Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 1

Capítulo 24 : Então agora, vai ser assim? (2)

Voltando para a sala de reuniões, as pessoas estavam satisfeitas por terminarem seu trabalho era tudo paz e satisfação.

— Certo então com isso, resolvemos os principais problemas, vamos comer e tentar relaxar? Já passou um pouco do meio dia, mas —

— EU ME DEMITO! FALO AÍ WHITE.

Clara entrou na reunião chutando a porta, a sala ficou em silencio. White olhou para a sua assistente, sem conseguir compreender tudo.

— ...você..., mas... não... por quê?

— Agente voltou. A Sara vou trabalhar como professora da Yuty, beleza? Não preciso do salário, tenho dinheiro de sobrar para morrer sem trabalhar.

Frederico foi puxado para dentro da sala enquanto mantinha a cabeça abaixada.

— Desculpe os problemas.

O rei calmamente olhou para a dupla. Ele coçou a cabeça, deu um leve tapa na própria cara e percebendo a realidade, disse com dificuldade.

— Você está querendo me dizer que a única pessoa no Ministério da Saúde, com poder igual ao do próprio primeiro ministro do Ministério da Saúde, está se demitindo porque voltou com o ex. É isso mesmo?

— Sim, tem problema rei?

— Agora eu entendi porque ela tinha se tornou quieta e comportada, ela devia estar sofrendo o termino dela.

— White, se ela era assim, por que você contratou ela?

— Eu devia um favor a uma pessoa e nem me venham dizer sobre corrupção por contratar alguém por motivos completamente pessoais. Ela é absurdamente competente e fez todo o trabalho sempre.

O rei esfregava as têmporas enquanto ouvia toda a situação.

— Então vamos almoçar primeiro e mais tarde nós pensamos em alguém para substituir ela...

— Eu queria sorrir por conseguir alguém competente, mas não consigo nesse momento.

— Com licença um intruso chegando — um homem desconhecido entrava, era Valete. — Aí casal, eu trouce um bom espumante para vocês comemorarem o retorno, presente da casa.

— Às vezes eu me pergunto se você é um grande amigo ou é só um grande filho da puta mesmo cara.

— Quem é esse agora?

— Amigo dos dois, só vim entregar isso. Falo a e povo.

— É isso falou para vocês.

Clara e Valete arrastavam Frederico para fora da sala pelos braços. Sara que perdeu seu marido na noite anterior, olhava para a situação com desgosto e ódio.

— ...eu sou a única irritada com esse casal e especialmente com aquele último filho da puta?

— Definitivamente, não — a sala inteira concordava.

— Como esses três parecem estar no passeio durante uma tempestade? Se os três estivesse aqui tudo bem, mas eles não estavam!

— Você não tem muito direito de julgar eles.

— ...dá para vocês pararem com esse coral me criticando?

Eles se levantaram para o almoço.

 

 

Durante o almoço, Sara explicava a situação para as crianças.

— Então... eu vou ser irmã da Mirai agora?

— E eu também?

— Bom, vocês podem recusar —

— Aceito.

— ...  

— Não é justo!

Enquanto Karen permanecia em silencio, Iris protestava com a situação.

— Filha, a situação é séria.

— Desculpa.

— ...certeza disso senhora Sara?

— Não foi muito tempo, mas eu não gostaria de ver os filhos da minha amiga crescendo com estranhos. Mesmo eles sendo sua família, vocês passaram mais tempo na nossa casa, não é mesmo?

— ...certo, então tudo bem então tia... mãe Sara.

— Certo, aliás Mirai, a Clara vai virar professora da Yuty, trate de não fazer ela ficar como você quando ela estiver em aula.

— Mãe você fala como se eu fosse a tornar irresponsável com as tarefas e preguiçosa.

— Você não vai?

— Mãe é ela quem me lembra as tarefas.

— Ela é sua irmã agora não sua secretaria, entendeu?

— Eu não vou usar ela para fazer minha tarefa.

— Eu ainda vou pedir para Clara fazer tarefas diferentes.

— ..., mas aí nem poder copiar é sacanagem.

— Anjinho, as vezes você é esperta onde seria melhor ser burra.

