Volume 3

Capítulo 6 : Faça a sua Parte

Escrevendo um pedido para um novo vidro blindado casualmente, Valete conversava com a única mulher quieta, sem nenhuma surpresa após alguém quebrar o antigo vidro blindado da sala.

— O lagartixa, por que não impediu a Mirai? Os outros ali parecem ter se preocupado em saírem machucados com a garota quebrando a janela, mas e você?

— Eu? — Finalmente surpresa com algo, respondia apontando para o próprio rosto — Eu deveria? Minhas ordens são claras, não deixe ninguém morrer, a pirralha caída nem foi ameaçada garantidamente.

— Como é? — Parando suas anotações, o homem a encarava — Desde quando criar uma espada com um braço levantado não conta como uma ameaça a vida? A outra estava caída no chã e paralisada, ficou cega?

— Simples, ela podia ter ficado com cara de bunda com a espada na mão sem coragem para matar no final.

— E parecia isso?

— Talvez, a Mirai parou ela antes, isso foi triste estava ficando interessante a briga é tipo as novelas humanas.

Com apernas cruzadas e rosto entediado, pegava uma bolacha recheada para comer como se nada tivesse acontecido na sala. Seu rosto sorriu ao morder o doce satisfeita com o gosto. Um homem gordo olhava para sua aluna.

— ... Leo consegue ver aquela garota lá caída sozinha? Ela era sua amiga, né?

— Hum? — Fingindo surpresa, apontava o dedo para o próprio rosto e respondia abaixando sua voz. — Bom... ser amigas talvez seja meio difícil dizer, mas deve estar certo... espero não acontecer algo assim com outra pessoa hoje.

— O Sr. Eiji é uma pessoa com muita sorte por ter uma aluna bondosa assim.

O gordo baixinho olhou surpreso para os elogios súbitos. Seus olhos estavam na dupla saindo da arena do lado oposto da perdedora.

— A, sim, agradeço todo dia por ter bons alunos. Leo, pode ir à enfermaria?

— Hum... eu pediria para a Mirai ir comigo, mas ela vai ficar com a irmã dela e bom, sendo sincera, a Ana não é exatamente ruim... é mais uma questão cultural, digo, ela não foi tão...

— Uma filha da puta, mimada, irritante, asquerosa, preguiçosa e como vocês humanos diriam, uma vadia completa?

Sem tirar os olhos da perdedora, via os homens levando-a numa maca. Enquanto ignorava todas as pessoas a encarando, a mulher via a Ana tentando negar toda sua realidade com seus esforços inúteis. Não havia como a sua situação despertar qualquer empatia para mulher, era apenas tedioso ver aquilo.

— E-e-eu não acho que seria assim, Senhora.

— No fim continuo achando ela um desperdício nessa escola, a garota não sabia que todas as palavras dela seriam transmitidas?

Sua mão balançava naturalmente o pote dos doces vazio na direção do garçom mais próximo, era a única tarefa realmente digna da sua força e interesse no momento.

— E-eu vou sair duma vez.

Se levantando as pressas Leo sai pelo corredor pelo mesmo caminho utilizado para chegar. Vendo-a sair, o loiro responsável pelo conserto olha para os outros membros da sala, esperando o apoio das outras pessoas na sala que lhe devem e calculando quanto poderia ser preciso mais tarde pagar como “ agradecimento ” por tudo.

— Bom, Senhoras e Senhores, agradeço primeiramente por vossa paciência, mas vamos discutir sobre as coisas agora? Primeiro já peço para manterem a calma com a situação da garota, como podemos ver, ela impediu uma provável tentativa de violência extrema ou até mesmo um homicídio, apesar do susto a todos vós.

“ Infelizmente, só tem duas pessoas aqui para me ajudar a manter a calma, além desse dragão idiota. ”

 

 

Leo corria pelos corredores em direção a enfermaria aos poucos diminuindo seus passos. Quando finalmente voltou aos passos normais franziu suas sobrancelhas e suspirou com a situação atual.

