Volume 1
Capítulo 67: O Monstro Éter Colossal…
Um tentáculo espinhento golpeou violentamente o vidro da ponte de comando. Naquele instante, todos sabiam que o destino deles seria o mesmo da Peregrino. Eles seriam submergidos pelo monstro até as profundezas do éter e consumidos.
Quanto tempo a nave suportaria até ser completamente corroída pelas nuvens ácidas? Horas? Algumas naves conseguiam resistir, mas aquela, com certeza, não era uma delas.
Em meio ao desespero, Lonios entrou na ponte de comando, sendo amparado pelo Dr. Leonardo e pela enfermeira Cristiane. Atrás deles, Valeros aparecia, com o escudo Égipe atado ao braço esquerdo.
— É o maldito invocador novamente? — Lonios perguntou, enquanto era colocado sentado em uma das cadeiras da ponte.
— Vamos matar esse monstro — Valeros falou, fixando os olhos nos tentáculos da fera com determinação.
— Desista dessa ideia de matá-lo. Ele é um monstro colossal, veja o tamanho desses espinhos — Lonios apontou para um espinho de mais de um metro de comprimento que pressionava o vidro de uma janela. — Só temos uma alternativa. Elisis, force os motores ao máximo em direção à nave pirata. Vamos abalroá-los.
— Isso é loucura, Sãr Lonios, não temos pessoal suficiente. Seremos massacrados — Elisis respondeu, visivelmente apavorada.
— Essa é a intenção — Lonios sorriu, um sorriso sombrio, mas resoluto.
— Ele tem razão. Se é para morrer, vamos morrer lutando, não sendo dissolvidos lentamente pelo éter ou esmagados por essa criatura — Valeros comentou, com uma expressão feroz.
— Que assim seja então, vamos morrer lutando, não como covardes — Elisis falou, com determinação. Todos na ponte olharam para ela, concordando com um aceno de cabeça.
— Oficial Wenra, abra um canal de comunicação com a casa das máquinas.
Wenra imediatamente abriu o canal de áudio, e a voz do Dr. Henry respondeu, carregada de tensão.
— Dr. Henry, precisamos de toda a força dos motores dessa nave. Temos que empurrar um monstro do éter colossal até a nave pirata à nossa frente.
— Senhora comandante, é um ataque suicida? Isso é o que pretende? — a voz do Dr. Henry soou incrédula.
Ao fundo, podia-se ouvir Ari gritando desesperado um “não”.
— Sim, Dr. Henry, se vamos morrer, vamos morrer lutando — respondeu a comandante, com uma firmeza implacável.
— Essa é a minha comandante! Vou forçar um super-aquecimento das turbinas. Em poucos minutos, elas vão explodir, mas nos darão de três a quatro vezes mais impulso.
— Faça isso, Doutor, e depois traga seus homens para a ponte. Vamos ter uma luta no convés contra os malditos piratas.
— Pode contar conosco, capitã! Vamos morrer, mas vamos levar todos esses piratas junto! Eu sempre sonhei em fazer as turbinas de uma nave explodirem! — Ele terminou a transmissão, a voz carregada de um entusiasmo estranho.
Um ataque suicida ser o seu sonho? Era exatamente a cara do Dr. Henry.
— Oficial Nyota, alerte todos sobre a luta no convés. Vamos acabar com a raça desses malditos piratas.
Apesar do destino sombrio que os aguardava, Nimbus sentia algo próximo à felicidade. Finalmente havia encontrado seu propósito. Assim como Jim ele achou por o quê ele tinha que viver e morrer e mesmo sem saber, ele havia alcançado esse objetivo, ser um cavaleiro e morrer defendendo seus amigos.
— Nimbus, venha cá. — Lonios o chamou, a voz grave revelando urgência. O garoto aproximou-se rapidamente, e o mestre o fitou com seriedade antes de lhe estender uma relíquia. — Quero que leve isso com você.
Nimbus olhou para a espada em suas mãos, incrédulo. A lâmina escarlate brilhava com uma intensidade que parecia viva.
— Mas, senhor, é a arma da sua família!
— Não discuta comigo. — Lonios cortou, firme, mas com um toque de ternura na voz. — Há uma pequena chance de vocês sobreviverem. Quando todos estiverem na nave pirata, eu arrastarei esse monstro do éter para a tempestade.
— Mestre, o que está dizendo? — Nimbus perguntou, confuso e assustado.
— Não me questione. Segure isto também. — Lonios retirou seu anel de Lorde, símbolo de sua linhagem, e o colocou nas mãos do aprendiz. — Quero que leve este anel à corte de Victórius. Conte minha história, diga o que aconteceu comigo. Esta é sua missão como cavaleiro. Quero sua palavra.
Nimbus sentiu o peso da responsabilidade pousar sobre seus ombros. Ele sabia que agora era verdadeiramente um cavaleiro. Dar sua palavra significava cumprir sua promessa, mesmo que isso custasse sua vida.
— Sim, mestre. Eu juro que vou sobreviver e levar seu anel e sua história à corte em Victórius.
Lonios assentiu, satisfeito.
— Bom menino. É assim que se fala, Sãr Nimbus. — Ele respirou fundo e completou com um último conselho: — A única pessoa em que pode confiar em Cenferum é Sãr Ahbran. Apenas nele.
Um impulso abrupto sacudiu a nave, quase os derrubando. Eles estavam em movimento novamente, avançando a toda velocidade rumo à nave pirata. O peso colossal do monstro do éter não parecia deter o ímpeto da investida. Num estrondo ensurdecedor, as duas embarcações colidiram.
— O senhor é mesmo Lonios Drago, o lendário Cavaleiro da Guerra? — Elisis perguntou, seus olhos brilhando de admiração.
— Sim, sou eu mesmo. — Lonios sorriu com simplicidade.
Elisis retribuiu o sorriso, visivelmente emocionada.
— É uma honra lutar ao seu lado, Sãr Lonios Drago. — Ela se ajoelhou diante dele em um gesto reverente, antes de se levantar e virar-se para os tripulantes. — ATACAAAAR! — bradou, e as portas da nave se abriram.
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