Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 3

Capítulo 25 : A Família e o Mundo (2)

— Filha, nesse momento sua existência vai acabar virando uma ameaça internacional e interracial. Você entende isso?

Sara conversava sem nenhuma emoção no rosto e na voz. Toda a família mantinha o silencio e encarava a garota. Terminando a bolacha na boca, Mirai enche o peito e responde o olhar da mãe a encarando seriamente de volta, sua voz saia calma e falava sem pressa um roteiro já preparado.

— Sim, como já disse, uma guerra ocorreu entre os humanos.

— Vou ignorar como a empresa soube disso, continue.

— A guerra está acontecendo principalmente nos extremos do continente, ou seja, o sal, os frutos do mar e no topo das preocupações praticamente metade do mercado dos monstros vai ser afetado. Vamos ignorar as moedas, qualquer um minimamente com conhecimento formal já pode garantir uma quebra em toda a nossa economia.

— Safim.

— Tranquilamente 30%, mas em alguns lugares até 70% da economia será afetada, desconsiderando os locais da guerra sendo travada.

— Certo temos praticamente um terço da cidade em ruinas ou o colapso da cidade... tem como fazer uma média mais precisa?

— Hum... 43% da economia das cidades em média.

— Mais baixo do que esperava, mas ainda chega a quase metade... continua falando pirralha.

— Quais os principais problemas da guerra?

— Queda na população, economia e piora das relações internacionais.

A dupla de irmão com cabelo rosa permanece apenas olhando para direita e para esquerda toda a discussão.

— Vamos focar na última. Com a guerra interna dos humanos como um povo com uma alta longevidade e rancor reagem? É simples, eles perderiam o medo do confronto principalmente agora quando uma parte da população inimiga caindo.

— Eu diria que isso é uma junção de tudo e não só uma piora das relações internacionais.

— Seja como for, o ponto principal é outro. Esse negócio vai ser em uma escala muito grande.

— Espera aí filha, em outras palavras...

— Você vai ser um alvo internacional anunciado formalmente como capaz de criar feridas incuráveis irmã?

— Exatamente irmão.

— Me recuso a isso filha.

— Mas ela não tem um ponto ruim.

— Já está sendo levantado, nesse momento não temos muito o que fazer contra mãe, quem assumiu o risco fui eu.

— Quero te bater. Basicamente garota, nossa família acabou recebendo um alvo gigantesco, consegue entender isso?

— Exatamente por isso haverá um anuncio oficial gigantesco, o plano é impedir uma guerra entre as raças estourando.

Com uma mão tampando o rosto, Sara comenta após respirar fundo.

— Em suma uma medida para conter futuros problemas, mas quais as garantias da nossa segurança? Seu plano é baseado em: Sara Safira e sua posição podendo segurar o mundo inteiro? Mesmo levando em conta nossos aliados e pressupondo a união deles, sem traições, na sua cabeça faz sentido aguentarmos sermos alvejados?

— Teremos a raça dos dragões para legitimar minha posição e poder.

— Ok... isso muda muita coisa. Vamos até ficar com umas sanguessugas na cola.

— Irmã espera aí. Dragões? Como? Essa empresa tem contato com eles?

— Sim, a ideia geral seria legitimar minha posição inicialmente como uma maga evoluída do elemento gelo, o nome ainda está para ser debatido. Quando dragões reconhecerem essa posição formalmente nós estaremos numa posição inquestionável de poder. Feito isso, a humanidade teria um abastecimento constante dessas armas altamente letais e isso seria o motivo para conter uma possível guerra.

— Pegando emprestado o valor e poder da raça deles, minha querida irmã está esperando uma reação do tipo “ eles possuem armas mais fortes ” ou “ eles possuem aliados diacrônicos ” e com essas ideias, atrasar uma guerra.

