Volume 1: Sangue e Promessas.
Capitulo 3: Consequências.
A Acrópole flutuava majestosamente sobre a capital do império, um distrito elevado que se destacava como o epicentro do poder. Suas imensas correntes a ancoravam ao solo, mas era sua imponência que realmente a mantinha inalcançável.
O distrito abrigava o núcleo do governo imperial, cercado pelas residências das doze grandes famílias nobres, os generais do império e os parlamentares eleitos pelo povo. No coração da Acrópole, erguia-se o palácio do Imperador ,Eldravel o Trono Eterno, símbolo da supremacia absoluta do império e lar do imperador.
Sob esse domínio suspenso, Markus caminhava com passos firmes pelo distrito nobre. Seu uniforme de general estava impecável, o corte de cabelo curto e a barba bem-feita davam-lhe uma aparência disciplinada. Seus olhos negros carregavam determinação. Ele nunca abaixava a cabeça para ninguém, exceto para um homem: Eiden.
Os soldados que cruzavam seu caminho não apenas reconheciam sua patente, mas também o homem que estava por trás dela. Markus não era apenas um general. Ele era um dos mais leais servidores do império… e, para Eiden, era um filho.
O eco de suas botas ressoava pelo mármore polido do caminho até o palácio. Quando alcançou a entrada, os guardas se puseram firmes em posição, batendo continência antes de abrir as imensas portas douradas, revelando o salão vasto e silencioso.
“Ótimo assim não preciso me preocupar com ouvidos curiosos.”
Seus olhos percorreram o ambiente até encontrar a figura que procurava: Eiden Visra Empera, o imperador, estava ao fundo do salão, debruçado sobre uma grande mesa cartográfica. Ele parecia imerso em seus pensamentos, analisando o mapa do mundo, como sempre fazia antes do início das sessões da corte.
Markus respirou fundo e se aproximou.
— Meu senhor, precisamos conversar.
Eiden ergueu o olhar, os olhos azuis brilhando como safiras sob a luz do salão. Seu rosto mantinha uma beleza quase atemporal — não aparentava ter mais de trinta anos, apesar dos séculos que havia vivido. Ele sorriu levemente.
— Claro. Você tem algo a dizer sobre meu discurso ou é algo mais sério?
Markus estreitou os olhos.
— Meu senhor...
O sorriso de Eiden desapareceu.
— Algo aconteceu com Harkin, não foi?
Markus ergueu uma sobrancelha.
— Você já sabia?
Eiden deu um leve riso.
— Markus, voce é óbvio. Eu ainda não sei o que aconteceu, mas sei que "ela" pediu para você ficar de olho nele. Se veio até mim dessa forma, só pode ser sobre ele. Agora diga… qual foi a merda que ele fez?
Markus cruzou os braços, respirou fundo e respondeu:
— Ele não fez nenhuma merda, mas arrumou confusão com Stein.
Eiden soltou um suspiro, sua expressão permanecendo impassível.
— E eu suponho que Stein tenha saído perdendo.
Markus sorriu de canto.
— Ele tomou um único golpe e apagou.
O imperador riu baixinho, mas seus olhos brilharam levemente.
— Claro que tomou. Era apenas questão de tempo.
Markus observou a reação de Eiden.
— Você não parece surpreso.
— E por que eu estaria? — O imperador inclinou-se contra a mesa. — Cada fibra de músculo daquele garoto foi treinada ao extremo. Você não sente mana ou aura nele porque ele aprendeu a esconder isso, mas eu posso sentir o campo gravitacional ao redor dele.
— Então, por que ele esconderia sua força?
Eiden deslizou os dedos sobre o mapa à sua frente.
— Porque foi assim que sobreviveu até agora.
Markus franziu o cenho, sentindo o peso daquela palavra. Sobreviveu. Não "aprendeu". Não "cresceu". Sobreviveu.
Ele encontrou os olhos de Eiden.
— O que exatamente ele enfrentou?
Eiden não desviou o olhar do mapa.
— Uma hora você entenderá. Nem tudo é o que parece, Markus. Algumas pessoas escondem sua verdadeira natureza debaixo de tantas camadas que até elas mesmas esquecem quem são.
Markus ponderou essas palavras. Isso era sobre Harkin? Ou sobre outra pessoa?
Eiden sorriu, interrompendo os pensamentos do general.
— De qualquer forma, nós não vamos nos envolver com isso. Harkin que resolva suas próprias confusões.
Markus respirou fundo.
— E se Solomon intervir?
Eiden ergueu uma sobrancelha, um sorriso discreto surgindo nos lábios.
— Markus... você realmente acha que Solomon esperaria ser convidado para esse jogo?
Markus manteve o olhar fixo no imperador. Ele já sabia disso há tempos.
— Então, como devemos proceder?
— Simples. Se for preciso, lidamos com ele.
Markus como um bom general saudou o imperador, aoesar da proximidade era melhor assim.
Antes de alcançar a porta, Eiden o chamou:
— Markus.
O general parou e olhou por cima do ombro.
— Sim, meu senhor?
Eiden sorriu.
— Você, de todos os generais, é o único que não devia me saudar. Você pode não ser meu filho biológico, mas ainda assim, é meu filho. Essas formalidades são só para a corte. Agora vá embora logo e vai passar um tempo com sua filha. Ah, e diga pra minha neta que aparecer de vez em quando para dar um oi para esse velho não vai matá-la.
Markus esboçou um leve sorriso.
— Ela te ama, meu senhor. Mas... desde que a mãe dela morreu, ela quase não fala comigo. Se não fossem minhas sombras e a Serafina, eu mal saberia se ela está bem.
Eiden apenas fez um gesto para que ele fosse logo.
— Certo, certo. Agora vá.
Markus fez um breve aceno antes de partir.
Eiden, agora sozinho, caminhou até o trono e sentou-se, ajustando sua postura. Então, esse é o jogo que ela quer jogar? Usar o garoto contra mim?
Lentamente, ele ergueu a cabeça e seus olhos começaram a brilhar intensamente. Ele mirou no horizonte distante, enxergando através de milhares de quilômetros.
Uma mulher de cabelos vermelho-escarlate e um vestido refinado estava sentada em um trono luxuoso, olhando na mesma direção que ele. Seus olhos brilhavam com uma tonalidade vermelha intensa, e um sorriso enigmático curvou seus lábios.
"Velhos jogos, velhas promessas… e velhas traições. Os séculos passam… e você não muda."
Seus olhos se estreitaram levemente, absorvendo cada detalhe da figura à distância. Por um momento, o silêncio era absoluto—não um silêncio comum, mas aquele que antecede uma tempestade.
Seus olhos brilharam como lâminas sob a luz do trono. Sua voz, suave como um sussurro, cortou a distância entre eles:
— Ó minha querida... você irá se arrepender.
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios