Volume 3

Capítulo 3 : Nada Agradável

Terminando seu café da manhã no prédio noturno, Yutyssia suspirava.

“ No final não consegui nenhuma ajuda da irmã e aquela mulher é sem dúvidas problemática, pelo visto a escola é o pior lugar do mundo como a Mirai falava. ”

Fora do prédio existia apenas arvores grandes e arbustos, foi como uma minifloresta rodeando o edifício.

“ Sinceramente, esse prédio não poderia ser mais próximo? O prédio da manhã e da tarde ficam lado a lado e dividem até mesmo um refeitório interno, parece até um lugar para isolar pessoas problemáticas... isso faz sentido? ”

— Irmãzinha bom dia!

Alguém segurava seus ombros e a parava no meio do caminho, uma voz meio irritante e familiar.

— Hum?! Safim?

— Isso mesmo e bela roupa irmãzinha.

O rapaz era um pouco maior, seu cabelo azul curto brilhava, tinha um sorriso calmo e sereno e vestia roupas brancas simples.

— Obrigado irmão e toda essa roupa branca? Aconteceu algo?

— Sim aconteceu, irmã. EU CONSEGUI UMA NAMORADA!

— E ela sabe que está te namorando?

Vendo seu irmão com braços abertos com expectativas de receber elogios, sua voz acabou com sua alegria e animo instantaneamente.

— Esperava isso da Mirai...

— Desculpa, mas ela está ocupada como representante da turma dela. Algo grave parece ter acontecido e talvez ela não apareça amanhã para ver as partidas.

— Uau, deve ter sido realmente grave... a Mirai matou alguém?

— Ela não faria isso.

— Então vamos conversando enquanto procuramos o Karen? Talvez até a Iris no meio do caminho?

— Tudo bem, vamos primeiro até onde a Iris deve estar, Karen deve estar com o Akira por aí provavelmente.

— Certo, vou falar sobre minha lindíssima namorada e ela aceitando sair comigo para você — com o ânimo renovado, seu irmão ajeitava uma gravata imaginaria enquanto falava. — Primeiro como já sabe nós já estávamos—

— Irmão já tiveram seu primeiro encontro? — sem olhar para o lado, Yutyssia interrompia suas palavras caminhando tranquilamente. — Quando digo encontro é apenas os dois, sem outras pessoas no meio.

— ... eu ia chegar eventualmente nessa parte e pediria ajuda.

— Com locais de encontro? Impossível.

— Era a questão das roupas mesmo, não me garanto nisso, o local já tenho uma boa ideia onde poderia ser.

— Menos mal, quando foi marcado?

— Depois dos amistosos, fim de semana.

— Local?

— Plano: Dar uma volta shopping, ver um filme e comer em um restaurante.

— Um plano muito bom até.

— Obrigado, agora me permite uma dúvida?

— Qual?

— Como vai—

— Péssimo, odeio esse local, queria voltar para casa e nunca mais vir aqui.

— Pode continuar falando, vou te ajudar como posso irmãzinha.

— Vai levar o caminho inteiro.

— Só fale, não vejo problemas.

Vendo sua irmã respirar fundo, Safim se arrependeu das suas próprias palavras durante o caminho e as intermináveis reclamações.

 

 

A dupla chegava no seu objetivo, mas uma estranha multidão formada por mulheres se reunia na entrada impedindo o avanço. As vozes falavam alegremente sobre alguém, sendo impossível ver ou entender quem era.

— Isso não me surpreende.

— A Iris vai estar no meio, né?

— Sem dúvidas.

— Eu? Eu estou aqui.

— Iris?!

A dupla se assusta com a voz repentina ao lado. Uma pequena garota apareceu com cabelo bagunçado, uma camisa vermelha e com jeans. Sua cara mantinha os olhos fechados e no seu braço havia um travesseiro.

— Aconteceu alguma coisa?

— Iris, deixe o travesseiro no seu quarto.

— Eu arranjei uma namorada.

— Esse sonho é estranhamente realista e surrealista — suas palavras renderam um leve tapa do rapaz. — Ai. Pera, eu estou acordada?

— Sim e preciso da sua ajuda.

— ... eu estou acordada...

— Vamos para seu quarto vou te ajudar a se vestir, Safim, fique aqui e se comporte como gente, melhor chame algo para agilizar a viagem.

— Já está no portão esperando.

— Então fica aqui quietinho.

Após acenar para a dupla, o rapaz se vira para a multidão. Ainda era impossível ver quem estava no meio rodeado por tantas pessoas. A multidão começou a se silenciar, um caminho estava sendo aberto e uma garota era visível.

— Safim Safira, é uma honra vê-lo.

— Ana Topázio, é igualmente uma honra conhece-la, por acaso se tornou uma celebridade em tão pouco tempo?

