Volume 1

Capítulo 5 : Os dois Lados de uma Mãe (2).

Sara se aproximava do local da possível área do sequestro. A região era um bairro limpo demais para ser conhecido como uma favela, as casas da região eram simples e quadradas. Próximo as casas pilhas com telhas de metal, as pessoas da região pareciam usa-las apenas durante a época das chuvas, não parecia nada efetivo, mas talvez tivesse alguma razão mais profunda.

Próximo da suposta construção dos sequestradores, havia um homem-lobo com pelo branco, literalmente parecia apenas um vigia. A distância deles era enorme e um diálogo não seria possível, mas com indiferença ele começou um diálogo diretamente na mente da mulher.

“ Ei do cabelo azul, você é a Sara? ”

“ É, e quem seria você? ”

Uma vez criado o canal para conversar mentalmente, era fácil responder ele diretamente da mesma forma mesmo sem ser um mago do tipo sombras.

“ Apenas um traficante qualquer que está observando esse local o dia todo desde ontem à noite. Pretende invadir e matar geral? ”

“ Sim, alguém saiu ou entrou aí? ”

“ Ninguém saiu ou entrou senhora Safira. ”

“ Então, o que te faz achar que eu não vou matar um traficante como você, para ter toda essa confiança? ”

A mulher segurava uma lança de água em sua mão direita, mas o lobo nem reagiu a ameaça dela.

“ Porque tenho dois motivos, um meu pessoal quer mata-los também e dois, eu não sou um mero traficante. ”

“ Escuta aqui lobo, saber dos acordos dos traficantes e o comercio das drogas para estudo medicinal, não é o suficiente para te proteger, não de mim pelo menos. ”

“ Então, posso dizer que os políticos desejam arcar com os altíssimos preços das ervas medicinais sem a ajuda dos traficantes para traze-la mais barata? A erva para ajudar a sua filha e as quedas de mana repentinas dela pode vir da minha companhia, sabia disso? ”

“ Quem diria, pesquisou muito bem pelo jeito, mas e daí? Um traficante a menos no mundo vai mudar o mundo todo? Você é apenas um traficante, legalmente, te matar nem conta como crime e se fosse um dos grandes, nunca precisaria usar as próprias mãos no dia a dia. ”

“ Ai, ai, nossa. Mesmo assim peço para não me matar, pense numa negociação, meu trabalho junto dos meus companheiros é matar um homem lá dentro com um olho com duas pupilas dentro, o seu é acabar com todos lá dentro, então que tal o seguinte, vá na linha de frente como pretendia e eu mato quem tentar fugir. Posso garantir pelo menos isso e aquele cara é bem capaz sabia? Ele usa magia de terra. Acordo fechado? Minha vida tá segura? ”

 “...se um único deles fugir, você está morto garantidamente. Última pergunta, foram quantas mulheres sequestradas pelas suas informações e as idades delas? ”  

“ 7 mulheres. Eu não vi mais nenhuma entrar desde minha vigia. Quanto a idade, 2 delas poderiam ser sua filha sequestrada... ”

Crack

Um som forte vidro quebrado soou no local, a mulher usou sua magia para romper a comunicação deles a força. Sem olhar mais para o homem-lobo, entrou na construção.

“ ...poderiam ser sua filha sequestrada...”

O humor da mulher estava péssimo. Aquela simples gerou todo o caos no local. A mulher criou uma névoa densa e húmida, extremamente escura para invadir. Ninguém poderia ver algo além da silhueta dela e mesmo assim, qualquer um saberia quem era. Aquilo sempre causaria um massacre sem fim onde apareceu, já fazia parte do senso comum essa informação.

Alguns foram queimados com chamas brilhantes. As chamas queimavam até tirar toda a cor dos corpos, a voz das pessoas, a cor das paredes e dos objetos e só quando acabou a gordura dos corpos as chamas param.

