Volume 1
Capítulo 11 : Uma reunião entre “Parentes”.
Dia 1 do mês 4 de 182 Rei Rubi, casa dos Safira, Reino de Janfor.
A família Safira convidou tanto a família Rosário como a Rubi para um jantar. Mirai, Iris e Yutyssia, comiam tranquilas uma ao lado da outra. Safim estava com Karen conversando do outro lado da mesa. Os dois filhos da família rubi estavam ausentes. O rei e a rainha conversavam tranquilamente. Enquanto todos comiam, Sara puxa conversa com seu marido. Ele estava desanimado, com um olhar cansado ao seu lado.
— O que aconteceu querido?
— Eu vou ter que visitar uns parentes, justo hoje...
— Doença?
— São outros assuntos, mas também são tediosos...
A mulher tinha acenado com a cabeça.
— Entendo. Trate de resolve-los logo então para ficar conosco, não é simples?
— Se fosse tão simples, teria acabado a muito tempo isso querida.
— Bom, sua filha se recuperou é motivo o suficiente para comemorar, não é? — a rainha entrava na conversa. — Alguém me traga um bom espumante.
Enquanto observava a troca, Matheus decide propor uma ideia.
— Sabe, Yuty ama muito essa casa, me pergunto se devíamos chamar a família Safira para ficar em casa no mês das tempestades e a festa do fim de ano, já que será aqui em Janfor a reunião da família... querida o que acha? Chamar a família Safira, e a Iris e a Rainha para virem durante o mês em casa?
— Acho boa ideia, vão ser só mais alguns quartos.
— Alo? — o rei parecia alguém irrelevante na mesa de jantar.
— Nesse ano Safim vai se mudar para escola Magnik, vou precisar preparar as coisas para os 5 anos dele lá partir do ano novo — Sara falava.
—Vai ser bom e divertido, se não fosse as viagens deles a Mirai e a Yuty já seriam amigas de uma data muito mais longa.
Enquanto conversavam sobre o futuro uma Mirai percebe no pulso dos atendentes da rainha uma pulseira diferente colorida, como a da visão com Safim.
— Mamãe, você sabe o que aquilo no pulso dos servos da rainha?
— Aquilo?
Observando atentamente o pulso dos servos, ela notou duas joias, de cores diferentes, não era nada muito chamativo, era até mesmo bem simples e discreto.
— São... os relógios? Akas, aquilo são os relógios, não é?
— As pedras? Sim, a maior representa o dia e de acordo com o dia ela muda a cor. Enquanto isso a outra são as horas, para cada hora ela muda a cor, mas se você usar um pouco mais de mana, ela mostra a hora exata e o dia exato.
— Sério?! Mamãe eu posso ter um?! — a garota estava extremamente alegre.
“ Aquilo, eu preciso desse relógio! Eu vou poder saber as datas das visões! ”
— Hum... não sei, eles passaram nos testes rainha?
— Sim, eles realmente não possuem problemas, vão começar a entrar em circulação semana que vem, quer que eu te de um Mirai?
— Sim! Por favor rainha!
— Há ha, fofinha. Só me prometa continuar a brinca com a Iris, ok?
— Nem precisa pedir, cuidarei dela hoje e sempre. Como disse antes deixe sua filha em minhas mãos rainha, cuidarei para ela ser feliz.
— Anjinho, não esqueça do obrigado.
— Obrigado, Akas eu te amo!
Era um lindo sorriso da criança ao lado a face quebrada da mulher adulta.
— ...meu... anjinho...
— Fufufu, eu te amo também, Mirai.
— ...reciproco...
Enfim notando o estado de sua própria mãe, Mirai manda um beijo para a mãe.
— Mas você eu amo acima de tudo mamãe.
— Anjinho, mamãe também te ama!
— Servos, alguém pode pegar um modelo para ela? De preferência um fofo para uma garotinha?
Um dos servos saiu após uma reverencia.
— Voltando ao assunto anterior, não vai ser complicado para você Rainha? Ir na casa da família rosário no quinto mês?
— Mesmo sendo a temporada das tempestades, ainda dá para andar por aí. Bom será meio complicado, mas fazendo todos os preparativos vai ser só uma chuvinha com raios e outra, nós não temos o problema da família Safira durante o 5 mês afinal.
— Realmente, ser praticamente incapaz de usar magia de água é muito complicado. Se o motivo das tempestades do mês não fosse a magia do mundo e os ciclos, seria tão mais fácil para nós durante o 5 mês. Sério, passe um mês inteiro com dificuldades no uso magia e talvez você entenda.
Após o jantar, Recardo partiu para visitar seus parentes, enquanto Matheus iria acompanhar ele para ajudá-lo. A dupla andou pela cidade. O caminho era estranho, eles entraram e saíram por diversas ruas, algumas mais e outras menos movimentadas. Chegando a um bar razoavelmente elegante no final, eles foram aos fundos do bar sem trocar palavras.