A garota loira vestia um charmoso vestido vermelho, seu cabelo estava preso por presilhas douradas com pedras amarelas encrustadas e seu salto alto vermelho também estava com pedras encrustadas.

— Por favor, só estou me vestindo dignamente para alguém da minha posição.

— Entendo, mas não usamos roupas tão chiques casualmente, normalmente só usamos essas roupas clássicas em ocasiões mais formais e clássicas.

— Então, como eu deveria me vestir?

— Hum... dado a nossa região e o clima, talvez seja uma boa experiência usar uma calça ou uma saia sem muitos babados, a região quente e úmida acaba incomodando muitas mulheres, sabia?

Removendo um leque caríssimo do ar, a garota começa se abanar.

— Agradeço os conselhos, mas acredito ser um clima agradável e não algo muito problemático para justificar vestes indignas da minha posição.

— Nem todos estão acostumados ao calor e frio extremo do seu reino, peço perdão por ter me intrometido, apenas quis ajudar uma dama a se sentir mais confortável.

— Estou muito bem, mas Sr. Safim, qual a razão da sua presença aqui?

— Vim me encontrar com a minha Irmã e a Iris para dar uma volta pela cidade. E quanto a sua?

— Coincidentemente, vim me encontrar com a Iris, mas acabei me distraindo um pouco. Infelizmente talvez seja difícil nós dois resolvermos nossos assuntos.

— Realmente, por esse motivo eu convido-a a se retirar — os dois eram os únicos sorrindo naquele lugar. — Creio honestamente na Iris querendo passar seu dia livre comigo e a minha família a passar um tempo com vossa senhoria, uma pessoa nova na vida dela e estranha.

— Por favor se acalme, precisamos dessa pressa toda? Talvez seja possível minha participação durante esse passeio.

— Seria um enorme desprazer e desserviço com a minha família, digo elas não gostam da sua pessoa.

— Acredito ter algum engano.

— Quem chamou minha irmã de adotada, humilhou ela e cria fofocas por mera inveja da minha família e do sucesso dela é “isso” na minha frente — o dedo dele apontava para seu rosto. — Não me faça repetir, minha família não tem interesse em passar seu tempo com algo assim. Sem classe ou respeito com as pessoas, apenas se preocupa com dinheiro e nascimento.

Descendo das escadas, retornava a dupla. O salão estava em silencio observando a conversa das duas pessoas. Alheia aos problemas, a pequena garota ruiva põe a mão na frente da boca.

— O SAFIM, VAMOS INDO! EU QUERO COMER FORA!

Virando para fonte do grito, o sorriso do rapaz relaxou.

— OK!

— Os dois parem com a gritaria, já não basta a Mirai preciso cuidar dos dois?

Olhando tranquilamente para a garota pequena, Ana faz uma saudação abaixando levemente a cabeça.

— É uma honra poder me encontrar com a princesa Iris — a garota parava na escada e segura as roupas da amiga e a apresentação dela continuava. — Estou feliz em ter conseguido me encontrar antes da sua—

Seu rosto levantava lentamente, apenas para ser recebido por um punho negro, gotas do seu sangue voaram pela sala.

— Se afaste dela, agora.

Caindo no chão, suas roupas foram rasgadas por espinhos negros e amarrada.

— ... você ousa...

— Se atreva.

— PAREM! — Iris segurava seu braço com força mesmo tremendo.

— Certo, vamos apenas recuar dos dois lados, nesse ritmo será uma briga feia. Meninas da multidão, alguém pode ajudar a Ana?

A multidão se manteve parada.

— Safim, eu não fiz nada errado para receber um golpe desses.

— As duas vão se enfrentar nos amistosos, resolvam isso lá, cara nobreza.

— Certo... vamos encarrar as coisas por aqui, mas confesso não acreditar isso — sorrindo ao tirar um manto, Ana olhava para o rapaz. — Pensei que tinha duas irmãs e não uma cadela de caça agressiva.

— Certo, minha irmã é uma cadela, agora vai embora e vamos parar com essa situação toda e cada um para seu lado — estendendo a mão para ajudar a garota caída, se aproximou dela e sussurrou. — Te recomendo nunca se apresentar a minha família.

— Agradeço a ajuda.

— Irmão, vamos logo.

— Certo.

Recebendo um aceno positivo, os três foram embora sem falar mais nada.

 

 

Voltando para seu quarto, Ana estava incinerando suas roupas rasgadas e o pano a cobrindo. Suas mãos procuravam outra muda igualmente cara.

“ COMO AQUELA CADELA OUSA! ”

Enquanto se trocava, colocava mana em bola de cristal e sussurrava.

— Aqueles dois já foram encontrados?

— Nada ainda.

— Tragam outros dois.

— Não deve ser fácil.

— Por?

