Volume 3

Capítulo 9 : Vai começar uma Luta

Vendo Mirai sorrindo enquanto segurando com uma luva a lança no ombro, uma sensação estranha era sentida, não parecia um amigo, muito menos era um estranho. Foi uma dúvida simples e genuína na mente.

“ Eu realmente só a conheci a pouco tempo? ”

— Meu caro Sol, eu fiz essa arma um dia e você está com um familiar. Essa arma pode ser chamada de vantagem para me encarar assim? Lembre-se, você também tem um nível a mais de mana, se eu estivesse com armas reais ainda nem seria uma vantagem tão grande assim. Essa partida vai ser como uma pessoa normal enfrentando uma fera mágica, pelo menos na questão mana pura.

Coçando levemente o rosto ele relutantemente admite os pontos levantados.

— Olhando por esse lado realmente faz sentido, mas não é muito educado chamar os outros assim.

— Mil perdões, não tinha essa intenção.

Cruzando os braços encarava firmemente cada detalhe da arma.

“ O problema é esse desconforto vindo dela... espera, aquilo lembra uma arma magica feita com prata fria ou algo similar e isso faria uma boa diferença no combate. A Mirai vem com algo assim feito com mana dela? ”

— Você consegue guardar isso? É muito desconfortante imaginar uma possível tentativa de fraude logo nos amistosos.

— Assim está bom? — Sorrindo para ele, a arma desapareceu e reapareceu provando suas palavras — Sabe eu tenho uma meta para deixar outras dessa guardadas, infelizmente leva muito tempo e concentração fazer isso .

— Ok isso é prova suficiente... vamos então com esse amistoso.

Com os olhos a observou abaixar levemente apontando a lança no seu peito. Os joelhos flexionados, o corpo levemente jogado para frente e o olhar fixo nele como o predador encarando sua presa antes do bote.

“ Uma investida logo de cara... ela realmente acredita que poderá me derrubar tão fácil quando eu tenho meu familiar para me ajudar? Mesmo sem ele, ela não tem força suficiente para me derrubar tão fácil. Vou só chamar atenção e mandar o Brasa ataca-la por traz, não deve ser muito difícil. ”

O sinal da partida foi tocado. Antes dele acabar colocou suas mãos no chão e um muro vermelho quase solido feito por puras chamas dividia a arena no meio. Foi uma perfeita mistura da mana de fogo e ar.

— Feito, agora é —

Sua barreira foi completamente ignorada, sem nenhuma resistência por um simples objeto reto indo ao seu lado. Seu familiar ainda não deu um único passo e estava confiante na parede.

“ ...Brasa? ”

Seus olhos viam lentamente a linha branca se aproximando do animal. Calmamente encostando e rasgando toda a lateral. A carne saia como roupa dos lábios do cão em direção a cauda revelando os órgãos cobertos por um tom petrificado vermelho escuro.

“ ... morto? ”

Metade do animal estava aberta na sua frente. Os órgãos paralisados com apenas um se movendo. O coração batia lentamente, apesar do gelo cobrir tudo. Por apenas um momento duas pessoas apareceram e sumiram com o cão, mas a vista permanecia em sua mente.

“ Vivo... ”

Seu corpo tremeu ao imaginar a morte dele, com toda sua força a voz saia para a responsável daquilo.

— EU VOU MA—

Seus olhos apenas viram uma linha azul se aproximar rapidamente, ele saltou para longe instintivamente enquanto movia o rosto. Uma parte do cabelo foi cortada e quase foi levado uma parte da orelha direita.

“ VADIA! ”

Quem deveria segurar a adaga estava longe criando uma fina névoa enquanto corria para recuperar a lança.

“ EU MATO ELA! ”

Chamas formaram uma simples lâmina vermelha, mas sem nenhuma razão explodiram bem em sua frente cegando sua vista. Apenas dependendo do seu sentido para magia e instinto, Sol bloqueava o golpe da lança em sua direção lateralmente.

“ VÁ SE FUDER! ”

Bloquear o golpe reduziu as chamas. Aponta dos dedos estavam por um lado congeladas e do outro quente com o fogo. A lança era puxada para começar uma sequência de estocadas.

