Nisōiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 8

Capítulo 61: Ecos do Abismo

A ponte levadiça do palácio imperial desceu mais uma vez, dias após a última visita de Suzaki. Chegando no pátio, da carroça desceram Koji e Tadashi às pressas. Quando entraram nos corredores, os servos partiram para saudá-los:

— Imperador, seja bem vindo…

— Saiam da minha frente — Koji empurrava seus empregados — Quem esteve aqui? Era possível ver a fumaça de longe!

Atingindo o jardim dos fundos, tudo que Koji e seu general encontraram foi uma brasa tímida, descansando sobre uma pilha enorme de escombros sobre um buraco aberto. Com a cabeça baixa, o criado narrava o que havia acontecido.

— Um trovão caiu sobre nós. Destruiu toda a forja e as armas produzidas na última semana. Tudo ocorreu depois da fuga de Tetsuhi.

— Como é?! — Koji crescia os olhos.

— O Heishi celestial o raptou  — o servo então se voltou para Tadashi — além disso, encontramos Doku desacordado na biblioteca, foi a primeira testemunha de Suzaki Sora quando… 

De repente, Koji pegou o servo por suas roupas e o jogou cambaleando para longe.

— Eu já ouvi o bastante! — gritava — Como deixam isso acontecer?! Um palácio inteiro contra uma mísera criança. Ele literalmente veio até nós e o deixamos fugir!

— Ele está bem mais forte do que pensei — comentou Tadashi levando a mão ao queixo — já não é mais só uma criança, Heishis comuns não são páreos para ele. 

— E pelo visto você também não foi, mesmo general, é uma piada! 

— Se me permite, alteza, Doku pode ter informações importantes sobre seu filho — sugeriu Tadashi.

— Não quero informações, quero Suzaki! Você e todos os outros Heishis desse palácio, desse Império, não vão descansar, dormir ou colocar os pé nesse lugar sem o meu filho — puxou a cabeça de Tadashi, e sussurrou ao pé do ouvido — Tem sorte de ter permitido a sua união com aquela mulher, não abuse dela.

Enquanto Koji retornava ao interior do palácio, Tadashi permaneceu admirando a destruição do jardim, apertando seus punhos, debaixo da chuva que se iniciava.

Vagando pelas montanhas a cavalo, Suzaki e o ferreiro raptado rumavam para o esconderijo dos Tsuki, quando decidiram passar a noite outra madrugada a salvo das tempestades. Debaixo da copa das árvores, a mente do príncipe era levada por uma lembrança:

— Eu prometo que vou continuar lutando para que as cores possam conviver em paz! — dizia um jovem Yanaho, estendendo seu punho ao centro da roda.

— Sim! Já havia prometido isso mesmo, então eu tô dentro! — correspondeu Mitensai, repetindo o gesto.

— Que besteira. Temos coisas mais importantes para fazer — desprezou Yasukasa, dando as costas para os demais.

Naquela época, o jovem príncipe hesitou por um instante, antes de unir seu punho ao dos outros dois amigos. Despertando do transe, suas palavras ecoaram pela cabeça.

— Eu prometo também.

De manhã, Suzaki e Tetsuhi retornaram ao acampamento Tsuki às margens do vale. Atravessando as torres de vigia e cruzando o portão retrátil de madeira, muitos dos guardas em volta se impressionaram com o que viam.

O príncipe trazia o ferreiro ao seu lado com as mãos livres até a porta da casa de Yomi, onde ele, o resto dos líderes Tsuki e Ryo, que sorria com a chegada do companheiro.

— Eu o trouxe. Agora, nosso acordo — disse Suzaki, entregando o homem.

— Com você realmente não existe conversa fiada — disse Yomi indo em direção ao ferreiro — por que não está amarrado? 

— E pensa que eu queria ficar por lá? Vocês me libertaram — alegou Tetsuhi.

— Essas cicatrizes — questionava Yomi, reparando numa queimadura no peito que se prolongava até o pescoço do ferreiro — Torturaram você?

