Volume 1

Capítulo 2 : 10° Aniversario de Safim.

Dia 12 do mês 3 de 182 Rei Rubi, casa dos Safira, Reino de Janfor.

A família Safira se preparou para comemorar o aniversário do seu primeiro filho Safim, o herdeiro do “Sa” em seu nome, o futuro mestre da casa Safira.

Diferente dos eventos políticos, apenas amigos da família viriam para o aniversário do garoto de 10 anos. Naquele dia em específico, os servos possuíam somente um trabalho servir as mesas.

A mansão tem a cor do azul cristalino, ou pelo menos deveria ser, se alguns bêbados não quebrassem a janela no meio da festa e sujassem o local. Por sorte as crianças estavam longe e seguras.

Na entrada da mansão estava a uma mulher com seus dois filhos. Conhecida como um dos maiores monstros do reino todo, a mulher tinha uma aparência forte e sedutora com o seu cabelo azul solto. Seu vestido é azul e minimalista, mas seu olhar vermelho como sangue reviva o medo dos idiotas ao desafiarem ela.

— Não bebam até crescerem entendido? Janelas são caras crianças.

— Sim mãe.

— Sim mamãe.

Enquanto o aniversariante respondia sem muito entusiasmo, sua irmã respondia da maneira mais infantil. Ambos usavam roupas simples azuis. Enquanto o garoto passa uma ideia do adulto sério com um terno, a garota estava simples parecia uma penetra na festa.

— Tem como você não chamar ela de mamãe?

— Não implica com a sua irmã, vamos apenas ver mais um convidado do seu pai e depois vocês estarão livres.

Seu marido se aproximava com quatro outras pessoas, uma família do cabelo rosa. O marido com um par de olhos verdes e a esposa um par vermelho. Eles andavam com seus filhos gêmeos não idênticos, um deles, era uma menina do cabelo rosa e olhos roxos. O outro, um menino com cabelo rosa forte e escuro e olhos verdes como a jade, idênticos aos da Mirai.

— Aqui, esse é meu irmão mais velho da minha outra mãe, e minha irmã caçula da outra outra mãe, e os filhotinhos deles.

— Eles não são animas idiota, e eu tenho nome... é Matheus Rosário.

— Helena Rosário, e pode parar o “ a irmã mais nova da outra mãe”?

— Qual história vergonhosa sua você —

— Olá eu sou a irmãzinha dele da outra mãe, me chamo Helena, esses aqui são meus filhos Karen Rosário e Yutyssia Rosário.

A mulher quase mordeu a própria língua quando apresentava seus filhos. A filha se escondeu atrás do vestido da mãe, enquanto o rapaz um pouco envergonhado por algum motivo, permaneceu ao lado da sua mãe.

— Filho, filha, o que aconteceu? Não precisam ter medo. — Gentilmente Helena passa a mão no topo da cabeça dos seus filhos.

— Deixe-me me apresentar aos seus filhos, sou Sara Safira, e meus filhos Safim Safira, e Mirai Safira.

— Não é linda minha esposa? Eu conquistei.

— É, e as dividas quase infinitas tentando impressiona-la com presentes? Já conseguiu paga-las?

— Traidor.

Enquanto os maridos competiam entre eles, o aniversariante dá um passo à frente.

— Cof cof, eu sou o aniversariante Safim, muito prazer.

— E eu a irmã do idiota aqui, Mirai.

— Ei.

— Ok, ok, sem brigas hoje, vocês dois prometeram. Agora podem ir brincar, se possível com a Yutyssia e o Karen?

Após um curto suspiro, o garoto apenas aceitou a ordem sem reclamar.

— Ok mãe... ei, vamos lá?

— Eles estão com vergonha por conversar com alguém da “realeza”, você não percebeu isso irmão?

— O que quer que eu faça? Mande neles? Eles não são servos.

Enquanto os dois irmãos começavam mais uma discussão, Helena se abaixou no nível dos olhos das crianças.

— O que ouve? Por um acaso eles parecem assustadores para vocês?

Ela virou seu olhar para os dois, apenas para ver um puxando o cabelo do outro e a mãe tentando os separar através da força bruta.

— ...não puxem o cabelo um do outro, ok filhos? Isso dói.

— Mamãe... e se eles não gostarem de mim?

A garota segurava o vestido da mãe com as mãos tremendo, lagrimas estavam se juntando em seus olhos.

— Ou de mim por conta do cabelo e acabarem puxando ele?

O garoto segurou o próprio braço tentando manter parado, embora ainda tremesse um pouco.

