Volume 1

Capítulo 41: Decepções amorosas…

Haviam se passado várias semanas desde que as duas naves haviam deixado Éter Sombrio, e Dr. Henry foi exonerado de seu cargo como responsável pela engenharia da Brand. 

O trabalho, antes cansativo, agora se tornara exaustivo, tanto física quanto emocionalmente. O poder subira à cabeça de Dr. Ari, que passou a ofender e forçar todos até o limite.

Dr. Henry, embora ainda realizasse as mesmas funções, agora o fazia sob ordens de Ari, que não era nada simpático. 

Muitas vezes, Ari o ofendia, mas Dr. Henry ignorava seu “chefe” e seguia com seu trabalho. Quando percebia que não era ouvido, Ari passava a incomodar outros membros da equipe.

— Ei, seus idiotas, aqui está sujo, limpem de novo.  

— Mas doutor, nós limpamos aí quando começamos, agora de manhã — respondeu Jim.  

— Não quero saber, o capitão quer tudo limpo.

Deixando-os para trás, Ari foi em direção a um mecânico.

— Ohh, seu idiota, esse motor está com barulho estranho, arruma! O capitão quer tudo em perfeita ordem. 

Depois, seguiu em direção a outro mecânico. 

— É fácil ficar dando ordens por aí, ele é um idiota — murmurou Jim, inconformado.

— É só por mais alguns meses, depois voltamos para Cenferum — respondeu Nimbus.

— Tenho a impressão de que esses meses serão longos — disse Jim, com um suspiro.

Ao terminar seu turno, Nimbus tomou um banho, almoçou e se preparou para sua rotina diária de treinos com Lonios, Valeros e Elisis, além de pesquisas na biblioteca. 

Jim costumava desaparecer por lá, e Nimbus suspeitava que ele tivesse acesso secreto à seção reservada. Por isso, ele ficava sozinho por horas, imerso em seus estudos.

Naquele dia, depois de terminar a leitura, Nimbus avistou Elisis na biblioteca. Após alguns minutos de hesitação, ele reuniu coragem para se aproximar.

— Oi Elisis, nunca lhe vi por aqui? — perguntou Nimbus, visivelmente nervoso.  

— É, hoje optei por ler um pouco. Gosto de romances, e aqui tem muitos — respondeu ela, fechando o livro e mostrando a capa.

Nimbus sentiu que o clima estava favorável. Elisis parecia romântica, talvez até influenciada pela leitura, e ele se sentiu encorajado a seguir com seu plano.

— Sabe, Elisis, faz muito tempo que eu quero lhe falar algo, mas nunca tive coragem... — ele gaguejou, o coração batendo forte.  

— Eu já imagino o que é, mas Nimbus, eu gosto muito de você, mas como amigo, tá? — Ela o olhou com um olhar triste.

A rejeição o atingiu como um golpe. Ele ficou sem saber o que dizer, tentando desesperadamente encontrar uma saída para a situação embaraçosa.

— Não é isso que você está pensando, Elisis. Eu só queria dizer que… você é bonita, mas… é mais inteligente do que bonita… e… — ele mal conseguiu completar a frase, se segurando para não chorar. — Acho que já vou indo… 

Sem esperar pela resposta, Nimbus se apressou a sair, tentando não parecer estranho. 

— Que bom que você me acha inteligente, Nimbus. Até mais — ela disse, parecendo perceber que ele inventara tudo naquele momento.

Nimbus correu até o banheiro e se trancou em um dos boxes, onde ficou chorando por um longo tempo. Quando finalmente saiu de lá, perdeu a noção do tempo. 

Ao olhar para o relógio, viu que já era tarde da madrugada. No quarto, deitou-se em seu beliche e tomou uma decisão:  

“A partir de hoje, vou me dedicar apenas a mim mesmo, nunca mais vou correr atrás de ninguém.”

No dia seguinte, ao invés de conversar com Elisis, Nimbus foi direto para a área de musculação. Começou a treinar intensamente, puxando pesos de forma desordenada, correndo e tentando erguer o maior peso possível. Foi então que Valeros o viu e se aproximou, rindo.

— Ei, o que está fazendo aí, Nimbus? Está fazendo tudo errado, desse jeito vai se machucar.  

— Só treinando com uns pesos. Acho que preciso ficar mais forte, para ser mais eficiente em combate.  

— Calma aí, vou te dar umas dicas. O que você está fazendo vai ter o efeito contrário.

Valeros começou a explicar, com paciência, tudo o que Nimbus precisava saber sobre o treino adequado. Detalhou como trabalhar diferentes grupos musculares, repetições e a frequência do treino. 

Também lhe falou sobre alimentação – o que comer e o que evitar – para otimizar os resultados. Nimbus ficou impressionado com o conhecimento de Valeros.

Lonios, que estava por perto, parou para observar a cena.

— Sério? Tem certeza disso? — ele perguntou, vendo Nimbus tentando erguer a barra enquanto estava deitado no banco de supino.  

— Claro — respondeu Nimbus, com determinação, elevando o peso.  

— Só não vá se machucar, porque, pelo que você falou, o seu trabalho está puxado lá na engenharia, e ainda tem seu treino comigo.  

— Mestre, não se preocupe. Não vou pegar muito pesado. 

Nimbus continuou, levando o peso até o seu limite, até que Valeros o ajudou.

— Isso aí, Nimbus, só mais oito repetições e nada mais. Só mais duas séries, e se prepare para ficar dolorido por dois dias — Valeros parecia satisfeito, feliz em poder ensinar Nimbus, provavelmente por gostar muito de levantar pesos.

Depois de mais alguns exercícios os dois pararam e Nimbus foi para o alojamento com muita dor, mas feliz, mas uma coisa o deixava intrigado: “Quem era o homem de que Elisis gostava dentro da nave, pois era claro que deveria existir alguém!”

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