“ EU VOU TE MATAR! ”

Toda vez ao avançar e recuar, um pouco da pele era cortada sem derramar sangue e o rastro branco formado pelo movimento enfraquecia as chamas próximas. Sentindo o corpo congelar das feridas se incendiou sem se controlar corretamente.

“ MORRA PESTE! ”

A roupa dele estava queimando e grudando na sua pele, mas a dela se mantinha inteira protegia por uma leve camada azul. Um corte mais profundo finalmente foi feito cortando a lateral do seu abdômen pelo descuido.

— Chamas fracas.

A voz era calma, o olhar sem vida encarava fixamente seus olhos. O sangue dele escorria dos cortes recém descongelados. Comprimindo todas as suas chamas para a lâmina, sua cor se tornava azul e sua mão queimava.

— FRACA AINDA?!

A espada azul finalmente para a lança e arranhou a arma. Finalmente a sequência de golpes para por um breve momento. Sem perder tempo, Mirai deixa sua lança ser empurrada para traz e gira a outra ponta raspando na sua própria perna arrancando um pedaço para coletar sangue.

“ESSA MALUKA VADIA?! ”

A segunda ponta rapidamente se mistura formando um machado vermelho e continua seus golpes com a força do empurrão. Seguindo apenas seu instinto, ele tentou desviar do golpe usando a arma e o corpo num único movimento, mas a arma quase não desviou a alabarda e acaba destruída, quase levou a metade direita do seu corpo junto.

— Frágil.

A garota começa a girar seu corpo e transforma sua investida em movimentos horizontais enquanto o persegue. A ponta original se transformava numa cópia da alabarda e acompanha os giros sucessivos. Em desespero ele recriou sua arma para tentar desviar os golpes.

“ POR QUE ELA?! ”

Todo giro raspava um pedaço da sua pele, destruía sua arma e o empurrava ao fim da arena. A partida poderia acabar por sair da arena naquele ritmo. Sem conseguir pensar numa solução adequada para situação, decide explodir propositalmente toda mana possível ao seu redor numa intensa esfera vermelho azulado, mas como se soubesse seus planos ela tinha afastado no momento certo para evitar completamente as chamas.

“ ESSA VACA PREVIU ISSO? ”

Finalmente conseguindo distância salta o mais alto possível, com o fogo se mantem no ar longe do seu alcance e com o vento pressiona toda a arena. No chão com as pernas levemente tremendo, estava a garota com olhar irritado pela primeira vez. Tendo finalmente criado distancia ele respira fundo para se acalmar.

Repetindo um simples ato de inspirar e expirar o ar lentamente, seu controle da magia aumentava, a preção na arena crescia e as chamas o mantendo no ar se tonavam mais calmas e comprimidas. Calmamente abriu os olhos.

“ ... isso tudo foi muito perto. Ela é um monstro, primeiro ela tira a pessoa do sério, depois parte para cima sem nenhuma dúvida do sucesso e por fim mantem a confusão mental da pessoa, tentando ainda aumentar a dificuldade da pessoa se concentrar... eu devia ter perdido essa luta se não fosse por aquela mulher me botando em combates repetidos... ”

Levantando uma das mãos 20 lanças vermelhas surgem no alto e cercam o céu acima da garota. Agora sem conseguir alcança-lo, Mirai tinha mudado a forma da sua lança uma última vez enquanto ele se acalmava. Apenas uma das pontas se manteve e tudo tinha uma camada fina do seu sangue. O rastro anterior havia desaparecido e substituído por um brilho vermelho.

— Suas últimas palavras Mirai?

Uma leve luz vermelha brilhava na mão esquerda dela e sua sombra se movimentava anormalmente se transformando em um círculo negro no chão. Olhos vermelhos surgiam ao seu redor no chão focando suas magias, mas a garota apenas olhou para o chão da arena, revisando a destruição atual, onde pedras haviam sido quebradas ou levemente derretidas pelos golpes.

“ Mas o que é isso? Ela tinha um familiar dentro da sombra? ”

Do céu, cada disparo caia preso firmemente no chão queimando os arredores. Sem levantar os olhos ela desviava do golpe. A preção do vento intensificava a velocidade das lanças para perfurar o solo, mas a garota apenas corria pela arena e com os mínimos movimentos desviava das tentativas para prender, parar ou atrapalhar sua corrida.