— Isso é contraditório.

— Tia Sara, posso ficar no quarto da Mirai?

Inxustixa! — Iris gritava com a boca cheia.

— É realmente para mim que deveria ser feito a pergunta?

— Eu recuso, se eu aceitar isso a Iris ficaria triste.

— Juxtixa! — a princesa ainda tinha a boca cheia.

— Aaaa...

“ E se eu tiver uma visão seria difícil explicar a situação. ”

Antes da Sara conseguir comer, ela lembra um último tópico.

— Isso me lembra, vamos precisar realocar a maioria das pessoas da mansão filha.

— Em outras palavras?

— Você vai ter que tomar conta da sua própria bagunça por um tempo.

— Mas eu não sei cozinhar nas panelas...

— Essa parte é o de menos, o que eu quero dizer é, você vai ter que acordar sozinha por um tempo, e manter seu quarto limpo.

— A, então tudo bem.

— Mirai, você será capaz de sobreviver?

— Yuty, o que você pensa de mim?

— Talvez você fique soterrada em uma bagunça chamada seu quarto, mas só talvez mesmo isso aconteça.

— Como alguém se soterra na própria bagunça?

— Vou precisar liberar uma empregada o quanto antes para arrumar o seu quarto da Mirai, eu consigo imaginar ela —

— Mamãe!

— Você quer que eu te ensine a organizar as coisas, irmãzona Mirai?

— Mas até tu Iris!

— Eu posso ajudar a arrumar as coisas dela, eu já faço isso para a Yuty as vezes.

— Mais alguém além do Karen?

— Mirai, fato não tem argumento. Você não é tão desorganizada, a ponto de se sufocar na própria bagunça, mas se alguém tipo a Yuty entrar no seu quarto, essa pessoa pode morrer soterrada. Você é capaz de organizar a bagunça do seu jeito.

— ...eu estou aqui querendo comer, mas vejo que estamos tendo uma seção vamos todos nos unir contra a Mirai, e só a Mirai, a Mirai desorganizada, a Mirai bagunceira, a Mirai isso a Mirai aquilo.

— Mas filha você tem que entender, nós te amamos, mas é só um fato, seu irmão é melhor que você nessas partes, você não tem vergonha disso?

— Guarda minha palavra o carma é real.

— E o que ele vai fazer com agente quando tudo isso é na verdade tudo culpa do seu próprio carma anjinho?

— ...

Após observar toda a discussão, o rei olha com simpatia para garota.

— Garota, deixa eu te dar uma dica, você já perdeu a guerra, a luta, a moral e a honra, aceite a derrota em silencio, a comida está boa pelo menos

— Sabe rei Rurius, eu sinto um entendimento com você em um grau que eu nunca imaginei antes.

— Você se acostuma.

A discussão continua na mesa. A rainha se mantem em silencio durante todo o resto do evento, apenas refletindo toda a situação da mesa.

“ É uma cena realmente pacifica, poucas horas atrás todos estavam em pânico e chorando, mas agora estão rindo da situação toda... queria poder comer com meus filhos na mesa. Sério, Rafa tem um grande coração por se recusar a comer sem o irmão dele, mas eu espero que ele não acabe como o Rubens por conta do tempo que passam juntos todo dia. ”

White foi o único a não pronunciar qualquer palavra na mesa, desde o fim da reunião ele esteve em silencio, refletindo toda a situação recente ao redor dele.

“ Valete apareceu na frente da Sara, Clara se demitiu, mais da metade da família Rosário morreu, eles sobreviveram a um incêndio a poucas horas atrás e mesmo com tudo isso, eles têm humor suficiente para contar piadas... Rurius e Sara a parte, mas a Mirai esteve no centro das coisas e mesmo assim ela parece absolutamente normal. A Sara ensinou ela a se drogar para aguentar momentos como esse? ”

Os olhos do médico brilhavam levemente olhando para a criança, numa tentativa de descobrir seu estado, mas no final ele apenas ficou parado, olhando para todo o local ao seu redor. Cada pessoa, cada prato, cada copo, cada talher em todo lugar da sala ele viu a mesma coisa.

