Volume 3
Capítulo 28 : Caçada Simples
O check-out do hotel estava atrasado. O processo deveria durar apenas alguns minutos e já passou quase 1 hora. Sair naquele momento não seria estranho, mas por causa da importância dos materiais guardados no deposito só era possível esperar e passar pelos processos normalmente. Os materiais chegavam na casa dos milhões, sem eles a mulher e a equipe do transporte não poderiam retornar com algum substituto.
Toda a equipe apenas sentou no saguão e batia o pé no chão, mostrar impaciência era normal, mas ser agressivo poderia justificar uma demora ainda maior. O espaço deles tinha uma pequena cúpula verde e uma conversa apenas entre eles em outro idioma era feita. Graças a marca, ninguém poderia considerar estranho a conversa daquela forma.
— Já passou uma hora, essa porcaria vai demorar?
— É tudo culpa da pressa, se não fosse ela nós já tínhamos terminado tudo e voltado para nossas casas se quiséssemos.
— Culpar a pressa...
— Quer culpar alguém em especifico?
— Parem os 4, eu definitivamente não quero qualquer atraso após isso, para começar eu nem queria ter trazido isso para cá.
— Não tem o que fazer, aqui é basicamente um cessar fogo no mundo do crime apenas por conveniência pura para todos, sem contar os movimentos possíveis entre reinos daqui. Além disso o Vale—
— Não diga esse nome, não importa o idioma, terminar esse nome vai ser ruim por aqui.
— Sim senhora.
Com um leve gesto do queixo de um dos homens, todos viram os olhos para uma recepcionista se aproximando. A mesma mulher a 1 hora cuidado do problema, estava com um sorriso. O corpo não tinha músculos, os passos eram comuns, a mana era normal e os olhos eram um claro e visível marrom claro. Para todos, ela era uma pessoa comum.
— Agradeço muito a paciência! Conseguimos resolver os problemas e agora podemos dar prosseguimento com o check-out. A equipe já pode se dirigir ao armazém, só precisamos da sua assinatura aqui.
— Claro, eu assino.
Finalmente se livrando do incomodo a mulher sorria para a recepcionista. Andando calmamente para saída com a equipe, um dos homens virou o rosto para traz. A mesma mulher já estava indo para outro cliente, mas a sobrancelha dele se levantou por um momento ao encara-la. O colega ao lado, o cutucou com o braço.
— Está olhando o que? A bunda dela por acaso?
— Ela tinha uma tatuagem nas costas? Tipo do pescoço as costas.
— E eu sei lá? Eu só a vi de frente.
— É, é um bom ponto, mas achei curioso, sabe, normalmente não se contrata pessoas assim para esses cargos.
— É, talvez alguns vejam os outros assim mesmo.
— ... os dois vão demorar muito?
— Desculpa senhora.
Com o pedido dos homens, a mulher suspirou. Tendo ouvido a conversa voltou os olhos para a mulher. Era difícil dizer qual era a tatuagem, mas realmente havia uma lá. Dois nomes vieram a mente, nenhum deles era realmente aliado do Valete e isso era o suficiente para manter a calma e falar baixo, apenas para os homens ouvirem.
— Apenas fomos pegos no esquema deles atrasarem outro hospede a sair, meio obvio, mas agora foi explicado. — uma sombra rapidamente tampou o Sol e ao olhar para cima um corvo pousa no prédio próximo para encarar um outro grupo — E a recompensa não é baixa pelo jeito, tem até um familiar.
Todos deram um breve aceno enquanto caminhavam ao armazém ao lado. Esperando logo na entrada, um homem com óculos escuros estendia a mão ao falar.
— Presumo que são os donos da jaula com um monstro, mas por favor, mostrem a prova.
— Aqui está, aquela criatura causou problema?
— Sim, tivemos quando a criatura precisou da alimentação, mas os métodos para conter e acalmar especificados funcionaram perfeitamente.
— Fico feliz em saber, foi sem dúvidas um tempo breve, mas ainda assim, cuidar daquela criatura deve ter sido difícil para novatos e não tinha muito como evitar... esse é o mal da vida em estar trabalhando nesse ramo para estudar o comportamento das bestas mágicas.
— Não, foi bom para eles. Bom sendo justo, só estava aceitando aquela coisa como positiva, pois, o monstro preso era apenas um filhote e nenhum adulto contratado aqui morreria mesmo se levasse os golpes daquilo.
— Isso é um alívio, mas por favor não os incentive a levar os golpes, pois, um único corte no pescoço e qualquer um morreria. Agora, por favor, vamos até ela.