— Olha o teu pai, Karen.

Ao olharem para ele, Matheus e Recardo notam os olhares e se abraçavam para esfregar a lateral do rosto um no do outro.

— E esses animais parecem se odiar?

A mãe apontou para o par de maridos, eles a responderam em sincronia:

— Ei!

— Não...

— Então filho, nem todas as pessoas vão te tratar mal por conta do cabelo, e Yuty, pode não parecer, mas a Mirai tem a sua idade, por que você pensa assim?

— Eu sou... estranha...

— Então, conheça ela no seu ritmo, ou você acha que aqueles dois animais, um deles seu pai, sempre foram próximos? Ou melhor, você realmente acredita aquilo ser normal? — a mãe apontava novamente para os pais.

— Filha, nós nos tornamos amigos depois de quebrar os dentes um do outro.

— E eu quebrei um dente a mais dele.

— Mas você não pode pagar o tratamento dos dentes e ficou sem metade dos dentes na boca durante um tempo na escola.

— Foi horrível... não dava para comer direito...

— Ela vai quebrar meus dentes?

A garota treme desesperadamente, completamente branca.

— Ela parece um animal como aqueles dois homens?

Ao olhar para os irmãos que estavam puxando o cabelo um do outro anteriormente, a garota estava esquivando da bola de fogo da própria mãe, seu irmão tentado ajudar ela com magia, empurrou ela longe, enquanto a garota fazia o mesmo por ele. No fim, a sincronia deles impediu as queimaduras.

— Vocês vão continuar brigando?

A mãe estava brava com seus filhos, olhava de cima para baixo com desprezo, era o carrasco desprezando o executado na corte.

— Não!

Nem mesmo o exército treinado a dedo por um estrategista seria tão disciplinado naquele momento.

Olhando de volta para sua filha, Helena tenta parecer tranquila, como se nada daquilo fosse estranho.

— Mamãe, a tia Sara parece assustadora...

— Concordo. — Matheus, o pai concordava com a filha.

— Às vezes eu me pergunto, por que não foi eu quem engravidou? Digo, minha mulher é mais máscula — disse Recardo.

— B-Bom, filha pelo menos eu te garanto, a Mirai é mulher e tia é só uma mulher forte...

— Ela não vai bater na Yuty mesmo? — Seu filho perguntava.

— Eu vou estar segura mesmo?

— Sim eu garanto aos dois.

— Certo...

Ambos estavam ainda em dúvidas. Nenhum momento parecia estar tudo realmente bem. Após se levantar a mãe tenta empurrar levemente as costas dos filhos para irem até as outras crianças.

Mirai quando viu a cena, se aproximou lentamente das outras crianças, enquanto mostra um sorriso calmo e belo. Ela estende as mãos criando algumas formas de gelo, pequenas e belas esculturas azul translucido.

— Está tudo bem. Veja isso, magia serve para felicidade, não é?

As pessoas viram a linda escultura se formar nos seus olhos, era um par de cisnes formando um coração, Yutyssia tinha ficado boquiaberta com a estatueta, era lindíssima, e foi feita por alguém da sua idade, bem na sua frente.

— Gostou?

— Sim...

— Então, você quer brincar comigo?

— ...sim.

Desfazendo a estatua a garota segurou as duas mãos da garota e foi gentilmente puxando a garota para outro lugar, um mais isolado.

— Você gosta de livros?

— ...sim.

— Quais você já leu?

— B-Bom...

Enquanto as garotas vão para um lugar, Karen ainda estava paralisado por ter visto aquela estátua. Ele viu sua irmã ser gentilmente arrastada para um lugar mais isolado, talvez, tentando ajudar sua irmã tímida.

— Alo? Mundo chamando rapaz, rapaz responda.

— O-o-oi.

Safim nem se importava mais com as habilidades da irmã.

— Vem logo, vai ficar petrificado aí? — Estendeu a mão ao garoto. — Anda logo. Vou te apresentar meus amigos. Nós íamos brincar de pega, um a mais no jogo só deixa tudo mais divertido.

— M-mas e se eles não gostarem do intruso, digo, eu? — Respondia enquanto puxado pelo aniversariante.

— Que idiota iria maltratar alguém que um membro da “realeza” apresenta?

Andavam em direção das outras crianças.

A mãe estava relaxada, seu olhar era mais tranquilo, mas ainda mantinha uma pequena preocupação.

— Bom, esta afim de beber um pouco? Deve estar tudo bem beber uns dois copos — Sara sugeriu com um sorriso travesso.

