Volume 1
Capítulo 68: O último Sacrifício…
Os 66 tripulantes saltaram para o convés da nave pirata, enquanto Lonios permanecia para controlar a ponte de comando. Ele se esforçava para manter a colisão constante, empurrando tanto o monstro quanto a embarcação inimiga.
No convés, o combate era caótico. Tentáculos monstruosos varriam soldados, enquanto espinhos enormes despedaçavam o convés.
Nimbus desviou de um tentáculo espinhoso, que, ao errar o golpe, lançou três piratas para fora da embarcação. Ao seu redor, a luta era feroz, mas desigual. Apesar da bravura da tripulação, os piratas os superavam em número.
No parapeito da nave pirata, Nimbus observava a nave de Lonios se afastar, levando consigo o monstro do éter.
— O que ele pretende? — Elisis perguntou, parando ao lado do jovem cavaleiro. Com um disparo certeiro, ela salvou Nimbus de um ataque iminente.
— Nos dar uma última chance de sobreviver. — Nimbus respondeu, as lágrimas correndo por seu rosto.
— Que homem incrível... Não é à toa que é uma lenda. Agora, Nimbus, se queremos honrar esse sacrifício, temos que lutar. Lute! — Elisis ordenou, firme.
Nimbus ergueu a espada e correu em direção aos piratas. Sua fúria era palpável, e com a Espada Escarlate em mãos, ele tornou-se um adversário mortal. Movia-se com graça e ferocidade, enfrentando vários inimigos ao mesmo tempo.
Elisis, no entanto, observava com olhos atentos. Apesar da coragem, sabia que a batalha estava perdida. Mesmo assim, não desviou o olhar. Se aquele era o fim, seria um fim digno.
Nimbus reuniu toda sua coragem e saltou em direção ao grupo de piratas que cercava seus aliados. A Espada Escarlate brilhou em seus movimentos, e ele eliminou vários adversários de uma só vez.
Depois de matar o capitão inimigo, sentia-se manchado pelo peso do assassinato, mas também livre de hesitação. Não havia mais salvação para ele, apenas a certeza de que precisava agir. A vida de todos dependia disso.
Com sua investida feroz, os piratas recuaram momentaneamente, permitindo que seus aliados recuperassem o fôlego. Porém, assim que Nimbus se juntou ao grupo, o inimigo voltou a atacar com renovada intensidade.
— Nimbus, não temos como vencê-los! São muitos, e quase não vejo mais ninguém do nosso lado aqui no convés! — alertou Jim, exausto e aflito.
— A maioria morreu, mas nossa missão era morrer lutando. Estamos sendo bem-sucedidos nisso. — O Dr. Henry sorriu amargamente, derrubando outro pirata com um golpe certeiro. Nimbus, por um instante, pensou que aquele homem deveria ser um cavaleiro, não um engenheiro.
De canto de olho, Nimbus viu a nave de Lonios entrando na tempestade. O monstro do éter colossal era arrastado junto, enquanto relâmpagos riscavam o céu em fúria.
— Droga, queria ver a explosão. As simulações na escola dizem que é algo incrível. — Dr. Henry murmurou, desapontado, enquanto a nave desaparecia no redemoinho.
O jovem cavaleiro lembrou-se da promessa feita ao mestre. A imagem de Lonios, agora provavelmente morto, lhe trouxe um aperto no peito, mas também reacendeu sua determinação.
— Temos que nos render. — Nimbus abaixou a espada enquanto os piratas, em número esmagador, os cercavam.
— Render? E o ataque suicida? Lutar até a morte? — Dr. Henry protestou, a tristeza evidente em sua voz.
— Tenho uma missão, e dei minha palavra de que a cumpriria. — Nimbus sorriu, mesmo com lágrimas nos olhos, evocando os ensinamentos de Lonios.
Os aliados baixaram suas armas. Como comandante, Nimbus era agora a voz de comando. Do outro lado do convés, Elisis, Valeros, a enfermeira Cristiane e o Dr. Leonardo também estavam cercados. Ao notarem a rendição, imitaram o gesto. Os piratas celebraram a vitória com gritos triunfantes.
De repente, um turbilhão formou-se nas nuvens densas. Das profundezas do éter emergiu uma silhueta deformada de metal corroído. Nimbus observou, tentando identificar a figura enigmática. Quando a forma contrastou com o horizonte, seu coração acelerou. Era a Peregrino, duramente castigada pela corrosão do éter, mas seus motores estavam a todo vapor. Cavaleiros liderados por Flavius, Portos e Araniz saíam ao convés, prontos para lutar.
A nave aliada abalroou a pirata, e os cavaleiros saltaram para o combate. A luta que antes parecia perdida virou a favor do grupo de Nimbus. Os soldados da Peregrino, em número superior, tomaram o convés em minutos. Cercados, os piratas largaram suas armas.
— Como sobreviveram? — perguntou, o cavaleiro alto e negro conhecido como Sãr Flavius ao final da batalha.
— Nós é que perguntamos. Como vocês resistiram até agora, Sãr Flavius? — Elisis apertou a mão do companheiro, aliviada.
— Foi uma longa história, companheiros. Perdemos as duas camadas de blindagem e metade dos módulos internos da Peregrino. Passamos um dia e uma noite submersos. Quando o éter começou a corroer as câmaras centrais, o monstro nos soltou. Conseguimos retomar a sala de máquinas e a ponte, já inundadas pelo éter, e voltamos à tona.
Ele fez uma pausa, olhando para o horizonte, antes de continuar.
— Quando vimos a nave presa pelo monstro entrando na tempestade, percebemos que poderia ser um ato para se livrar da criatura. Viemos ajudar, mas demoramos quase meia hora para organizar tudo e emergir. E Sãr Adon, Lonios... os outros?
Elisis abaixou a cabeça, balançando-a em silêncio. Flavius compreendeu e fez o mesmo, respeitando a perda. Nimbus, no entanto, interrompeu o momento.
— Vamos! Temos a Brand e uma ilha viva para tomar. Acha que consegue nos levar até lá, Jim? — perguntou, virando-se para o amigo.
— Com alguns cálculos e um pouco de sorte, vamos encontrá-la facilmente. — Jim respondeu com um sorriso, fazendo um sinal positivo.
Flavius, Portos e Araniz trocaram olhares confusos, mas nada disseram. Era hora de seguir adiante.
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