Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 1

Capítulo 23 : Então agora, vai ser assim?

Dia 30 do mês 5 de 182 Rei Rubi, Ruinas Mansão Rosário, Reino de Janfor.

Horas se passaram desde o fim do incêndio, uma reunião começava logo após Sara recuperar sua compostura.

— Metade das pessoas morreram no incêndio —

— Desculpa, espera um segundo Sara — luz havia se juntado na garganta da Sara enquanto White a interrompia. — Pronto fale novamente, por favor.

— Metade das pessoas morreram no incêndio, a maioria foram membros da família rosário, documentos foram perdidos, mas você tinha uma forma de copias não é mesmo, Alfred?

— Sim, por via das dúvidas sempre mantive uma cópia dos documentos em Pedras Memoriais — disse o único homem com cabelo rosa na reunião. — A tecnologia é realmente recente, mas já se provou extremamente útil, pedi para os outros pegarem elas e se preocupassem em fazer outras impressões dos documentos enquanto estamos aqui.

— E pensar que justamente você, aquele quase falando sobre sexo na mesa do jantar com crianças na mesa, teria preparado um plano B — o rei falava.

— Alfred, mais tarde nós conversamos.

Sara olhou para ele, sua expressão era sem vida e emoção.

— ...você precisava falar isso na frente da Sara? Olha ela agora.

— Se chama carma, agora aguenta — White tomou um gole do café em cima da mesa enquanto falava. — Sara, maneire na magia para se drogar e manter a calma, estou sendo tolerante, mas eu não gosto disso.

— Se não fosse uma emergência eu te escutaria. Próximo tópico, eu vou adotar as crianças da Helena e do Matheus, eles passaram muito tempo em casa, diria até mesmo mais do que com o resto dos parentes deles, alguém contra?

A sala se manteve em silencio.                

— Ok, agora sobre quando eu estive fora. Em Magnik não tivemos grandes problemas, foi realmente muitos pequenos problemas para resumir. O único problema real para comentar é cada vez mais as raças não humanas mais ao centro do mundo estão se irritando com os eventos da cidade. Várias vezes, um membro deles morre e segundo eles isso é algum tipo de perseguição.

— Não podemos acabar simplesmente com todos esses problemas, isso é só uma desculpa qualquer deles, não é mesmo?

— Talvez, existe realmente uma balança maior para a morte dos não humanos em relação aos humanos, por isso é uma meia verdade meio mentira as afirmações deles. Precisamos nos preocupar desde já com isso, ou pode ficar pior.

— Com licença, eu posso me juntar?

Um homem entra na porta sem esperar a resposta, embora seja educado.

— Frederico? Por que está aqui?

— Clara.

— Então, qual seu motivo aqui?

— Infelizmente não existe rastros de invasão, o culpado estava dentro da mansão o tempo todo. Entre os mortos o ou os culpados estão mortos.

— ...obrigado pela pior notícia de todas.

Sara tinha as mãos tampando seu rosto, a realidade que via era uma forte dor de cabeça no momento. O médico entrava na conversa com um olhar duvidoso

— Ela te buscou? Vocês se conheciam? Digo, por qual motivo você em especifico? Pode nos contar?

— Para melhor ou pior ela é... minha ex. E ela sabe que eu sou competente para investigar as coisas, talvez não chegue ao ponto dos profissionais, mas se levar em conta minha capacidade, posso pelo menos trazer algumas respostas. Encontrar um detetive agora, livre para investigar no meio da tempestade não seria fácil, ela apenas foi no caminho mais rápido e fácil.

O rei tinha uma mão apoiando a cabeça.

— Onde caralhos, você encontra seu pessoal Sara?

— Olha, essa nem eu sabia... e ele é recomendação do White.

— Bom eu só vim falar isso, por favor continuem sua reunião.

— Certo pode ir, obrigado.

Saindo do local, Frederico foi diretamente para onde estava as crianças. Enquanto a reunião foi se desenvolvendo, sem perceberem, o local se tornou isolado a saída de som. Pouco antes do seu objetivo se encontrou com a sua ex. A mulher estava apoiada na parede com os braços cruzados.

— Ela quem matou o próprio pai?

— Ela descobriu o que ele ia fazer, provavelmente.

— Como assim? Explique melhor.

— Primeiro o Valete só cuidou dos ferimentos da garota e limpou a cena. Segundo quanto ao pai, parece ter sido ele o motivo do incêndio, embora a causa foi a Mirai acendendo o combustível dele antecipadamente a falha do plano e da vida dele. Terceiro, faz muito tempo desde a última vez dela sendo “normal” com o próprio pai, a princípio parecia ser só alguma reação por conta do acidente dela, mas se provou o contrário.

— Quanto a como ela descobriu?

— Não me pergunte. Talvez, enquanto caia em cima do vidro, ela viu o pai todo feliz com uma situação perigosa?

— Vamos deixar de lado então.

— Ela se tornou foco da sua atenção?

— Sim, sua mente é um território inviolável por magia, seu desenvolvimento só pode ser dito como genial e como provamos hoje, é capaz de matar alguém, mesmo custando outras vidas no meio do processo.

— Eu preferira que, diferente de nós, Mirai não precisasse entrar nesse lado, mas seremos sinceros, ela parece do tipo que vai entrar cedo ou tarde.

— A teoria do poder, onde fortes e gênios se atraem... isso pode ser interpretado como você voltando?

— ...Clara, eu realmente, não gosto de matar pessoas. Muitas vezes perdia meu sono com os mortos, os meus métodos, pensando em futuros diferentes... me arrependo por não conseguir levar você para fora, mas —

— Minhas dividas são grandes demais para isso.

Os dois sentiam pena um do outro. Não havia sorrisos, apenas olhares tristes, ambos viraram o rosto para o chão sem quererem ver a expressão do outro. Clara descruzou os braços deixando cair.

— No final, a família do Valete tem a ver com o caso.

— Não podia ser uma família mais problemática?

— E pelo jeito ele não contou isso para você, pode ter sido uma Dama ou outro Valete o culpado.

— Ser um 10 ou menos é?

— Improvável, se fosse, eu não conseguiria alguns rastros, embora falsificar um nunca deixou de ser opção, mas como ponho em palavras? Instinto, foi alguém entre um Valete e uma Dama da família dele.

— Bom seu instinto costuma acertar.

— Alias, as crianças estão muito bem comparando com casos normais.

— É a Mirai?

— É, sabe se usarmos os termos da família do Valete, facilmente sua posição seria Ás de Copas, ou quem sabe dois Áses, Copas e Espadas, dado sua idade e feitos atuais.

— Primeiro, não brinque com isso, por favor. Segundo, um raio caiu no pai dela no meio da briga, então se ela realmente fosse da família dele, ela só seria no máximo um Ás de Copas mesmo e isso por si só já é bastante pela idade dela.

— Sério a garotinha é tudo isso? Aliás eu confirmei, foi uma Dama da minha família a responsável por tudo.

A voz do homem conhecido como Valete apareceu no lugar, sem nenhum justificativa ou presença dele no local. Somente uma coisa estava fora do lugar no ambiente, havia uma pedra brilhando ao lado dos dois no corredor.

— Sabe no final, eu gostei ainda mais da garota já que é assim, vai valer a pena esconder ela do resto da família. Você me deve uma agora Frederico, traga ela para mim se ela precisar, o mais rápido possível e estaremos quites.

A pedra foi pisada e completamente quebrada por Frederico. Seu rosto estava claramente irritado, sua voz saia com dificuldade ao tentar esconder toda a sua ruiva no momento.

— Eu realmente odeio esse cara, e a capacidade dele de sempre surpreender alguém de alguma forma, agora a qualquer momento em qualquer lugar eu vou poder ouvir a voz dele, isso é uma piada de mal gosto?

— Bom, ele é um Valete puro, ele não é alguém bom em uma área especifica, como a Mirai parece ser.

— Por favor, aquela garotinha ser uma especialista em manipular e esconder emoções das pessoas, isso é demais para mim. Vamos para com isso dela ser um Copas.

— Bom, vamos ver a situação, ela acabou matando o próprio pai um assassino treinado, soube do plano deles arquitetado por uma Dama, acordou no dia seguinte ao próprio crime, mas não teve nenhuma reação do tipo “eu matei alguém”.

— Ok, ela é como um duplo Ás, Copas e Espadas, por fazer tudo isso nessa idade, satisfeita com isso?

— Sinceramente, não. Se você é o professor ela deveria consegui um título como Espadas pelo meu ver, digo você matou um 10 no passado.

— Você sabe quem é a outra professora dela?

— Aquela preguiçosa?

— Aparentemente, ela é um 9 puro.

— Puta merda, onde a Sara arranja o pessoal dela?

— Puta merda mesmo, se a preguiçosa quisesse ela varreria metade dessa cidade se não tivesse saído da família e cortado relações.

— Mas o que é isso? Um novo método de cometer suicídio? Ela tem problemas?

— Ela tem um acordo aparentemente com o atual líder da família.

— O 7 de Ouros?

— E mudou o líder por caso?

— Não. Ela propôs não interferência?

— Exatamente. Esse acordo é sem dúvidas o mais lucrativo para ele, é um literal me deixa viver em paz e a família é sua, digo em poder individual é apenas um Valete de Espadas, enfrentar um 9 seria suicídio.

