Volume III – Arco 8
Capítulo 68: Liberdade
Debaixo de um temporal, as mãos calejadas de Suzaki guiaram seu cavalo para além das fronteiras do Império Ao, descendo novamente as montanhas para território Kuro.
Quando chegou na caverna ao pé da montanha, a chuva diminuía sua intensidade. O lago e o rio próximo dali não transbordavam, mas o cheiro da terra impregnava seu nariz na medida que entrava na caverna completamente silenciosa.
Apesar da fogueira estar morta e do gotejar das estalactites, uma respiração suave podia ser ouvida pelo rapaz. Aiuchu adormecia enrolada em cobertores.
Ele agachou para perto dela, sentindo a respiração quente no rosto, e jogou seus cabelos vermelhos para trás da orelha. Vendo com mais clareza seu rosto, reparou na gola longa e azul beirando o pescoço dela. Levantando a coberta sutilmente, Suzaki viu que ela estava vestindo sua antiga jaqueta.
Aos suspiros, ele abaixou o cobertor e saiu da caverna, onde buscou descansar debaixo de uma árvore. A chuva havia cessado, permitindo até que alguns raios de Sol penetrassem nas nuvens cinzas do céu. Aquela luz laranja descia sobre as folhas, atraindo os olhos de Suzaki a admirar o que estava acima dele.
Retirando do bolso sua ocarina, trouxe o sorriso de Masao na memória, sua felicidade quando a ganhou de presente, ainda criança, e como aquela luz refletida no instrumento o lembrava de como era tocá-lo nos telhados do palácio.
Seus dedos tremiam para preencher os buracos. Mesmo assim, ele levou o objeto à boca e o soprou. Quando a primeira nota saltou para o ar, uma segunda voz saltava na sua mente:
“...a guerra já começou!”
Ele entoou outra nota, fechando os buracos com força:
“...pela primeira vez, gostaria de te pedir que confie em nós.”
Encheu os pulmões e soprou tudo que tinha neles:
“Tenho certeza que a destruição não é o objetivo.”
Por fim, seus dedos vacilaram. A ocarina escapava de suas mãos e a luz do Sol era coberta pelas nuvens outra vez:
“Caos, o destino de toda criação é a destruição.”
Encolhido nas próprias pernas, Suzaki levou as mãos à cabeça, puxando seu cabelo com os dedos. Seus lábios trêmulos emitiam soluços irregulares. Seus olhos fixados na ocarina em seu colo como um monstro prestes a devorá-lo. Reunindo coragem, ele a tomou nas mãos, virou o rosto e a arremessou num arbusto próximo.
Quando recuou os braços, reparou nas cicatrizes em seus dedos e começou a esfregar as mãos uma na outra.
— Suzaki — uma voz surgiu de repente — você voltou?
Virando-se para ela, Suzaki limpou suas lágrimas e escondeu seus punhos antes de responder:
— Sim, Aiuchu— desviava o rosto — Não tenho para onde ir.
— Machucado de novo? — se aproximou do príncipe de maneira cautelosa — deixa eu ver.
Suzaki encarava seus punhos feridos, ao tempo que Aiuchu tomou atitude pegando e analisando as marcas vermelhas.
No riacho próximo dali, as ataduras eram levadas pela correnteza, enquanto o sujeito enxugava suas mãos acompanhado na beira das águas.
— Achei que nunca mais iria voltar — jogava as mãos para trás.
— Fiz algo terrível.
— Está tudo bem, agora — chegou perto para abraçá-lo.
— Você não entende — puxou o ombro para longe dela — estou perdendo o controle. Pessoas estão morrendo — encarava suas mãos calejadas.
— Não foi o único que fez algo terrível.
— Fugir da sua mãe não é como isso. Se voltasse, morreria.
— Não estava falando só dela — estendeu a mão — Venha, vamos voltar. Eu ainda não terminei.
Os dois caminharam na noite de lua cheia de volta ao bosque. Se aproximando da caverna no qual a moça habitava, Suzaki advertia:
— O que você fez?