— Isso aqui foi a minha primeira experiência com aquele metal brilhante que vocês chamam de fulgur. Não sabia o que acontecia quando esquentava, acabei aprendendo da pior maneira. E agora, o Império quer que eu repita o mesmo erro para fazer armas para eles.

— Tetsuhi na verdade me ajudou na fuga — se aproximou o príncipe — As armas que está construindo são instáveis ao calor e ao iro, diferente da minha, por ser feita de aço ao invés de cobre. O Império está pouco interessado na qualidade, e quer apenas quantidade. Destruímos a produção deles no palácio, porém estão estocando o resto há muito tempo.

Terminando de falar, Suzaki foi até a mesa no centro da sala, onde haviam dois mapas sobrepostos, pressionou um contra o outro e apontou para a Floresta Hercínia, bem na fronteira entre Ao e Midori.

— Eu vi antes de abandonar o palácio — continuou ele — Só podem estar acumulando o excedente aqui, para uma invasão futura. 

— Então esse é o nosso objetivo maior. Espero que nosso convidado já saiba o motivo de estar aqui — disse Yomi colocando a mão no ombro do ferreiro.

— Essa será uma escolha dele — insistiu Suzaki, olhando para Tetsuhi.

— É como te disse, molecote: eu sou bom nisso e não quero parar. E olha pelo lado bom, sem fulgur.

— Agora, nos dê licença, Heishi Celestial — Yomi conduzia o Sora até a saída — tenho certeza que você tem uma investigação para terminar.

A intromissão fez o príncipe trocar olhares com o Yomi, depois para o ferreiro, que ergueu as mãos num gesto de calma. Que o tranquilizou para que seguisse seu rumo até o lado de fora. 

Lá seu companheiro caolho esperava por ele, batendo os dedos contra sua coxa desenfreadamente até que o viu:

— Ei, Suzaki, não vai falar comigo?

— O que quer de mim? — continuava em frente, porém Ryo vinha logo atrás. 

— Você não vai acreditar no que descobri com as cartas — disse com um sorriso no rosto.

— Foi na Kyoko sem minha permissão? — se virou para ele, aumentando o tom da voz — O que fazia por lá?

— Calma, eu só peguei as cartas e transcrevi algumas coisas — puxou alguns papéis do bolso — Não havia outra forma de continuar a investigação sem… — era interrompido por Suzaki que o pegou pelas vestes. 

— O que estava fazendo lá de verdade? Não havia dado por encerrada a investigação?

— Eu já disse — se soltou dos braços — Levaria dias, mas pude traduzir algumas das cartas pelas minhas habilidades sensoriais. Sério, vai gostar disso aqui — dentre as folhas, ele puxou uma dobrada quatro vezes — Uma das cartas era sobre um lugar. Um abrigo para crianças.

Desdobrando, Suzaki encontrou um mapa desenhado na folha, com uma rota para uma cidade nos arredores de Yoroniwa, enquanto Ryo terminava sua explicação.

— Fica próximo da cidade de Asami. Pode ir, não vou mais ficar no seu caminho — deu as costas.

— Espera — chamou pelo Tsuki, que parou imediatamente, sorrindo — Fui para a capital porque descobri que Tadashi podia estar envolvido com Asami de alguma forma — fechava o mapa colocando sob as vestes — Sinto que estou próximo da verdade, mas até agora nem sei se este filho nasceu mesmo. É como… correr atrás do vento. 

— Isso explica o motivo dele aparecer em Yoroniwa, já que eu não vi nada sobre ele nas cartas — se virou, respondendo — Suzaki, ainda que conseguíssemos a resposta, já acho que nada disso vai prejudicar o Koji em seu cargo — se aproximou do príncipe, colocando a mão em seu ombro — mas você já chegou até aqui, então se você descobrir algo conversamos. Senão, melhor desistir.

— Entendi, até logo, Ryo — se despedia enquanto os dois davam as costas um para o outro.

