Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 8

Capítulo 60: Antes da Guerra

No interior de uma casa estreita e úmida, revestida em madeira, com paredes irregulares, uma criança numa cama de palha clamava pelo seu pai, que sentiu sua fria mão na testa quente dela.

— Está queimando, e ele não para de suar — percebia a palma da mão molhada. 

— Não se preocupe Masao, o remédio que conseguiu do palácio deve fazer efeito logo — se aproximou uma mulher, com um bebê no colo. 

— Queria poder sair desse desespero — colocava sua boina — falta tão pouco para nos deixarem ficar no palácio. Desde aquela guerra, fomos forçados para fora para acomodar os outros nobres, mas…

— Já devíamos ser gratos por eles deixarem você trabalhar lá — dizia a mulher acompanhando o homem até a porta — Muitos não têm essa sorte.

— Eu sei, eu sei, mas estamos tão perto. Se o Imperador for bem-sucedido na invasão, haverá espaço não só para nós, mas para outros trabalhadores. As coisas voltarão a ser como antes.

Por cima da telha esburacada, Suzaki observava seu antigo criado abraçar sua esposa e filho. Escondido por debaixo da suas roupas, Masao carregava uma chave de ferro, que ressoava a cada passo seu pelas ruas enlameadas do lugarejo, em direção ao palácio.

Ele correu pelas barracas, fazendo seu caminho para o precipício onde a ponte descia, conectando os dois picos. Contudo, ele tomou um caminho estreito pelos lados, uma ponte de pedra, ligando os dois lados discretamente. 

“Dividir o espaço com os servos nunca foi do agrado da corte. Eu nunca entendi como você e os outros apareciam do nada dentro do castelo, até que me deparei com essa ponte quando era criança. Desde então observava você chegar, Masao”, pensou o príncipe.

Seguindo à distância, o jovem avistou um portão de ferro escondido por entre as rochas. Somente o ato de destrancá-lo por parte do criado, fazia o metal ranger, ecoando pelo precipício abaixo. Suzaki esperou alguns minutos do lado de fora, escondido entre as pedras, antes de se aproximar do portão.

“A corte não quer nem olhar para pessoas como vocês, por isso escondem até a sua entrada como uma doença”, puxou a foice para cortar as trancas. 

A passagem subterrânea levava a uma porta de madeira, recém trancada. Era a lateral de um dos prédios no castelo. Mais à direita, uma saída para o jardim dos fundos, onde mais pessoas trabalhavam no gramado.

Espiando pelas janelas, pôde ver a cozinha e os servos nela, entre eles, Masao passava às pressas. Portanto, Suzaki começou a escalar a lateral do lugar até o topo, de onde acompanhou seu antigo criado que já saía cruzando o pátio interno.

“Koji te despreza, mas enxerga utilidade em um plebeu como você. Então me mostre no que ele te confiou se não tem mais a mim para vigiar”, refletia o seguindo até a murada interna, onde o Imperador vive. 

Escalando o paredão de pedra, Suzaki atingiu o topo, mantendo Masao à vista, entrando pelo salão principal. Pouco depois, pelas janelas, o príncipe podia vê-lo subindo as escadas para uma sala à esquerda. 

Circundando o prédio pelos muros, o filho de Koji encontrou o destino de seu criado. De frente para uma janela, ele podia ver uma pequena biblioteca, ocupada por um jovem distinto, que segurava um livro aberto nas mãos, de frente para uma prateleira com os livros tombados. 

— Eu estou bem, Masao. Não preciso de nada — disse, tomando conhecimento da chegada do servo.

— O imperador requisitou que lhe servisse depois da partida dele com seu pai, mestre Doku. 

— Acho que não consegue me ajudar a estudar — a resposta deixou Masao cabisbaixo — melhor ir lamber a bota de outros nobres desocupados, isso você sabe fazer bem. 

— Se precisar de alguma coisa, estarei à disposição — jogou as mãos para trás, se retirando. 

