Nisoiro Brasileira

Autor(a): Pedro Caetano


Volume III – Arco 10

Capítulo 78: Sonhando Acordado

Ao som de uma cachoeira próxima, o mirim de capa vermelha se apoiava sobre o poço observando Imichi com a mão estendida, esperando a resposta do rapaz que acabara de conhecer.

— Não lembro de me oferecer para ajudar ninguém — recuou Dai, com a tocha em mãos — Onde os encontrou? — perguntou a Mitensai. 

— Na verdade, nós é que encontramos seu amigo — Imichi tomou a palavra — Graças a Yanaho — apontou para o poço atrás.

— Eles me falaram que querem resolver os problemas do território. Pediram alguém que conhecesse as autoridades — respondeu Mitensai revirando os olhos pro chão.

— Mitensai e eu nos conhecemos há uns anos. Esse lugar foi nosso ponto de encontro naquela vez — explicou Yanaho.

— E você diz que esse lugar é secreto? 

— Calma, ele é. Menos para quem é da minha confiança — disse Mitensai, erguendo as mãos para se proteger. 

— Então sabe bem que eu esperava encontrar outra pessoa aqui — levou uma mão à cabeça. 

— Por que não se acalma? — perguntou Imichi, abrindo os braços — Você é o Dai, certo? Temos muito o que conversar.

— Alguém que aparece do nada esperando receber tudo não merece minha atenção — cruzou os braços — sei o que traz pessoas como você para cá.

— Deve estar me confundindo, pois vim para cumprir uma promessa. 

Dai arqueou as sobrancelhas. Mitensai recuou para perto de Yanaho, deixando os dois conversarem:

— Que tipo de promessa? 

— Alguns hoje chamam de legado, como uma história com valor fixo deixado no passado — tirava um grande pergaminho de uma bolsa — meu povo era muito mais que isso. Eles tinham um sonho. 

O papel pardo foi desamarrado e jogado aos pés do Midori, abrindo uma grande folha com o grande mapa de todo o continente, rabiscado com anotações em cores diferentes para cada território. Até mesmo Yanaho e Mitensai chegaram mais perto para ver, através do laranja da chama. 

— Nós, Shiro, acreditamos ser possível obter a cooperação entre as nações através da propagação das cores. Viajamos pelos reinos, ajudando a fortalecer esse elo. Os Midori eram um grande objetivo nosso.

— E desistiu de nós sem mais nem menos. Eu nunca nem ouvi falar de você ou qualquer um da sua raça por aqui — virou as costas — Pensa que pode me comprar com conversa fiada?

— As primeiras gerações de sua cor surgiram para resolver uma disputa entre as Cores Primordiais. Por si só, isso era contra os princípios e valores do meu povo. Porém a união entre Kiiro e Ao para fins militares ocorreu em segredo. Assim que descobrimos, enviamos emissários para cultivar as ideias de que eram mais do que armas de guerra.

— Que história bonita, mas isso não explica o depois — apontou para a capa vermelha de Yanaho — Nosso território foi o quintal da Guerra do Sangue! Nós nascemos por essa guerra. Usados e depois descartados como uma arma quebrada! Onde estavam os Shiro nisso tudo? Você não faz ideia de como é perder tudo de um dia para o outro.

Yanaho tentou recolher o pergaminho, mas Imichi tomou a iniciativa primeiro. O Shiro amarrava o papel, ao passo que o mirim esticou o pescoço para cochichar no ouvido do Midori:

— Você não sabe? 

— Não lembro de ter falado com você — se afastou.

— Se liga — o puxou para perto — os Shiro foram extintos! De repente, não havia mais ninguém. É como se eles nunca tivessem existido.

— Eu sempre achei que fosse um mito — sussurrou Mitensai — Como algo assim pode ter acontecido? 