— Irmão, por que seria apenas um atraso na sua cabeça? Contando que não seja deixado de lado essa guerra, me parece um plano bem capaz de impedir uma guerra mundial. Claro, esse plano é basicamente comprar tempo vendendo minhas informações, ele depende das outras pessoas fazendo suas partes e impedindo o outro lado tomar a ofensiva quando nosso número foi reduzido.

— Então filha, o ponto dele é provavelmente as pessoas querendo lucro com a guerra, suas reações e ou a mísera falta da competência das pessoas em resolver conflitos internos. Preciso explicar a razão? Nepotismo.

— Obrigado mãe. Por outro lado, a mãe apenas acredita ser um plano suicida pelo alvo nas costas e eficaz, mas colocando todo o peso nela para nos proteger. Até porque nem preciso explicar isso, mas esse plano vai ser inútil caso minha querida irmã acabe morta e caso uma guerra realmente vá acontecer, a prioridade máxima é tu.

— Existe plano infalível ou sem problemas?

— Ok chega os dois, tem outras duas pessoas na mesa e elas não opinaram ainda.

Com olhos assustados, a dupla encara um ao outro. Brevemente alterna os olhares entre cada um dos membros. Karen começa com sua opinião saindo com a voz um pouco baixa.

— Bom... a Mirai foi bem burra em seguir tão rápido nisso tudo, mas dado a urgência é perdoável. Mesmo assim eu estou do lado do Safim. Esse plano confia muito em uma solução para os problemas chegando por terceiros e tudo sendo na verdade um atraso sem resolver o problema econômico da guerra.

— Quanto a esse problema econômico é impossível resolver tão fácil, mas isso não vem ao caso. Yutyssia?

— Mãe, concordo com as escolhas da Mirai. Embora imprudente e acelerado a resposta, neste momento seria inevitável ficar contra ela. Sim, é ruim nossa família sendo alvejada, mas nossa mãe é publicamente uma caçadora de criminosos, então sinceramente? O número não aumentará muito com nossa irmã fabricando armas muito poderosas e outra, o valor das armas delas podem sim ao meu ver parar a guerra e até aumentar a união das raças.

— Aumentar a união filha?

— Aaaa, entendi o ponto dela mãe. Basicamente as armas poderiam comprar o interesse deles para as caçadas contra monstros mágicos, algo nas linhas “ nós não podemos matar uma fonte como ela, é um recurso muito precioso contra os monstros com alto poder curativo então vamos negociar. ”

— Exatamente irmão.

— Infelizmente não existem muitos monstros com essa característica para compensar acreditar nisso.

— Não do nosso lado, mas e do lado deles?

— Isso transforma a situação em uma aposta dupla. Tudo bem, como tudo já está meio caminho andando vou apenas ver com o irmão de vocês como resolver todos os problemas mais tarde. Agora, YUTYSSIA SAFIRA E MIRAI SAFIRA...

— Vai da merda.

— As duas tratem de trabalharem juntas, Karen como escolheu o Safim vai apoiar ele até o fim, ouviram? Eu passei a noite inteira em claro não quero pensar em outros problemas e é bom todos tomarem responsabilidades pelas próprias escolhas.

— Sim mãe.

— Claro.

— Eu sinto ter ficado com o pior serviço...

— Quer trocar a Mirai pelo Safim?

— Sem trocas os dois. É para assumir o problema comprado, principalmente agora, eu não vou e nem posso cuidar para sempre dos meus filhos. Vou me preocupar para sempre? Vou, mas não posso interferir sempre.

— É meio ruim que a primeira vez sua tomando essa postura seja apenas agora quando o assunto pode resultar no colapso das cidades e reinos, mas tudo bem mãe.

— Safim enfia o sarcasmo no cu, fico com coragem para falar por que? Posso saber? Não? Fica quieto, preciso dormir ainda.

— Mãe alguém está batendo na porta, agente abre?

— Sério Karen? Vai lá e abre Yuty.

