Volume 1

Capítulo 62: Batalha Campal…

A outra nave atracada, adjacente à Brand, estava repleta de piratas sedentos por vingança. O caminho seria brutal, mas não havia outra alternativa.

A corrida foi curta e intensa. Assim que deixaram a cobertura das árvores, o Lorde Pirata surgiu de sua nave, escoltado pela mesma guarda de elite que os havia enfrentado no dia anterior. 

Eram, segundo relatos dos piratas abatidos por Valeros, os melhores guerreiros da tripulação. O grupo perdeu o elemento surpresa no instante em que foi avistado. 

Ao perceberem os soldados avançando, o Lorde Pirata ordenou que os sinos fossem tocados. O som ecoou pela ilha, e, antes que Elisis e os outros chegassem à metade do caminho até as docas, um enxame de piratas começou a emergir das naves. 

Eram tantos que Nimbus sequer conseguiu contar. Mesmo assim, o grupo continuou correndo, mantendo-se firme enquanto os piratas tentavam se organizar.

O embate ocorreu na entrada das docas. Antes do impacto, Elisis e alguns oficiais munidos de arcos conseguiram alvejar diversos piratas, mas não o suficiente para deter o avanço inimigo. 

O confronto foi feroz. De um lado, os piratas, experientes e numerosos; do outro, oficiais inexperientes lutando pela sobrevivência.

Elisis, Pola e mais cinco arqueiros mantiveram-se afastados da linha de frente, alvejando os inimigos que tentavam escapar do tumulto. Enquanto isso, Lonios procurava pelo Lorde Pirata no meio da confusão, com Nimbus em seu encalço. 

— Mestre, não sei se vou conseguir usar aquilo de novo — disse Nimbus, ofegante, tentando desviar dos ataques enquanto lidava com uma dor excruciante na cabeça e nos olhos. 

— Não se preocupe. No calor da batalha, vai acontecer. Sempre acontece. Entre naquele mesmo estado mental da primeira vez, como na meditação que te ensinei — respondeu Lonios, enquanto desviava de um golpe e empalava um inimigo com a Indolente.

— Então, aquela meditação era para isso? — Nimbus desarmou um pirata com um golpe rápido, mas continuou correndo.

A batalha, dispersa e caótica, permitia que eles deslizassem entre os combatentes, evitando confrontos desnecessários. A tentação de ajudar os aliados em apuros era grande, mas o objetivo estava claro: eliminar o Lorde Pirata.

— Não era exatamente para isso, mas também serve. É uma técnica secreta da minha família — Lonios mencionou novamente seu misterioso passado, algo que sempre evitava detalhar. Por que estava agora revelando uma técnica tão valiosa?

Finalmente, aproximaram-se do Lorde Pirata. Ele estava acompanhado por quatro guarda-costas. Ao notarem a aproximação, os guardas dispararam flechas contra eles, mas Lonios rebateu todas no ar com movimentos incrivelmente rápidos. Era evidente que estava usando a Maldição do Tempo, uma habilidade que Nimbus ainda não dominava.

Sem hesitar, Lonios avançou contra dois dos guardas. Seus golpes eram rápidos e precisos, derrubando os inimigos antes que pudessem reagir. Restavam dois adversários.

Um deles atacou Nimbus, que engajou em combate. O pirata era habilidoso, bloqueando a maioria de seus golpes. 

Enquanto isso, Lonios já havia derrotado seu oponente e, silenciosamente, surgiu por trás do pirata que duelava com Nimbus. Uma lâmina vermelha atravessou as costas do inimigo.

— Não é hora para brincar, Nimbus — disse Lonios, com a voz calma.

— Desculpe, mestre. Vou me esforçar mais — respondeu Nimbus, contendo o desconforto. No fundo, ele evitava matar, mesmo sabendo que já havia ceifado vidas, ainda que involuntariamente, na luta no convés da Brand.

Agora estavam frente a frente com o Lorde Pirata. Ele parecia confiante, sequer esboçando preocupação.

— Não se contenha — murmurou Lonios para Nimbus, que assentiu com um aceno.

— Vejo que o grande cavaleiro resolveu liderar uma investida contra nós. Desista, temos quatro de nós contra um de vocês — zombou o Lorde Pirata.

— Piratas não têm honra. Eles lutam por você movidos pelo medo. Fugirão apavorados quando eu levar sua cabeça ao centro da batalha — respondeu Lonios, firme.

O Lorde Pirata soltou uma gargalhada.

— Ora, ora, parece que a coragem brotou do nada. Adoro isso. Mas gosto mais ainda de ver essa coragem evaporar enquanto corto vocês em pedaços — disse ele, desembainhando sua enorme espada quadrada, com sua lâmina afiada de Aço Diamante brilhando sob a luz do sol.

Lonios avançou contra o Lorde Pirata, mas foi repelido por um golpe veloz que o fez recuar alguns passos. O pirata sorriu com desdém.  

— É essa cara que eu estava falando — zombou, referindo-se ao olhar de espanto de Lonios ao recuar.

O cavaleiro apertou o punho da espada, avaliando o adversário.

— Como eu imaginava, ele é anormalmente rápido. Consegue desviar dos meus golpes mesmo eu usando a Maldição da Visão.

Ele olhou para Nimbus, que ainda se recuperava da surpresa de ver seu mestre ativar a maldição e sair dela tão rapidamente.

— Nimbus, teremos que enfrentá-lo juntos.

O aprendiz engoliu em seco, sentindo o peso do momento. Ele sabia que ainda não dominava a Maldição da Visão, nem sequer entendia como ativá-la conscientemente. Mesmo assim, acenou para Lonios, pronto para o combate.

Os dois atacaram ao mesmo tempo. O pirata aparou o golpe de Lonios com facilidade e, num movimento ágil, desviou de Nimbus, chutando-o com força e derrubando-o ao chão. 

Enquanto se levantava, Nimbus lembrou-se da luta contra o Sãr Ahbran. Era a mesma técnica, e ele ainda não sabia como lidar com ela.

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