Volume 1
Capítulo 4 : Os dois Lados de uma Mãe.
Dia 22 do mês 3 de 182 Rei Rubi, Reino de Janfor.
Um grande grupo de mulheres estava saindo dentro de um carro. Sara dirigia o carro azul sem um teto movido a magia. Usava óculos escuros e com apenas uma das mãos no volante em uma velocidade claramente acima da lei.
— QUEM QUER FICAR LINDA?!
— EU! — uma dupla de crianças gritava animadamente com a alta velocidade.
— VOCÊ QUIS DIZER MORRER?! — a única voz da razão tentava retrucar.
— ACELERA MAIS MAMÃE!
— É PRÁ JÁ! É POR ISSO QUE EU PEGUEI A PISTA!
— ALGUEM ME TIRA DAQUI EU NÃO QUERO MORRER!
— EU TAMBEM NÃO, MAS ISSO É DIVERTIDO MAMÃE!
— O QUE VOCÊS FIZERAM COM A MINHA MENININHA?! — enquanto Helena rezava em sua mente todas as orações conhecidas, ela finalmente percebeu em meio a suas preces mentais uma incoerência na situação. — CADE A PORRA DA POLICIA PARA PARAR ESSE CARRO?!
— EU TO APROVEITANDO UM DIA SEM FISCAIS NA RODOVIA!
— EU TE ODEIO!
— EU TAMBEM TE AMO MUITO HELENA!
— EU TAMBEM TE AMO MAMÃE!
— EU TE AMO TAMBEM TIA SARA!
— ELA NÃO É SUA TIA! E EU DEFINITIVAMENTE NÃO DISSE QUE AMAVA ELA!
— VOCÊ É AQUELA FAMOSA TSUNDERE!
— ATÉ PARECE!
O veículo continuava sua corrida sem em nenhum momento ameaçar diminuir, o cabelo das mulheres voava para todos os lados. Quando finalmente chegam na loja todas para se arrumarem na entrada. Mirai ajeita o cabelo dela e da Yutyssia com magia. As mães usaram um pente para ajeitarem o próprio cabelo.
Uma vez arrumadas elas entraram na loja chamada Coruja Fashion. As garotas ficam observando esse nome diferente gravado na placa, enquanto as mães nem se importavam com o nome.
— Mãe, essa loja diferente de roupas, faz parte da família Safira? — Yutyssia ainda confusa questionava.
— Sim.
Entrando na loja uma coruja gigante com quase 2 metros da cor branca estava parada encarando a entrada o tempo todo completamente imóvel. Em sincronia as meninas olhavam e disseram:
— Fofinha...
— Realmente fofinha.
Enquanto Sara concordava com as crianças, Mirai se aproximam da enorme coruja devagar trazendo Yutyssia junto dela. Ela começou a acariciar a coruja e até a esfregar o rosto na coruja.
— É gostosinho! Yuty vem tocar também!
Atendendo ao pedido da amiga as duas crianças começam a acariciar a enorme coruja, enquanto abraçavam a coruja chegando até a entrar um pouco dentro das penas.
— Quando você vai falar para sua filha?
— A própria pessoa não está reclamando, então deixa.
— Pessoa?
Enquanto uma inclinava a cabeça confusa como se ouvisse errado, Yutyssia levanta o rosto devagar sem nenhum movimento brusco até ter os olhos na coruja, a mesma já não olhava mais para a entrada e sim para as duas.
— ...raça não humana? — Yutyssia estava preocuapada.
— Sim, afinal não sou uma estátua fofinha.
— A! M-Me desculpe!
Enquanto uma Yutyssia corria para se afastar e pedia desculpas abaixando a cabeça desesperadamente repetidas vezes para a enorme coruja, Mirai continuava a acariciar as penas dela e a esfregar o rosto nela.
— Incomoda você?
— M-mirai...
— Não, é algo bom como alguém penteando seu cabelo, mas conhecendo a sua mãe, você não sabia da existência da raça não humana, não é? Ou que uma coruja realmente cuidava da loja não é mesmo?
— Isso mesmo.
— Eu queria ver como ela reagiria, mas no fim ela realmente é uma anjinha, e se eu não fizesse isso, ela provavelmente não agiria como ela realmente pensa — respondia a mulher em questão, como se fosse feita para ela a pergunta.