— Além da dificuldade, suspeitamos ter alguém mexendo com as coisas aqui na mansão, então precisamos investigar.

— Maravilha falta mais alguma coisa acontecer agora?

No reflexo do espelho uma caixa preta foi encontrada embaixo da cama.

“ Mas que merda é essa? ‘Abra’? ”

— Vocês mandaram alguma coisa para mim?

— Não senhora.

— Tem uma caixa preta embaixo da minha cama.

— Como assim?

Puxando a caixa com uma mão feita de luz, um bilhete dizia “ pode abrir, não vai te matar ”. Seus olhos encaravam o encaixe, qualquer leve puxão poderia abrir sem problemas e mostrar o conteúdo. Mantendo a distância abriu a caixa com sua magia.

Seus olhos viram dois rostos, dois homens leais a sua família. Ambos com os olhos abertos como bonecas. O fundo da caixa era vermelho e um leve cheiro de ferro chegou a seu nariz. Ainda olhando para a caixa, chamas negras destruíram os rostos e a caixa sem deixar nada para traz.

— ... nos definitivamente temos intrusos.

— Senhorita?

— A caixa acabou de queimar com a cabeça daqueles dois...

— Foi alguma família real? Alguma pista ou suspeita?

— Provavelmente Safim.

— O herdeiro?

— A pouco tempo atrás, ele me avisou para nunca me mostrar para sua família.

— Isso é difícil, ele pode ter muitas qualidades com as partes teóricas e até ter conseguido algum poder na casa, mas a família Safira em si é limpa, provavelmente os culpados devem ser outros.

— ... talvez Iris Rubi? Ou aquela cadela adota.

— A família Rubi comanda atualmente o reino de Janfor nos últimos quase 200 anos, não seria estranho eles terem contatos, mas vendo a índole do rei e as tentativas contra ele é difícil acreditar... e a família Rosário? Provavelmente não, eles estão extremamente fracos principalmente agora só tendo uma pessoa e nenhum herdeiro... preciso desligar agora e começar as investigações atuais e provavelmente algumas novas, vou também tentar mandar algum guarda para sua segurança a todo custo ainda hoje e por favor, não faça nada para piorar sua situação.

— Certo...

" Sombras... aquela garota fez um punho sólido, mas ela conseguiria fazer aquilo? Nunca ouvi fala desse tipo de coisa... talvez um não humano? Faria sentido. "

— Espere um pouco, consegue me mandar os nomes e as raças dos não humanos com elemento sombras na escola?

— Alunos e trabalhadores?

— Não acho que um estudante faria aquilo, mas pegue.

— Entendido.

— Certo... por isso vermes deveriam ser esmagados, eles voltam para te morder quando crescem.

— ... senhorita tenha um bom dia.

— Vai logo.

Cortando o suprimento do item, Ana senta numa cadeira ainda olhando para o local da caixa. Sua irritação sumiu graças ao novo problema. Com uma mão no rosto pondera sobre outras famílias do seu reino serem culpadas, se entre os servos algum deles poderiam ter feito isso e se havia alguém realmente com poder para ameaça-la onde estava nesse momento.

“ ... aquelas garotas do meu lado, eu as dispensei para me trocar e isso aconteceu..., mas isso não faz sentido, elas tinham uma mana baixa ou padrão, elementos diferentes e elas sabem seu lugar. Acima disso, a caixa já estava aqui e tirando eu só algum trabalhador deveria ter acesso ao quarto... duvido muito alguém capaz de andar pelas sombras, mas se pensar naquelas chamas... ”

Quanto mais pensava mais clara ficava sua mente. Cada pensamento a fazia perceber cada vez mais onde estava. Sua raiva a fez esquecer os detalhes mais simples. Suor frio começou a cair da sua testa. Seus olhos arregalados olharam para a janela do quarto apenas para ver um céu azul imenso.

“ ... aqui é Magnik... não estamos em casa... estou sem seguranças... ”

Andou até a janela e olhava para longe. Seu peito enchia e esvaziava frequentemente. O ar não conseguia a saciar e a garganta secava. Pessoas apareciam e conversavam umas com as outras, sem lhe dar nenhuma atenção.

“ Eu fiz merda... preciso esperar até a noite provavelmente até lá, onde seria seguro? Dentro desse quarto é impossível. Lugares públicos? Fora da escola? Preciso sair daqui logo. ”

Fora do quarto uma única pessoa apareceu ao abrir a porta. Uma garota com cabelo preto e curto, seus olhos verdes se surpreenderam com ela e suas luvas brancas cobriam quase todo o braço, mas um doce sorriso e palavras gentis roubaram sua atenção.

— A desculpe, quero dizer bom dia, sou Leona, senhorita Ana Topázio está tudo bem? Fiquei preocupada quando ouvi sobre uma confusão agora a pouco.

 

 

 

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