— Eu odeio a família dele ser tão imprevisível.

—Você está entendo uma parte pequena da minha raiva do Valete ainda.

— Não é como se eu não te entendesse, só temos limites diferentes para o que estamos dispostos a fazer e aguentar.

— ...Clara, se aquela idiota...

— Você quer dizer a Mirai?

— Essa mesmo. Se ela acabar precisando do Valete...

— ...

— ...

Ambos ficam em silêncio por um tempo. Clara estava encarando ele com uma grande expectativa, seu rosto não parecia sem nenhuma expressão.

— ...bom, não teria mais o motivo do termino então... — Frederico olhava para o chão enquanto coçava o rosto com um dedo.

— ...hum não sei, devia? — a mulher virava as costas para ele. — Para alguém terminando um relacionamento porque queria poder voltar para casa após o trabalho sem estar em perigo de vida, ou quando estivesse esperando sua mulher, ele pudesse ficar relaxado porque ela provavelmente não estaria em uma situação mortal todo dia da sua vida por conta do emprego...

— Em minha defesa antes do termino eu tentei com tudo te tirar desse mundo também e você sabe disso.

— É eu sei, infelizmente eu sou útil demais para deixarem sair.

— Você não é uma ferramenta.

— Obrigado, mas... eu vou torcer para ela precisar o Valete, então me desculpe — a mulher virou o rosto para ele, com um sorriso sincero e olhar relaxado.

— ...tudo bem. O egoísta foi eu no começo.

Ela sorria com a resposta dele, seu olhar era alegre diferente do normal. Foi como olhar uma garota se divertindo com a situação, como se tivesse recebido um convite para algum encontro. A mulher sempre vestida de preto, com olhar morto não estava em lugar nenhum.

— Ai que fofo esse casal estou ficando até viado.

— Ai mais que fofura, casamento é quando?

— Vai ser bolo de chocolate?

As vozes do Valete e da Mirai alternavam, ambos congelaram com as vozes. No chão uma outra pedra brilhava. Frederico calmamente abaixou e segurou com uma mão tremendo, literalmente se segurando para não esmagar aquela pedra.

— O nossa, eles parecem irritados, mas por que será senhorita Mirai?

— Não faço a mínima ideia senhor Valete, nenhuma ideia mesmo? 

— É uma teoria bem teórica, mas essa viadagem do casal devia ter ficado entre os dois e nós quebramos o clima, o que acha?

— Acho que precisam aprender a serem mais héteros.

A pedra começou a trincar com o aperto do homem.

— Vocês são definitivamente a pior dupla do mundo.

— Posso saber por que ela está aí com você?

— A bom ela achou uma das minhas pedras de espionagem e falou vou falar que vou para o banheiro, mas vou para outro lugar e como ela disse isso olhando para uma pedra, ou ela estava louca ou ela notou a pedra.

— Piadas a parte, professor ele que me pediu para ir na brincadeira dele, por favor não aumente meu trabalho.

— Valete, eu nem sei por onde começar minhas reclamações, esteja preparado.

— Antes disso, alguém pode me explicar melhor esses nomes da família dele?

— Já ouviu falar na pontuação do pôquer? Então, os nomes representam maior importância e poder quanto menor o valor do número e enquanto os naipes dizem onde ela é boa ou ruim, mas ter nenhum naipe é o mesmo de ter todos os 4.

— Entendo, agora faz mais sentido.

— De toda forma, vou pedir para aquela 9 cuidar do grosso do treinamento da garota como se fosse parte da família e vou preparar as coisas para o pedido da Mirai, minha nova companheira que pediu por um favor.

— E ela vai trabalhar mais com você mandando nela?

— Eu sou o motivo para ela estar tão relaxada, esse 9 me deve uma, e sinceramente o pedido chato que você pediu para mim em.

— O que ela pediu?

A dupla perguntava em sincronia, como se lembrassem somente agora da parte mais importante, ela em algum momento fez um acordo com ele.

— Uma identidade falsa para poder entrar e assumir ao se matricular na Magnik na mesma época dela estando matriculada, a e o contrato já foi feito e assinado, digo apertado as mãos, sem devolução.

 

Frederico ouvia com uma mão cobrindo os olhos.

“ O nível desse favor, mesmo Magnik estando ao controle dele ainda é quase como um assalto ao banco. Essa garota esta fundida, ela pisou com tudo no inferno, foi de cabeça e tudo. Ela nunca mais vai ver a luz do dia. ”

— Alias Clara, como eu sou muito legal e to de muito bom humor e tecnicamente você já fez o seu trabalho...



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