Apoiada nas montanhas, de frente para o sol da manhã, uma pequena cidade aparecia na visão de Suzaki, que já cavalgava naquela direção fazia horas.

Não havia castelos erguidos por cima do terreno, muito menos grandes muralhas para protegê-los dos ventos e chuvas da temporada. Entretanto, a maioria das casas eram de pedra, e tinham fundações profundas, até mesmo as abandonadas pelo tempo.

Chegando numa delas, Suzaki estudou seu mapa uma última vez antes de amarrar seu cavalo de frente a um casarão, cercado por outros mausoléus igualmente desertos. O lugar tinha as paredes descascadas e telhas que gemiam ao menor sopro do vento. 

Quando ergueu a cabeça para olhar ao seu redor, reparou nos Heishis da rua se afastando assim que o viam.

“As notícias do que se passou na capital correram rápido. É a primeira cidade que ninguém tentou nada”, pensou Suzaki, batendo na porta.

Após um leve solavanco vindo da maçaneta, a porta se abriu. Na frente dele, uma mulher de meia de idade, com cabelos amarrados e castanhos, já com raízes brancas. Suas roupas estavam amassadas e as mangas puxadas para exibir seus braços que seguravam uma criança pequena.

— Com licença — Suzaki tirava seu capuz — Esse lugar abriga crianças?

A criança puxava o colarinho da camisa da sua guardiã, que naquele momento só tinha olhos para o rapaz bem na sua frente. Ela estudou seu rosto e admirou seus olhos um segundo a mais antes de responder com outra pergunta:

— Você é um pai? 

— Não, mas estou em busca de uma criança.

— Será que pode esperar eu colocar essa aqui para dormir? — exibiu o bebê em seu colo — Pode entrar se quiser. Só tome cuidado. Eu me chamo Aika.

— Suzaki — se apresentou, na medida que entrava.

Por onde seus olhos vagavam, haviam crianças, seja correndo entre as portas, descendo as escadas ou ainda no chão. A mulher, contudo, vagava por aquele mar infantil, com extrema velocidade, sabia exatamente onde pisar.

O príncipe seguiu a dona para um dos quartos, onde a viu colocar o bebê em seus braços num berço com cuidado. Fazendo um gesto de silêncio para Suzaki, ela pegou um caderno grosso na cabeceira de um berço vazio e entregou ao jovem.

— Essa é a lista de todas as crianças daqui — afirmou, correndo até a cozinha — Não consegui pensar em nomes para todas elas, mas tem as datas de aniversário do lado se isso te ajuda.

— Viu todos eles nascerem? — comentou Suzaki, abrindo o caderno.

— Alguns, mas a maioria é só a data de quando chegaram aqui. Apesar de eu ser parteira, só ajudei a parir dois deles. O restante foram deixados na porta ou encontrei na rua.

Na medida em que o convidado lia as páginas, a mulher despejava a comida em três caçarolas menores de argila, entregando duas delas a um par de meninos. Juntos, eles distribuíam os pratos e serviam as outras crianças.

— Quanto tempo faz isso sozinha? — perguntou Suzaki — Ninguém nunca veio ajudar?

— A melhor ajuda que poderiam fazer é levar essas crianças para algum lugar decente. Mas tudo que fazem é me dar mais trabalho.

— Esses seus… filhos — dizia Suzaki, reparando nos ajudantes — São os mais velhos que tem?

— A maioria vai embora quando sobrevive tanto tempo. Até mesmo eles já tem planos de ganhar a vida depois que as tempestades passarem. Por quê?

— Estou procurando o filho de uma mulher que talvez tenha deixado aqui — folheou o caderno de novo, reparando em uma terceira coluna, que nem sempre era preenchida — O que são essas segundas datas do lado dos aniversários?

— É a data de quando foram embora. Sobre essa mulher, você tem um nome? 

— Asami. Era uma cortesã em Yoroniwa, perto daqui.

— Asami… — ela serviu um prato, depois levou a mão ao queixo — Me empresta esse caderno.