— Mostrarei o caminho e não esqueça, as leis obrigam que ele deve ser sedado, amarrado e encoberto durante todo o trajeto, tal como foi a chegada.
— Não precisa ter preocupações, a equipe comigo não é o suficiente para provar a segurança? Não vê o brasão nas roupas?
— Regras são regras, elas existem para manter a ordem e a paz.
— Tudo bem.
Caminhando pelo armazém reforçado, todos já seguravam em suas mãos os equipamentos necessários para conter e transportar a besta mágica. Ao chegar no espaço certo, um enorme portão reforçado separava os dois lados.
— Peço primeiramente para uma verificação do item armazenado antes da tomada das ações contra a criatura.
— Tudo bem.
O portão reforçado foi aberto lentamente pelo guarda. Sem nenhum som, apenas colocando a mão na porta e andando para o lado. A espessura da porta era pelo menos 50 centímetros e o peso facilmente alcançava as toneladas.
— Impressionante, poder manipular a Terra e evoluiu para o Metal, não existem outros empregos melhores para você guarda?
— Bom, se falarmos de preço bruto sim, mas se formos falar de esforço, não tem muitos. Outra coisa, este armazém precisa manter em segurança os produtos de diversos acadêmicos e cientistas, aqui mais do que nunca é preciso funcionários competentes para evitar perigo e caos.
Os homens deixaram para traz a mulher para inspecionar a besta mágica. Um filhote laranja puxado para o amarelo com a altura de um homem adulto estava enrolado e de costas para a entrada, impedindo reconhecer o estado do animal.
— Mas não é normal ir para onde paga mais?
— Já viu o valor pago quando acontece um problema? É enorme, o suficiente para compensar os dias sem se esforçar, embora tenha o perigo logo ao lado por conta dos acadêmicos durante suas viagens...
Os homens cercaram o animal e deram um gesto simples. Mãos de pedras tentam agarrar e falham. O animal acordou e saltou para o lado mais rápido, mas sem notar por onde ia, dois homens esperavam para agarra-lo e prender no chão com o corpo reforçado com magia.
A besta lembrava um gato laranja com 3 pares de patas, tendo um par com uma espécie de polegar opositor. Os olhos eram extremamente brancos com uma pupila negra na horizontal diferente do normal. O rosnado era o mesmo a qualquer gato da cidade, numa escala muito mais alta e seu corpo não possuía nenhuma ferida.
— Bom, os reflexos e instintos desse filhote são sem dúvidas incríveis chefe, mas ele vale realmente todo o dinheiro? É um filhote inútil sem qualquer magia, aos meus olhos não importa como eu veja é apenas esforço gasto em vão para transportar.
— É um filhote, não tem como ele usar magia facilmente ainda se, e somente se, tivéssemos esperados mais um tempo antes de capturá-lo aí sim ele poderia estar usando magia intensamente como um verdadeiro monstro.
— Mesmo assim, os Gatos das 3 Neves não deveriam ser reconhecidos principalmente por força física?
— Ele deve ser duma linhagem mais magica cara, mas sem dúvidas o verdadeiro ponto infeliz é ele ter nascido albino num ambiente das neves.
— Albino é para branco, ele é uma espécie de Flaino com esse laranja puxado ao amarelo, mas sim, você está certo no raciocínio. Sinceramente, para um predador nascer com uma doença de pele inutilizando sua camuflagem branca natural, esse filhote não sobreviveria muito mesmo na natureza, estamos sem dúvidas fazendo um favor ao levar para outra região onde vai conseguir comida.
— Com licença, podem prosseguir com a retirada dele? Precisamos esterilizar o local para o próximo hospede e temos pouco tempo.
— Certo, eu “dopo” o gato — com um movimento das mãos, uma rajada verde cobre a cabeça do animal, sangue sai das orelhas e a fera para de se debater. — Agora a anestesia pode ir.
O último homem da equipe termina o serviço com uma injeção na nuca do animal. Terminando a anestesia, os homens levam o corpo para uma gaiola com rodas no canto da sala e correntes pretas levemente vermelhas. Após prender todas as patas, os homens pegam uma lona grossa e cobrem a jaula para finalmente sair.
— Agradeço por terem nos escolhido e esperamos seu retorno.
O segurança abaixou levemente o corpo na entrada, a equipe empurrava a jaula e a mulher sorria calmamente.
— Eu agradeço a todos, mas espero não perder uma hora do meu tempo na próxima vez, ok?
— Sim senhora, pedimos mais uma vez perdão pelo inconveniente.
