Volume 1
Capítulo 64: Outro Sacrifício heróico?…
Nimbus observava tudo, incrédulo. Seu mestre, que sempre condenara o sacrifício imprudente, estava claramente disposto a morrer para derrotar o adversário.
Masson, por sua vez, preparava o golpe final. Sua lâmina estava prestes a decapitar Lonios, e o garoto via, impotente, cada movimento do pirata.
Foi então que Nimbus notou algo estranho: tudo ao seu redor parecia desacelerar. O tempo estava fluindo de forma diferente. Ele havia finalmente ativado seu poder, a Maldição da Visão.
Ainda atrás do pirata, Nimbus usou toda sua força para mover sua espada na direção da lâmina do inimigo. Contudo, mesmo com o tempo desacelerado, seus movimentos não eram rápidos o suficiente. Masson iria decapitar Lonios antes que ele conseguisse interceptar o golpe.
Seus olhos queimavam como nunca, e ele reuniu uma força sobre-humana para acelerar sua arma. Mas não era suficiente. A distância era grande demais.
Foi nesse instante que ele tomou uma decisão. O caminho mais rápido não era interceptar o golpe: era atravessar o corpo do inimigo. Nimbus sabia o que isso significava. Matar Masson seria sua primeira morte intencional. Era um peso que ele não queria carregar, mas que teria que suportar.
Entre a vida do Lorde Pirata e a de seu mestre, não havia escolha. Nimbus avançou com tudo, decidido a fazer o necessário.
Empurrar a espada era como tentar mover uma parede intransponível, mas Nimbus forçou mais. Cada fibra de seus músculos parecia se romper sob o esforço sobre-humano.
Então, algo dentro dele se desligou, e a lâmina finalmente ganhou velocidade. Ele se lembrou das palavras de sua professora Hemma: velocidade é igual à força. Quanto mais rápido, maior o impacto.
O golpe seria devastador, e ele mirava diretamente nas costas do pirata. A trajetória estava calculada: a espada atravessaria o corpo do inimigo e ainda seria rápida o suficiente para interceptar a lâmina que se dirigia ao pescoço de Lonios.
Ao mesmo tempo, o mestre avançava com sua própria espada em direção ao ventre do inimigo. A estratégia de Lonios era impecável; não havia escapatória para o pirata. Nimbus percebeu então um detalhe que o fez estremecer: Lonios sorriu para ele.
Foi nesse instante que tudo ficou claro. Lonios não estava sacrificando sua vida; ele sabia exatamente o que estava fazendo.
Aquele sorriso era a prova de que ele confiava em Nimbus, confiava que o garoto teria apenas uma opção e a executaria com perfeição. De alguma forma, o cavaleiro sabia que Nimbus havia ativado seu poder.
Com esse entendimento, Nimbus empregou ainda mais força. Quando sua lâmina se aproximou do corpo do pirata, ele não sentiu o impacto esperado. Era como se estivesse cortando uma nuvem. A espada atravessou o homem e encontrou a lâmina inimiga no último instante, desviando-a antes que atingisse o pescoço de Lonios.
O golpe foi brutal. A força do impacto arrancou a espada das mãos do pirata, lançando-a lentamente ao céu. Enquanto isso, em um movimento calculado e letal, Lonios transpassou o abdômen do inimigo com sua espada, Indolente.
O inimigo estava derrotado. No momento em que Nimbus relaxou, percebeu que tudo ao seu redor começava a acelerar, voltando gradualmente à velocidade normal.
O pirata caiu de joelhos ao lado de Lonios, segurando suas entranhas com as mãos.
— Não acredito... você me matou — murmurou, rindo enquanto cuspia sangue. Ele caiu para frente, com as mãos fincadas na terra, lutando contra os últimos instantes de vida.
Lonios, ainda ferido, ergueu-se e olhou para o homem agonizante.
— Quantos segundos você podia ver no futuro? Dois?
O pirata soltou outra risada débil.
— Sim... você me enganou... — disse, antes de cair de costas, encarando o céu.
Lonios inclinou-se ligeiramente, pressionando a ferida em seu tórax.
— Por que está rindo? Você perdeu.
— Pe... perdi? Mes... mesmo assim... eu... ganhei... — balbuciou o pirata antes de dar seu último suspiro.
Nimbus, ainda tomado pela tensão, aproximou-se do mestre.
— O que ele quis dizer, mestre?
— Não sei, e agora não importa.
Sem hesitar, Lonios pegou sua espada e decapitou o pirata. Ergueu a cabeça decepada pelos cabelos e, com uma voz potente, gritou:
— VITÓRIAAAAA! SEU LORDE PIRATA ESTÁ MORTO!
Todos os piratas no campo de batalha olharam para Lonios, que segurava a cabeça do inimigo decapitado nas mãos. Em um instante, metade deles largou suas armas e começou a fugir.
Aproveitando a evacuação, Elisis, acompanhada de Pola e os oficiais, avançaram em direção ao porto. Os poucos que resistiam eram mortos sem piedade por Elisis, que mirava e disparava contra todos que apareciam à sua frente.
Que mulher mortal com um arco! Todos a observavam, admirados com sua destreza. Alguns feridos foram amparados, e ao longe Nimbus respirou aliviado.
Dr. Henry chegou acompanhado de Jim, ambos cobertos de sangue e suor, mas vivos. Henry mancou um pouco, mas isso não era incomum para ele, especialmente depois das lutas no porto de Éter Sombrio, onde ele costumava não se preocupar com sua própria segurança.
— Parabéns, Nimbus, você conseguiu desligar os seus inibidores nervosos na segunda vez que usou a Maldição do Tempo. Nunca vi algo assim. Eu tinha certeza de que morreríamos naquela manobra que executamos com maestria. Meus parabéns, meu aprendiz, eu lhe devo minha vida. Você é um garoto muito especial. Gostaria de saber quem era sua mãe.
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