Volume 1
Capítulo 61: Avançando…
Lonios e Nimbus mantiveram-se à frente, flanqueando Elisis, que liderava com sua habitual coragem.
Quando finalmente alcançaram a ampla caverna do outro lado, Elisis não perdeu tempo. Dois inimigos caíram antes mesmo de entenderem o que os atingiu, alvejados com precisão mortal por suas flechas.
Ao inspecionar o local, notaram que havia apenas uma cela. Dentro, uma jovem loira de aparência desgastada estava deitada numa cama de palha. Ao perceber a presença deles, ela se levantou com um susto, prestes a gritar. Elisis imediatamente levou o dedo aos lábios, pedindo silêncio.
Um dos oficiais pegou as chaves de um dos guardas mortos e abriu a cela, libertando a prisioneira.
— Quem é você? — perguntou Elisis, com o semblante intrigado.
— Você é a escudeira Elisis Cirrus, não é? Vieram me salvar? — A moça esboçou um sorriso de alívio.
— Como sabe meu nome? — retrucou Elisis, desconfiada. — E eu não sou mais escudeira, agora sou uma amazona. Quem é você?
— Meu nome é Pola Korri, filha do Grande Líder de Cenferum. Fui raptada durante a 52ª Expedição.
O silêncio que se seguiu foi quebrado pelo som das armaduras enquanto os oficiais se entreolhavam em choque. Elisis também prestou sua continência, pondo a mão fechada sobre o lado esquerdo do peito numa reverência típica dos cavaleiros.
— É uma honra encontrá-la, senhorita Pola — declarou Elisis, após completar o gesto.
— Vamos sair daqui imediatamente. Estou enganando esses piratas há meses! Não suporto mais me passar por uma oficial de cozinha, tive que cozinhar para esses malditos filhos da puta.
Elisis arregalou os olhos, surpresa com o palavreado da filha do Grande Líder. Aquilo não parecia condizer com a educação que esperava de alguém de sua posição.
— Vossa Alteza! — tentou repreendê-la, mas foi interrompida.
— Vamos embora daqui, moça, rápido! — Pola a empurrou com firmeza, a urgência estampada em seu rosto.
Após o choque inicial com os modos de Pola, o grupo retornou à câmara onde haviam sido mantidos prisioneiros. Alguns oficiais permaneciam de vigia, atentos a qualquer movimentação dos piratas.
Por sorte, não havia acontecido nada até aquele momento. De acordo com os guardas mortos, o Lorde Pirata retornaria em instantes para continuar os interrogatórios.
— Preparem-se — ordenou Lonios, já na saída da caverna. — Teremos que correr em campo aberto até chegarmos às naves e roubar a mais rápida.
O trajeto até o porto seria uma tarefa árdua. A ilha possuía uma floresta tropical com poucas árvores e longas áreas abertas, expondo-os ao perigo. O meio quilômetro que os separava do objetivo seria conturbado.
Piratas certamente estariam de vigia, e, com o amanhecer, seria impossível manter-se ocultos. Era o pior momento para tentar uma fuga: ao menos duas centenas de piratas estavam na ilha, e reforços provavelmente chegariam em breve.
— Espere — disse Elisis, posicionando-se na entrada da caverna. — Há guardas por perto.
Com precisão letal, ela ergueu o arco e disparou quatro flechas seguidas. Cada uma encontrou seu alvo, derrubando os piratas antes que pudessem sequer perceber o que acontecia.
— Agora podemos ir.
Sob o comando de Elisis, todos partiram em disparada rumo ao mato ralo à frente. A vegetação rasteira e algumas poucas palmeiras serviam de cobertura limitada.
Mesmo ferido e debilitado pela perda de sangue, Valeros correu, afastando com brusquidão o Dr. Leonardo, que tentava ampará-lo. Quando chegaram ao primeiro ponto seguro, metade da distância já havia sido vencida.
Continuaram avançando, enquanto Elisis abatia guardas desavisados à distância. Suas flechas, silenciosas e precisas, garantiam que o grupo prosseguisse sem alertar os piratas.
Finalmente, chegaram ao último obstáculo: um campo aberto de cerca de cento e cinquenta metros separava-os das docas. No porto, dezenas de piratas andavam de um lado para o outro.
— Estamos perdidos. Com toda certeza irão nos avistar — Elisis falou, visivelmente irritada.
— Sabíamos que não seria fácil, mas ainda temos o elemento surpresa. Podemos conseguir — respondeu Lonios, tentando acalmá-la.
Elisis hesitou por um momento, mas acabou concordando.
— Talvez você tenha razão. Atenção, todos devem rumar para a Brand.
— Não acho que seja a melhor escolha, Elisis — retrucou Lonios. — Se tentarmos escapar na Brand, seremos pegos novamente. Eles possuem naves mais rápidas.
— Mas precisamos levar nossa carga. Agora que a Peregrino foi derrotada, Cenferum depende de nós para transportar os suprimentos. E se sabotarmos as outras naves?
— Não temos pessoal suficiente para isso. Invadir várias naves infestadas de piratas seria suicídio. Há pelo menos quatrocentos deles prontos para lutar.
Mesmo que os eliminemos, estaríamos exaustos e feridos demais para pilotar a Brand, que exige uma tripulação numerosa. A nave do Lorde Pirata é a única opção lógica. Ela requer menos tripulantes.
Lonios fez uma pausa, ponderando.
— Além disso, precisaremos de sorte. O único navegador experiente da Brand era o capitão Jones, que não permitia outros navegadores a bordo. Teremos que improvisar para encontrar o continente.
Elisis ficou em silêncio por um momento antes de acenar com a cabeça.
— Acho que posso ajudar com o problema de navegação — disse Nimbus. — Jim, da equipe de limpeza, estudava tudo sobre comandar uma nave. Ele sempre antecipava as manobras do capitão com precisão.
— Seu amigo da limpeza? — Elisis perguntou, desconfiada.
— Ele mesmo.
— Realmente, ele antecipava com precisão as manobras do capitão. — Lonios comentou.
— Muito bem. Se você confia nele, torçamos para que consiga traçar uma rota de fuga segura. Temos que avançar. É agora ou nunca.
Sem mais hesitações, o grupo se lançou na direção da pequena nave do Lorde Pirata. Sabiam que enfrentariam resistência feroz. Grande parte da tripulação estaria a bordo, alguns dormindo, outros iniciando suas tarefas.
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