— Mas é a verdade. Hoje só restaram ele e…

— É por isso que alguns chamam de legado — interrompeu Imichi — Toda nossa cultura, valores e crenças ficaram para trás na história para todos os povos, que desde então tentam tomar as rédeas do mundo. Contudo, eu me recuso a deixar isto para trás. Terminar essa história, o sonho do meu povo, isto é a minha promessa ao mundo — estendia a mão novamente — não será como naquela época. 

 — Aperta logo — disse Mitensai. 

— Faça você se quiser, essa história ainda está mal contada — tirava uma máscara do bolso — E mesmo assim, você veio atrás do cara errado. Eu procuro as mesmas autoridades que você há muito tempo e nunca os encontrei — mostrava o objeto de madeira.

— Seu amigo me disse que você e seu pai governam uma pequena comunidade. Não importa o tamanho da sua influência. Desde que seu coração esteja no lugar certo, pode nos ajudar. 

— Então veremos se seu coração está no lugar certo — apontou o dedo — O Império Ao iniciou a invasão que tanto planejavam. Quer tirar vantagem? Então vai ter que tirar os meus amigos presos naquela região. 

— Os azuis? — perguntou Mitensai, trocando olhares com Yanaho.

— Então cheguei atrasado — Imichi, levou a mão à cabeça — Está bem, eu aceito.

— Então a caminho! Não temos tempo a perder — deu passos à frente sem esperar os demais.

Imichi se voltou para os outros dois rapazes, gesticulando com a cabeça para se levantaram.

O quarteto seguiu estrada até a região mais próxima da Floresta Hercínia, nos limites do território Midori. Dessa vez, a carruagem conduzida por Imichi precisou fazer uma parada antes mesmo de seu destino original, pois Heishis patrulhavam a estrada.

Eles encostaram o transporte mata adentro amarrando os animais, Dai liderava o grupo atingindo o topo de uma pequena colina, apontou para cidade abaixo. Os telhados tinham mais arqueiros em seu interior. Até mesmo o córrego ao redor estava sendo vigiado por Heishis com lanternas e lanças nas mãos.

— Droga, estão reforçados… em tão pouco tempo. Meu caminho de antes não vai dar certo — dizia Dai, socando o tronco ao lado — se continuar assim as facções vão agir logo logo. 

— Está falando por aquele esgoto? — apontou Imichi.

— Está prestando atenção, branquelo? Da última vez, eu estava sozinho. Não fui páreo pra fazer coisa alguma.

— Você não está mais sozinho — retirava seu chapéu — Por onde quer entrar? — repousou na cabeça de Mitensai. 

Mitensai olhou para Yanaho com sobrancelhas arqueadas. O jovem mirim só respondeu erguendo os ombros.

— Eles levaram os prisioneiros para a floresta — Dai apontou numa direção — Não tem caminho por lá sem passar pela cidade. O portão da frente chama muita atenção… 

— Deixa comigo — interrompeu Imichi, pegando Dai no colo — Yanaho, se atente ao meu rastro.

— Mas que porr… — o grito foi interrompido, com os dois desaparecendo como um sopro.

Restando apenas Yanaho e Mitensai, que levantava o chapéu em sua cabeça apenas para perceber o rastro, boquiaberto:

— Como ele…

— Então… Ele é rápido — respondeu Yanaho. 

Mesmo à distância, os dois viram os guardas na entrada se moverem de seu posto, distraídos por um ruído forte. Os jovens entenderam o recado, e logo desceram para aproveitar a abertura criada pelo Shiro.

Dentro dos muros, Imichi desacelerou em um estábulo, deixando Dai cambalear até um monte de feno, onde vomitou.

— A primeira vez é sempre a pior. Você se acostuma — comentou Imichi, desviando o olhar.

— O que é você? Onde nós estamos?

— Na cidade, como você pediu. É aqui que estão levando os prisioneiros de quem falou. Yanaho e seu amigo estarão aqui, em breve. Preparei uma distração para nós.

Limpando a boca com as mãos, Dai reparou que estavam de frente para um quintal, com lenhas empilhadas e uma casa no meio do terreno. Os Heishis chutaram a porta e entraram.

