Volume III – Arco 10
Capítulo 83: Garantia
Com o dia chegando em sua metade, Imichi estava escorado em uma árvore e Kemono sentado em seus galhos próximo a um beco com visão para a arena. Ambos observavam uma multidão cada vez maior cruzar por eles em direção ao lugar.
— Então, você participou diretamente, mas não chegou a ver Suzaki ser morto.
— Negócios são negócios — levou uma mão à cintura — o garoto era bom, mas estava causando problemas demais. Isso é tudo o que eu sei.
— As coisas não deveriam funcionar só dessa forma para você — tirava uma das garras do bolso — Ninguém que trabalha assim passa impune o tempo todo.
— Isso é uma ameaça? — ria Kemono — conta outra, se fosse me matar ou coisa do tipo já teria feito.
— É um aviso — apontou as garras — Na cadeia alimentar tem sempre alguém mais forte pronto para tomar o lugar, a menos que você saia dela.
— Sai dessa, branquinho — olhou para sua arma — eu sei comer pelas beiradas. Estou aqui para cumprir com nosso acordo, e nada mais que isso.
— Por falar nisso — guardava a luva no bolso — você disse que sabia onde procurar.
— O representante mascarado é a pista que ando seguindo — apontou para o coliseu — estou começando a achar que é só um fracote que toma conta do torneio. Ele nem ao menos notou que estou na sua cola. Só dorme, come e assiste às lutas.
— Talvez esteja ali para nos enganar — levou a mão ao queixo.
— Não, é ele quem está em contato direto com o líder, tenho certeza. Só precisa de um empurrãozinho para me levar ao lugar certo — desceu da árvore, caminhando para frente — Anda, a luta já vai começar.
Em uma entrada para as catacumbas do arena, cercada por guardas e longe do público, Dai se preparava para entrar junto com o restante do grupo, quando percebeu Imichi se aproximando com Kemono. Com os olhos no sujeito de cicatriz no rosto perguntou:
— Já resolveu com ele?
— Foque na luta. Vai ter que dar tudo de si dessa vez — colocava as mãos no ombro do garoto.
— Imichi, esse cara não pode continuar aqui se aquilo for verdade — apontou Yanaho.
— Suzaki não está morto — afirmou Imichi — Kemono entregou ele às autoridades locais somente. Ele sequer viu um cadáver para confirmar o que disse.
Dai ignorava a conversa, caminhando para a entrada quando uma sombra se projetou por cima dele. Ele sentiu um puxão. Kemono, sussurrava em seus ouvidos:
— Fica atento garoto. Sua adversária é uma das mais fortes do torneio.
— Não toca em mim — o empurrou.
— Calma — sorria estendendo as duas mãos para cima, enquanto todos encaravam — só queria dar uma dica.
Quando as portas da arena se abriram nas duas pontas se abriram, a presença dos dois lutadores arrancou o ar da plateia. Por alguns instantes, somente seus passos na areia eram ouvidos.
Dai ergueu discretamente a mão para a espada em sua cintura. Foi o bastante para despertar a ira na serpente nos ombros de Masai.
— Estive esperando por isso — apontou com o cajado — desde a primeira vez que vi essa máscara.
— Está me observando desde a primeira luta, o que quer comigo?
— A pergunta é — cerrou as mãos enquanto a serpente se entrelaçou na arma — o que você quer com tudo isso?
— Proteger minha família — respondeu, ficando em postura.
Com um passo à frente da mulher, um frio percorreu a espinha de Dai. Ele deu um passo para trás, levantando sua espada e de repente lá estava o bastão de Masai. Olhando de perto, ainda estava sujo de sangue. A cobra rastejou para perto, porém o filho de Hideki se afastou ainda mais.
“Se essa cobra me picar é o fim. Vou esperar o primeiro movimento e separá-las. É a única forma de vencer”, pensou Dai, defendendo e recuando.
— Rapaz novo, mas com as mesmas mentiras — seu golpe fez Dai arrastar-se pela área — você não merece outra coisa fora a morte.
