se virar, Koji proclamou ao outro homem que o procurava:

— Você também virá conosco Masao. Prepare minhas vestes, pois o grande dia chegou.

— É claro — respondia com a voz trêmula — minha alteza. 


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.

   

 

 

 



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