“ Preciso repor mais rápido? ”

As sombras mantinham cada um dos seus diversos olhos nos golpes não importava quantas surgissem, pois, sempre novos olhos apareceriam para observar tudo. A escuridão se mantinha invariável e não dissipava ou se contorcia. A garota não mostrava sinais para parar seus movimentos através da arena tão cedo.

“ Droga, eu não consigo manter tantas magias diferentes por muito tempo, eu escolho parar com as lanças ou diminuo a pressão do ar? ”

Não tendo outras opções em mente, repetia os golpes sem parar apesar da clara falha em acertar, apenas para aos poucos a garota começar a diminuir a velocidade. O rosto dela estava carrancudo com as lanças cada vez mais próximas da sua pele.

— Droga!

Um rastro vermelho finalmente, rasgava sua pele sem derramar uma única gota de sangue, sua reclamação parecia perturbar todo o sentimento da distância entre eles, enfim seu adversário estava próximo o suficiente para sofrer dano e ser derrotado.

— Olha só, alguém está ficando cansada.

Apenas respondendo correndo para a sombra do garoto, suas sombras começaram a se misturar, marcas negras apertaram o corpo no céu quebrando sua concentração.

— Infelizmente, não nasci incapaz de usar a própria mana direito.

Enquanto caia no chão, incendiou o seu arredor numa cúpula azulada, mas não conseguiu acertar nada além do chão. Ainda sentindo o aperto das sombras, expandiu suas chamas aos poucos tentando cobrir toda a arena. Lentamente chegaria nela era só esperar, mas nas suas costas a presença da arma feita com sangue e gelo era nítida.

“ Um suicídio duplo antes de cair? ”

O aperto das sombras havia acabado e virando seu corpo conseguia ver através das chamas azuladas o brilho do sangue correndo em sua direção. Um giro lateral começou e o aperto das sombras retornou apenas nos seus pés para o impedir de saltar. Concentrando toda sua mana na mão esquerda, segurou a lâmina com a mão. A esfera se desfez, mas ele ficou parado sem golpeá-la.

— ... você é suicida.

Queimaduras pretas misturadas com o tecido envolvia todo o corpo da garota. Parada mal respirando, Mirai caia no chão, mas antes do rosto toca-lo uma mulher escamada subiu das sombras e segurou seu corpo suavemente encerrando a luta.

— Essa pivetinha é realmente algo inédito, parece realmente um filhotinho de dragão branco idiota... gostei dela.

Puxando uma manta negra, cobria o corpo completamente e segurava como princesa cuidadosamente. A plateia se mantinha em silencio com a cena. Uma luta rápida com apenas 3 minutos e um corpo foi queimado por completo naquele combate, aquilo foi muito além das partidas convencionais, foi como uma verdadeira luta até a morte.

— Isso foi um elogio? Isso foi imprudência pura! Ela queimou o próprio corpo apenas para tentar vencer e perdeu no final! Se eu continuasse ela morreria!

Sua sombra tocou a sombra do rapaz, sua resposta chegou com seu sorriso cruel diretamente na sua mente.

“ Ela só usou combate físico contra você, idiota. Vamos pensar por um único segundo, se aquele arremesso que tirou o cachorro idiota da luta não teve magia, como suas mãos teriam parado essa arma agora? ”

Sem hesitar levou andando lentamente com o corpo nos braços. A pele negra era puxada para fora por mãos negras. Um homem loiro saia das sombras puxado por uma das mãos e começava o tratamento magico.

— Acredito não precisar hesitar para tratar algo tão sério, né? Pois bem com licença ou não, aqui estou.

O garoto observando o trio se afastar, estava parado, com o braço ainda levantado. Apenas relembrava os primeiros segundos da arena.

“ ... por que não em mim? Medo do Brasa? Ou era para acabar com a cura? Não, ela quis evitar a bestificação do Brasa que aconteceria, caso eu fosse morto ou deixado em estado grave... a escola não estava com armas magicas preparadas para lidar com uma besta em descontrole..., mas aquela mulher dragão não seria suficiente? ”

Com um arrepio subindo sua espinha, um par de olhares roxo e verde o observavam da arquibancada. Do outro lado um na área VIP olhar azul sem vida analisava cada ação como um ser fora daquele mundo, refletindo da situação dum ponto superior ao do mundo. A família inteira da garota claramente não foi para cima naquele momento por uma fraca razão os contendo ali.

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