“ Puta merda Mirai, agora eu vou ter que lidar com tudo sozinho? Bom, os dois ficaram para controlar a situação dos Vips pelo menos... na cabeça dela dinheiro resolve tudo? Bom, o prestigio da família dela cairia se a Yutyssia atacasse ali e fosse expulsa, mas ela não é do tipo se importa com a honra... deixa isso para lá, preciso dar um jeito agora com um plano B. ”

Removendo uma simples pulseira com algumas pedras, seu rosto escurecia ao lembrar do plano reserva. As pedras verdadeiras foram esculpidas para parecerem bijuterias baratas falsificadas e as runas disfarçadas como parte do design do objeto. Milhões foram gastos para falsificar uma aparência pobre e qualquer num objeto com altíssima tecnologia sem preço no mercado.

“ ... vai ser chato isso... vou precisar dela tentando me queimar primeiro e depois jogar essa coisa na mão dela durante o golpe... porra Mirai, seu trabalho era só me proteger com uma barreira feita de gelo, mas aí você decide fazer essa merda toda? Puta merda, dava para não me abandonar? ”

Chegando na enfermaria, Leo se depara com a sala quase cheia com seus colegas da noite. Do lado direito da sala numa cama comum estava Ana ainda deitada se recuperando lentamente da partida. Seus olhos estavam vazios. Suas mãos apertavam o ar próximo a cabeça. Sem expressão repetia o aperto em outros locais. O único enfermeiro estava ao lado fazendo anotações.

“ O cara do outro dia? Coitado, parece ter uma vida difícil, mas se for culpar alguém, culpe a Mirai e não eu, ok? ”

Com uma mão no peito, seus passos lentos se aproximavam da garota deitada. Sua voz saia um pouco mais baixa, mas ainda era alta o suficiente para todos na sala entenderem com clareza.

— E-está tudo bem? É-é meio ruim essa filosofia da escola de só tratar ferimentos graves em disputas para nos acostumarmos no futuro...

A mão parou. O rosto se moveu em direção a voz fraca. Os lábios se movimentavam e o vento passava quase sem formar palavras compreensíveis para audição humana.

— ...eça.

Com seus olhos o tempo todo nos lábios da Ana, Leo entendeu corretamente as palavras não ditas e mesmo assim ignora as palavras. Olhando levemente para cima nos olhos dela, fingia simplesmente não ter ouvido nada e nem percebido os punhos fechados. Aumentando levemente sua voz para uma mais confiante, continuava a irritar propositalmente a nobre sem cabelo.

— Mas a batalha foi boa! Você foi incrível com sua magia única com os dois elementos, foi algo realmente legal e bonito aquele show de mágica!

A cor e o foco dos olhos voltavam fracamente para a paciente. O punho se apertava cada vez mais cravando as unhas na pele. O vento nos lábios saia mais forte, mas ainda incapaz de formas toda a frase. Sua cabeça com o cabelo arrancado até a raiz tinha uma veia se tornando mais nítida.

— ...pareça.

Sem se importar com as palavras mudas pela segunda vez, seu tom animado se intensificava ainda mais a cada segundo com suas reações. Algumas pessoas olharam na direção da troca, apenas para ver a garota inocente e adorável tentando animar a outra.

— Digo as duas foram boas mesmo com sua derrota total contra ela e — 

— DESAPAREÇA! — ela levanta o corpo e agitando seu braço horizontalmente jogando leves chamas puramente pelas emoções. — VOCÊ É RETARDA?! VOCÊ NÃO ENTENDE O QUE ACONTECEU?! CALA A BOCA SUA VADIA ESTUPIDA!

“ Foi tão fácil conseguir um pouco das chamas dela. ”

Seus dedos desabotoaram a pulseira e a jogaram no fogo. Uma parte das chamas foi absorvida no mesmo instante. Sem perder tempo moveu seus braços para proteger os olhos e o pescoço. O enfermeiro se manteve imóvel próximo da pulseira arremessada. Um brilho intenso surgiu seguido duma forte explosão.

Chamas intensas empurravam e queimavam as pessoas distraídas. O enfermeiro estava caído no chão coberto pelas chamas e coberto com sangue ao bater, Leo sangrava com a cabeça abaixada no outro extremo da sala e Ana foi a única pessoa completamente ilesa da situação, sem entender a situação.

— A ANA ESTA LOUCA ELA QUER NOS MATAR!!!

A voz vinha de um garoto com o braço torcido num ângulo impossível.

“ Mas o que?! ”

— PAREM A ANA ANTES QUE ALGUEM MORRA!!!

