Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 3

Capítulo 10 : Dividas, Dividas e Dividas

“ Dormir é algo muito bom. É ótimo para recuperar magia, o corpo, a energia e tudo isso num lugar maravilhoso e tranquilo chamado cama e travesseiro. ”

Dois olhos roxos a encaravam na enfermaria.

— Abra os olhos se está acordada.

“ ... tenho medo. Alguém poderia me ajudar? ”

Abrindo a porta como se fosse chamado, Safim entrava na enfermaria acompanhado por sua namorada.

— Yutyssia, minha irmãzinha! — Silenciosamente os olhos se viraram, a linha horizontal dos lábios dividia o céu da terra era visível para o garoto — Ok, desculpa por qualquer coisa que fiz, mas na minha cara não.

— Estou irritada com ela fingindo dormir a um bom tempo, a Iris até fico ali assustada comigo.

Apontando para o lado da dupla uma pequena forma redonda vermelha encolhida numa cadeira estava rezando por algo.

— ... Yutyssia Safira, se contenha — enchendo o peito e falando com voz clara o garoto mostrava um raro olhar sério. — Mirai Safira, abra os olhos.

Abrindo os olhos e pedindo com um sinal ajuda para sentar, as duas irmãs se preparavam para ouvir a situação. Timidamente puxando a manga da camisa do namorado, Luna entra na conversa.

— ... Safim querido? Não é preciso ser tão sério, né?

— Certo... ainda assim irmãs vocês duas conseguiram problemas nesses dois dias e a mãe vai provavelmente querer explicações.

Suavizando o olhar, ele coçava a cabeça sem graça ao pedido.

— Qual o problema hoje? Ontem eu consigo entender, digo o vidro quebrado mais o quase uso de força letal são bem compreensíveis problemas por isso.

Com a voz meio baixa, a causa dos problemas daquele dia encarava sutilmente todo o corpo da garota nova na sala.

“ Não tem corpo atlético, não aparenta saber artes márcias, se isso não foi um ato ela é realmente limpa, mas é melhor esperar alguma confirmação a parte do Valete. ”

— Irmã, sua magia mais poderosa é o gelo ou pelo menos deveria ser, mas na luta agora a pouco nos diga, como lidou com as chamas azuis?

— Com gelo misturado ao sangue.

— Esse é o problema que o Safim está falando.

Inclinando a cabeça meio exausta continua suas dúvidas com a voz cansada.

— Onde isso é um problema?

— A magia é fruto, em partes, do treino da pessoa. Para treinar fogo, é tanto possível criar o material como usar do meio ambiente, mas é impossível criar sangue por conta das suas peculiaridades únicas como a condutividade mágica e o claro aumento na potência nas magias ao ser utilizado como catalizador.

— Em outras palavras irmã, somente através da automutilação ou do assassinato é possível algum treino dele e esse é o problema. Além disso, chamas azuis normalmente são conhecidas como a prova da pessoa alcançando um estágio novo na magia, se tornando um mago das chamas em pouco tempo. Ou você achou que o motivo delas serem conhecidas como chamas puras era algum motivo qualquer e aleatório?

— Como você sabe isso tudo Yuty?

Parando com o apoio a sua irmã, a garota cair na cama. O corvo tampa o bico com a asa, mas ainda recebe um olhar de canto de olho do mestre.

— Diferente de você eu levo mais a sério a posição e aparência pública Mirai.

— Ei...

— Miraizinha querida, controlar sangue já foi e voltou na categoria das artes proibidas e restritas no passado, para ser preciso em alguns lugares ainda é considero proibido e restrito o uso. Sim isso ainda continua apesar da atual nomenclatura como elemento complexo.

Após pedir ajuda com olhar, o irmão calmamente estende a mão para levanta-la.

— Então qual o grande problema no fim das contas?

— Pegou mal pá caralho pá família, fico simples entender agora?

— Sim.

Tampando o rosto com a mão Yutyssia desiste da sua seriedade.

— Eu realmente me preocupo com o futuro dessa família...

— Mas sou eu quem vai ter que resolver os problemas.

— Isso mesmo, minha função é criar os problemas para ele ter o que resolver.

— Exato. Não pera, maneira ai nos problemas! Eu tenho muita coisa para lidar, para começar Yutyssia viro uma criminosa em outro reino!

— Ela? Como assim?

Um aceno com a cabeça sem graça a respondeu. Sem entender como, Luna fazia gestos para receber uma explicação da situação.

— O Reino Darien é uma das poucas monarquias existentes do mundo, segundo a lógica deles, nossa família é como uma família ducal, embora eles não a reconheçam como parte da família e sim como plebeu. O problema está no reino deles reconhecer qualquer plebeu batendo em nobre como um crime, seja no território deles ou não, mesmo estando num evento onde isso aconteceria.

— Isso não é muito ruim?

— Complicado, quer ouvir uma explicação dos problemas políticos disso e a situação ambígua da queda ou do sucesso próximo desse reino na política e nas financias globais através da análise das estatísticas mais recentes?

