Volume 3

Capítulo 5 : Sombra e Luz

A direita da arena uma garota subia com seu cabelo loiro solto, óculos escuros que não escondiam o vermelho dos olhos e com um sorriso orgulhoso observava a outra garota subir. O cabelo rosa estava preso e dentro das roupas. Ambas vestiam as mesmas roupas fornecidas para a partida. Nenhuma delas possuía armas ao subir no palco.

— Veio apenas para perder?

Sem responder as provocações, Yutyssia fechava seus olhos e suspirava. Sem confiança para batalha refletia sobre os conselhos recebidos.

" Um jogo mental dela acabando com a minha família... "

A concentração ignorava todo ruído externo. Todo seu foco era na imagem mental da cena.

" Acabando com eles... ”

Foram imagens sem sons da sua família, cada um caído no chão coberto por vermelho sem nenhuma expressão ou cor.

“ Ela matou... ”

 Uma única pessoa loira em pé sorrindo em sua direção. A imagem mental foi completada perfeitamente e ao abrir os olhos a realidade se misturava aos pensamentos.

“ Ela fez isso... "

O aviso para começar foi dado. Ana estava parada com olhar irritado.

— Ei, não sabe mais falar? Vamos lá, tente pelo menos lutar a-do-ta-da.

Seu braço esquerdo levantava devagar e dois dedos apontavam na sua direção.

— Cale-se — uma única linha subia das rachaduras do piso cortando o ar, uma fina linha de sangue caia no chão do braço cortado. — Essa partida será lenta porque eu quero que seja lenta.

Separando os dedos a parede se abriu como um leque arremessando a loira para o extremo da arena. Chamas com um brilho dourado tentavam queimar a parede apenas para desaparecerem mutuamente no final.

— VADIA!!!

Gritando próximo na borda da arena, Ana se levantava coberta pelas mesmas chamas da parede. Seu corpo tremia fortemente enquanto se recuperava do golpe da parede, apenas suas palavras se mantinham firmes.

— Sem classe.

O par dos olhos com apenas desprezo e nojo a encarava.

— CALA A BOCA!!!

Das mãos uma onda de chamas dourada era liberada, mas se contorcendo como uma criatura viva, a parede cobre toda a vista e para as chamas. Como se alimentada pelas chamas a parede crescia para cobrir aquela área em escuridão.

— Sem honra.

Ignorando a distância, a voz ecoava na sua mente.

— CALE-SE!

Abafando toda a magia lentamente, a parede negra já a rodeava por completo. A magia era inútil, não conseguindo mais do que atrasar por meros segundos as paredes. Uma cúpula negra era construída lentamente.

— Sem poder.

Seus olhos tinham raiva. A lógica da realidade estava sendo ignorada na frente das pessoas da arena. A escuridão avançava passo a passo para devorar a luz e acabar com tudo.

— EU VOU GANHAR!

Pontas surgiam na cúpula negra interna, o interior lembrava uma dama de ferro prestes a executar sua vítima. Ninguém conseguia ver aquelas pontas. Ninguém pensaria em intervir nesse momento. Ninguém sabia sobre o perigo daquela situação, apenas a própria vítima.

—  ... foi a Yutyssia?

Paralisada frente aos espinhos, sua mente ouvia passos e uma voz sem vida. A mesma voz deveria ser da garota, uma pessoa deveria ter aquela voz, mas não parecia com uma.

— Só seu sangue serve?

Ignorando os seus esforços tudo fechou rapidamente e perfurava seu corpo, mas por sorte ou não as feridas foram apenas rasas demais para serem consideradas fatais ou perigosas. Uma armadura formada por chamas douras a cobria instintivamente. As duas se encaravam sem a parede no caminho. Um lado estava com os braços cruzados em defesa, do outro, apenas os dois dedos e o polegar mexeram como uma pinça. A diferença de esforço e poder era imensa, não foi apenas uma questão de mana.

— Você...

Com a armadura dando confiança, a loira moldava um arco longo com as chamas enquanto andava para longe da borda. Disparando uma flecha para o céu, a outra respondia com uma esfera negra translucida cobrindo metade da arena estando no centro. As mãos do arco tremiam, a mente tentava se convencer duma vitória acirrada por causa da mana, não havia como sombras vencerem luz.

