Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 8

Capítulo 56: Injustiça

Entre as árvores de outono, a população de Kagutsuchi desfrutava de mais um final de dia. A mesma paz, no entanto, não era experimentada pelos recém chegados ao território, com suas vestes brancas eram escoltados às pressas.

Uma equipe de Senshis esperavam ao redor do edifício do Senshi Supremo. A partir disso não demorou até que ouviram de dentro a palma da mão de um deles se chocar com uma mesa.

— Como assim Yanaho foi enviado?! 

— Se contenha, Onochi — disse seu irmão, o segurando. 

— Vocês viajaram e nos deixaram sem opções! — disse Ryoma levantando seu tom de voz — o garoto não só se prontificou a ir, como contribuiu para o problema mais do que vocês.

— Como é que é? — Questionou o Shiro mais novo. 

— Ser imune a técnicas Kuro por meio do controle da energia Shiro é uma novidade para mim. Podia ter sido ensinado aos nossos homens e não precisaríamos correr riscos com um mirim. 

— Você mais que todos aqui deve saber que a energia Shiro não é uma arma de guerra. Não transmitimos ensinamentos sagrados de nosso povo para qualquer um — explicou Imichi cruzando os braços. 

— Exceto que isso teria salvo mais vidas — insistiu Ryoma — Ancestralidade é um valor para nos guiar, não uma desculpa para omissão.

O Supremo e todos da sala interromperam sua conversa assim que a porta fora aberta por um rosto juvenil, de expressão abalada. Ajeitando sua franja ruiva, se aproximou se curvando, sendo apresentado pela autoridade: 

— Este é o Principal Kusonoki, eu o enviei a Kiiro para auxiliar na disputa.

— Como está Yanaho?! — se aproximou Onochi.

— Ele está bem… mas, o problema saiu do meu controle. Apesar de evacuarmos uma quantidade enorme de cidadãos, eles não tinham mais para onde ir já que as vilas foram completamente destruídas. Nossos esforços evitaram que a calamidade chegasse na capital, porém com um custo altíssimo: o Patriarca Osíris, acabou morto durante o conflito.

— Isso não podia ter acontecido — disse Imichi trocando olhares arregalados com o irmão. 

— Eu tentei impedi-lo de participar da luta, mas ele me enganou — o jovem abaixou a cabeça — Devia ter sido mais esperto. 

— A vida de um líder e nosso acordo de paz em risco. Esse foi o custo de suas ausências — disse Ryoma, trocando olhares com os dois. 

— Espera, mas onde está Yanaho então? — perguntou Onochi, se voltando novamente ao principal.

— O garoto acabou detido e agora está preso — respondeu o Supremo.

— Como assim?!

— Ele foi o único que restou na luta contra os Kuro, e pelo oque entendi fracassou em resolver o problema. 

— Eu irei resolver então — comentou Imichi, cruzando o principal, indo até a porta — irei para os Kiiro nos próximos dias. Vamos Onochi! — chamou seu irmão que logo o seguiu.

— Contanto que vocês não sumam de novo — finalizou Ryoma, enquanto molhava a ponta de uma pena com tinta. 

Entre os alicerces que sustentavam os corredores da mansão onde se encontrava o Senshi Supremo, Kusonoki seguia os irmãos Shiro logo após a saída. 

— Licença, mas precisam saber que não será tão simples. Enquanto estive lá nos últimos dias, tentei de tudo para livrar a vida do garoto. Mas sua prisão escalou para proporções maiores do que a própria batalha, virou uma resposta política. Com muito esforço consegui liberação para curar as feridas de Yanaho, mas eles estão irredutíveis e…

— Não se preocupe — sorriu Imichi, colocando a mão no ombro do jovem — já fez o bastante, não se cobre por algo que não te diz respeito, relaxe — finalizou deixando o principal que suspirava fundo. 

— Obrigado, Senshi — respondeu Onochi acompanhando o irmão.

Seguindo o caminho até o lado de fora, Onochi permanecia inquieto, com a respiração descontrolada, enquanto Imichi caminhava fitando seus olhos de forma retilínea. 