Um frio percorreu sua espinha antes de levar as duas mãos para sua espada e girar. Fazendo Masai se jogar para trás.
Seu reflexo estampado na face da lâmina que a partiria em dois por um instante. Ela completou o desvio com uma cambalhota, deixando seu bastão de pé e subindo em seu topo.
“É a minha chance!”, correu Dai para cortar o bastão e a cobra num único golpe.
Masai ficou em um pé só no bastão, jogando seu peso para trás e empurrando sua arma contra o chão. A vara de madeira se deformou até a lutadora aterrissar, tirando o pé sobre a ponta. O bastão então voltou a sua forma ereta, ricocheteando bem no queixo de Dai.
A cobra saltou da arma estendida, exibindo suas presas. Dai girou no último segundo, mas sentiu a cobra acertar suas roupas. A mascote voltou para sua dona com algo na boca. Dai checou seus bolsos, um deles estava rasgado.
Os olhos dela saltaram da face, tomando o objeto nas mãos. Era um frasco de vidro, com um líquido transparente. Dai pôde ler a etiqueta do objeto, escrita “Garantia”.
Masai removeu seu capuz, expondo a corrente em seu pescoço.
— I-Isso não estava aí quando… — ele tentou falar.
— Então era você ontem à noite — engatilhou o item na corrente — sua laia achou mesmo que me roubando podia livrar-se do seu destino?
Usando o bastão como apoio ela saltou sobre Dai. Sua serpente estava em seu ombro agora. Dessa forma, Masai podia bater sua arma com força máxima. Os dois colidiram.
— Eu não estou com ninguém além de minha facção.
— Esses fantasmas não podem te salvar agora.
— Minha máscara é falsa. É só olhar com atenção!
— Pensa que sou como os outros para cair nessa conversa?
Ela dobrou os joelhos, rodando o bastão pelas costas, acertando as canelas de Dai.
Caído de frente para Masai, ele a ouviu dar a ordem:
— Acabe com isso, Gurai!
A serpente desceu para o chão, pronta para finalizar a luta.
“Não tem outro jeito”, Dai levou as mãos ao chão.
Sua aura emergiu de seu corpo. Dai sentiu as raízes rastejarem até nascerem da areia debaixo dele, envolvendo Gurai e sua dona.
— Como poderia roubar você, se nem te conheço? — Dai se levantava.
— Manipula o Iro, é? Seus professores foram responsáveis por toda matança que resultou na gangue de hoje — forçava seu corpo contra as raízes.
— Não estou a favor dos fantasmas, por isso estou no torneio! Este lugar precisa mudar.
Uma luz verde mais escura emanou do corpo de Masai. Suas juntas se deslocaram e sua carne se contorceu, deslizando entre as raízes até escapar por completo.
— O que é você?! — gritou Dai, correndo na direção de Gurai.
Antes que pudesse impedi-la, Masai rastejou até sua cobra, encaixando seus ossos de volta durante o trajeto. Ela trazia nas mãos seu bastão, o qual girou para afastar seu inimigo.
— Bom garoto — estendeu o cajado para Gurai escapar.
“Isso é iro? Que tipo de técnica é essa?”, o cérebro de Dai buscava explicações, lembrando-se do aviso de Kemono antes da luta. “Será que…”
A plateia se agitou em seus assentos. Alguns começaram a xingar na borda da arena. Dai apertou o peito:
— Você… é uma bruxa.
Sentado no topo da arena, Kemono observava sorrindo o representante agitado em seu camarote pessoal até que desceu do seu posto.
O representante mascarado disparou para fora do coliseu. Ele correu pelas estreitas ruas de Chukai, até que se lançou em um beco. Kemono atrasou o passo intencionalmente, mas quando chegou no lugar não havia mais ninguém. Olhando mais de perto, notou pegadas para dentro de uma parede. Era uma passagem para um túnel.
Ele jogou a parede falsa para o lado, e desceu vagarosamente para o túnel, onde ouviu vozes:
— Está fora do nosso controle! Assim não sei como vamos conter os avanços de forma discreta.