— Passando a mão numa mulher sem nem mais nem menos, eu poderia acusar de um crime sabia?
— Quanto drama, você acusaria uma menininha de abuso? Fora que você não faria isso, você sabe que perde no processo contra mim.
— Realmente.
— Mãe, pode explica sobre essa raça não humana?
— Em resumo, raças humanas tem duas pernas, dois braços, consciência e em média uns 2 metros no máximo, qualquer um com consciência, mas tem coisas como escamas, partes ou metade animal, ou é um animal com um certo nível de consciência é chamado como raça não humana.
— Mas eu nunca vi um deles antes...
— E-eu só vi de longe algumas vezes em algumas viagens...
— Não precisa ficar tímida Yuty. E filha, isso é porque esse reino era e ainda é uma supremacia das raças humanas. Normalmente você só veria um não humano nas regiões mais distantes da direita e nas áreas centrais do mundo. Fora do fato, não compensa trabalhar em um lugar a muitas horas de viagem da sua casa.
Enquanto Helena passava a mão no topo da cabeça da própria filha, sem nenhuma pressa ela complementou as informações:
— Raças não humanas possuem suas próprias necessidades e costumes. Mesmo vindo para a cidade, a maioria das coisas foram feitas para as raças humanas e como muitos possuem uns 3 metros, ou até mesmo menos do que 1 metro é complicado organizar as coisas. Existe também alguns chamados: “maquinas de sujeira” fazendo muita sujeira por conta do pelo, penas e afins da própria raça. Por conta disso, muitos locais ainda não são aptos para eles ficarem por uma questão higiene e conforto. No fim, ao invés da demolição e reconstrução da cidade, vale mais a pena construir algo novo em outro lugar dessa vez apto para eles viverem.
—A parte da pena foi uma piada comigo? — a coruja encarava a mulher.
— Você não pretende se apresentar?
— Certo, vocês vieram para eu cuidar das roupas, mas onde estão os homens do grupo?
— Comeram nossa poeira!
A coruja olhava em um silencio para a garota sorridente ainda grudada nela. Após uma breve reflexão ela olhou para a pessoa notavelmente mais sensata do grupo.
— A culpa é dela — Helena apontava para Sara.
— Fazer o que eu dirigi para me divertir, não para seguir as leis do transito.
— Esse é o exemplo seu para a sua filha?
— Não se preocupe senhora coruja, mamãe me ensinou todo o processo para saber e ver os dias da pista sem tantos fiscais e policiais para eu infligir tranquilamente as leis do transito!
— ..., mas que merda você TA ENSINANDO PARA SUA FILHA?!
— Ela tem que saber se divertir um pouco, ela segue tantas regras, eu me preocupo se ela vai conseguir se divertir assim, sabia?
— Calma, lembre-se ela nunca vai ter o poder do monarca absolutista, isso é um ótimo consolo.
— Concordo.
A coruja se transforma em uma mulher vestida como uma noiva de branco. Seu cabelo era branco e estava trançado para frente como o de uma mãe e seus olhos eram simplesmente pretos. Ninguém poderia dizer onde ela estava focando seus olhos. Enquanto uma garota estava triste por perder as penas, a mulher simplesmente ignorava a reação.
— Podem me chamar de Lufais, é um prazer conhecer vocês, sou uma velha amiga da Sara, e sou eu quem cuidará das suas roupas para os eventos sociais Mirai, tudo sob medida é claro.
— Roupa sob medida não é muito mais cara?
— A família Safira é só o dono da loja, nossas roupas são gratuitas, todas as outras são pagas e sem exceção — explicava sua mãe.
— Mais tarde seu pai e irmão virão aqui, até lá vamos escolher uma roupa para a senhorita Mirai.
— Mas e a Yuty?
— Você quer uma roupa combinando com a da Yuty?
— Sim!
— P-por favor, é nossa primeira festa forma j-juntas.
— Muito bem, vamos ver lindos vestidos então, as duas conseguem dançar bem?
— Sim.
— Isso é muito bom.
Enquanto observava a dupla respondendo em sintonia, uma delas colocou uma mão no peito e a outra na cintura e com seu peito estufado falou:
— Mas eu prefiro fazer a parte do homem com a Yuty, é mais divertido!
— E-Eu também gosto mais quando danço com a Mirai.
