Volume 1

Capítulo 63: A Superioridade do Inimigo…

De volta ao combate, Nimbus tentou se concentrar, mas o Lorde Pirata parecia lutar com facilidade contra ambos. Desviava dos ataques de um enquanto bloqueava os do outro, mantendo sua postura imponente.

— Ora, ora, vejo algo que me agradou — disse o pirata, com um sorriso presunçoso. — Sua espada não está sendo sequer arranhada pela minha. Isso significa que é feita de Aço Diamante também.

Lonios sorriu pela primeira vez no confronto.

— Vejo que percebeu agora que não tem vantagem contra nós. Não pode derrotar um cavaleiro usando estratégias que ele já viu antes.

O pirata gargalhou, seus olhos brilhando com uma confiança fria.

— Muito pelo contrário. Isso me deixa feliz, porque significa que você está carregando minha nova espada.

Sem esperar resposta, Lonios avançou novamente. As lâminas se chocaram com faíscas, iluminando brevemente os rostos determinados de ambos. Nimbus tentou aproveitar a abertura, mas o pirata empurrou Lonios para longe e bloqueou o ataque do aprendiz. 

— Quantos segundos você consegue ver do futuro? Três ou quatro? — provocou Lonios, mantendo o olhar fixo no inimigo.

O pirata riu e investiu contra ele, forçando o cavaleiro a defender o golpe no último instante. Os movimentos eram tão rápidos que, quando Nimbus percebeu, o adversário já estava sobre Lonios, rindo novamente.

— Vejo que me reconheceu, Drago — disse o pirata, com uma voz carregada de desprezo. — Mas você não me é estranho. Um homem de Victórius, com uma espada adornada com a cabeça de um dragão. Você é um dos Drago da capital. Dizem que é uma honra lutar contra vocês, mas eu não vejo assim. Nós, os Ofidi, não sentimos honra em lutar contra sua corja. Guarde bem meu nome: eu sou Sãr Masson Ofidi. Diga no inferno quem o matou.

Ele atacou novamente, mas Lonios defendeu o golpe com habilidade. Nimbus, confuso, tentava entender o significado de tudo aquilo. Como os Drago eram conhecidos? Por que seria uma honra enfrentá-los?

— Acho que está na hora de me contar toda a verdade, mestre — sussurrou Nimbus enquanto se posicionava ao lado de Lonios. 

— Também acho. Mas não aqui, nem agora. Concentre-se em derrotar esse Ofidi. Eles são traiçoeiros e perigosíssimos — respondeu Lonios, defendendo mais um golpe. — Os Ofidi têm a habilidade de ver lampejos do futuro. Nada muito distante, apenas alguns segundos. Quanto mais tempo podem prever, mais poderosos são. 

— Como isso é possível? — Nimbus perguntou, ainda perplexo.

— Desde a infância, eles recebem doses mínimas do veneno de uma cobra do éter. Esse veneno causa alucinações terríveis, e a maioria não sobrevive além dos dois anos. Mas os que sobrevivem desenvolvem essa habilidade.

— Isso é horrível! — Nimbus exclamou, a indignação evidente em sua voz. — Matar crianças para que alguns obtenham poderes... é cruel!

Masson riu alto, interrompendo a conversa.

— Cruel? Nossas famílias têm muitos filhos. Mas mudando de assunto, quando vão parar de conversar e morrer logo?

Apesar do tom de escárnio, havia irritação em sua voz. Lonios ignorou a provocação, o que só aumentou a fúria do pirata.

— Não me ignorem, seus idiotas! — Masson avançou novamente, mas foi contido pela defesa de Lonios, que usava a Maldição da Visão.

— Estou explicando isso para que entenda a única forma de derrotá-lo. Os Ofidi só podem ser feridos quando todas as rotas de escape são eliminadas. De outra forma, eles nunca são atingidos — explicou Lonios, enquanto desviava de mais um golpe.

— Entendido. O que devemos fazer? — Nimbus estava atento, o peso da responsabilidade clara em seu semblante.

— Ataque sempre ao mesmo tempo que eu, de direções opostas. É a única maneira. Vamos!

Lonios se posicionou ao lado do pirata, enquanto Nimbus se colocou do outro.

— Vão me atacar pelas costas agora? Que feio. Isso não é coisa de cavaleiro — disse Masson, com um sorriso sarcástico.

Lonios respondeu apenas com um sorriso antes de avançar. Nimbus o seguiu, ambos determinados a acabar com o combate.

A dor de cabeça e nos olhos que Nimbus sentia era lancinante, mas a adrenalina do combate a tornava suportável. Apesar disso, sua maior preocupação era outra: por que ainda não conseguia ativar o poder? 

A maldição que, segundo Lonios, consumiria suas lembranças do passado. Seria o medo dessa consequência o motivo de sua hesitação? Ou talvez fosse porque ele não era um descendente puro da linhagem de Lonios e, por isso, só poderia usá-la uma única vez?

Ou, quem sabe, o problema era que ele não sentia medo o suficiente? Lonios havia dito que ele precisava reviver o estado mental da primeira vez que ativara a maldição. Mas esse era o problema: Nimbus já havia tentado usar a meditação que Lonios o havia ensinado, mas sem sucesso, agora ele apenas estava tomado por um pavor absoluto. 

Eles avançaram novamente contra o pirata, mas o inimigo parecia estar sempre um passo à frente. Com precisão cirúrgica, desviava dos golpes de Nimbus e aparava os de Lonios, como se soubesse exatamente onde e quando seria atacado.

Num momento de descuido, o pirata esquivou-se do ataque de Nimbus, aparou a lâmina de Lonios com uma mão e, com a outra, disparou uma pequena besta que tirou de algum lugar escondido. A seta atingiu Lonios sob a axila, e ele caiu, pressionando a ferida. 

Sem perder tempo, o pirata avançou para finalizar o cavaleiro, mas Lonios, ajoelhado e ferido, conseguiu bloquear o golpe com sua espada.

Nimbus, tomado por um frenesi, lançou-se contra o inimigo com toda sua ferocidade. No entanto, os ataques do garoto foram facilmente defendidos. 

Com um chute nas costas, o pirata o derrubou no chão. Seguindo atrás dele, tentou abatê-lo com um golpe de espada, mas foi interrompido novamente por Lonios.

O cavaleiro havia se levantado, mesmo com o lado esquerdo de seu tórax sangrando profusamente. Ele sacrificou sua posição segura para interpor-se entre o pirata e Nimbus, salvando a vida de seu aprendiz. 

Entretanto, Lonios não foi rápido o suficiente para desviar do próximo ataque. Um chute no joelho o fez cair de novo, ajoelhado diante do inimigo. Mesmo assim, ele continuava a mover sua espada contra o ventre do pirata, numa última tentativa de feri-lo. 

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