— Não.

— Então apenas lembre-se, minha irmã é uma criminosa.

— Entendido, Yuty é uma má irmã.

Entrando com algumas bebidas numa sacola, Karen alternava o olhar entre todos na sala. No canto uma massa vermelha pequena encolhida, do outro lado 4 pessoas e um corvo. Não havia enfermeiro ou qualquer outro paciente.

— Compraram a enfermaria por acaso? Irmã pega.

— Obrigado, he he geladim.

— Safim já conto que a mãe já sabe o que aconteceu ontem e ela está cobrando das duas todos os 7 bilhões gastos no reparo do vidro, a multa do outro reino e mais a multa cobrada para não investigar a nossa família a fundo por conta da magia sanguínea da Mirai, e tudo isso pago até o fim do ano?

Sem abrir a garrafa, Mirai arregala os olhos e vira seu rosto lentamente de um irmão para o outro.

— ... eu já ia chega nisso?

Tirando a mão do rosto, Yutyssia olha para Karen.

— Preciso pagar quanto a nossa mãe?

— As duas juntas devem juntar 7 bilhões por danos mentais, quebra de equipamentos, ameaça a vida, entre outras coisas.

Com duas estatuas formadas, Iris finalmente fala naquela sala.

— As duas vão ficar travadas por um tempo... vamos almoçar?

— Boa ideia, mas o Safim vai ficar aqui.

— Concordo.

— Queria discordar, mas ele deixou a parte importante de lado de proposito não é mesmo?

— Querida? Desde quando a culpa é minha por eles trabalharem rápido somente agora?! Eu garanto, eles não usaram uma multa justa!

— Lide com elas, você tentou esconder delas a dívida por algum motivo egoísta para vê-las se darem mal, não é? Agora ajude a acharem alguma forma.

— ..., mas eu não ia esconder por muito tempo...

Sem nenhuma palavra ser dita, sombras empurravam levemente os ombros das pessoas, apenas deixando um trio dentro da sala. Enquanto a escuridão gentilmente levava as pessoas para fora, a cor do garoto desaparecia lentamente. No fim, espessas camadas negras cobriam a porta, as paredes e as janelas e nenhum som seria ouvido por fora.

Seu raciocínio procurava desesperadamente uma resposta, qualquer solução, mas o tempo não o ajudou. Yutyssia andou lentamente na sua direção e calmamente colocou sua mão no ombro. Sua voz monótona e fria fez sua sentença.

— Uma chance para se explicar.

Sem opções para fugir, decidiu contar tudo.

— Pensei em uma solução.

— Qual?

— Tecnicamente eu preciso lidar com muita papelada, eu posso contrata-las, mas isso reduziria o tempo das duas e eu estava pensando em como apresentar isso, principalmente agora quando você estava irritada com a Mirai, mas eu admito que estava esperando a mãe aparecer e chegar para dar uma bronca na Mirai e eu iria apenas contratar você. Posso ser poupado por minha irmãzinha?

As sombras desapareciam aos poucos com as palavras. Liberando toda a pressão da magia e escuridão do quarto. Respirando fundo com a mão no peito, ela respondeu finalmente calma.

— ... perdoado, mas e quanto a nossa irmã? Sabemos muito bem como ela nunca trabalharia nisso fielmente mesmo com a vida em jogo, seja por horário ou preguiça dela.

— Faço a mínima ideia.

— Eu posso procurar al—

— Nada de jogos de azar.

— Nada de loteria, eu vou pensar em algo.

— Certo...

— Ótimo, irmãzinha Yuty querida, o pessoal já está longe? — fechando brevemente os olhos para concentrar, ela acenou positivamente — Ótimo, irmã, somos só nos dois aqui agora com você, pode nos contar o real motivo da sua derrota proposital nesse duelo?

Um sorriso falso e curioso foi entregue para Mirai. Seu irmão não permitiria uma fuga do assunto agora.

— Eu queria ganhar apenas com força física.

— Por quê? Durante a luta você arrancou seu próprio sangue, sem contar o contrato, isso não contaria como fora do seu desejo? Aquilo foi claramente uma luta muito esforçada, sabia?

— Aquilo foi um erro bem grande pela pressa.

Respondia tranquilamente com o sorriso seco.

— Certo, na próxima continue apenas usando artes marciais, sua imagem forjada não pode mudar bruscamente agora, ok?

— Ok irmão.

— Nesse momento, os problemas acabaram certo? Posso ensinar para Mirai uma lição agora por fazer algo tão idiota como automutilação?

— Oi?

Com o rosto pálido a vítima duvidava das palavras.

— Eu tenho permissão para sair e não ver e ouvir isso?

— Irmão?

— A pergunta é só por educação pura, não é? Não finja me ouvir Yuty.

— Por favor não me deixe, ela vai usar algum sermão contra mim.