— Então eu devo pensar em um vestido que não atrapalhe muito para fazer a parte masculina para a Mirai?
— Você pode fazer isso?
— Trabalho a anos nessas lojas, eu posso fazer isso facilmente, venham comigo.
Enquanto o trio ia escolher roupas, Sara e Helena tinham ficado para traz como se fosse esperado deixar tudo na mão da especialista o tempo inteiro. Enquanto elas estavam a uma boa distância elas olharam uma para a outra.
— ...Sara, eu acho que o Matheus está um pouco diferente? É estranho explicar.
— Helena, viemos para tentar ter um ótimo dia, mas... eu sempre achei o Recardo um pouco estranho sabia? Eu me lembro de quando conheci ele, eu nunca vi ele com o Matheus e quando ele nos apresentou era o seu irmão de outra mãe. Me pergunto quando conviveu com Matheus, ele nunca falou dele.
— Bom... eu me lembro um pouco do Recardo na infância, mas quando vocês começaram a ter algum caso?
— Só quando eu já tinha um certo nome, várias pessoas tentaram me bajular, as vezes me perguntava se ele não era só mais um dos que me bajularam, mas eu cedi.
— Por acaso você acha que ele te trai?
— Não chega a esse nível, mas... é como se esperasse algo? Um ciúme dos meus filhos provavelmente, essa é a sensação.
— Você parece alguém sem muitas preocupações assim, sabia? Tipo não parece estranho? Eu sempre confie na minha memória, mas eu ainda tenho poucas lembranças do Recardo com o Matheus...
— Bom, a anos nos estamos casados, então não. É só no nível do ciúme, um despercebido com os filhos. A e Helena, a memória das pessoas não é perfeita, sabia disso?
— É... de toda forma, ficou sabendo dos casos dos sequestros, não é?
— Não é à toa eu ter vindo aqui, não tem muito para fazer para falar a verdade, poderia chamar ela para vir em casa e resolver tudo lá mesmo. A e eu já imaginava a Mirai pedindo uma roupa para a Yuty, bom, boa sorte com o preço, posso pedir para você cuidar das duas?
— Então é por isso os guardas de trânsitos reduzidos e estarmos em dois carros diferentes... certo. Embora eu imagine ser inútil comparada com a Lufais.
— A não, não, não, a parte dos carros foi só eu querendo me divertir com minha filha mesmo, mas sim o transito com tão poucos guardas hoje foi minha culpa.
— Eu não vou reclamar da sua direção, mas termine tudo hoje.
— Fique tranquila é só alguns sequestradores idiotas. Se perguntarem estou esperando meu marido ou outra atendente está me ajudando, ok?
Saindo da loja silenciosamente, Sara não tinha sua expressão alegre. Seus olhos eram fendas vermelhas como besta olhando o espaço. Aquele era o olhar mais conhecido pelas pessoas do reino. Aquela mulher considerada aos 18 anos a mulher mais forte do reino de Janfor. Uma posição vitalícia, no consenso geral.
Recentemente diversos sequestros ocorreram, mas agora finalmente seriam resolvidos. 3 lugares foram encontrados como suspeitos. 7 garotas foram sequestradas das famílias mais influentes do reino. A operação seria realizada e Sara cuidaria da base mais próxima do território não humano.
Seu controle dos elementos água e fogo, permitiam o uso do vapor, praticamente era o uso da magia de ar. Seu nível de habilidade era tão alto que foi possível mudar as categorias dos próprios elementos, a água por exemplo poderia se tornar chá ou veneno, enquanto as chamas poderiam ter outras cores, propriedades e até mesmo queimar sob condições diferentes do fogo convencional. Por esse motivo, os magos do mais alto nível, como ela, alegam os verdadeiros nomes da magia Elemental são Líquidos, Gases, Sólidos Metálicos e Chamas, além da Luz e Sombras.
Sara andava até a suposta base, sem medo nenhum do local. Ela era alguém com título de monstro e sua chegada sempre foi para os cidadãos um motivo para reverencias. Poderia ser uma reverencia alegre ou uma silenciosa. Quando chegava próximo da região, cada morador nas ruas abaixou sua cabeça, aqueles dentro das casas fecharam a janela e alguns fugiam do lugar apenas para avisar a tudo e todos a chegada do monstro.