Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 27 : Lidando com as Duas

Ainda vestida como Lucas, Mirai desce o complexo prédio noturno com sua raposa rumo ao 7 andar. Leo, ainda em roupas femininas, acompanha a dupla

— Eu realmente odeio o funcionamento desse prédio... é realmente preciso deixas as escadas sempre em pontas opostas?

— Apenas nos andares permitidos ao público faz sentido tem um lance convencional, estamos indo para a câmara de tortura esqueceu? Isso lá deveria ser um andar comum numa escola?

— Mesmo assim, círculos de teletransporte de curta distância não deveriam ser tão caros, certo?

— Se não houvessem problemas como por exemplo, alguém só aparecer e roubar algo ou tentar nos matar, talvez isso seria utilizado, mas convenhamos, aqui é o ponto de encontro de vários grupos quem seria louco para nos atacar?

Pegando um laço do bolso, começou a prender o cabelo falso.

— Não é mais incomum um prédio com dispositivos contra essa movimentação?

— Se e somente se esse fosse o único prédio, talvez.

— Todos os prédios são assim?

— Sua pesquisa do ambiente não está falhando? Toda a escola possui runas para evitar isso, aqui já foi um posto avançado para lutas contra outras raças.

— Já foi? Desculpa deixo a parte inteligente para outras pessoas.

— Só concordo em uma coisa no seu pensamento da movimentação, a forma atual é muito lenta, esse prédio possui nos andares mais baixos até mesmo plantações e fabricas inteiras para alguns produtos e só podemos usar as pernas e nossa própria força?

— Não só isso, já imaginou um problema interno e esse prédio começar a ser destruído? Não tem uma rota emergencial rápida.

— Lembro de as runas desse prédio serem facilmente destruídas para evitar isso, mas sinceramente, isso lá é realmente necessário? Mesmo com alguns pontos com matrizes prontas para fuga, esse prédio é revestido por aço negro e prata vermelha, faz algum sentido alguma coisa colapsar isso?

— Realmente ótimo ponto, agora explica duma forma fácil por favor meu querido livro ambulante para todos os fins.

Colocando uma mão na cara, Leo suspira e retira duas pedras do espaço.

— Está vendo essas duas coisas? As cores são respectivas aos nomes.

— Está bem, temos a bolinha de gude preta e a vermelha e daí?

— Vamos ignorar o valor monetário emergencial delas, aço negro é uma mistura do ferro negro com carvão MINERAL. Essa liga praticamente não pode congelar, é um ótimo condutor mágico, naturalmente oculta e separa toda a mana dum ambiente para outro e sua escala de dureza é 22 de 25 ou seja, quase não existem matéria capazes de danificar essa pedra que literalmente é usada em cofres NACIONAIS.

— ... eita, então estamos dentro dum cofre nacional gigantesco?

— Estamos em algo mais forte, esqueceu da prata vermelha? É praticamente impossível ser derretida e é o maior absorvente natural de calor conhecido, mesmo sendo apenas 8 de 25 na dureza, literalmente colocar isso colado a qualquer outro minério absorve e dissipa qualquer calor, fora a condução magica dela ser muito maior que o aço negro. Em suma nós estamos em um bunker imune a fogo, gelo, terremotos e maremotos, agora entendeu onde está pisando?

— Bom, nesse momento no tapete chique mais bem protegido do mundo inteiro.

— Não atoa muitas organizações possuem suas bases principais aqui dentro apesar do risco do vazamento das informações internas, esse prédio subterrâneo literalmente compra qualquer cidade e é mais seguro que qualquer cofre.

— Certo... e por que nós fomos chamados para o 7° andar?

— Não sei, mas ele é usado para torturar pessoas, então não vai ser uma vista agradável para se observar provavelmente.

Finalmente chegavam nas ultimas escadas e começaram a descer. O andar era apenas um corredor duma ponta a outra e repleto com salas numeradas.

— Isso parece uma prisão.

— Isso é um andar feito para torturar, esperava algo bonito?

— Estava esperando o andar inteiro cheio com pessoas presas, mas se pensar no barulho delas e das informações, faz mais sentido ser assim.

A porta com número V01 se abre, Valete chamava a dupla da abertura da porta, sem sair do seu lugar.

— DA PARA SE APRESSAR AE? JÁ ATÉ TERMINEI MEUS PLANOS DURANTE ESSA DEMORA TODA!

— JÁ VAI!

— Poderia usar magia idiota.

— Se alguém gritar comigo eu vou é gritar com a pessoa.

— Desnecessário nesse caso.

Entrando na sala, quatro homens estavam presentes. Valete com suas anotações, um rapaz com olhos amarelos e roupa de médico, os dois homens amarrados com a boca selada um com roupas e o outro seminu.