Alguns foram destruídos por armas de água. Seus corpos foram cortados, perfurados e esmagados, até tudo eventualmente parecer uma pintura vermelha com sangue e corpos jogados em todos os locais.

“ Podia ter sido minha filha trancafiada longe de mim. ”

Ela encarava cada corpo, cada borrão e massa feita de carne, mas era como se fosse só para não perder o costume. A caminhada dela era serena, procurando incansavelmente qualquer magia e tirando as 7 garotas, mataria absolutamente tudo.

Não existiria fuga das pessoas.

Através do seu sentido de mana todos seriam encontrados, mesmo atrás duma parede falsa, embaixo das mesas ou em algum quarto reforçado.

Com seus sentidos ela sentiu o lobo lá fora realmente a ajudando, mantando os poucos preparados desde o começo para uma fuga do local.

Quando se aproximou duma sala com provavelmente as garotas dentro, um cheiro nojento invadiu seu nariz. Havia uma única porta grossa e pesada. Ela encostou a mão na porta e a derreteu, mas apenas 6 das 7 sequestradas estavam do outro lado.

“ Podia ter sido minha filha nesse estado. ”

As garotas estavam com cicatrizes nos corpos e algemadas. Um chicote próximo das garotas tinha sangue seco. Duas eram crianças pequenas como sua filha querida, mas ao invés do sorriso travesso, estavam tremendo e se espremiam o máximo possível uma na outra. Todas estavam com sangue seco nos pedaços de pano usados, foram simplesmente largadas, presas num canto, sem ter onde ir.

— ...vocês foram apenas chicoteadas? Onde está a 7ª garota? – Sara se esforçou para falar da forma mais gentil possível com todas.

— ...há, há... apenas chicoteadas você diz... — uma voz mal tinha forças para ser sarcástica.

“ Podia ter sido minha filha chicoteada até ter as roupas rasgadas. ”

— ...como se fosse nada...  — outra voz sem forças complementava o sarcasmo.

“ Podia ter sido minha filha com sangue seco cobrindo suas roupas. ” 

— ...mas foi realmente só isso, não somos “atraentes o suficiente”... – uma última mencionava, com uma leve esperança agora.

“ Podia ter sido minha filha abusada como essa última garota. ”

Enquanto ouvia as garotas, Sara usou sua magia para limpar as garotas, uma névoa quente removia a sujeira.

— Eles removeram a mana ou apenas estão impedindo o uso?

— Impedindo, não sabemos onde a última está — respondia a única com esperança.

“ Podia ter sido minha filha, incapaz de reagir. ” 

— Vou solta-las esperem aqui, vou terminar a faxina e já tiro vocês daqui.

— ...faxina?

— Tem algo além das garotas sequestradas e lixo aqui?

A mulher quebrou as algemas das garotas. Se aproximava das meninas menores, elas não estavam mais se esforçando para se esconderem. A mulher se ajoelhou e tocou levemente nas costas das meninas.

— Vocês voltarão para segurança dos seus pais, eu garanto, aguente só mais um pouco, ok?

“ Podia ter sido com a minha filha com esse medo. ”

As duas meninas só acenaram positivamente com a cabeça, um calor havia nas mãos da mãe. O olhar das garotas recuperou uma parte das suas cores, elas não tremiam. Enquanto a mulher sorria, ela trouxe panos com magia espacial para todas as garotas vestirem.

Quando terminou de verificar as garotas uma última vez, ela só se levantou e saiu, com um último aceno com as mãos. Saia como entrou, mas ela trouxe medo as garotas. Os passos da mulher ecoavam no ambiente todo. As pilhas dos cadáveres só estavam visíveis agora e tentavam parar o eco inutilmente. Ajudou as garotas como uma mãe, mas ao virar as costas parecia seguro até mesmo os seus sequestradores e ladrões, porque por pior que fossem, ainda pareciam pessoas.