— Machuquei pessoas — tomou a frente no caminhar — na verdade, pior que isso — com o terminar da frase, o príncipe soltou sua mão.
— Naquele dia que nos conhecemos, lembro de ter tentado algo assim — os dois paravam em frente à entrada da caverna — mesmo assim é bem diferente, se era ameaçada não tinha escolha.
— Sempre temos escolha. Foi o que o branco me ensinou.
— Branco? Um Shiro?
— Você não foi o primeiro a me visitar regularmente — se virou para ele, sentando em um tronco caído.
— Seu nome era Onochi? — se sentou ao lado dela.
— Não… Imichi.
Aiuchu trazia na memória a sensação de perca de vida que sentiu quando ainda criança. Arrastando-se pelo riacho, suas pernas estremeciam a cada passo, os ossos de seu cotovelo e braços saltavam à pele. Com os dedos ela vasculhava arbustos atrás de qualquer coisa para comer, já não tinha forças para subir às copas das árvores.
[Durante dias, sobrevivi apenas com a água do rio que corria. Com meus desmaios frequentes, sempre pensava que chegaria o momento no qual não iria mais acordar… até que ele surgiu;
— O que alguém como você faz tão longe de casa, pequenina? — dizia escorando a cabeça da garota em sua coxa, com as mãos em seus cabelos vermelhos — Não tema, você não está mais sozinha. Nunca esteve.
Aquilo era muito novo para mim. O rosto dele contra o sol naquele dia, parecia um sonho que não queria acordar. Mesmo comendo tudo que ele trazia para mim, nunca disse uma palavra para ele. Foram semanas assim, até ele aparecer com um mapa;
— Já viu isso aqui? — abria o pergaminho — esta é a nossa terra. Ela é dividida entre vários grupos, cada um de uma cor. Você já conhece alguma?
Assim que neguei balançando a cabeça, ele começou a falar de muita coisa. Seus olhos brilhavam e sua voz crescia. Ele parecia gostar de dividir aquela pequena alegria comigo. Eram semanas e semanas de visita, e só tive uma pista de sua intenção quando ele pediu para apontar onde eu tinha nascido;
Com o dedo de Aiuchu sobre o território pintado de azul, Imichi levava a mão ao queixo e apenas sorriu dizendo:
— Isso é um assunto para outro dia, pequenina.
Seu rosto tinha mudado. Eu senti algo no meu peito, que não me deixaria ver ele ir embora que nem das outras vezes. Por isso eu finalmente abri a boca:
— Obrigada, branco.
Ele parou de andar e se virou para mim, com um sorriso maior que o primeiro. Nos tempos seguintes, ele me ensinou a caçar, colher e finalmente a me proteger. Primeiro a lutar, depois a própria energia Iro. Estava progredindo porque isso fazia ele passar mais tempo comigo.
Mas depois de alguns meses, eu vi um Imichi que nunca havia conhecido. Suas orientações no treino estavam estranhas, seu rosto sem expressão alguma. Em pouco tempo, ele me mandou meditar longe dele.
Mas voltando para a caverna, vi um sofrimento intenso dele. Assim que me viu, me abraçou chorando em meus braços.
— Me desculpem! Me desculpem, todos!
Aqueles gritos, aquela dor… foi suficiente para me fazer chorar junto dele. Depois de adormecer, ele fez questão de me explicar.
— Eu já devia ter dito isso antes. Mas… — levava uma mão à cabeça — Você não nasceu no Império Ao. Na verdade, eu até cheguei a conhecer os seus verdadeiros pais.
No começo eu fiquei curiosa, ele se estendeu contando sobre meus pais e supondo como fui parar nos azuis, porém, a cada palavra que ele dizia, eu percebia que esse passado não significava nada para mim. Era como ouvir a história de uma outra pessoa, uma que eu nunca conheci. Minha mente novamente só queria saber do que finalmente tomei coragem para perguntar:
— Por que cuidou de mim todo esse tempo? Qual sua intenção em me manter viva?