— Eles ainda estão procurando por gente — percebeu cerrando os punhos — droga! O que eles querem, reunindo tantos dos nossos?

— É só perguntar — afirmou, sumindo como um feixe de luz. 

O próximo barulho veio de dentro da casa. Um Heishi foi atirado para o lado de fora, caindo sobre os outros que guardavam o quintal. Antes que Dai pudesse puxar sua espada para intervir, tudo já havia voltado ao silêncio. 

O quintal por onde andou até a casa estava enfeitado por Heishis amarrados e amordaçados no gramado, se remoendo nas cordas sem chance de fugir.

— Isso é inútil! Vamos tomar o que é nosso! — esperneou o último que estava sendo amarrado.

— Chega! — gritou Dai — O que querem sequestrando os Midori?

— É tarde demais, selvagens! Já estamos expandindo para as outras cidades. Em poucos dias, não terão nada para chamar de seu.

Imichi entrelaçou a mordaça na boca do Heishi.

— Se isso for verdade, outros chefes de comunidade estarão sob ataque também.

— Então seu pai não é o único?

— Esse lugar é dividido em facções. Nenhuma se gosta o bastante para fazer uma mudança. Preferem abaixar a cabeça para o que chamam de Chefão, que ninguém nunca viu o rosto mas todos juram que é de verdade.

— Sempre pensei que eram comandados por uma cúpula — colocou o Heishi nos ombros — Enfim, vou esperar os rapazes lá fora. Eles chegarão em breve.

O silêncio da casa, chamou atenção de Dai para passos debaixo das tábuas. Algo se movia sob seus pés, que agora pareciam estar subindo uma escada. Uma das paredes deslizou para o lado, Dai puxou sua espada esperando pelo pior.

Foi então que um grupo de jovens inundou a sala.

— Senhor Dai, eles levaram todo mundo! — eles começaram a cercá-lo.

— Não comemos há dois dias! 

Dai reconhecia todos eles. Estavam pálidas e sujas, agarravam-se a ele quase rasgando suas roupas.

— Uma coisa de cada vez. Onde está Noriaki?

— Levaram ele!

Yanaho e Mitensai cruzaram a porta, mas quando se depararam com o estado daquelas pessoas, ficaram congelados. Imichi, que vinha logo atrás, parou por um instante para coçar os olhos.

— Então foi isso que atraiu os Heishis para cá. Quem colocou vocês, crianças, aqui?.

— A Kin — respondiam se escondendo atrás do mais velho — depois que a invasão aconteceu, ela viu uma passagem debaixo da casa e colocou a gente ali.

— Como vamos para a floresta com eles aqui? — questionou Mitensai.

— Meu irmão fez algumas coisas para comer na viagem — puxou da bolsa um saco de pães — Formem um círculo no chão. Um de cada vez.

Os órfãos hesitaram. Quando o mais velho viu o que Imichi carregava, acenou com a cabeça para que obedecessem e assim fizeram.

— Por quê? — perguntou Dai.

— Vocês precisam mais do que eu. Não posso desperdiçar minhas forças indo e voltando para carruagem com todos.

— Temos que tirá-las daqui do jeito tradicional. Mas antes disso, Noriaki e Kin esperam por nós na floresta — colocou a mão sob a cabeça de um jovem — estarão melhores escondidos.

— Espera Dai, os azuis vão dar falta dos Heishis — sugeriu Mitensai — Quer dizer, melhor mudar o esconderijo.

— Nada disso. A partir de hoje, não vão precisar mais se esconder — tomou a frente Imichi, indo na direção da porta.

Todos trocaram olhares entre si, mas foram os órfãos que concordaram primeiro com a cabeça. Sem protestos de Dai, assim que terminaram de comer, o grupo partiu para a floresta, onde seguiram os rastros dos Heishis até um acampamento largo.

Uma parte dos Heishis que se alojava em tendas, enquanto o resto vigiava jaulas de metal, presas em carroças e recheadas de moradores e membros de facções. 