Discretamente, Suzaki já estava próximo da janela aberta. Vagarosamente, adentrou no recinto engatinhando por trás de onde o sujeito estava sentado. Tampando a boca de Doku, colocou sua foice sob o pescoço do garoto.

— Aqui é um lugar para fazer silêncio. Se você gritar as coisas não vão acabar bem — sussurrava, girando sua arma  — quando soltar sua boca, vamos conversar sem desespero.

Ao mesmo tempo que os olhos do jovem tentavam alcançar quem era, ele balançava a cabeça para cima e para baixo. Lentamente o príncipe tirava a mão, contornando a vítima que arregalou os olhos: 

— É você, Suzaki Sora? Você finalmente voltou?! 

— Eu pergunto, você responde. Sua mãe, conhece ela. Em algum momento já passou pela sua cabeça a possibilidade de ser um bastardo?

— O que está sugerindo? — recolheu-se para uma cadeira perto da estante.

— Estou sugerindo que seu pai possa ter tido outras parceiras além da sua mãe. 

— Claro que não, meu pai nunca faria isso — abria um sorriso. 

— Tadashi é um general Heishi, você sabe bem o que isso significa para outras mulheres, principalmente do ramo da baronesa.

— Você perguntou se eu sei sobre algo — deu de ombros — Para ter vindo de tão longe, tem que ter uma prova mais convincente que essa.

— Dentro do bordel de sua mãe, descobri que Tadashi teve um caso com uma das cortesãs na qual sua mãe ajudou a caçar — a expressão risonha de Doku, mudou bruscamente — Pessoas como seu pai, fariam de tudo para proteger a reputação depois de um filho bastardo.

— Então você não conhece a minha mãe. A baronesa Dohana, criando um filho que não é dela?

— Nessa situação seria aceitar ou voltar a viver na miséria. 

— Mas essa condição ainda depende da corte — pegava o livro de volta — se eu não fosse filho dela, por que a corte concedeu títulos a ela e ao meu pai? Não faz sentido. 

— Muitas coisas perderam sentido para mim — contornava a sala. 

— O que não tem sentido é o seu sumiço — se levantou Doku — Suzaki, eu sei que tem os seus problemas com seu pai, mas estamos tão perto de retomar o que é nosso. Se tivermos seu apoio, as coisas voltarão a ser como antes. 

— Doku, nem você nem eu vivemos esse “antes”. Diferente de você, eu vi o depois dos Midori em minhas viagens. Aquilo realmente fez algum sentido? Guerras só geram mais guerras!

— Reconhece isso? — dizia Doku, mostrou a capa do livro — Não vivemos o “antes”, mas estudamos sobre a “Guerra do Sangue”. Parece que tudo se repete. Investimos nos Midori, eles e os Kiiro se voltaram contra nós. Depois em você, terminaram traídos também. Mas se você voltar, as coisas podem ser diferentes, eu vi com meus próprios olhos você derrotando meu pai com quase minha idade!

— É por gente como você que nos colocamos nessa situação — entrelaçou seu braço com o pescoço do garoto — Eu vou evitar essa guerra a qualquer custo — apertou o pescoço de Doku até que não restasse consciência. 

 

Abandonando a biblioteca com o corpo de Doku desmaiado, Suzaki voltou para os telhados, por onde cruzou o palácio até os fundos, nos jardins internos. Nos seus limites, havia uma porta de madeira, fechada por correntes e cadeado, os quais ele arrancou com sua arma, entrando nas profundezas do terreno. 

As paredes já aqueciam os dedos de Suzaki ao menor toque. Ao fundo era possível ouvir o barulho de ferro batendo em ferro, foles contraindo e relaxando, e da fornalha abrindo. Ao nível dos pés, haviam pequenas grades, de onde era possível ver o que se passava logo abaixo, onde ficavam as forjas. 

“A menos que não haja lugar melhor disponível, ninguém suportaria ficar muito tempo aqui” pensou Suzaki, trazendo na memória um dia de sua infância.

