Volume 1
Capítulo 57: Luta contra o Boss…
O escudeiro desviou com agilidade, mas a ação era apenas uma distração. O pirata com a faca tentou atacá-lo pelas costas. Com um salto mortal, Valeros escapou do golpe, deixando Lonios perplexo. Nem mesmo ele, com os poderes da Maldição da Visão, conseguiria uma esquiva tão perfeita.
Os prisioneiros estavam debruçados sobre as grades, acompanhando com fascínio o que parecia um espetáculo de destreza.
— Acontece, pirata, que eu sou o melhor guerreiro desta nave. — Valeros sorriu desafiadoramente.
Os bucaneiros se entreolharam, furiosos, e partiram para cima do jovem. Ele esquivou novamente, milagrosamente.
Mesmo algemado, conseguiu equilibrar-se e empalou o primeiro atacante. Em um movimento fluido, retirou a espada do corpo do inimigo e feriu a mão do segundo pirata, desarmando-o. Com um chute preciso, afastou o que segurava a faca.
Antes que o pirata ferido pudesse reagir, Valeros o transpassou com sua lâmina.
— Vocês disseram que eram os melhores guerreiros? Nem quero conhecer os piores. Vão se urinar todos quando me virem.
Uma voz firme ecoou atrás de Valeros, interrompendo o confronto.
— Por que estão demorando tanto?
Era o lorde pirata, escoltado por mais cinco bucaneiros. Ele avançou, observando a cena com interesse.
— Parece que temos problemas aqui. Afaste-se, Dinles.
— Como quiser, meu senhor. — O pirata fez uma reverência, cedendo espaço.
O lorde desembainhou sua espada, uma arma impressionante, com um filete de Aço Diamante no fio. Não era uma peça refinada, mas a tornava perigosamente afiada.
— Temos um lutador entre os covardes da nave mercante. Adoro uma boa briga.
— Que coincidência. Eu também adoro. Embora ache que você não esteja à altura, vou lhe dar uma chance de tentar a sorte. — Valeros, confiante, não percebeu o detalhe na lâmina do inimigo.
— Atenção à arma dele! — gritou Lonios da cela.
— Cale a boca, cavaleiro andante. Você não tem moral para me dar conselhos. Não chega nem aos pés do meu mestre. — Valeros voltou-se para o oponente. — Vamos começar?
O lorde pirata avançou. Valeros desviou magistralmente do primeiro golpe.
— Vai ser mais fácil do que eu imaginava — zombou o escudeiro.
Ele lançou sua espada para o alto. A lâmina fez um arco perfeito no ar, cortando as correntes das algemas em suas mãos. Antes que a espada caísse ao chão, ele a pegou de volta.
— Também adoro metal de má qualidade. — Valeros sorriu, preparando-se para o verdadeiro combate.
Agora ele partiu para cima do pirata. Desta vez, o inimigo não recuou, apenas aparou o golpe com sua espada. A força do impacto fez a lâmina de Valeros se encravar fundo na arma adversária. O garoto não percebeu e, ao se afastar para atacar novamente, encontrou a mesma resistência.
Com um leve movimento de ombro, o lorde pirata empurrou Valeros para trás. Só então o escudeiro notou o filete de sangue escorrendo pela perna. O golpe rápido do pirata o ferira no instante em que fora repelido.
Lonios, observando de sua cela, percebeu que aquele adversário não era como os outros. Sua técnica era apurada, digna de um cavaleiro — talvez até superior.
— Você não é tão idiota quanto os outros — disse Valeros, ignorando o ferimento e voltando à posição de combate.
— Sabe, soldadinho, você fala demais.
Dessa vez, foi o pirata quem avançou. Valeros, como de costume, desviou com uma acrobacia impressionante, saltando sobre o inimigo e conseguindo cortá-lo no braço. O lorde pirata se contorceu de dor e rolou para longe, escapando do próximo golpe, que atingiu apenas o chão.
— Me enganei. Você é tão inútil em combate quanto os seus subordinados. Dizem que os liderados acabam adquirindo as características de seus líderes.
— Ora, seu soldadinho!
Furioso, o pirata investiu novamente. Valeros bloqueou o golpe com sua espada, mas, mais uma vez, a lâmina do inimigo se cravou na arma do garoto. Ele continuava sem perceber, tomado pela confiança exagerada de que venceria. Os dois trocaram golpes por minutos, cada um demonstrando uma habilidade superior à do outro.
Os piratas ao redor assistiam boquiabertos. Agora, mais de vinte observavam a luta. Valeros, mesmo que vencesse, sabia que não teria chance contra tantos inimigos.
— Acho que você já me deu trabalho demais, garoto. Está na hora de acabar com isso.
— E como você pretende fazer isso? Vai mandar seus soldadinhos interferirem?
O pirata apenas sorriu antes de avançar novamente. Quando as lâminas se encontraram, a espada de Valeros se partiu ao meio. As fissuras feitas pelos golpes anteriores do inimigo foram finalmente expostas. Sem sua arma, o garoto não conseguiu aparar o próximo ataque. A lâmina do pirata parou a centímetros de sua garganta.
Vencido, Valeros largou o que restava de sua espada.
— Achou que eu iria te matar? Não, hoje não. Você vale mais vivo. Um escudeiro como você pode render um bom extra no resgate. Segurem-no.
Os piratas o agarraram com força.
— Covarde! Só me venceu porque minha espada era um lixo. Se eu tivesse uma arma decente, você já sabe o que teria acontecido.
— Talvez. Você é bom, mas não tem a sabedoria que eu tenho. Nunca me venceria.
Valeros rangia os dentes. Ele sabia que o pirata estava certo. Enquanto estava banhado em suor, o lorde pirata permanecia tranquilo, sequer demonstrando cansaço.
— Covarde! Escondendo-se atrás desses seus piratinhas!
O lorde parou ao ouvir a provocação.
— Sabe — disse, voltando-se para Valeros —, eu lembrei que você me feriu. Faz anos que ninguém consegue isso. Acho que deveria retribuir o favor, não acha?
Valeros permaneceu em silêncio.
— Olho por olho, dente por dente. Não é assim que vocês cavaleiros negociam?
O pirata ordenou que segurassem o braço esquerdo do garoto sobre uma mesa. Ele ergueu sua espada com um sorriso sinistro.
— Vamos fazer igual, soldadinho. Bem no mesmo lugar.
A lâmina desceu com força, amputando a mão de Valeros em um único golpe. Por um momento, ele ficou paralisado, encarando o ferimento incrédulo. Quando o sangue começou a jorrar e a dor o atingiu, soltou um grito desesperado, segurando o que restava de seu braço.
— Opa! Acho que fui fundo demais. Mas, com sorte, isso não vai desvalorizar o preço do seu resgate — zombou o pirata, saindo da sala enquanto ria.
Os guardas, sem cerimônia, jogaram Valeros de volta na cela, onde ele continuava gritando e se contorcendo de dor.
O Dr. Leonardo correu para socorrê-lo, com uma expressão de urgência.
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