Ao entregá-lo, Suzaki a viu passar as páginas sem discriminação até a metade, onde apontou para uma linha escrita, com duas datas, e um nome escrito.

— Lembrei dele, chamei de Seiten — continuava apontando — Lá atrás, quando a mãe veio até mim, estava fraca e pálida. Ela me entregou o bebê e saiu correndo sem dizer nada e sumiu desde então. Pior que ela nem foi a única a fazer isso. Algumas nem mostram a cara.

— E como ele saiu daqui? — subiu o tom, olhando as datas de chegada e saída.

— Ele foi levado umas duas semanas depois. Uns homens de armadura apareceram e o pegaram na hora. Aquilo me assustou na época, a criança parecia ser bem importante — dizia ela, quando reparou no silêncio repentino do jovem — Meu filho, tá tudo bem?

Os olhos de Suzaki cresceram à vista de uma data no caderno. Suas mãos tremiam quando as tirou da página ao tempo que sentia um enorme aperto no peito. Foi então que pelas costas dos dois, pela janela, um homem saltou para dentro agarrando o viajante. 

O susto arrancou um suspiro da dona, ao passo que o garoto era arrastado pelas paredes do casarão, terminando num quarto cheio de crianças menores.

Caído e com a visão turva, ao som do choro das crianças, Suzaki ainda buscava fazer sentido do que se passava. O homem na sua frente tinha garras nas mãos, que escorriam um líquido viscoso e preto. De imediato, Suzaki reparou na sua coxa, que estava sangrando.

— Sua guarda completamente baixa poderia ter te matado — vestiu uma luva com garras em ambas as mãos — devo admitir que esperava mais do moleque observado pelo líder.

— Você… é Midori? — perguntou, se colocando de pé — por que veio de tão longe?

— Sou apenas um caçador de recompensas, pouco importa de onde venho! — respondeu, investindo contra Suzaki.

As três garras de Kemono terminaram presas entre as duas foices do filho de Koji.

— Deixe as crianças fora disso, vamos sair! — disputava espaço.

— Por que você não me tira daqui? Me mostre do que você é capaz! — provocou, sendo afastado com um chute.

— Saiam daqui — gritava Suzaki para as crianças, recolhidas nas paredes — Procurem sua mãe!

Kemono ignorou seu adversário e correu na direção das crianças que debandaram da sala. Reagindo, Suzaki arremessou uma de suas foices bem no pescoço do invasor, que ergueu o punho para bloquear, mas o impacto ricocheteou a arma de volta para o príncipe, que já corria para confrontá-lo. 

As fracas paredes da casa não resistiram a um chute no flanco desferido por Suzaki, que atravessou o Midori pela mobília, terminando no corredor.

— Cadê aquela sua arma maior? De perto, você é bom, mas não tanto, principalmente com o iro enfraquecido.

— Como você… — Suzaki tentava se concentrar, porém sentia seu corpo anestesiado.

Antes que pudesse completar sua pergunta, o Midori deslizou seu punho pelas foices adversárias, abrindo sua defesa. Com o outro braço, suas garras rasparam a testa de Suzaki, que recuou no último instante, embora com um corte escorrendo sangue em seus olhos.

Passando a mão na ferida, o jovem reparou no líquido preto que as garras destilaram nele. “Seiva da noite?!”

— Vocês azuis são pouco criativos — limpou o sangue das suas garras — Usar um anestésico para proteger os olhinhos de uma pedra brilhante? Pouco contato com a pele é uma coisa, agora no sangue as coisas ficam mais desagradáveis.

As crianças fugiam bem atrás de Suzaki. O andar já parecia vazio, mas ele ainda podia ouvir os gritos de ordem de Aika no andar de baixo. 

— Alguém como você não passa despercebido pelos Heishis — concluía Suzaki — Está aqui a mando de um nobre.

— Menos conversa, mais ação — avançou, rasgando a parede com suas garras.