Era um dia de muita neve, o bastante para encobrir o jardim. Enquanto vagava por lá, coberto de cachecol, casaco e luvas de lã, o pequeno príncipe encontrou a passagem para a forja escancarada. O vento assobiava pelas passagens, porém facilmente perdia seu poder na medida em que o garotinho chegava mais perto da forja e seu barulho ensurdecedor.

Foi quando ele viu, escorado em uma das saídas de ar da fornalha, se aquecendo das brasas que saltavam dali, seu irmão. Coberto de fuligem, embora ainda tremendo enquanto dormia.

— Satoru? — sussurrou Suzaki, chegando perto, soltando uma de suas vestes para cobri-lo. 

Quando respirou a fornalha soprou mais fumaça negra, provocando uma tosse bem no rosto do irmão. O gesto despertava Satoru que reagiu empurrando o irmão mais novo com força, que caiu sentado. 

— Me deixe em paz! — seu grito ecoava pelo corredor — não preciso de nada vindo de você! 

— Me desculpe — respondeu Suzaki, segurando o soluço e estendendo o agasalho com o irmão. 

— Não ouviu o que eu disse? — ele gritava, apontando o dedo para a saída — Fora!

As lágrimas escorreram pela bochecha do pequeno Suzaki, que saiu correndo por poucos segundos. 

O mesmo príncipe agora mais velho estava prestes a abrir a porta da mesma forma, descendo outro lance de escadas Suzaki concluía: 

“Meu irmão sempre foi mais uma vítima de Koji. Deve ser por isso que sempre me odiou, mas ainda assim me pergunto onde ele poderia estar. Se eu tivesse entendido isso antes, poderíamos estar juntos, tentando mudar as coisas agora ”, abriu a porta.

O vapor quente e a fumaça explodiram para dentro das suas narinas e o barulho do martelo castigando o metal ficando ainda maior. Diante dele, estava um sujeito sem cabelo, vestindo um avental de couro por cima de uma camisa preta de tantas manchas, puxando do ardente forno uma barra incandescente para martelar.

— Eu já falei trocentas vezes — ele gritava e tossia a cada golpe — Sem aço, sem estabilidade. Se o melhor que vocês podem é me dar cobre e prata, o melhor que eu posso fazer é isso aqui! — arremessou a barra incandescente aos pés de Suzaki — Se tá com pressa pega logo e fura alguém com isso. Melhor, fura a própria garganta!

— Está me confundindo com outra pessoa — respondeu Suzaki, subindo a voz para ser ouvido.

— Eu sei quem você é — andou para pegar a barra de cobre e deu uma boa olhada no jovem, tossindo fuligem no chão — Mais um que o manda-chuva mandou para me apressar, um molecote que nem você.

— Se o trabalho está tão difícil… — tentou falar, mas foi interrompido.

— Difícil — ria entre as tosses, dobrando a barra com seu martelo — Eles me arrastaram de volta para cá para fazer o impossível! “Sem desculpas, Tetsuhi!”, eles me dizem. Como se tivesse sobrado alguma para dar.

— Eu posso te dar uma desculpa que você ainda não usou antes — dizia Suzaki, também tossindo com a fumaça — Uma fuga.

— O manda-chuva ficou bonzinho? Conta outra.

— Eu nunca disse que estava aqui em nome de Koji — segurou a mão de Tetsuhi que erguia o martelo — Vim para que nunca mais produza armas para ele ou mais ninguém.

— Ora essa, eu não faço armas, faço arte — recuou o braço — Eu sou bom nisso e não quero parar. O problema é desperdiçar meus talentos em lixo. Lixo nunca vira ouro, por mais que você tente.

— Isso é sobre cobre e prata com fulgur? Elas tornam a liga instável com o calor? 

— É mais do que isso, mas é isso também — tossiu — O que você tá planejando, molecote? 

— Os Heishis ainda vão passar para coletar o que produziu aqui. Antes que ele cheguem, me diga tudo que sabe.

— Tetsuhi, vamos sair agora! Cadê o carregamento? — Heishis batiam na porta do lado de fora horas depois.