— O motivo, apesar de simples, é o que nos envolve e provê propósito para tudo que nos cerca — estendeu as mãos para o céu — a Ordem nos conduziu até aqui e preciso cumprir com o chamado dela.
— Chamado? — perguntou a garota, inclinando a cabeça.
— Você vai entender melhor com o tempo. O que precisa saber agora é que estou sendo instruído para te levar para onde nunca devia ter saído: o Reino Aka. Lá estará próximo de pessoas como você. Vai poder finalmente viver com dignidade.
Eu finalmente tinha entendido o que ele queria dizer com não me deixar mais sozinha. Lembro da sua mão estendida e de como surpreendi ele quando recusei;
Lembro do silêncio um pouco antes dele partir. Nem mesmo perguntou o motivo de ter negado; Desde então suas visitas ficaram mais raras. Certa vez levou quase um ano para ele aparecer. Quando ele estava prestes a ir embora, eu agarrei suas roupas;
— Por que não questiona? Ou melhor, me leva embora a força? Não precisa fingir que concorda comigo!
— Você que decidiu ficar, pequenina. Vou respeitar isso.
— Pode muito bem me levar quando quiser. É por causa dessa Ordem? O que ela te diz?!
— Ela está trabalhando em nossas escolhas, nossos desejos — se soltou dos braços de Aiuchu — não sou um agente da Ordem, sou um vetor dela. A vida é um dom, por isso nunca vou impor a minha vontade sobre a sua, mesmo que não concorde. Nada é por acaso. Eu confio na Ordem, independente do que você tenha decidido, decida ou vá decidir. Ela move o futuro, mantém o presente e conserva o passado.
Suas últimas palavras para mim foram: “A Ordem te faz livre e assim você encontrará seu devido lugar”.]
Observando a lua cheia, Aiuchu terminava de contar:
— E ele nunca mais voltou. Tudo que sobrou foram os ensinamentos dele, e até isso eu joguei fora.
— Ele te ensinou a se defender. Duvido que reprovaria.
— A vida é um dom, ele dizia. Eu acreditava nisso até que — levantou o cabelo, mostrando uma cicatriz na nuca — tentei conversar com um homem na floresta de olhos negros. Por pouco não escapei com vida.
— Se os Kuro que encontrou eram como os daquele dia, eram perigosos.
— Nem todos pareciam perigosos. Aquele que resgatou na floresta e antes disso teve outro. Estava distraído, admirando os campos. Eu ataquei primeiro, meu instinto… tirou o dom da vida dele. A Ordem não deveria ser sobre matar ou morrer, ou deveria? — uma lágrima descia do seu rosto.
— Talvez, mas se treinou com um Shiro, a ponte destruída naquele dia… Foi você.
— Eu não queria te assustar… Tive medo do que faria. Queria ter te contado todo esse tempo, porém a Ordem quis que fosse agora. Você não é a única decepção sem ter para onde ir.
— Há um limite para a dor que causamos às pessoas. Acho que estou começando a entender — fitou os olhos no céu — o que é estar sozinho.
A lua iluminava os dois, projetando suas sombras sobre a terra.
— Não está sozinho — pegava em sua mão — nunca esteve. Pode doer o que for, você tem a mim. Sempre vou te esperar mesmo que no fundo do poço. Todos fazemos coisas terríveis, porque não somos perfeitos — aproximava seu rosto no dele — por isso Ordem nos faz livres. A liberdade sempre tem um custo, e o meu sempre foi…
— Viver nesse lugar — completou Suzaki, limpando as lágrimas de Aiuchu.
Sua mão deslizava pelo pescoço da jovem, apoiando sua cabeça na dela. As duas sombras agora eram uma só.
— Nós somos iguais. Arrastados por essas loucuras para conquistar nosso lugar no mundo, porque não temos um lugar para chamar de casa. Hoje, você me mostrou que valeu a pena esperar… Eu preciso de você — se aproximou de sua orelha sussurrando — obrigada.