— Como pode estar calmo? O que vamos fazer? — perguntou o mais novo.

— Muita coisa, mas peço que você permaneça por aqui. Os Aka precisam que pelo menos um de nós fique próximo, eu irei trazer Yanaho de volta — tomou a frente, enquanto o irmão observava de trás — vá descansar e depois dou os próximos passos.  

Entre árvores frondosas, Onochi percebia o clima familiar ao tempo que se aproximava de algumas cercas. Reconhecia o som do riacho e sua correnteza atravessando os campos de cor verde, daquele dia, no qual o calor tímido do sol, tornava o local receptivo a qualquer criatura. 

Entre cercas, gados, relinchos e uma brisa, estava uma estrutura maior no centro. A cabeça baixa do dono da fazenda, quase deixou passar despercebido dos seus olhos, uma figura encapuzado ao oeste, observando a água percorrer seu caminho natural no lago.

— Quem é você? — se aproximou mantendo cautela. 

O visitante se virava retirando seu capuz, revelando seus cabelos azuis e olhos da mesma cor, despertando uma reação tranquila do Shiro, que reconhecia:

— Suzaki, o que faz…

— Precisamos conversar — interrompeu, indo em direção a casa na fazenda. 

— A quanto tempo está aqui me esperando? — questionou Onochi, enquanto subiam a rampa que levava a porta. 

— Alguns dias — respondeu brevemente, enquanto seu mestre abria a porta permitindo sua entrada — preciso de respostas. 

— Mas o que aconteceu? — oferecia uma cadeira para o aluno.

— Do que está falando? Eu estive nas vilas do deserto, eu quem devia perguntar isso! — se escorou na parede ao lado da porta — tudo lá está destruído. 

— Entendo — se sentava — eu e meu irmão saímos na pior hora possível, foi feita uma invasão Kuro naquelas vilas e não sabemos bem o motivo — levou uma das mãos à cabeça — chegamos atrasado. 

Suzaki imediatamente foi em sua direção colocando a mão em seus ombros: 

— Como pode dizer isso sem nenhum pesar?! Inocentes morreram! 

— Se acalme, eu não tive culpa. Como poderia saber que iria acontecer?! — colocou suas mãos sob os braços do jovem, o afastando aos poucos — estou tão preocupado quanto você, até porque Yanaho foi enviado para interceptar a invasão. 

— Yanaho? — se afastou arregalando os olhos. 

— Não se preocupe, ele está vivo, mas acabou sendo detido por algum tipo de desacato que ainda não entendi. 

— Tudo o que aconteceu, e agora isso de repente — levou as mãos aos cabelos azuis. 

— Precisamos nos acalmar, nada disso deve passar de um momento ruim. Imichi irá resgatar Yanaho, eventualmente iremos inspecionar com mais frequência os Kuro — se levantava indo em sua direção — Devemos nos apegar à esperança, e assim a ordem irá nos conduzir a resolução para um caminho de paz. Afinal, para tudo há um propósito, certo? — estendia a mão para o garoto que o encarava. 

Suzaki se reergueu retornando a expressão fria de antes, virou-se de costas surpreendendo Onochi que recolhia a mão.

— Naquelas vilas, eu conheci e fui ajudado por uma humilde e inocente família. Eles cuidavam de mim independente de quem eu era, com alimentos, abrigo, vestes e companhia. Quando me despedi deles, eles podiam pedir algo em troca, jóias, dinheiro ou algum serviço, mas… eles só me pediram para ficar mais um pouco.

— Não era pra ser assim — se afastou o Shiro.

— Eu quis acreditar… quis acreditar que iriam ficar bem sem mim — socou a parede de madeira — Tudo isso para eu voltar para o império, e perceber que são sempre os inocentes que sofrem esse tipo de coisa — se aproximou da porta de saída — Os responsáveis apenas assistem, brindam e vão dormir depois de só mais um dia de trabalho. Me diga Onochi, isso é justo?

— Claro que não — ia na direção do jovem. 

— Então qual o propósito em toda essa iniquidade? — girava a maçaneta.