O grupo saia tranquilamente pelo corredor, enquanto o homem se manteve parado na porta os encarando sair. Quando estavam para sair da sua vista, virou para sua equipe e perguntou sobre os equipamentos para esterilizar o ambiente. A mulher, até o fim esperando por algo, suspirou aliviada.
" No final, nada aconteceu... ele deve ter sua própria parte do trabalho para esterilizar, mas realmente, uma pessoa dessas cuidando apenas das salas desse galpão? A família dele mora na cidade? Não faz sentido, pela voz dele o dinheiro o mantinha vivo mais do que tudo, mas ao mesmo tempo ele tentou agir como alguém mais leviano sem interesse em riqueza. "
As pessoas nas ruas haviam diminuído intensamente, apesar de apenas alguns minutos terem se passado. Olhando no céu com Sol quase no topo, manteve a calma. Sem sinais daquele corvo, suas dúvidas iam embora uma a uma. Finalmente soltando um sorriso sincero, um dos homens se aproxima e a cutuca com o cotovelo.
— Finalmente a sua esquizofrenia passou?
— Cala boca espírito idiota, quem trabalha nesse ramo precisa ter pelo menos um sentido atento para problemas, quanto mais rápido se percebe uma armadilha, maiores as chances para fugir e sobreviver.
— Só não quer admitir, é tão feio entrar em negação...
— As chances reais dos acidentes acontecerem seguidas em um dia é nula. Primeiro foi a recepção.
— Quando outros acidentes aconteceram?
— Quando um segurança não acompanhou pessoas apesar de ser rígido para as regras, mas ficou observando esperando logo nossa saída com um olhar de " isso aí é um problema. "
— Quando ele olhou assim?
Vendo todos os homens com a cabeça inclinada como cachorros, ela coça as têmporas antes da resposta.
— Sinceramente, quando me falaram que esses espíritos eram novatos, não acreditei que seria um trabalho tão difícil assim educa-los.
— Ei, isso é descriminação espiritual, sabia? Ficar na mesma aparência humana sem mostrar sinais é extremamente difícil, além de reduzir nosso poder.
— Quer falar mais alto para chamar mais atenção? Já não basta um grupo falar um idioma estrangeiro, precisamos chamar mais atenção ainda?
— Para ouvir nossa conversa nesse momento, nós não estaríamos lidando com humanos para começar e eu não vejo nenhum não-humano próximo, sem contar a barreira do idioma.
— Ok, entendi mesmo assim... você disse que não viu nenhum não-humano próximo nessa cidade?
Virando bruscamente o rosto e o corpo para cada lado da rua, os olhos procuravam intensamente qualquer um não-humano.
— Ué algo errado?
A direita uma simples família humana, a esquerda algumas mulheres humanas, para frente um homem humano sozinho e atrás a rua era uma cópia do seu arredor.
— Foi rápida até para notar...
A voz da mulher não tinha direção e nem era telepatia.
— 4 espíritos deveriam ser tão fáceis ou a dificuldade do disfarce é realmente tão alta assim?
Quatro estátuas brancas viravam pó enquanto uma nova voz artificial surgia.
" Quando? Como podem ter feito isso? "
— Ei, vamos matar ela sem fazer nada? Não é melhor extrair informações?
Uma mão branca atravessou o peito da mulher, segurando um coração congelado e o quebrando na frente do rosto.
— Não fui paga para extrair informações, aliás por que esse sangue dela parece mais grosso?
— Uma mutação talvez? De toda forma, eu queria pelo menos saber sobre os espíritos...
O mundo dela estava ficando pesado e não conseguia juntar mana. Talvez pela piedade final da primeira voz, todas as pessoas ao seu redor desapareceram em sombras e seu corpo foi jogado pro lado.
— No final foi uma caçada simples com um dragão, ainda me impressiono com o quão versátil você pode ser.
— Sabe, usar seu familiar para causar confusão para esvaziar as ruas, então cobrir uma avenida com uma ilusão minha para se aproximar e matar todos... na sua cabeça dragões são onipotentes?
— Só usei tudo o que tinha ao meu dispor, vamos embora com essa jaula logo, podemos enrolar no trabalho por umas 4 horas ainda e não teremos problemas.
No chão, não pode reconhecer as duas pessoas conversando. Toda a luz do mundo estava se apagando, mas apesar da morte iminente não sentiu tristeza ou alegria.
" Então eu nunca seria importante desde o início? Eu... fui usada até o fim? "
Sem poder receber a resposta um pé de adolescente avançou em sua direção destruindo o rosto.
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