Dai olhou primeiro para os órfãos na retaguarda, sinalizando com a cabeça para esperarem. Depois, encarou Imichi e Yanaho, confirmando a posição do inimigo.

— Vocês vão precisar cuidar dos prisioneiros para mim — disse Imichi, alongando as pernas — Eu vou colocar todo mundo ali para correr.

Tomando impulso, ele disparou para dentro do acampamento em zigue-zague, levantando uma cortina de terra. Dai saltou do galho e correu logo atrás, junto com Yanaho e Mitensai. 

As estacas que prendiam as tendas se soltaram, permitindo que Yanaho com seu kazedamu as soprasse para longe. 

— Intrusos! Fujam com os prisioneiros — gritou um Heishi, antes de ser varrido dali

Ouvindo o alerta, um Heishi assumiu a carruagem que prendia as jaulas, porém Yanaho se atirou contra ele, o arremessando para fora das rédeas e em direção ao chão. Antes que a luta pudesse continuar, outro Heishi também foi varrido por Imichi para longe.

Dai cortou as cordas que prendiam as jaulas à carruagem, quando ouviu um chamado de dentro delas:

— Dai? Dai! O que pensa que está fazendo? — clamou Noriaki, batendo nas grades de ferro. 

— Salvando sua pele! 

Os prisioneiros se tornaram inquietos. Aos gritos, clamores e batidas na grade, eles protestavam por sua liberdade, até que Mitensai surgiu para romper o cadeado com o cabo de uma espada que um Heishi deixara no chão. Quando terminou de abrir as outras, já não havia Heishis no acampamento. 

Então Imichi surgiu daquela cortina de terra batendo a sujeira dos pés e das mãos, t

— Eles não vão nos incomodar tão cedo — disse Imichi batendo a sujeira das mãos, pegando seu chapéu envolta do crânio de Mitensai.

— Ela precisa de ajuda — gritou Noriaki, ao tempo que eram retirados das jaulas. 

Kin estava com a barriga perfurada até as costas. Com o estado debilitado da garota, Imichi deu meia volta, enquanto Yanaho foi logo ao encontro dela junto com Mitensai, que a deitou debaixo da sombra de uma árvore.

— Eu falei que isso aconteceria cedo ou tarde — pegou nos ombros de Dai  — Agora você vai me escutar? — gritou Noriaki balançando-o.

— Muito cedo para discutirmos isso — respondeu o afastando.

— Cedo? Eles estão às nossas portas. Vai esperar até que aquele seu amigo mate a gente?

— Não! — estendeu a mão com uma fita verde amarrada — não podemos mais ficar parados — bateu no peito do amigo com o punho — se acalme, todos estão à salvo. 

— Até agora sim, mas Kin — apontou — Está ardendo em febre desde ontem — levou a mão para sua camisa rasgada — eu fiz de tudo com os recursos que tinha. 

Noriaki ia em direção da sombra, debaixo de uma longa árvore, onde Kin estava estirada no gramado. Yanaho terminava de cortar as novas ataduras em sua barriga.

— Um vermelho? Você nunca vai aprender, Dai. 

— É um prazer te conhecer também.

— Deveria ter escutado o pai quando teve a chance, estaríamos preparados e…

— Se eu tivesse seguido o conselho do meu pai — interrompia Dai se aproximando — não teria vindo aqui.

— Nenhum de nós — respondeu se afastando deles, indo até os jovens que choravam com o estado de Kin. 

— Aqui! — chegou Imichi estendendo um pote — estava no acampamento dos Heishis. É uma pomada. 

Com os primeiros socorros bem realizados, todos se surpreenderam com as habilidades de Yanaho que colocava um pano úmido sob a testa da garota. 

— Por enquanto é isso, eu acho que ela ficará bem — notava a menor quantidade de secreção. 

— Eu vou preparar a carruagem — dizia Mitensai, ficando de pé — Precisamos levar toda essa gente daqui e rápido.

— Espera — Dai também se levantou — Tem um lugar que eu quero ver mais a frente. 