— No fim — abraçava a companhia — acho que só queria ter alguém como você ao meu lado — disse Suzaki ao tempo que os dois se encararam uma última vez.
— Eu te amo.
Os lábios dos dois se encontravam, com as mãos do príncipe pressionando o corpo de Aiuchu contra o dele. A lua permaneceu assistindo o casal que se recolheu para dentro da caverna.
Já era dia quando o palácio imperial recebia os Heishis da última expedição. Seu líder, Satoru, cruzava a ponte para o pátio principal carregado nos ombros de seus subordinados. Os criados levaram os Heishis feridos para cuidados, exceto pelo filho de Koji, levado pelos guardas do palácio para a sala do imperador.
Contudo, ao chegarem lá, o trono estava vazio. Satoru colapsou no piso pingando sangue em cima de seu reflexo no mármore. Seu rosto vermelho, mal conseguia ver com o olho esquerdo bloqueado pelo inchaço, porém pôde ouvir muito bem a voz de quem acabava de chegar.
— Saio para uma reunião importante, e ainda sujam o meu piso? Masao, por favor, limpe isso.
Koji passava por seu primogênito, que alcançava a capa rastejante do pai às apalpadelas, apenas para ser puxado pela força do imperador. Masao vinha logo atrás dele, limpando o sangue deixado por Satoru.
— Eu não mandei você me tocar — vociferou Koji, puxando sua roupa das mãos de Satoru, depois se voltou para os Heishis — Quem mandou vocês soltarem ele?
Satoru tentava falar, mas tudo que saía da sua boca era uma cacofonia de soluços e barulhos guturais, na medida em que se debatia nos braços dos Heishis.
— Ele é seu filho, majestade — implorou Masao, terminando de limpar o sangue.
— Acabei de voltar de uma conversa com meu verdadeiro filho — dizia Koji, sentando no trono — Esse daqui é apenas um servo cotoco que precisa saber seu lugar — apontou para o criado — nunca mais diga que ele é meu filho!
O criado abaixava a cabeça, mas os Heishis levantaram a voz:
— O que devemos fazer com ele, majestade?
— Devolvam de onde nunca deveria ter saído sendo alvo de risadas. Sua mãe teria vergonha do que se tornou, Satoru.
Aos gritos e debatidas, Satoru era arrastado para fora do trono. Mesmo fechando a porta da sala, Masao podia ouvir os clamores do rapaz que ecoavam pelos corredores.
— E agora? — perguntou.
— Os avanços de meu filho preocupam a corte — cruzava as pernas — Dohana e Tadashi na tentativa de vencê-lo, criaram um monstro pior. Ninguém confia mais neles.
— Suzaki parece irredutível — segurava um braço com o outro — até mesmo para você.
— Sua ignorância me diverte, Masao. O que aconteceu com Satoru foi uma resposta positiva do meu filho. Aos poucos ele está percebendo tudo que disse a ele — enfiou a mão em um dos bolsos — E quando finalmente entender, a corte não terá outra escolha senão se render.
Mais tarde no Vale do Trovão, a fortaleza Tsuki estava silenciosa. Nenhum esforço para a construção era feito naquele dia, desde que a notícia do que se passou nos subúrbios chegou aos ouvidos de seus moradores.
O corpo de Ryo havia chegado poucas horas atrás, sendo velado na própria casa de seu pai. Enquanto seus familiares conversavam sentados nas poltronas debaixo de bebidas e apontando para lugares nos mapas expostos na mesa central, Yomi estava à beira do caixão aberto. Tetsuhi, chegava mais perto para falar-lhe:
— Ele merecia algo mais digno, não sou bom com madeira mas fiz o que pude.
— Devia tê-lo parado — segurava a mão gélida do cadáver — como vou conviver com a culpa, de deixar você ter ido antes de mim?!