 “ Podia ter sido tudo isso... com a minha filha. ”

O ar estava sufocante e frio, mesmo o ambiente lá fora estando tão quente quanto uma sauna. Enquanto a mulher era tinha sua sombra visível, nenhuma garota se sentiu realmente segura mesmo estando livre agora.

 

 

Cada passo da mulher tinha ficado mais alto, enquanto o ambiente era mais silencioso do que nunca. A única criatura viva no lugar tranquila procurava a última pessoa sequestrada. Numa das últimas salas, ela finalmente encontrou a pessoa da qual o lobo tinha avisado ela, um homem olhando para ela com duas pupilas dentro do seu olho.

— Dama Safira, dama Safira, a querida dama Safira, vejo. Brincou com meus homens direito?

— A sétima garota está viva?

O homem estava completamente relaxado mesmo na frente daquilo. Aquilo era um borrão negro no meio da névoa. Ele sempre esperou o massacre, nunca realmente ouve lealdade dele com seu grupo. Aos poucos a névoa era desfeita, o suficiente para ambos poderem se ver.

— Nossa nem vai conversar? Sim ela está —

E a sua família?

Aquilo não tinha a voz humana, tinha no lugar do cabelo uma tempestade, fendas como sangue no lugar dos olhos, foi mais um amontado dos elementos da natureza e restos dos cadáveres do que um ser vivo pensante.

— Hum? El —

— Se estiverem mortos, vai logo velos.

Fogo encheu o ambiente, o homem teve tempo de erguer uma única parede, o calor ainda queimava sua garganta mesmo atrás da parede.

— Isso foi —  

— Eu não te autorizei a falar.

A voz vinha atrás do homem. Uma mão tocou nele. Um instinto, o homem cortou o próprio braço tocado. O braço formou bolhas e de dentro para fora explodiu. Ele começou a queimar até evaporar, mas a mulher ainda não tinha aparecido na sua frente mesmo com ele tendo se virado para onde ela estava.

“ Isso é algo capaz de trocar comigo? ”

O homem se cobriu com magia uma armadura de pedra e metal. A mulher tocou na armadura sua cor trocou e começou a derreter aos poucos.

— MONSTRO! COMO VO —

— Eu ainda não te autorizei a falar — a armadura desmoronou derretida, dos dedos da mulher água se juntou como garras e perfurou as mandíbulas do homem. — Realmente digno do inseto “ trocar a casca ”.

Em desespero o homem saltou para traz. As garras de água estavam pressas nele começaram a entrar no seu corpo. Seu sangue foi expulso do corpo rapidamente. O homem havia caído no chão morto, sem nenhuma gota do seu sangue dentro em segundos.

“ Ele nem notou eu queimar todo o ar o ambiente e substituir por veneno... sinceramente aquele lobo mentiu para mim, eu até tive o trabalho para criar o antidoto dentro do meu sangue e um substituto para o ar queimado. ”

Chegando perto do corpo Sara esmaga com o próprio pé. Criando uma espécie de chicote com a água ela o corta as costas. Corta seus braços, corta suas pernas e corta seus ossos e músculos expostos até ser impossível identificar.

Em pouco tempo fica entediada com aquilo e decide ignorar o corpo e seguir em frente atrás da última garota.

Quando era o último cômodo a ser explorado, uma mulher na casa dos 20 anos estava no chão, chorando sem produzir som, não possuía roupas, nem cor, nenhum brilho nos olhos. Enquanto um pedaço de pano amarrava sua boca, seus braços e pernas estavam acorrentados, seu corpo com uma mistura do próprio sangue, hematomas e branco.

— ...você não precisa tentar se matar mais, todos estão mortos, quer ver com seus olhos o lixo triturado?

Pela primeira vez, a mulher havia notado outra pessoa no cômodo e não outro dos sequestradores. Ela diminuiu o choro, quase não se mexeu, foi apenas os olhos aquilo foi o suficiente para ver através da porta o vermelho do sangue escorrendo das paredes.