O grito vinha do outro lado, da garota caída no chão se cobrindo com os braços.

“ Morrer?! ”

— A ANA MATOU O ENFERMEIRO!!!

As palavras vinham do seu lado, do garoto segurando o corpo do adulto caído.

“ Do que estão falando?! Eu não fiz isso! ”

— ALGUEM NOS SALVE DA ANA!!!

Um rapaz implorava perto das janelas onde passavam outras pessoas.

 “ MAS EU NÃO FIZ NADA! ”

— TERRORISTA!!! ANA TERRORISTA!!!

Outra garota gritava próxima a porta para o lado de fora.

“ EU NÃO FIZ NADA! ”

As vozes gritavam sem se interferirem ordenadamente. A porta e janelas destruídas apenas facilitavam para espalhar as mentiras. Para todos os lados as vozes a marcavam como a responsável por toda a situação.

— ANA VOCÊ FICOU LOUCA?!

Uma pessoa entrava pela porta correndo olhando na sua direção. Seu cabelo listrado batias nas chamas. Akira olhava com o canto dos olhos para as pessoas da sala. 3 pessoas não eram da turma noturna e olhavam cobertas de medo para a cena.

— ELA ESTA NOS ATACANDO!

— APAGEM AS CHAMAS COM ÁGUA! — Correntes maciças foram puxadas para fora do seu espaço magico e sua voz se tornava séria — EU APAGO ELA!

“O QUE?! MAS— ”

Sem dar tempo para reação balançou as correntes no rosto da garota. Por apenas uma leve reação instintiva recuava o suficiente para evitar um golpe no meio do rosto, mas ainda acertou o queixo dela e deslocou a mandíbula, arrancando alguns dentes no processo e derrubando no chão.

— FIFA DA FUFA!

O homem corria até o lugar enquanto fortificava a corrente para transformá-la em um bastão e continuar a sequência dos golpes ao ver seu erro por pouco no alvo.

— INCENDIARIA MALUKA!

O bastão descia rapidamente em sua testa, rolando para o lado impulsionada por suas chamas esquivava do golpe. O chão foi trincado e a arma ficou presa no solo por conta da magia de fortificação.

Ao jogar chamas aleatoriamente no seu adversário pode ver, pela primeira vez naquele dia, sua magia cumprir seu trabalho. O fogo finalmente estava conseguindo queimar um adversário. Se espalhando por todo o braço rapidamente o mataria queimado em pouco tempo se não apagasse.

“ ISSO É O QUE DEVIA TER ACONTECIDO COM ELA! ”

Na sua frente seu oponente queimava enquanto se curava com a mesma magia. Mesmo sem ter mais seus dentes ou seu cabelo, fechou as feridas do golpe e avisava seu adversário orgulhosamente.

— NÃO SE ATREVA A ME ENFRENTAR! OUVIU SEU—

Sua comemoração terminava subitamente. Chamas negras surgiam no ombro do rapaz e desciam pelo seu braço para devorar a sua magia. Apenas um braço sem força parcialmente derretido e fundido com as correntes negras ficou no local.

“ ... foi ele? ”

A caixa negra deixada em seu quarto com duas cabeças estava na sua memória.

Chamas negras destruíram tudo sem deixar evidencias.

Ele usou chamas negras nesse momento para destruir sua magia.

Ele chegou logo após todo esse caos fabricado ter começado.

Ele não demonstrava medo apesar das queimaduras destruírem seu braço.

 “ ... tudo foi ele? ”

Um espinho negro atravessou suas costas, mas não havia dor. Tampando seu olhar estava uma massa de músculos se mexendo, mas não entendia o que era. Sua magia não tomava forma algo tampava suas habilidades por algum motivo. Enquanto o vermelho pingava sua mente aos poucos esclarecia.

“ ... meu... coração... quando? ”

Seus braços caíram juntos do rosto. No chão havia uma fina camada de gelo no chão e uma ponta perfurando sua perna. Na sua frente o gelo se estilhaçava aos poucos sem deixar nenhum vestígio da sua existência. Em seu último esforço movia os olhos para descobrir sua origem, sem entender o motivo da sua própria persistência.

“...? ... leo— ”

Incapaz de concluir seu raciocínio, o corpo ficou vazio sem sua alma.

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