— Posso não saber como te explicar isso agora — pegou no ombro do jovem — mas é para isso que precisamos se acalmar e continuar acreditando na ordem, buscando essa resposta juntos! — os dois passavam segundos em silêncio, ao tempo que o príncipe abria a porta. 

— Eu preciso ir — soltou a mão que segurava seu ombro, indo em direção ao seu cavalo. 

— Espera, Suzaki — disse ainda na porta — não me contou o que houve no retorno ao império. 

— Nada — respondeu montando em seu cavalo — Isso é problema meu — interrompeu estalando as rédeas, abandonando Onochi incrédulo. 

“O que está havendo com você, Suzaki?”, levava uma das mãos à testa. 

Naquele começo de tarde, o jovem príncipe cavalgava em velocidade, em direção ao leste do continente, onde estava sua nação natal. O animal perdia velocidade, ao tempo que em sua mente, Suzaki recordava do cheiro de madeira carbonizada sentido na visita do deserto.

Franzindo a testa, apertou as rédeas, às batendo com mais força, arrancando relinchos do cavalo que retomou a velocidade. Junto ao anoitecer, e com os tímidos chuviscos, o príncipe da corte se aproximava das montanhas. 

No sopé das estruturas erguidas pela natureza entre uma passagem discreta através das folhagens, enxergava uma caverna desavisada, sentindo a umidade presente junto a brisa suave que trazia o cheiro da vegetação.

Da entrada da caverna, surgia uma garota com olheiras profundas, pele pálida, junto a seus característicos cabelos vermelhos, que cobriam boa parte de suas costas. 

— Suzaki?! — estranhou Aiuchu.

— Por que está descoberta? — se aproximou da entrada — fique próxima da fogueira ou então ficará doente — completou Suzaki.

Ela o seguia para o centro da caverna, onde crepitava uma pequena chama, que alcançava os rostos dos dois com uma luz cálida e aconchegante. 

— Disse que iria demorar para voltar — se assentava ao lado do visitante — não faz nem dois dias, o que aconteceu? 

— A casa… não — fitava os olhos na fogueira, cerrando os punhos — a vila de Okada, foi varrida em chamas. 

— Mas como?!

— Não importa — se levantou com os ombros trêmulos — não tenho mais motivos para viajar, preciso resolver os problemas do império e depois do mundo — uma gota caía do alto, rente a sua face — não posso descansar. 

— Eu… sinto muito — colocava a mão no ombro de Suzaki, que relaxava — mesmo tendo sido mais frequente, você sabe que pode voltar aqui quando quiser. 

— Eu não sei se isso é bom ou ruim — disse, abrindo a palma da mão na qual uma gota d'água se espatifava — Koji acionou os principais nobres e membros da corte para me pegarem, está cada vez mais difícil se esconder enquanto mantenho as investigações. 

— Sei que isso tudo deve ser importante para você, mas se está tão cansado, já pensou em fugir? 

— Não fale besteira Aiuchu — se desprendia da mão — isso não é só sobre mim, diferente de você aqui — seguia até a entrada, observando o sereno do fim da tarde — se insiste tanto em eu ir embora, por que você não… 

— Eu já fugi — interrompeu, voltando-se para a fogueira — isso é tudo que precisa saber. 

— Certo — notava o gesto introvertido da garota — preciso ver como estão se virando por lá — respirou fundo, dando um passo para fora. 

— Vai voltar, né? — a pergunta ecoou pela caverna, alcançando os ouvidos do príncipe que encarava a chuva caindo sob sua face.  

— Sim — respondeu, indo em direção ao seu veículo. 

Cavalgando novamente pelas montanhas, notava as nuvens carregadas ressoando trovões que estremeciam a terra. Suzaki driblava um declive da terra pesada pela chuva que apertava. 

Por meio de uma estrada, onde o animal só conseguia caminhar, o caminho se abria entre as matas de frente para um vale, com uma pequena cidade esperando no final da descida. Dos arbustos, um rosto familiar fazia o jovem príncipe puxar as rédeas: 

— Valeu a pena esperar por você, sempre vem por esse caminho. 