“ ...puta merda. Essa criança está drogando a sala inteira com um antidepressivo... onde ela aprendeu isso? Normalmente até adultos possuem dificuldade para criar substancias complexas com magia, mas ela... como ela teve mana suficiente para tudo isso para começar? Ela criou metade disso tudo apenas com a mana do ar e outra parte com a da água? Durante uma tempestade? Como? Se ela tivesse um dia inteiro para fazer essa quantidade só usando essa natureza eu entenderia, mas ela fez isso apenas em questão de poucas horas? ”

Uma sombra se levantou para tocar no médico por baixo da mesa, naquele momento ele sentiu uma conexão mental sendo formada com sua antiga enfermeira Clara.

“ White, se você mexer com ela ou revelar sobre ela, nós vamos nos enfrentar, então pare de encarar tanto. ”

“ A garota... ”

“ Fechou um acordo, foi um pedido de proteção com a família dela. O Valete gostou dele e entregou uma poção para ela regenerar a mana, ela começou naquele momento a criar esse ambiente. ”

“ Sara ensinou ela a fazer isso? ”

“ Não sei, mas creio que não. ”

“ Então sozinha ela aprendeu a literalmente controlar as emoções do ambiente... bom, pelo menos serve de consolo ela ter preparado tudo antes, se ela fizesse isso depois de chegar em um lugar, isso seria assustador. ”

“ Estou curiosa para ver até onde ela vai. ”

“ E eu não. ”

Destruindo as mãos com sua magia sem incomodar ninguém, o médico fecha os olhos e volta comer tranquilamente, exatamente como antes da conversa com sua ex assistente no trabalho.

“ Eu ainda preciso achar algum substituto para ela... ”

 

 

Enquanto isso, Clara, Valete e Frederico estavam em um bar meio pousada, uma das muitas propriedades do Valete. Uma mesa simples, um forte cheiro do álcool e dos temperos dos pratos cobria o ambiente.

— Muito bem, muito bom vamos comemorar então — disse o homem loiro. — Podem comer à vontade, eu vou sair já, já. Hoje é conta da casa, mas só tenho isso então por favor me perdoem não ter sobremesa.

— Qual é o problema? — Frederico falava com desgosto ao olhar o homem. — Eu não tenho como responder tudo sabia?

— A dúvida dele deve ser simples, é sobre como ela é tão fora da curva para uma criança, mas o Valete já deve ter sua própria teoria.

— Teoria? Desculpe já tenho o fato, descobri a pouco tempo, para ser preciso foi principalmente quando eu e ela nos encontramos cara a cara.

— Isso me lembra, no fim foi minha aluna ao fazer o contato primeiro...

— Exatamente, mas sabe o fato é realmente muito maluco. Sua aluna fala com os mortos Frederico, é simples e maluco né?

O professor olhou para a mesa. Nenhuma garrafa estava vazia, os copos estavam cheios e não viu ele beber em nenhum momento.

— Eu não estou bêbado. Aliás, ela não é a única. Recebi um relatório lá fora, Safim parecia conversar outro dia com o nada sozinho. O interessante? Ele realmente estava aprendo algumas coisas aqui e ali impossíveis.

— Em outras palavras, irmão e irmã compartilham uma característica sobre natural, falar com os mortos e com isso aprendem com os cadáveres o conhecimento fora da curva deles. É isso?

— Exatamente, qual outra explicação?

— Não sei nenhuma.

— O mesmo aqui, mas nunca ouvi ele fazendo isso antes.

— Talvez ele relaxou por estar sozinho? Digo, ele sempre suspeitou ser morto por alguém dentro da mansão não é mesmo? Se logo o pai dele tentava arquitetar isso, e somente recentemente percebemos tudo, como explicamos a situação de outra forma?

— Certo, deixando esse assunto para outra hora, Valete, quem tentou matar minha aluna? Se eu for voltar, me deixe cuidar dessa pessoa.

— Dama Atalieta Truquox’s, mas vou pedir para não lutar com ela, não agora pelo menos, por favor tenha calma, por hora aproveite o retorno do casal — O sorridente homem virou um copo inteiro, largou o copo na mesa e foi embora. — Ao seu tempo, tudo vai acontecer como eu quero, ok? 



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