— Cheira a ferro essa sala — Leo balança um braço e joga fora todo o ar sujo da sala por uma tubulação. — Então, viemos como pediu.

— Se estamos atrapalhando algo poderia avisar, nos esperaríamos você vesti-lo, mas nunca pensei que esse seria seu gosto.

— Boa piada garota, mas o seminu não pode ser tocado entendeu?

— Ok?

— Ótimo, então esses dois tentaram atacar sua irmã.

— Valete.

— Oi.

— Você disse esses dois? Não é essas duas?

Duas laminas de vento cortavam das pernas para baixo os homens. Gelo crescia nos vasos sanguíneos expostos para o sangue não sair e mantê-lo circulando nos corpos. Seus corpos tremiam tentando gritar e se libertar inutilmente das amarras e nenhum som era feito com as mordaças.

— Eu disse sem matar.

— Eu não matei.

— Como sabia onde ligar o sangue?

— Não sabia, não fechei os buracos.

— Como assim? — Lentamente os olhos do homem caiu na raposa. — Sério?

Apenas bocejando para reação do homem, o animal não mostrou qualquer interesse em responder.

— Eu estou aqui.

— A verdade, desculpa Leo, é o costume ela fazer algo insano.

— Compreendo completamente.

— Podemos voltar ao foco? Essas duas, quero saber o motivo.

— Bem apressada, mas os detalhes são absolutamente risíveis. Mirai, conhece a família Topázio?

— Sim, eles possuem uma filha chamada Ana Topázio, olhos vermelhos, acredita na supremacia da realeza, possui tipo sanguíneo A negativo, estatura média, 10 anos, mana normal, negligente em treinamentos, famosa no seu reino por sua família fazer muitas festas e muitas pessoas a mimam na tentativa para conquistar o agrado dos pais.

— ... como sabe disso tudo duma pessoa numa outra turma, mas não sabe nem mesmo sobre uma liga metálica extremamente conhecida e valiosa para itens mágicos? Inclusive suas luvas são feitas com fios de aço negro para começar.

— Também estou chocado com as informações da Mirai Leo, mas a cara dela não parece boa, te recomendo calar a boca. Voltando, sim essa mesma.

— Por qual motivo?

— Bom, sua irmã como já sabe tecnicamente não é da nobreza e a pirralha foi incomodar sua irmã. Resultado? Shou-sho uma mulher gato foi lá e humilhou a garota, orgulho ferido, ficou putinha e mando alguém, essas duas, para atacarem as pessoas que estavam “ rindo dela ”, no caso sua irmã, irmão, a gata e o Akira.

Mirai mantinha as duas mãos na frente do rosto e respirava fundo. Leo continuava os questionamentos imperturbável com a sala se tornar cada vez mais fria e azul conforme as respirações da garota diminuíam seu ritmo.

— Ela é retardada? Magnik não só é um reino neutro, mas se a escola for invadida, isso pode literalmente levar a uma investigação eventualmente nesse prédio, não existe uma única pessoa para avisar essa idiota o problema?

— Se a garota pensasse algo, o tico e o teco da cabeça dela teriam chegado na conclusão “ atacar uma pessoa da realeza, mesmo falsa pode causar uma guerra ”, mas no final a pirralha estava só querendo ser mimada como era antes. Quanto a segunda pergunta Leo, nem todas as famílias aprovam a coexistência das raças, a família dela é uma supremacista humana.

— Em outras palavras, ela foi duplamente humilhada ao humilhar alguém, não aguentou ser humilhada e tentou arranjar briga ajudando duas pessoas a invadirem a escola para baterem em crianças. Perdi algo importante?

— Definiu muito bem garoto.

— Mirai, estar parada, respirando fundo durante a conversa apenas me traz arrepios e duvido muito ser o único. Lembre as palavras do Valete, não mate o seminu, mas o outro está bem extravasar sua raiva.

— Eu não quero mata-lo... Leo me ajuda?

— Como é?

Arregalando os olhos com as palavras a encarava dando um passo para traz.

— Eu aprendi a lutar para matar, mas torturar é manter vivo... Leo me ajuda?

— Calma, desde quando sou o especialista em tortura? O Valete é um.

Dando um segundo passo para traz, um arrepio passo pelas costas. A garota olhou de volta e se aproximava.

— Ele deve estar ocupado agora... Leo me ajuda?

— Pode parar com o disco aranhado macabro?

Dando um último passo, parou com as costas na porta sem poder continuar.

— Então me ajude Leo.

— Sangue realmente não tem um bom cheiro... comece puxando armas, sua cabeça provavelmente não vai ajudar a se conter na magia.

— Vou assistir sua primeira tortura boa sorte queridinha, garoto da cura boa sorte em dobro.

— Você teria perdido sua aposta.

— ... não te pago para me lembrar as postas que perdi.