— Sem precipitações, Asuma. Ainda temos o Açougueiro. Vamos considerar que essa mulher seja uma bruxa mesmo, e daí? Eu já matei outras piores.
— E tem aquele moleque com a máscara falsa. Ele foi capaz até mesmo de vencer Raito. Qualquer um que passar entre os dois é uma ameaça.
As vozes vinham de uma sala escura. Kemono inclinou a cabeça, encontrando o homem a quem o representante se dirigia. Ele era alto, com músculos esculpidos cobertos por tatuagens. Seu rosto era furado com jóias de prata no lábio inferior, orelhas e no septo, por onde vazava uma fumaça.
— Se o farsante passar dela e do açougueiro — respondeu tragando seu cigarro — uma boa surra vai fazê-lo entregar quem o ajudou até aqui. Então…
— Esperem! — se revelou Kemono com as mãos para o alto — eu sei quem é o mascarado e como está conseguindo avançar!
— Quem é você? — dois sujeitos apontaram suas armas — Como chegou até…
— Eu segui você, estou no seu encalço faz um tempo para chegar até o líder — interrompeu explicando.
— Líder? — o tatuado deu passos em sua direção.
— O líder tem que saber do Shiro que está conspirando contra ele. Este farsante de quem fala, é seu representante no torneio!
— Observe com atenção, Asuma — as mãos do regente alcançaram o pescoço de Kemono, o suspendendo do chão — É sempre bom fazermos vermes de exemplo.
— Espera, não… não estou brincando — se engasgava.
— Os Shiro foram erradicados há anos, largaram a gente como todo o resto. Por que teriam interesse num torneio fútil deste? — apertava até as veias saltarem da testa do caçador de recompensas — Me dá um motivo melhor para não te matar.
— A bruxa… Fui eu que a revelei. Já fui um dos fantasmas do líder!
O homem encontrou a máscara na cintura de Kemono. Ele a tomou nas mãos e o atirou na parede:
— Como descobriu?
— O líder fez muitos inimigos, mas poucos com coragem para desafiar ele. Só conheço uma raça que possa ter força o bastante. O cajado era o instrumento favorito de algumas que já enfrentei — se escorava na parede — ela disfarçava bem as suas habilidades nas lutas, mas eu dei meu jeito.
O Regente jogou a máscara aos pés dele:
— Olhe para mim… Kemono né?
— Então me conhece — limpava o sangue escorrendo de seu nariz — da mesma forma que revelei a bruxa, posso entregar o Shiro a vocês. Prometo cobrar um preço generoso por isso.
Uma joelhada acertou o estômago de Kemono o arremessando de volta para o chão:
— Vou aceitar o acordo, o preço será a sua vida. Se não for capaz de provar a presença do Shiro aqui até a final, você morre! — andava para a saída — Limpe o local, Asuma.
Assim que os dois se retiraram, um fogo acendeu no corredor. Kemono lutou para ficar de pé e fugir do incêndio que se iniciava. Ele escapou pelo mesmo lugar de onde saiu. O prédio acima do esconderijo subterrâneo ardeu em chamas bem na sua frente.
“Por onde eles poderiam ter escapado?”, socou o chão. “Droga, quem ele pensa que é?”
Os pés da platéia martelavam o chão. A arena sacudia com as vozes. Até mesmo Imichi, havia se reclinado na borda para ver a luta mais de perto.
— A era das bruxas acabou — Dai falava — Rasteja de volta para onde você veio.
— Já que nada de novo sai da sua boca — Masai abriu o botão de seu colete, tirando uma faca de dentro — eu vou cortar a sua língua fora.
Masai avançou com a faca numa mão e o bastão com Gurai no outro. Sem os braços dedicados à arma de madeira, ela não podia saltar ou realizar manobras. Era apenas uma vara, para guiar sua serpente para onde precisasse.
Seu pulso buscou o pescoço de Dai, quando uma barreira de troncos e folhas, bloqueou a visão, exceto por uma fenda estreita. Masai enfiou seu bastão nela. Gurai foi parar do outro lado. A espada de Dai esperava por ela.