Cortando o ar com seu punho, o ataque de Kemono foi agachado pelo seu oponente, que respondeu subindo a ponta da sua foice, riscando o queixo do Midori. Com a outra foice, enganchou sua túnica e o arremessou na cozinha ao lado.

— Por que aceitar dinheiro da corte? Sabe o que eles querem fazer com os Midori?

Entrando na cozinha, Kemono estava fora da sua vista. Antes que Suzaki pudesse procurar mais, do teto, ele desceu rasgando suas costas e o chutando pela janela. Usando suas foices, ele se prendeu nas paredes. O Midori fez o mesmo. 

— Dinheiro da corte, dinheiro da gangue, o que importa? — dizia Kemono — Melhor deixar a política para quem se interessa. Eu tenho mais o que fazer.

Com a luz do dia, Suzaki espiou por baixo da túnica de seu oponente, visualizando a máscara de madeira pendurada na cintura de Kemono. Trincando os dentes, o jovem tomou impulso e escalou até o Midori, que tentou manter distância. 

Fechando a palma da sua mão direita, Kemono ativou um mecanismo na sua luva que atirou as três garras até o príncipe. 

Suzaki pouco se importou, deixando as lâminas perfurarem seu braço, que ergueu para proteção, enquanto avançava. 

“Preciso sentir a dor, focar nela. Um pouco mais de tempo, e vou poder sentir meu iro”, pensava Suzaki.

Mesmo sangrando, o príncipe obrigou o Midori a recuar da fachada para o teto onde podiam ficar de pé sem suas armas.

— Mal te acertei e ainda não consegue usar sua energia? Eu te dei muito crédito mesmo — disse Kemono, puxando três lâminas do bolso para recarregar sua luva direita.

Assim que investiram um contra o outro novamente, Suzaki criou uma onda de energia, que ergueu as telhas, enfraquecendo o chão onde o Midori pisava. Seu iro criou uma bolha ao seu redor, que suspendeu Kemono do chão.

Sem equilíbrio, o caçador de recompensas atirou suas garras, mas o campo elétrico repeliu suas lâminas. Indefeso, ele observou Suzaki cravar suas foices, uma na sua barriga e outra na máscara de madeira na sua cintura. Arrastando-o pelo telhado, o filho de Koji pulou de uma casa para outra e bateu seu oponente de costas contra seu telhado com força.

— Seu líder é o Seth, certo? — exibiu a máscara, olhando para o caçador deitado — diga a ele que da próxima vez, vou entregar seus homens para o Koji. E acredite ele não será tão piedoso quanto eu — disse Suzaki, liberando sua energia pelas telhas.

O teto abaixo deles cedeu, precipitando Kemono para o nível da rua, com Suzaki ainda em cima dele. Saindo de cima, o jovem ainda deu um último chute em seu rosto. 

— Você é forte — gargalhou Kemono — mas não sabe de nada.

Virando as costas, ele percebeu que a casa estava abandonada. No entanto, quando voltou seu olhar para Kemono, ele já havia partido.

“Então ele estava trabalhando para um nobre. Quem teria dinheiro e contatos para contratar um estrangeiro? Pior, um fantasma do Seth?”, pensou Suzaki.

Quando a senhora da casa se aproximava, com as crianças sã e salvas, arrancando um suspiro de alivio do príncipe que sentia sua perna arder. 

Os domínios do marquês do Vale do trovão, entre as montanhas mais altas estavam inquietos. Na vila ao interior de seus muros, os moradores seguiam suas vidas mundanas. Em meio a neblina que os alcançavam naquela noite, três nobres desembarcavam no local.

— Toda essa viagem pra ter que olhar pra aquele afeminado escroto — se cobria com vestes longas — e ainda tem esse frio — completou Dohada. 

— Aotaka é fundamental para encontrarmos Suzaki — respondeu Tadashi, tomando á frente enquanto eram escoltados — e por um fim nisso tudo, não é? — olhou para o homem ao lado — Daisuke?

 


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.

   



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