Embora seu rosto pedisse socorro como um criminoso a ser guilhotinado, o irmão ignorava claramente o apelo.

— Divirta-se, tenho uma namorada para namorar.

— Vai me abandonar mesmo? Estamos juntos a anos e vai me trocar por ela?

— Mas é claro, está achando que eu tenho um complexo pela minha irmã?

Uma mão negra abriu a porta e ele casualmente sai.

— Agora somos só nós duas.

— O merda...

— Eu começo com o que? A automutilação ou eu devo começar com as críticas na sua forma estupida para levar uma briga? Talvez as queimaduras do corpo?

— ...

Um único sorriso sem graça respondia a dúvida.

 

 

 

Tendo se passado horas desde sua luta, Mirai estava caminhando pelos corredores do prédio noturno com olhos desfocados. O corpo cheirando a pomada mal sabia qual o caminho seguir e sua mente ainda procurava soluções para a dívida.

“ Seria possível falsificar uma vitória na loteria? Eu não quero ouvir uma bronca da minha mãe depois de hoje..., mas a loteria não acumularia 7 bilhões por aqui... ”

— Aqui tem um cheque com 7 bilhões, pega isso e assina isso — Valete casualmente entregava um contrato e um cheque comum. — É um contrato pedindo suporte para o estudo da sua magia de gelo apresentada hoje em combate, ela vai ser estuda por uma empresa minha para fazer um vidro blindado mais forte a condição é uma quantidade de gelo toda semana, teoricamente é isso, mas na pratica você só continua existindo, ok?

— ... meu senhor eu devo preparar um café a vossa excelência? Precisa duns biscoitos assados? Massagem nas costas? Nos pés?

Sem hesitar assinou o contrato e guardava o cheque no bolso.

— Prefere o dinheiro seja mandado para sua mãe junto da cópia do contrato falso nosso agora mesmo ou depois?

— Agora seria uma ideia muito boa.

Entregando novamente o cheque, o rosto ficou iluminado em paz eterna.

— Agora sobre as duas coisas para hoje, seu livro “ 100 Formas para Desejarem Suicídio”, chegou.

— Ele chegou?

— Falando no produto, olha quem vem com ele, nosso querido funcionário.

— Ele novamente? Parece parte do destino dele resolver meus problemas, cuidou da minha primeira vez torturando aquela dupla e depois ainda foi procurar meu livrinho... a e teve também a explosão, né?

— Bom ele é competente, infelizmente vou precisar deixa-lo descansando agora... bom, se metade das pessoas sob minhas ordens tivessem metade da capacidade dele, minha vida seria fácil demais para ser divertida.

— Você gosta de trabalhar ou não no final Valete?

— Hum...

— O chefe Valete é meio a meio nesse assunto ao meu ver — chegando com olhos cansados e um livro embrulhado, o homem responde à pergunta — Seu livro aqui, vamos terminar as coisas rápido hoje por conta da sua mana garota?

— Sim, não só isso ela precisa durar 100 dias.

— Pretende ir ordem crescente? Se não eu recomendo a número 38.

— Como é?

— A verdade, não vai dar, não temos nenhum animal com gosto em comer carne humana esfomeado.

— Interessante, bom vamos em ordem crescente mesmo, mas primeiro vou jantar ainda não tive nada.

— Certo, sendo esse o caso, parabéns ao meu caro funcionário primeiramente, agora vá tirar suas férias. Aqui um passe para o andar 33° subterrâneo do meu hotel lá em Jasf. Só não quebra o andar, ok?

— Eu vou ter o andar inteiro para mim? Como férias? Pelo meu chefe?

— Exatamente.

— Adeus, digo até.

Andando para traz, um enorme sorriso cobria seu rosto ao receber o passe. Mirai esperou calmamente ele sair do alcance da sua visão e voz apenas para fazer uma simples dúvida ao querido chefe.

— O cartão era falso?

— Como soube?

Com olhos arregalados o homem duvidava do raciocínio certeiro e preciso.

— Quando ele aparecer lá o que vai acontecer?

— Ser preso.

As poucas palavras faziam os elogios anteriores serem completamente vazios.

— Sua definição de férias é deixá-lo ser preso na cadeia por um tempo?

— Ele vai é trabalhar como informante.

— E a parte das férias?

— Depois disso.

— Realmente?

— Talvez, um trabalho fácil conta como férias para você?

Sem nunca largar o sorriso e desviar o olhar, respondeu sinceramente à pergunta.

— És um grandíssimo filho da puta.

— Agradeço os elogios, lasanha e refrigerante?

— Opa, vamos lá jantar.

“ Agora é só relaxar, ensinar aquela garota o lugar dela e ir como acompanhante do Valete para testemunhar aquele acordo... está calmo até demais agora, meu dia pode realmente terminar pacificamente assim? Vai vir alguma visão tipo agora? ”

Como se atendesse suas palavras, o mundo desapareceu e outro futuro se tornava visível para seus olhos.

 

 

 

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