— Espero que seja a primeira e última vez que me espera aqui — reparava nas vestes bordadas com uma lua minguante e o tapa olho no rosto do sujeito — qual a urgência, Ryo?

— Os Heishis estão por aqui — estendeu a mão sendo puxado por Suzaki. 

Com o Tsuki na montaria, o príncipe estalou as rédeas, galopando ferozmente vale abaixo.

— Eu não esperava que eles chegariam tão rapidamente aqui, por que sua família não os impediu?

— Somos muito poucos agora. Os Tsuki estão sendo banidos do palácio e depostos de seus ofícios. A pressão de Koji atrás de você tem piorado as coisas.

— E minha repentina viagem deve ter deixado seus parentes mais impacientes ainda — disse encarando passageiro nas costas.  

— Não é nada pessoal, posso manter segredo do que você faz lá fora. O problema é que eles não param de perguntar. 

— Nem ao menos sabe o que faço para manter segredo — retrucou — Vamos nos preocupar em resolver o problema nas nossas mãos primeiro.

— Tem razão — acenou Ryo, olhando ao redor — Eles esperam pelo seu sinal lá embaixo. Assim que agir, você vai ter apoio.

Ao final da estrada, o lugarejo descansando entre o mar de montanhas ao redor era infestado por Heishis, portando uma armadura de prata e espadas negras. Vagando em pequenos bandos, o líder de cada grupo puxava uma corda que conduzia uma fila de prisioneiros amarrados por ela, entre adultos e adolescentes.

Os soldados chutavam as portas das casas, tomando qualquer morador homem para si, enquanto uma alta voz anunciava:

— Chegou a hora da corte e vossa majestade, o Imperador, exigirem sua justa fatia pelo privilégio de viver sob nossa proteção. Um novo conflito se aproxima e juntos vamos lutar pela glória do Império Ao e retomar o que é nosso por direito!

Foi quando um rapaz foi jogado para a rua e amarrado junto dos outros, aos gritos de sua mulher, que um cavalo saltou por cima dele e atropelou o pequeno bando de homens de armadura.

Descendo da montaria junto com Ryo, Suzaki abria sua capa, revelando pequenas foices no formato de lua crescente com as quais se armava em cada uma das mãos. O grupo de Heishis retomou a formação, circulando ao redor do príncipe e seu parceiro.

— Não era para você estar aqui — praguejou o Heishi antes de atacá-lo.

Sua longa espada deslizou pela ponta da foice de Suzaki, que escorou o impacto girando seu corpo para atacá-lo com a mão livre, rasgando a malha do Heishi com sua segunda foice. Prendendo-a no inimigo como um gancho, ele o arremessou contra um parceiro e tomou sua espada que havia caído do chão. Quando ativou sua aura, sentiu o iro de seu corpo preencher o metal e energizá-lo.

“Já estão distribuindo o fulgur à Heishis comuns. Eles não sabem o tamanho desse poder”, com a arma em mãos, apontou ao céu que rugiu em trovoadas que apenas iluminavam o céu, assustando os guardas ao redor.

No ranger de dentes, os Heishis se revezaram contra Suzaki. Na medida em que eram derrotados, as ruas paralelas transbordavam com os outros conjuntos de soldados batendo em retirada, que eram sufocados por uma emboscada de homens vestidos com colete escuro, e uma lua minguante bordada no peito. 

A batalha havia terminado com uma fuga em massa dos homens com armadura, os que ficaram eram capturados e executados pelos próprios Tsuki no local. As cordas estendidas com as mãos dos moradores capturados, eram soltas por Suzaki, gerando a revolta de um sujeito de estatura alta e cabelos grisalhos pela idade, com sua pele clara que destacava os olhos azul marinho. 

— Melhor se acalmar pai — sugeriu Ryo — colocando a mão no peito do homem que ia em direção ao príncipe — podemos discutir isso depois.

— O depois é agora! — empurrou o jovem — Por dias nós esperamos e agora irá defender ele?! — encarou Suzaki debaixo pra cima com os corpos dos dois centímetros um do outro.

