Volume 1
Capítulo 39: Brigas de Bar…
Embora já tivesse visto pessoas beberem antes, sua única experiência com álcool não fora das melhores, o que o fez receoso. Olhou para Lonios, que fez um gesto de aprovação com a cabeça.
Nimbus, então, deu alguns goles tímidos. Jim já parecia mais à vontade e, ao contrário de Nimbus, estava indo bem com a bebida.
Uma hora depois, Henry já havia bebido três canecas grandes e sua língua estava começando a enrolar.
Lonios, sempre mais moderado, havia terminado a sua caneca, mas Jim, tentando acompanhar Henry, já não conseguia mais beber sem dificuldade. Nimbus ainda não passara da metade da sua caneca.
De repente, um homem se aproximou, com a voz trêmula e um olhar vacilante. — O senhor é Sãr Lonios, não é? Vi a sua luta na capital, até hoje não arrumaram a rua onde aconteceu.
O homem estava visivelmente embriagado e cambaleava para se manter de pé.
— Garotos, vou até o banheiro resolver um pequeno problema e já volto — disse Lonios, levantando-se de imediato. Guiou o homem bêbado pela mão, afastando-se do grupo.
Jim e Nimbus se entreolharam, até que Henry falou, com dificuldade, a língua enrolando:
— Nisso que dá, esses cavaleiros usarem nomes de cavaleiros lendários, todo mundo acha que eles são o tal cavaleiro, mas não são, enganação.
— Cavaleiro lendário? — perguntou Nimbus, curioso.
— Sim, na guerra Anticoletivista, há mais de trinta anos, haviam cavaleiros conhecidos pela sua lendária capacidade de combate. Eram sete oficialmente, mas havia muitos outros que se encaixavam nessa categoria. Esse Lonios era um deles.
— Mas esses cavaleiros lendários podem estar por aí, não é? — Nimbus questionou, esperançoso. Percebeu que Jim estava dormindo sobre a mesa, babando.
— Difícil. Eles são muito importantes. A maioria se tornou rica, senhor de alguma localidade, ou serve diretamente a um rei ou governo, como o Sãr Ahbran. Mas se você quer saber se seu mestre é o Lonios original, esqueça. Eu mesmo conheço uma dúzia de cavaleiros que se chamam Ahbran, e uns dois ou três Lonios.
— Mas como o senhor sabe sobre isso? — perguntou Nimbus, intrigado.
— Eu lutei nessa guerra. Era engenheiro de uma das naves de vanguarda e ajudava nos combates em terra, dando apoio aos cavaleiros, consertando suas armaduras, suas armas, essas coisas.
— Mas o senhor conheceu esse cavaleiro lendário chamado Lonios?
— Não, eu lutava na frente oriental e ele na ocidental. Só o vi uma vez, de longe, nas festividades em Victorius, onde os cavaleiros foram homenageados. Mas ele estava muito longe e eu estava muito bêbado para lembrar da cara dele.
De repente, Nimbus ouviu vidro quebrando e, ao olhar em volta, viu Valeros de pé, encarando dois homens, cada um segurando uma garrafa quebrada.
— Retirem o que disseram! — Valeros falou, em tom autoritário. — Ninguém insulta meus amigos e fica impune.
— Nada como uma briga de bar para finalizar uma noite de bebedeira, adoro esse muleque — Henry olhou por cima do ombro, com um sorriso satisfeito ao ver o garoto enfrentando os dois homens.
Em seguida, levantou-se e começou a caminhar em direção a eles.
— Algum problema, muleque?
— Nada não, Doutor. Nada que eu não possa resolver — Valeros estalou os dedos, confiante.
Nimbus olhou ao redor em busca de Lonios, mas não o viu. Acordou Jim, que parecia completamente desorientado, com o rosto molhado de baba e cerveja.
Quando Nimbus olhou novamente, a briga já havia começado no balcão. Valeros estava batendo em um homem, Henry em outro, e Eli parecia bastante animado com a confusão.
De repente, um dos homens atirou uma garrafa em Henry, que conseguiu desviar. Ela acertou as costas de um homem que estava atrás, o que fez com que ele e mais dois amigos se juntassem à briga.