— Vamos, reaja melhor, onde estão seus gritos?

Havia apenas desprezo em sua voz, nenhum som vinha da plateia. Todos silenciosamente observavam a chuva das flechas criada. Poucos olhavam o combate com sorrisos e apreciaram a rodada, entre eles um trio nos acentos especiais se destacava com suas reações alegres se divertindo com a lógica sendo quebrada visivelmente e suas expectativas sendo superadas.

— Quieta.

O dragão cruzava as pernas satisfeita, a garota azul colocava a mão no rosto para cobrir a alegria e o homem loiro começava a rir. Um o homem gordo coloca a mão em seu queixo vendo a barreira desfazendo as flechas pouco após entrarem.

— Inacreditável... luz e sombras sendo tratadas como elementos anuladores mutuamente, sua irmã praticamente está lutando duma forma contra a lógica convencional... e mesmo assim você só está rindo como se fosse natural, mas bom, pelo menos tenta fingir.

— Mas isso só está acontecendo por unicamente a diferença na mana e qualidade das duas, se isso fosse uma batalha mais equilibrada seria diferente.

— Também se deve por serem golpes relativamente fracos com pouca mana, ou melhor, golpes com quantidades aleatórias de mana.

— Aleatório virgula baixinho — a mulher interrompia. — Os golpes dela estão com quantidades diferentes dos elementos e mesma a mana da mimadinha ali.

— Isso não poderia ser percebido por mim facilmente.

— Além disso, no passado luz e sombras realmente foram opositores e entre os dragões até hoje é assim, as outras raças simplesmente se tornaram cada vez menos aptas para sombras, todos menos essa garota.

Na arena sem dar um único passo, Yutyssia lentamente levanta os olhos. Aos poucos as flechas começam a penetrar cada vez menos. Foi como ver a água batendo em uma parede, os golpes não conseguiam mais passar da superfície. Abaixando o olhar sem pressa, podia ver Ana preparando lentamente uma única flecha com 2 metros no arco imóvel da sua posição.

— Não é você quem possui a vantagem aqui? E sério? Conjuração parada? Se isso fosse uma luta real... a é. Para você talvez isso seja uma, mas ainda não é vergonhoso depender da minha piedade em não te atacar?

O arco disparava a enorme flecha flamejante banhada a ouro. Os olhos não poderiam acompanhar seu trajeto, até alcançar a barreira. Sua velocidade desapareceu quase por completo e mal se mexia para frente. Sua forma era visível, mas quando mais próximo do alvo, menos o ouro brilhava, mais calma eram as chamas e mais lento foi a própria flecha.

— Isso...

Em meio ao ar, sem alcançar a garota, a flecha estava parada. Sua forma se desfazia lentamente como se digerida por um ser vivo. Mesmo aquela tentativa havia sido completamente inútil para atacar, era como a morte vendo o vivo lutar.

— Eu preciso te ensinar como atirar?

Com os dedos para cima, uma lança de cavalaria pesada surgia acima da barreira, com um brilho metálico negro. Seu comprimento era 2 metros e levou apenas alguns segundos para ser preparada, diferente da flecha.

— É dia, não devia estar mais fraca pela luz do Sol e eu mais forte?

Com os dedos a apontando, a arma quase metálica rasgava o ar violentamente. Mesmo com o pulo para o lado, quase não salvou seu braço direito de ser removido. As chamas no braço impediam o julgamento do seu estado, apenas o grito reprimido por seu orgulho sabia seu estado precisamente.

— Sabe seu maior problema?

A lança presa no chão queimava lentamente como punição por toca-la. Aos poucos a mesma se expandiu ignorando a queima do objeto.

— Hum?!

A lança explodia em fragmentos com as mesmas chamas e perfurava como o metal todos os lados. Arranhões rasos foram feitos na garota enquanto aquele lado da arena estava coberto por espinhos negros e fogo amarelo.

— Sua magia é voltada no fogo, não na luz da sua família — cada fragmento consumia as chamas e transformava a arena em um campo espinhoso. — TODA a sua linhagem é focada em LUZ, mas a sua BASE é o FOGO. Em toda a sua vida, você queria apenas exibir um truque barato com chamas amarelas?

— E O QUE VOCÊ SABE DA MINHA VIDA?!