“ ...não é como se ela fosse querer continuar viva, não é? Mesmo com o fim deles, mesmo garantindo uma segurança maior, das várias coisas até agora, ela pode ter um filho deles... e vai fazer o que? Tirar a vida do filho que não tem nada a ver com o caso ou ela terá ele, a lembrança do sequestro e do trauma? Ela tinha um amante pôr a caso? ... mais um motivo para eu odiar criminosos. ”

Sara respirou fundo, ela se agachou no nível dos olhos da mulher e com uma tentativa de soar o mais gentil possível, ela continua:

—Tudo parece perdido, não é? Se nenhum homem for te querer, então sirva a mim. Eu tenho uma mansão inteira para cuidar, então sempre dá para arranjar espaço para mais uma pessoa trabalhar, ok? Com isso você passa a ter um objetivo temporário, até poder escolher seus sonhos novamente mais tarde.

A mulher olhava para Sara, ela queria morrer, o maltrato, o estrupo, não havia mais motivos para viver, mas mesmo assim a proposta parecia boa aos seus ouvidos por algum motivo.

— Pensei que teria sido rápido quando fui avisado que não tinha nada nos outros lugares... — entrando pela porta, um médico completamente branco chega. —, mas você novamente matou tudo e todos antes das investigações poderem serem feitas... sério você é muito extrema Sara.

O homem de branco caminhava com uma das menores garotas sequestradas tremendo nos braços com a cara no peito dele evitando ver qualquer coisa. Enquanto isso Clara, sua assistente, o acompanhava com outra garota nos braços da mesma forma e logo atrás as outras garotas sequestradas.

— White, por favor cuide do resto, vou comprar roupas com minha filha hoje.

Ela simplesmente levantou e ia embora, sem ouvir a resposta.

— O lobo da entrada — Clara falava com uma voz um tanto irritada. — Era melhor mata-lo do que os sequestradores, eu pelo menos não pude mata-lo fugiu antes.

Sara simplesmente concordou e foi embora. Ela soube depois tirando terapia, todas voltaram em segurança para as suas respectivas casas sem muitos problemas secundários para as vítimas.

 

 

Sara tinha voltado para onde estava sua família, seu marido estava esperando ela na entrada em um lugar não muito visto, sorrindo para esposa entraram juntos.

Dentro da loja Yutyssia estava com um vestido roxo cheio de babados atrás da sua filha com um terno azul.

Helena parecia entrar em coma após ver os preços das roupas, enquanto Matheus tentava ajudar a mulher.

Karen e Safim usavam um terno laranja combinando. Tudo estava pacifico enquanto Sara estava em seus pensamentos.

“ Se minha irmã estivesse aqui, como seria? ”

— Ei! Mamãe vem cá vem ver a Yuty! — sendo chamada por uma alegre filha, Sara apenas relaxou do trabalho.

— Ela está linda, mas para Yuty, algo mais simples com menos babados seria melhor, Lufais?

— Só ficaria bom na Yuty por ela ser tão tímida. Uma verdadeira roupa diz muito da pessoa só por olhar uma vez.

— Por que não colocamos uma rosa no vestido então?

— ...não podem ser varias? — a tímida garota aprovava a ideia.

— Sim! Seria lindo! Boa ideia Yuty!

— Que tal uma roseira logo?

— Hum... muitas rosas não ficariam boas, mas ainda é uma ótima ideia — a atendente anotava em um papel a ideia.

— Vocês podem por favor não matarem minha esposa com a conta de um único vestido?! Aliás, não tem zeros demais nos números?! — em desespero genuíno, Matheus gritava com sua mulher já desmaiada em seus braços.

— Fica calmo, eu vou pagar tudo vai ser o presente nosso para sua filha.

— Obrigado, mas nesse momento, eu queria minha mulher acordada!

No fim, comprar as roupas na loja rendeu ótimas memorias para todos, menos para Helena, aquilo ficou como um leve trauma na sua mente, quando acordou só conseguia se perguntar como uma roupa poderia a ponto dum rico desmaiar.



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