— Pode falar o que quiser Yomi — dizia Suzaki, livrando outro prisioneiro — não conseguirá nada com isso — a respiração do adulto era sentida por Suzaki que permanecia inexpressivo.

— Sabe o que está fazendo? Esses sujeitos iam ser usados contra nós, são artilharia para uma guerra que estar por vir! — gritava Yomi rente à face do príncipe.

— Não é porque nosso adversário é Koji que devemos copiar suas estratégias. Recrutar jovens e adultos à força foi uma atitude desesperada, dos tempos da "Guerra do Sangue", entre os Aka e Ao. É um velho hábito que vai ficar no passado — soltou a última mão amarrada da fileira — A guerra não diz respeito a eles — o homem abraçava seus familiares.

— A guerra diz respeito a todos nós! Deixar homens prontos aqui, com a cabeça debaixo do lençol, esperando as coisas caírem do céu, enquanto nós morremos para livrá-los da sua família! — apontou o dedo na face do jovem — Precisamos recuperar o que a corte tomou de nós, com um exército! Só assim teremos uma chance de vencer seu pai.

— Os Sora e os Chisei acobertaram o nascimento de um bastardo nessas regiões — Ryo se colocou entre os dois — Eles executaram a mãe, e o filho está por aí em algum lugar. Se pudermos provar essa conexão, não haverá motivos para a corte sustentar Koji no poder. 

— De novo insistem nessa busca sem sentido?! — abriu os braços — Olha para quantos somos, filho, algumas dezenas desde a sua fuga no palácio. 

— E é por isso que um confronto direto com a corte é inútil! — afirmou Suzaki — temos um acordo em prol de impedir Koji, e por isso, antes de tudo vem esta criança — finalizou virando-se de costas, colocando o capuz. 

— Enquanto tenta limpar o nome da sua família, eu preciso cuidar da minha — gritou Yomi apontando para si — Acha que pode fazer justiça com as próprias mãos?! — tentava chamar atenção do príncipe que ignorava — Ei, onde pensa que vai?!

— Não exagere pai — conteve Ryo, sussurrando — você sabe que se perdemos o apoio dele todo esforço será em vão. 

— E sugere que apenas me renda a vontade de um Sora? — se recolhia.

— Eu sugiro que espere alguns dias até acabarmos com a investigação. Com Suzaki por perto, os Heishis pensam duas vezes antes de vir aqui — disse olhando para trás — pensa bem, assim ganhamos tempo. 

— Com a caça ao príncipe que a nobreza está fazendo, eu dúvido que vocês tenham progresso — levou a mão a barba por fazer — darei quatro dias de trégua, e nada mais. 

— Garanto que será tudo que precisamos — se curvou brevemente Ryo.

Por sua vez, Suzaki já se aproximava de seu cavalo, sendo agradecido pelos moradores libertados, enquanto vindo de trás correndo surgia o companheiro de tapa olho. 

— Ei! Suzaki! — colocava as mãos nos joelhos em exaustão — Eu convenci meu pai… temos alguns dias — dizia sendo ignorado pelo príncipe — o que foi? 

— Os Heishis estavam surpresos com o meu retorno. Eles receberam a informação da minha ausência, provavelmente de um nobre local. Meu pai certamente saberá do que se passou aqui — disse reparando em pegadas na terra molhada. 

— Já estão armados aos dentes e agora estão levando moradores das cidades mais pobres como essa. Estão prestes a invadir Midori, Suzaki — levantava o tom de voz — se continuar assim ficaremos de mãos atadas e toda confiança que tanto lutei para os Tsuki depositarem em seu nome, terá sido em vão! 

— Você realmente quer falar de confiança? — montava em seu cavalo, ameaçando partir. 

— Tá, se ainda não confia em mim, consegui uma informação nos suburbios que com certeza irá te agradar — estendia a mão para ser puxado — você disse que impediria seu pai de qualquer jeito, não tem por que eu ir contra você.  

— Do meu jeito — puxava a mão de Ryo — vamos!

Capa 1 - Volume III:



Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.



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