— Estamos correndo perigo — respondeu Noriaki checando a temperatura de Kin. 

— Podemos ir rápido — disse Dai revirando os olhos para Imichi. 

— Podemos sim — sorriu o Shiro.

Seguindo em alta velocidade para o sudeste da floresta hercinia, o luar iluminava a região no qual Imichi freava com Dai no colo. A curta distância foi como um piscar de olhos para o Midori que cambaleou no chão respirando fundo de joelhos.

Engatinhando ele engoliu a ânsia enquanto o Shiro olhava ao redor através do luar, percebendo entulhos e marcas de destruição, quando alertou o jovem: 

— Cuidado, atrás de você. 

Reerguendo-se e limpando as vestes o jovem virou-se se espantando como nunca antes. No lugar da estrutura alta e imponente que esperava ver, estava na beira de uma cratera profunda no chão.

— Espera… onde estamos? 

— Seguimos até onde você apontou para mim no mapa — colocou as mãos na cintura — mais um pouco e estaríamos nos Ao

— Era para estar aqui — Dai caminhou reparando nas marcas de sangue — O que foi isso? Quem poderia ter…

— Do que está falando? — perguntou Imichi.

— Isso aqui era uma fortaleza! Uma base do Império Ao! Como eles realizaram essa invasão se isso foi destruído?! Não faz sentido! — cerrou os punhos.

— Pode ter sido retaliação, por ontem? 

— Não tem como. Ninguém em Midori teria tanto poder… era imenso… Que exército faria isso? — encolheu a cabeça.

— O Império deve ter entendido essa destruição como um ato de guerra — dizia Imichi — Mas se os Midori estão fora disso, quem é o responsável? 

— Sei alguém que pode saber de algo — Dai ergueu a cabeça, franzindo as sobrancelhas.

Eles seguiram para leste, onde a floresta não havia sido destruída, beirando uma corrente fraca de água. Dai corria sendo seguido por Imichi em velocidade comum. 

— Dai, espera! Temos que voltar — tentou chamá-lo. 

Porém ele apertou sua corrida assim que viu marcações em troncos, quase o perdendo de vista, Imichi o alcançou quando percebeu o garoto parado sob lanças fincadas, próximo de uma trilha curta.

— Munny! — chamou Dai, caminhando sobre ela.

O estreito caminho levou eles a uma caverna coberta por uma lona de pele. O garoto continuou chamando, porém apenas o eco de seu grito respondia de volta. 

— Dai, seja lá quem esteja procurando, não está por aqui — colocou a mão em seu ombro — precisamos ir. 

— Droga! — socou o joelho — É… precisamos.

Ao retornarem, o desanimo no rosto de Dai era nítido para todos. Mitensai e Yanaho conseguiram junto com os outros arranjar veículos que acomodassem todos para o retorno. A madrugada já estava em sua metade, a maioria dos jovens pegavam no sono, enquanto Dai percebia Imichi escorado numa árvore, sentado com as pernas cruzadas.

Se aproximando notava os olhos fechados do Shiro que continuou suspirando com os braços sob os joelhos. Puxando o ar com as narinas o jovem se aproximou.

— Imichi — levava uma mão acima da boca — precisamos conversar.

— Meditar é um trunfo para as melhores decisões  — juntou as duas mãos — deveria tentar, é uma tradição do meu povo. 

— Não temos tempo, eu gostaria de poder te agradecer pelo o que fez, mas — estendeu a mão para um aperto — isso não foi nada, tem muito mais a fazer. Não temos mais escolha. 

— Sempre temos escolha — ameaçou apertar. 

— Antes, preciso que entenda bem no que estamos se metendo… não seria exagero eu dizer que estou arriscando minha vida nisso. 

— Então — apertou balançando para cima e para baixo — estamos! 

— Certo, então preste muito atenção no que iremos fazer — os dois trocavam olhares, com a conversa perdurando naquela madrugada. 


Ilustradora: Joy (Instagram).

Revisado por: Matheus Zache e Pedro Caetano.

 

 

 

 



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