— Concordo.

— E vocês dois não exagerem.

As mulheres já estavam em um consenso, seus maridos fariam algum problema.

— Fica tranquila, nós somos fiéis e responsáveis.

— Exatamente, nós não colocaremos nenhuma bebida num copo. Beberemos diretamente da garrafa.

— Exato.

Ambas as mulheres apenas respiram fundo, cansadas por um cenário tão previsível. Foi tedioso ver a dupla dos idiotas, os mesmos idiotas serem casados com elas apenas aumentou o cansaço.

— Vejo seu sofrimento.

— Você não tem ideia...

 

Enquanto caminhavam de mãos dadas, Mirai e Yutyssia conversavam, até que o mundo da Mirai simplesmente desapareceu. Em um piscar de olhos ela está em seu quarto junto da Yutyssia, deitadas lendo um livro enquanto riam.  Ela era como uma observadora da cena, nem longe, nem perto, era apenas um terceiro no lugar. As duas tinham pijamas casuais.

“ Hum. Então ela vai passar a noite aqui em casa hoje? Hehehe, vai ser a minha festa do pijama, embora seja só duas pessoas. ”

Observando o quarto um sorriso sem igual estava no seu rosto. Ambas lendo o livro enquanto batem as penas na cama, eram como irmãs conversando antes de dormir. Era palpável o sentimento do conforto da sua coberta favorita, toque do tecido, a leve humidade do cabelo após o banho.

Durante a cena, a voz da amiga não estava baixa, e não gaguejava em nenhum momento, ela sentia no seu corpo as cotoveladas da amiga por conta das brincadeiras durante a conversa.

Vendo a cena mais um pouco tudo havia ficado parado, ela entendia que chegou no limite. Para ele quase uma hora durou a visão desse futuro, mas no final nem um único segundo tinha se passado no mundo real. Ao piscar, com um certo controle do dom, ela cancelou a própria visão.

— Eu gostei muito do final daquele livro Mirai, e você?

Por um momento, não sabia do assunto. Felizmente, duma forma instintiva, se lembrou da conversa.

— Mas é claro qualquer um gostaria, era uma obra do Giovani, e com final feliz, sempre é bom um final feliz nas histórias.

— Tem histórias com finais tristes?

— O minha pequena, tem sim.

— Mas... por que eu sou a pequena se nós temos o mesmo tamanho praticamente?

— Você está com um sapato com um leve salto e eu não, logo eu sou maior.

— É..., mas Mirai, v-você não... tem amigas para ver?

— Sim claro que tenho umas aqui e ali.

Yutyssia tinha segurando um pouco mais forte a mão da Mirai sem perceber.

“ Estou atrapalhando ela... ”

— V-você não pre— 

— Você está assustada, não é?

— Hum?

“ O que ela...? ”

— Digo, seu papai é o melhor amigo do meu papai certo? Logo ele deve ser tão burro quanto o meu papai, é apenas natural.

— M-mas ele é gentil...

— Ser burro não te impede a gentileza. Ele deveria ter pensando quão assustada você estaria ao vir em um lugar novo cheio de pessoas novas que você nunca viu antes e pedindo para você ser amigável.

— M-mas ele sempre pensa nisso...

“ Ele sempre se preocupa comigo, mesmo... sempre trabalhando com a mamãe ”

Uma lagrima formava em um dos olhos da garota

— Então se ele pensa mesmo, deixe tudo comigo. Eu lidarei com seus problemas perfeitamente para ele nunca mais se preocupar, pode ser?

— Hum?

Mirai parou. Pegou as duas mãos dela. Mostrando seu maior sorriso do dia disse:

— Digo eu serei sua amiga, assim é mais fácil!

— C-Como assim?

Os olhos a observando eram um verde puro e agradável.

“ ...papai e mamãe disseram que não iriamos mais nos mudar... ”

— Eu...

Aquele olhar era paciente, sem apressar ou intimidar.

“ ...então eu posso ser amiga dela né? ”

— Eu... obrigado.

— Não precisa se preocupar, vamos continuar falando de livros que você leu, depois talvez eu mostre um dos livros meus?

— ...com final feliz?

— Quer experimentar um sem?

— ...eu gosto de finais felizes...

— Então não se preocupe, vou atrás dos melhores finais felizes!

— Certo.

Yutyssia perdeu um peso das próprias costas, seus passos estavam mais rápidos sem perceber. Sua voz um pouco mais alta durante a conversa, enquanto sorria simplesmente por ouvir e por falar com a garota do cabelo azul.



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