Ao lado do forno, apertando as fivelas e as tiras de couro da armadura, Tetsuhi dava uma última olhada em Suzaki, que estava revestido da cabeça ao pescoço.

— E aí molecote, pelo seu tamanho nunca usou uma dessas — entregou o capacete para Suzaki.

— Já usei de tudo um pouco — virou a cabeça, vendo o forno aberto, com várias espadas amontoadas dentro — Nossa armadilha está pronta?

— Leva um tempo até estourar tudo. Mas como pretende andar nessa montanha de metal?

— Eu tenho meus meios — disse Suzaki, vestindo o capacete.

Os Heishis martelaram a porta novamente, exceto que dessa vez ela saltou da parede, arrastando eles pelo corredor. Saindo pela porta, a armadura de Suzaki reluzia com o fogo, como se estivesse incandescente. Os guardas do palácio, saíram debaixo da porta chutada pelo príncipe para atacá-lo, porém ele puxou uma espada longa e quente, que ao bater com suas lâminas, os metais explodiram em vários pedaços. 

Os estilhaços perfuraram os membros superiores da guarda imperial, que caíram para os lados com um soco de Suzaki. Com um gesto das mãos, ele chamou Tetsuhi para perto de si, recebendo uma nova espada em troca. 

— Só posso carregar mais duas dessas — avisou Tetsuhi, que ao encostar nas costas da armadura de Suzaki, queimou os dedos — Ai, como você tá fazendo isso?

— Perguntou como eu me moveria dentro disso. É meu iro, também é através dele que o fulgur esquenta na armadura. 

— Você vai assar aí dentro, gênio. Como vamos sair daqui assim?

Descartando a provocação, Suzaki seguiu em frente.

“Com esse peso, não posso escalar os prédios. Sou obrigado a fazer fila com os Heishis até a saída lateral”, pensou ele, vendo uma horda se aproximando. “Preciso me distanciar para bomba fazer efeito.”

Jogando seu corpo para frente, o invasor foi golpeado no capacete pela espada de um Heishi, mas permaneceu imóvel. Os outros correram para as costas de Suzaki, buscando o ferreiro, quando pegando um deles, o filho de Koji o balançou pelo ar, acertando cada um em um único giro.

Puxando sua nova espada, Suzaki carregou seu iro nela e a arremessou contra os inimigos que sobraram. Durante a trajetória, ela estourou, criando uma reação em cadeia que também eclodiu nas próprias espadas do pelotão.

A dupla fez todo o caminho de volta para o pátio exterior, próximo da ravina por onde Suzaki havia entrado. Rodeado por mais homens, ele arremessou seu capacete para o lado, depois rasgou as placas de metal do peito, fazendo o mesmo e por último chutou suas grevas e esporas para o outro. Cada peça, um brilho incandescente que arremessou inúmeros homens através de janelas, paredes e estátuas. 

Cruzando o pátio arrasado, eles desceram pela passagem lateral. Cruzando o pequeno portão de ferro, Suzaki se despiu do restante da armadura de seus braços e arremessou na saída. A explosão das placas fechou a entrada com pedras e entulho.

Chegando do outro lado, eles podiam ver os Heishis nas muralhas, chamando pelos que restaram para persegui-los.

— Eles não vão parar — dizia Tetsuhi — A gente saiu muito rápido, leva tempo até o calor da forja explodir aquele fulgur todo. 

— Tenho um cavalo por perto — avisou Suzaki, puxando o ferreiro consigo sem olhar para trás.

Com o som da ponte levadiça baixando, os moradores da pequena vila já se encolhiam nas suas casas temendo pelo pior, ao passo que Suzaki já encontrava seu cavalo amarrado onde deixara quando chegou, nos arredores da pequena vila.

— Aquilo que você fez com a armadura me fez até ter orgulho daquelas armas horríveis — disse Tetsuhi, subindo no cavalo.

— Não existe equipamento ruim, apenas lutadores limitados — bateu as rédeas, Suzaki.