Então, Nimbus sentiu uma mão no seu ombro.
— Você sabe as regras de uma briga de bar? — perguntou Lonios, que havia voltado do banheiro.
— Nenhuma, mas evite usar armas. Se você usar, eles também vão usar, entendeu? — disse Lonios, antes de correr em direção à briga. Começou a bater em um dos homens que estava enfrentando Valeros.
Jim estava meio acordado, meio dormindo, mas Nimbus o sacudiu e, com um sorriso no rosto, disse:
— Vamos lá ajudar o pessoal.
Eles correram em direção à confusão, que já tomava conta de metade do bar. Nimbus desviou de um homem que tentou lhe acertar e, com um golpe rápido, o derrubou.
Ao girar para ver onde Lonios estava, viu de relance Jim dando um soco em um dos homens que estava com o que Nimbus havia derrubado.
Quando chegou na luta principal, Nimbus saltou e deu uma "voadora" em um dos homens, fazendo-o cair do outro lado do balcão.
A essa altura, até os garçons estavam se envolvendo na briga, e o balconista amigo de Henry atirava garrafas vazias de vinho barato em quem estivesse à sua frente.
Depois de alguns minutos, Nimbus e seus amigos conseguiram alcançar a saída, pegar suas armas na chapelaria e deixar o local. Quando saíram do bar, a luta parecia longe de terminar.
De todos, apenas Jim parecia mais machucado. Seu supercílio estava cortado e sangrando. Lonios olhou para o ferimento e comentou:
— Acho melhor voltarmos para a Brand, você precisa fazer um curativo nesse olho.
— Acho melhor mesmo — disse Valeros. — Já tive briga suficiente por hoje.
Eles seguiram para a nave, mas logo notaram que Henry tinha se desviado do caminho. Ele estava indo em direção a um bar movimentado.
Lonios perguntou:
— Não vai voltar conosco?
Henry, cambaleante, respondeu:
— Ainda não completei meu objetivo de hoje, lembra? Acordar nos braços de uma bela dama ou na sarjeta, com o sol na cara. Até amanhã, Sãr Lonios. E para vocês também.
Henry entrou no bar e, ao se virar, falou para Jim e Nimbus, seus empregados na equipe de limpeza da engenharia.
— E vocês, muleques, estão dispensados do serviço amanhã. Podem dormir até tarde, ordem do seu chefe.
— Não é perigoso deixá-lo sozinho? — perguntou Nimbus.
— Não, ele sabe o que faz. Além disso, acho que ele bateu nos bêbados melhor do que você.
Eles caminharam mais um pouco, entrando na Brand, quando Lonios pegou o chapéu de Eli.
— Já pode tirar esse disfarce, Elisis. Já chegamos em casa.
Ao retirar o chapéu, Lonios tirou a peruca de cabelos pretos e, logo depois, a barba. Elisis, com um sorriso, revelou sua verdadeira identidade. Nimbus ficou boquiaberto.
Ela estava perfeita no disfarce, parecia realmente um homem. Mudara o tom de voz, a forma de andar, e até o cheiro de bebida nas roupas.
— Achou que eu não ia descobrir que era você nesse disfarce improvisado? Pensei que amazonas eram mestras em disfarces
— É, ficou ridículo mesmo — ela riu. — Mas eu não tive muito tempo para me preparar. Valeros me avisou de última hora que vocês iriam passear em um bar, e uma mulher certamente chamaria muita atenção. Tive que improvisar. — Ela mostrou a peruca e a barba postiças nas mãos
Todos riram e conversaram sobre o assunto, Nimbus acompanhou Jim até a enfermaria para fazer um curativo e depois foram para os seus dormitórios, pois já era mais de duas da madrugada quando haviam chegado, e já passava da hora de dormir, mas no outro dia eles não precisavam trabalhar e, apesar dos hematomas da briga no bar, isso os deixava felizes.
Antes de dormir, Nimbus lembrou que ele sempre sonhara em trabalhar em uma nave e ser protagonista das histórias de brigas de bar, que o velho viajante do éter sempre contava com tanta felicidade, parece que agora ele teria suas próprias histórias para contar.
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