Com Karen abrindo a porta com uma mão magica, um homem em trajes formais curva a cabeça segurando uma caixa amarela e com um rubi encrustado em cada face dela. Sara sorri com os lábios e chora silenciosamente ao ver a caixa.

— Perdão, uma carta de emergência para a família Safira. Aqui está e me retiro.

— Por que isso acontece? — chorando e rompendo o selo da caixa, ela entrega os papeis dentro para o filho mais velho — O que essa porcaria quer?! EU TINHA MUITOS DIAS PARA UMA MERDA DESSAS VIR! EU PASSEI DIAS E DIAS SEM FAZER NADA! ESSA PORCARIA DO CARALHO NÃO PODERIA TER VINDO ANTES?! VA PA PUTA—

— Deus interviu no mundo.

Quatro palavras e o silêncio foi feito.

— ... qual?

— Lucaias, aconteceu um genocídio imenso na cidade e para piorar um servo divino dele foi comprovado no mundo, mas tanto a localização do servo e os responsáveis do servo, são criminosos com identidades desconhecidas.

— ...

— ...

— ...

— ...

— ...

Todos olhavam para a mãe, tão estática quanto um quadro de artes e tão viva quanto uma escultura em mármore.

— ... ela quebrou?

— Pelo visto, sim.

— ... é melhor tamparem os ouvidos.

Ouvindo as preocupações do irmão, todos tampam os ouvidos e encaram a mulher pacientemente. Uma explosão poderia vir a qualquer momento.

— ... por quê? Por quê? Por quê? Eu fiz algo errado? Por que tanto trabalho? Por que minha vida precisa passar por isso? Por quê?

Todos observaram a mãe chorando. Rapidamente Mirai e Yutyssia levantam do assento e cada uma a abraça de um lado, com apenas o olhar delas Safim levanta, bate no ombro do irmão e aponta com o queixo para fora. Sem comentar mais nada os dois vão embora com a carta, enquanto as duas irmãs lacram o cômodo em sombras e cuidavam das lagrimas dela.

 

 

Mais tarde naquele mesmo dia, todos se reuniram mais uma vez no hotel quando vieram para cidade e a mãe passou o dia cuidada pelas filhas. Safim lentamente entregava alguns documentos para a Sara e sem nenhuma pressa, lentamente falou.

— Esses documentos provam a inocência da Mirai, garante que ela estava presente na escola durante aquela noite e nos da família Safira não temos nada a ver com qualquer coisa daquele incidente  apesar dos rastros de gelo.

— Ok, mas e o Deus idiota?

— Nós provamos o nosso ateísmo.

— Como?

— Queimei uma bíblia.

— Sério?

— Não, mas eu marquei para eu resolver esse problema e eu vou no seu lugar.

— Ok... vai ser seu problema e não meu... entendo, eu posso descansar.

— Isso, você descansa e eu trabalho.

— Ok. Paz, é tão bonita.

— ... as duas podem me dizer como foi o dia?

— Ela apagou como vela quando deitou e acordou alguns minutos atrás.

— Eu precisei mudar as roupas dela, haviam feridas e sangue por baixo das roupas então precisei limpa-la e trata-la.

— Se fez o que comigo filha?

— Eu te dei um banho seco e tratamento.

— Pera, não, espera. Eita, eu estou com uma roupa diferente.

— Só agora notou?

— Desculpa, quer trabalhar por uns 2 dias seguidos sem descanso e ver como é bom para cabeça?

— Dispenso, deixa para outro dia.

— Muito bem, eu estou mais calminha agora... não surgiu mais nada importante?

— Não, só vai precisar passar a noite aqui mãe.

— Problemas nos teletransportes?

— Exato.

— Tudo bem, posso relaxar até amanhã então.

— É bom ver todos felizes, então... pizza?

— Tem uma aqui perto?

— Tem.

— Rodizio?

— Sim senhora.

— Bora, hora de falir um estabelecimento.

A família unida sai alegremente para comer naquela noite, após muito sofrimento mental.

 

 

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