— Conversa de quem nunca viu uma obra de arte — dizia Tetsuri, entre tosses — Eu já cheguei a colocar minhas mãos num aço de qualidade com o fulgur. O imperador vivia falando que com esse metal, era possível controlar tempestades. Loucura, mas me deixa ser um pouco arrogante e dizer que fiz meu melhor trabalho daquela fez. Ficou lindo.

— E como era essa arma? 

— Uma espada de duas pontas, folheada a ouro. 

No meio do caminho, Suzaki parou na saída da vila, com vista para o palácio e inspirou fundo.

— A gente tem que ir agora, molecote. Quer ter esses caras perseguindo a gente para cima e para baixo?

As nuvens escuras daquela tarde tempestuosa se aglomeraram ao redor do palácio. Um trovão forte ressoou pelos céus, quando um relâmpago desceu sobre a morada da corte, gerando um grande estrondo. Mesmo à distância, a chama e fumaça que brotaram da forja subterrânea como uma flecha de luz. 

— Você — balbuciou Tetsuhi, boquiaberto — A arma que eu fiz…

Antes que pudesse dizer uma só palavra, Suzaki desabou por cima de seu cavalo, suando frio, com sangue escorrendo por seu nariz. 

— Agora, acredita no que o Imperador disse? — respondeu, ofegante retomando as rédeas.

Abaixo das montanhas, um visitante se fazia notar assim que colocou os pés numa taverna. O falatório comum daquela noite, logo foi substituído por olhares desconfiados e sussurros assim que reconheceram o sujeito de peruca. 

O homem estava acompanhado por dois Heishis, embora seus olhos vagavam livremente pelas paredes de pedras e as máscaras de madeira penduradas nelas como decoração. Quando escolheu uma mesa para se sentar, foi a mais isolada, ao canto do salão, perto da janela.

— Não deveria estar aqui — uma voz surgiu de trás do visitante. 

— Tenha mais respeito — respondeu com a voz trêmula — sou o marquês do Vale do Trovão.

A revelação fez um dos homens cuspir na bota de Aotaka. Os Heishis imediatamente o encheram de socos e pontapés, espantando os demais clientes das mesas ao redor, exceto por um.

— A ovelha só vem para o abatedouro quando quer matar um semelhante — perguntava ele.

— Tenho negócios a tratar com Kemono, o caçador de recompensas — gesticulou para os Heishis deixá-lo sentar-se à mesa com ele.

O homem levantou suas longas vestes para se sentar, revelando uma máscara de madeira com presas na cintura. Por baixo de seu cabelo verde floresta, ele tinha um sorriso discreto, enquanto puxava do bolso interno da roupa, uma luva com garras, a qual se armou na frente de Aotaka, dizendo: 

— Sabe que podia me escrever. Qual a urgência? 

— Sem tempo para cartas — entregou um rascunho de autorretrato — Eu preciso que capture esse jovem: baixa estatura, pele clara e cabelo azul escuro — um dos Heishis colocou no chão dois sacos cheios de moedas — parte da recompensa é antecipada. 

— Isso tudo adiantado adiantado? — ria colocando uma das moedas sobre os dentes — Seus homens devem ter piorado demais para eu ser sua última esperança contra um garotinho.

— Este não é um garoto qualquer. Seu nome é Suzaki Sora, o Heishi Celestial — respondeu o marquês. 

Um largo sorriso se abriu no rosto do caçador, que passou suas garras em um dos sacos de dinheiro, transbordando-os de moedas, dizendo.

— Uma rodada para todo mundo aqui — todos da taverna gritaram de alegria, enquanto ele se voltava para Aotaka — Onde está minha permissão para pôr os pés no império? 

— Essa é uma certificação assinada por mim — entregou uma folha — É válida somente até que o negócio esteja feito. Depois disso não quero ver seu rosto nas minhas terras.

— Onde te encontro para coletar o resto do valor quando acabar? — inclinava o rosto para cima, revelando uma cicatriz na bochecha acima da sua barba


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.

   



Comentários