Todavia Masai circundou a barreira, surpreendendo Dai com um ataque dos dois lados. No último instante desviou o ombro do ataque da serpente, mudando sua espada para defender-se da dona que visava seu pescoço. Ele recuou com um corte no braço.
Masai retirou seu bastão do buraco. Dai avistou seu sangue escorrendo na lâmina que o cortou, parecia estar misturado com algum líquido. De repente, as raízes na arena apodreceram.
“Minha técnica está perdendo o efeito”, cambaleou. “Calma, esse veneno é diferente…ou ela que não me atingiu onde queria. Mesmo assim, eu estaria no chão se fosse fatal. Preciso… ficar… de pé!”
— Seus fantasmas que vão rastejar para uma vala — a cobra mostrou as presas para Masai — Logo depois que eu estraçalhar o Chefão — enfiou a faca entre elas, extraindo mais veneno.
Masai desceu seu bastão, mas Dai bloqueou com os braços. Gurai se esgueirou para mordê-lo ali, quando mais raízes nasceram puxando o bastão da bruxa para longe do mascarado. Contudo, um pequeno puxão de sua dela e as plantas eram destruídas.
“Minha técnica apenas enfraqueceu. A minha janela de ataque está mais curta, então eu só preciso ser mais rápido”, pensou, invocando uma raiz após a outra. “Vou sufocá-la até não ter para onde desviar!”
Envolvida novamente nos galhos, ela viu Dai preparar uma estocada em seu peito. Masai forçou os braços e torceu sua coluna, passando rente pela lâmina, revidando com um chute que o afastou.
As raízes que prendiam Gurai se encolheram e ele retornou à sua dona. Foi então que Masai sentiu sangue escorrer de sua testa, a estocada acertou de raspão. Subitamente, ela cuspiu o mesmo sangue.
“Ela está lenta. Essa técnica está custando muito para ela”, cambaleou. “Eu ainda posso vencer”.
— Por que uma bruxa iria se tornar líder de facção e desafiar o Chefão?
— Vencer um chefe e tomar o seu lugar é fácil. Foi o meu primeiro passo.
— Conheço a história. O poder de vocês nos ajudou a libertar Midori, mas ele tem um preço.
— Tudo tem um preço. É quando os espólios são divididos, quando descobrimos a real natureza desses que chamam de Libertadores.
— Isso não responde às centenas de desaparecidos. As cidades viviam com medo — apontou com a mão — vocês também tem um preço a ser pago.
— Você não faz a menor ideia do que aconteceu. Nunca viu um homem entrar na sua casa com uma espada na mão atrás do seu sangue! Nunca foi queimado pela própria pessoa que tentou ajuda. Não tem noção do que é estar sozinho!
Dai ficou sem resposta. Masai continuou:
— É um papagaio, repetindo a mentira que te contaram há muito tempo. Quem deve pagar de verdade é quem inventou essa história. Mas eu vou te dar um motivo bem verdadeiro para temer pessoas como eu.
— Está certa, eu não conheço — apertou sua espada — Mas eu não posso deixar que tire a única chance de nos salvar.
— E eu não posso deixar minha vingança!
Agora foi a faca de Masai que veio para frente. Dai ficou de lado, plantas grossas se entrelaçaram no braço afiado da bruxa. Ele a atacou, mas ela deslocou seus ossos, escapando da armadilha.
“Ela deve perder o movimento natural do braço quando o desloca desse jeito”, continuou atacando. “Não posso dar a chance dela voltar ao normal”.
Dessa vez, as plantas que prenderam Masai vieram pelo seu braço que segurava o bastão. Gurai, que estava entrelaçada nele, ficou presa também. Imobilizada, ela usou o apoio das raízes para chutar, mas Dai desviou e com um golpe atirou a faca para longe das mãos da bruxa.
— Saia do meu caminho! — se livrou das raízes, balançando seu bastão.