Sentando numa cadeira após responder o curandeiro, deixou a dupla para torturar o homem enquanto apreciava a vista. A menina se aproximava do homem, suas mãos vão para metade inferior e puxavam parcialmente para fora os ossos. Com uma adaga de gelo branca cortava e raspava aleatoriamente o osso.

— Agora o primeiro passo é usar uma espécie de afrodisíaco.

— Afrodisíaco? Para torturar?

Enquanto removia as unhas do homem recebia sua resposta. O garoto apenas colocava com uma seringa um liquido semitransparente no corpo.

— Afrodisíacos aumentam a sensibilidade do corpo no geral, seja para sentir melhor o prazer ou a dor.

— A... faz sentido.

Criando uma agulha costurava os olhos para mantê-los abertos com fios de gelo. Removendo o selo da boca, usou magia e silenciou a voz antes do primeiro grito.

— Lembre-se evite os pontos com veias grossas ou remover armas, enquanto presas, as armas permitem uma vazão muito pequena do sangue e suas laminas com gelo vão congelar o sangue reduzindo ainda mais, mas não esqueça do cuidado para aquecer a cabeça e impedir uma morte por hipotermia do cérebro.

— Alcool ajudaria a “ aquecer ” o sangue, mas deixaria ele mais insensível a dor... vinagre seria uma boa solução para o problema?

Com uma pedra de gelo enfio na boca do homem para forçar a abertura e impedir o fechamento. Criando um mini martelo, martelava cada dente e os removia da boca um por um, deixando pedaços irregulares na boca.

— Isso impediria o sangue ficar parado, mas não foi tão ruim. Para manter a temperatura vamos injetar um liquido quente no corpo dele, o choque térmico irá aumentar a dor dele para cada vazo sanguíneo, aliás essa outra magia é telepatia?

— Hum... não precisamos duma droga para mantê-lo consciente? — finalmente se acalmando, continuava com uma voz gentil ao ver a seringa injetar algo vermelho no corpo. — Nesse ritmo o corpo dele pode apagar para salvar da sua dor e sim, mas não estamos conversando, estou apenas torturando a cabeça dele com sons e ruídos extremamente incômodos.

— As runas da sala forçam a consciência das pessoas se manterem acordadas, então não precisamos das drogas. Quanto ao ruído cuidado com a frequência, pode danificar a cabeça é melhor maneirar na intensidade, veja ele começou a se debater como um caso epilético mesmo a temperatura corporal dele estando boa e mantendo a consciência do corpo.

— Certo, aumentar a dose do afrodisíaco aumentaria a dor dele?

Parou para pensar com uma mão no queixo como continuaria.

— Não é acumulativo, mas estenderia o tempo dos efeitos, mas isso é desnecessário já o dosamos o suficiente para umas boas 5 horas ou pretende continuar com isso por tanto tempo?

— Obviamente não, vou largar ele para sangrar lentamente até a morte, tipo uma crucificação sabe?

Criando várias pequenas adagas brancas começou a perfurar o corpo.

— Aquele método conhecido como o mais cruel da humanidade para matar?

— O mesmo.

— Não Mirai! Nesse ponto não, Leo ensina direito, se ela perfurar ali vai derrubar toda uma região do corpo, garota evite sempre próximo da coluna numa linha reta. O cara da cura, vem cá curar essa parte aqui.

— A verdade, me distrai com as dosagens para não serem letais e a conversa, foi um erro meu.

Tirando a lamina branca do corpo do homem, olhou para a garota em leve decepção. Apenas sentido o olhar levantava o braço para apontar o homem silencioso.

— Eu não sabia, então é tudo culpa do curandeiro estando quieto.

— Por favor peço aos três para não me culparem, não estou acostumado a interferir na cura durante a tortura, apenas depois da seção ou quando acontece um imprevisto e notavelmente existe chance de morte.

Com uma leve reverencia se defendeu das acusações em tom calmo.

— Certo então vamos com o voto majoritário, escolho culpar o Leo

— Dois.

— Ei.

— Três.

— Ei!.

— Parabéns Leo a culpa é sua.

— Estou fazendo muitos trabalhos ao mesmo tempo.

— E eu calculando perdas e lucros duma possível guerra nacional em outro reino, deseja continuar com as desculpas?

— Não, mas adoraria ter a mesma capacidade para cálculos.

— Ei Valete, onde eu posso perfurar ele para fazê-lo sangrar por umas 3 a 4 horas antes da morte?

— Pretende tortura-lo por 2 horas?

— Se ele se debater a morte não é mais rápido?

— Sim, mas a coisa mais básica duma crucificação é imobilizar o alvo para não acelerar a morte.

— A, sendo assim, peço sua ajuda para umas 4 horas de sangramento.

— Pode deixar comigo.

Observando seu colega sendo torturado, o homem rezava para suas provas ainda existirem para ter sua morte indolor.



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