De repente, a conversa paralela dos Tsuki se encerrava com a porta da casa se abrindo. Os visitantes olharam para a visita e depois olharam para Yomi, como se esperassem uma ordem, mas foi o jovem que rompeu o silêncio:
— Precisamos conversar, Yomi — disse Suzaki.
Tetsuhi reparou nos dentes cerrados de Yomi por dentro da sua boca, a maioria do que estavam na sala trocavam seu luto pela raiva.
— Saiam todos agora! — berrou Yomi.
O resto dos Tsuki saíram às pressas, sendo o ferreiro o último a sair. Antes de fechar a porta, Tetsuhi deu tapas nos ombros de Suzaki sussurrando:
— Eu sei que deu o seu melhor, molecote.
A sós com Yomi, Suzaki pegou um mapa da mesa para mostrá-lo, ao tempo que o líder Tsuki permanecia em silêncio.
— Koji não vai parar. Ele já tem tudo que precisa para começar essa guerra, menos os homens.
Yomi permanecia virado para o caixão do próprio filho.
— Falta pessoal para impedir os recrutamentos. Nossa única alternativa é concentrar nossas forças em um alvo importante. Toshio, o barão de Nokyokai, tem abastecido o exército de Koji com fulgur desde que assumiu. É um dos homens de maior confiança dele. Nokyokai é uma cidade distante, conheço seu povo. Se atacarmos agora…
— Onde você estava… Quando isso aconteceu? — apontou para o caixão, batendo os dedos na sua beirada.
— Ouviu alguma palavra do que eu disse? — se aproximou de Yomi — Koji está olhando para outra direção. É a nossa chance!
— Nokyokai era nossa, até você interferir. Meu filho perdeu um olho, fomos expulsos do palácio, vivemos reclusos tudo por sua causa. Sabe o que ele me dizia durante esse tempo? Que você seria um imperador de confiança, mesmo sendo um Sora!
— Eu nunca prometi isso a vocês.
— Então o que você ganha derrubando o Koji? — apontou o dedo no peito de Suzaki — Isso se for mesmo o que quer agora.
— Vocês criaram Koji depois da pulsação, tudo que houve com os Tsuki foram as consequências da sua ganância, algo que ele também possui. Se meu desejo de impedir essa guerra não te convence, deve ser porque nunca teve a intenção de me ajudar. Varrer os erros para debaixo do tapete é mais fácil que encará-los.
— Então olha — virou o dedo apontado para dentro do caixão — Olha para ele!
Sem desviar o olhar da face de Yomi, Suzaki respondeu:
— Quer que eu me responsabilize? Não fui eu que matei seu filho.
— Então por que ele foi para lá? — uma lágrima saia do rosto do pai — por que ele correu para salvar o subúrbio que vocês tanto visitavam?!
Yomi encurralou o príncipe inexpressivo contra parede, que permaneceu sem resposta até que o líder terminou seu desabafo:
— Nada me tira da cabeça, que meu filho ofereceu a vida a alguém que o jogou fora quando deixou de ser útil.
— Eu vou para Nokyokai com ou sem vocês — se afastou — Preciso parar Koji de qualquer jeito.
— Vai embora daqui, antes que as coisas piorem. Agora!
As mãos do príncipe amassaram o mapa até criar uma bola de papel, que foi jogada de lado na sua saída. Deixando a casa, ele reparou em Tetsuhi, recostado nas paredes.
— Molecote, você está bem?
Em silêncio, ele continuou andando até seu cavalo amarrado nos estábulos próximo dali.
— Deixa o Yomi, ele está de luto, todo mundo perde a cabeça assim.
Observou o garoto montando o cavalo, terminando de ignorar completamente o ferreiro que complementou:
— E outra, se acha que ele não vai mudar de ideia, fica tranquilo que tem muita gente aqui do teu lado. Olha tudo que você fez! É só chamar, que a gente aparece.
Estalando as rédeas, Suzaki cruzou o portão e se pôs a caminho de Nokyokai.
Ilustradora: Joy (Instagram).
Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.