— Eu não sei porque a Gangue e os Fantasmas acabaram com as bruxas — desviou de Gurai e do bastão, acertando o cabo de sua espada na barriga dela, seguido de um chute — Mas não podemos ficar catando os cacos deste passado. Precisamos construir algo novo para Midori.
Masai usou o cajado para ficar de pé. Com as mãos trêmulas ela alcançou o interior de sua roupa.
“Não posso me contorcer mais. Eu devia guardar isso para ele, mas… Me perdoe, mãe, mas não posso perder essa chance!“, retirou um frasco de pescoço reto e base redonda do tamanho de seu polegar.
— Não há futuro para um lugar como este — declarou ela, avançando — meu único futuro, é matar o Regente. Eu vou vingar elas!
Os dois se cruzaram no centro da arena, quando Masai espatifou seu frasco no chão. Uma fumaça densa e arroxeada subiu, mas Dai não hesitou em atacar.
Gurai sibilou na direção do ataque. De repente, ela foi puxada por trás pela sua corrente. Masai girou seu bastão, Dai agachou e colocou em seu pescoço. Gurai saltou para atacá-lo apenas para cair nas areias. Ele já havia recuado.
A fumaça se dissipou, revelando Dai caído no chão. Masai também começou a perder ar, ajoelhando na areia.
— Menos um — Masai levou a mão para sua corrente, mas o frasco havia sumido — O quê? Onde?
Dai vomitava no chão para depois ficar de pé. Nas suas mãos estava um frasco da corrente da bruxa, aberto e meio vazio. Masai caía no chão, sufocando.
— Procurando por isso? — exibiu o vidro — Para você se expor à morte assim, devia ter alguma medida de segurança ou… Garantia. Estava guardando isso para o Chefão, né?
— Eu não… — cuspia em sua fala — Gurai…
A cobra rastejou para atacar Dai, mas teve sua cauda pisoteada. Agachando para perto de Masai, ele estendeu o frasco:
— Eu me recuso a desistir dos Midori. Se eu te deixasse morrer, estaria cometendo o mesmo erro de sempre.
Masai hesitou. Dai deixou o frasco na areia bem ao seu lado. Ela virou o vidro inteiro na boca. Em poucos segundos, vomitou até mesmo sangue.
“O veneno quase me matou, mas ela estava usando bruxaria quase toda a luta. Seu corpo está mais no limite do que o meu”, Dai observava a bruxa no chão, com mais fios brancos no cabelo.
— Qual o seu problema? — ria, olhando para o público feroz — Pensa que no final todos vamos dar as mãos? Eu vou matar ele dentro ou fora do torneio.
— Nunca estive do lado dele. Na verdade, mesmo sem conhecê-lo, vejo que ele quer que as coisas continuem como sempre foram. Eu não… — olhava para a própria mão — a verdade é que estou aqui para destituir o Chefão.
— Eu preciso matá-lo. Ele… tem que pagar pelo que fez… — desmaiava.
A serpente na sola de Dai protestava. O rapaz ergueu o pé, deixando que ela se enrolasse pelo corpo de sua mestra como se quisesse salvá-la.
— O vencedor é o mascarado de Kenjiro — declarou um guarda do camarote.
— Finalmente… — suspirou Dai, colapsando no chão.
As portas para a saída abriram-se, mas ninguém tinha forças para cruzá-la sozinho.
— Essa não — comentou Noriaki da arquibancada — Temos que fazer alguma coisa, os guardas podem descobrir quem…
— Esperem na saída. Eu vou — disse Imichi.
Imichi cruzou toda a arquibancada até os bastidores. Mesmo sem sua velocidade, ele pediu passagem para os guardas, chegando até Dai:
— Você se superou hoje. Vamos para casa agora.
Dai lutava para pronunciar palavras até que agarrou as roupas do Imichi.
— Ela… Vão matá-la… — balbuciou — Pode saber de algo… temos que…
— Entendo. Pode deixar comigo — Imichi acenou com a cabeça — Segure firme.
Ele colocou o filho de Hideki montado em suas costas e pegou Masai em seus braços, enquanto andava para a saída.
Ilustradora: Joy (Instagram).
Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.