Correndo em sua direção com o corpo em chamas violentas, Ana intensificava sua falsa armadura dourada, mas cada passo a fazia perder a visão e as forças.

— Para começar, luz não serve para lutar amplamente e sim para curar, no máximo golpes focados em um ponto e rápidos.

Em resposta a voz, intensificava as chamas inutilmente, pois, toda luz desaparecia se tornando puramente vermelho. As veias apareceram no rosto e pescoço nitidamente sem aceitar aquele resultado.

— TENHA SUA FAMILIA VIVA ANTES DE FALAR ALGUMA COISA!

A barreira de escuridão se desfez por vontade própria.

— ... meio cérebro.

Um braço esquerdo em chamas se aproximava do rosto, mas foi desviado por um braço direto negro deixando um único arranhão ao lado dos lábios até quase a orelha. Aquela linha cortando a pele fez o mundo parecer lento para a menina.

“ As bochechas que minha mãe amava... danificadas... ”

Com uma joelhada coberta por placas negras no estomago curvou para cima sua adversária, uma mistura do sangue e da saliva saiu como um jato. Sem abrir espaço para qualquer outra coisa, o mesmo braço foi até o cabelo loiro e se enrolou firmemente.

— MMM?!

Não tendo ar no corpo para sequer gritar, teve sua cabeça puxada para baixo. O corpo foi para o chão e seu corpo quicou sem nenhuma armadura. Caída no chão não podia se movimentar. O mundo ficou pesado e escuro, mas uma única coisa era nítida. Frente aos seus olhos todo o cabelo foi removido por uma única mão.

— Parabéns, mas a sua família só vive para ver sua falha?

Todo o cabelo parecia papel rasgado sem utilidade sendo jogado fora para o vento. A maior marca duma família real foi desrespeitada publicamente. A agressora ficou parada com nojo da criatura em seus pés. O aviso do termino da luta aconteceu.

“ Essa coisa...”

Lentamente o braço para cima.

“ Isso vai aprender. ”

Sombras percorrem seu corpo até suas mãos.

“ Isso tirou tudo... ”

Uma linha negra se forma sem nenhum adorno.

“ Isso vai —”

— YUTYSSIA PARE!

Um grito a paralisava. Uma janela reforçada havia sido quebrada. Pedaços de gelo e vidro se misturavam ao cair no chão. No meio de tudo sua irmã a acordava para realidade.

... desculpa — destruindo a espada negra, Yutyssia abaixava sua cabeça em direção a irmã. — Eu... me envolvi demais com a aquela imagem mental...

Seu cabelo escondia sua aparência na multidão.

“ ... o que eu ia fazer? ”

Seu peito subia e descia lentamente.

“ Eu realmente ia? ”

A espada ainda se mantinha perfeita.

“ Sem hesitar? ”

— Na próxima vez não siga conselhos estupidos como esse — Saltando para dentro da arena, Mira pousa ao lado da irmã. — Vamos embora, você não combina com isso, ok?

Uma mão tocava suas costas e a outra segurava a mão da espada.

— ... certo.

A espada se desfez.

“ Ela... ”

O ar estava leve.

“ ... está aqui, era tudo ilusão final. ”

As duas caminhavam para fora. Uma equipe médica passava pelas duas e cuidava da garota caída. No silencio da saída um único homem, preocupado com apenas seus assuntos, gritou.

— O MIRAI! O VIDRO BLINDADO QUEBRADO NÃO É DE GRAÇA NÃO SABIA? VAI PAGAR COMO O MEIO BILHÃO DESSE VIDRO?

Parando seus movimentos, a garota com seu rosto irritado olhou na direção do Valete e respondeu no mesmo grito.

— PAGA A VISTA COM O DINHERO DAS APOSTAS DESSA RODADA!

— OK! TENHA BOM DIA!

Satisfeita com a resposta tentou andar, mas seus passos foram parados por uma mão no seu ombro. Mesmo sua magia não conseguiria esfriar tanto a temperatura naquele momento como aquele olhar ao seu lado.

— ... irmã, estava apostando?

— ... sim.

— Vamos conversar por um tempo.

— ... sim.

Dentro de seu próprio mundo o dragão pensava.

“ Poxa deixavam ela mata a coisa chata lá. ”

 

 

 

 

 

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