No fundo do bar, a dupla encostou na parede numa região especifica e no momento seguinte, estavam em um porão sem escadas para ir e vir. O local era fechado, iluminado por pedras magicas, uma forte e reforçada parede. Ainda sem conversarem seguiram pelo corredor até se sentaram em algumas cadeiras numa mesa redonda. Algumas pessoas já esperavam por eles na mesa. Após mais alguns minutos as últimas pessoas chegaram e ocuparam os lugares restantes.
No local havia diversas pessoas marcantes do reino mais precisamente, pessoas próximas as figuras realmente poderosas. Algumas figuras eram noivas de mercadores, aventureiros e até amantes secretos. Haviam humanos e não humanos no local. A mesa principal, tinha Recardo, Matheus e mais 4 pessoas.
Entre as pessoas um homem lobo branco, com duas pernas enfaixadas, mãos claramente quebradas, pedaços de pelo faltando e uma cicatriz horizontal nos olhos, todo cortado e ferido, era surpreendente ainda estar vivo. Havia uma mulher ciclope com um único olho fechado, quatro braços e pele queimada. Uma mulher com cabelo negro e olhos fechados. O último na mesa era um homem lagarto de escamas azuis. Fora da mesa mais algumas pessoas observavam sem fazer qualquer barulho.
— Então pelo visto, deu ruim? — a única mulher humana perguntava.
— Os dois humanos aí não conseguiram aproveitar a deixa da garotinha? — o homem lobo perguntava.
— Na temporada da tempestade desse ano, resolvido — Matheus respondia calmamente.
— A puta da “mãe coruja”, aquela desgraçada... — Recardo, falava com desgosto — a missão está durando anos, aquela maldita Sara nunca dorme totalmente, ela sempre manteve uma parte dela acordada independentemente da situação, não dá para matar ela. Sério as únicas vezes que eu poderia ter matado ela foram 3, em mais de 20 anos tentando matá-la, mas adivinha? As três ela esteve longe de mim num lugar público. Eu nem me importo mais de me livrar dela em particular, mas ainda tem que ser longe de mim quando a guarda baixa. Como uma aberração dessas nasce e vive por aí?
— A família Rosário enfim estão se juntando para fazer a festa do fim de ano, vai ser a melhor deixa para matar todos ao mesmo tempo, o problema é.... não tem como levar todos sem ser chamativo. O bom é a minha filha está próxima da filha dele, temos uma desculpa para colocar todos na mesma casa e agir.
— Sendo uma mão amiga para ele? Normalmente é ele ajudando... — a mulher apreciava a situação como uma peça divertida.
— Até que enfim você está crescendo então — a ciclope falou pela primeira vez.
— ...é.
Matheus respondia aos elogios sem muito animo, enquanto seu parceiro esfregava as têmporas irritado.
— E quanto a vocês, quando vocês farão seus golpes?
— Ainda esse ano, Recardo — disse o homem lagarto.
— Próximo, começo — foi a resposta da ciclope.
— Também, mas no meio ~ ♪ — a mulher cantava em resposta.
— Eu já fiz, então vocês precisam da minha ajuda? — o homem lobo perguntava.
— Com suas feridas? — Matheus era educado ao perguntar.
— Vai se tratar, vai. — Recardo respondia grosseiramente.
— Quando estiver melhor, trate de informar os outros — disse a ciclope.
— De preferência, comece com os da região da convivência mútua ~ ♪ — completou a mulher.
— Ok.
— Quando todos conseguirmos nossos golpes, aquelas pedras vão sumir desse reino, no mínimo. Sério... 20 anos para matar uma pessoa é realmente chato.
— Ei Recardinho, o que pretende fazer se sua mulher não for na festinha? ~ ♪
— Não é obvio? Vou torturar aquela coisa, minha filha, até ela aparecer e a usarei ela para distrair a Sara.
Enquanto o homem reclamava, a sala ficou subitamente em silencio, não tinha mais a reclamações do homem, ninguém estava disposto a falar uma única palavra, até mesmo diminuíram o barulho da própria respiração.
Aos poucos, sons de passos aumentavam do corredor, distantes e calmos. Foi como se não existisse mais nada além da própria vontade da pessoa impondo sua própria vontade em outras pessoas, mas ao invés de ódio, apenas respeito, obediência e reconhecimento era sentido.
Não era um tolo chegando, não era nenhum idiota narcisista, para começar não era um homem e muito menos as pessoas a nomeariam como uma mulher, embora fosse uma. No seu ritmo, ela chegou na sala.
Seu cabelo era um loiro lindo, sua pele meio bronzeada, seus gestos extremamente finos e elegantes, era exatamente a definição da rainha dos dicionários. Calmamente ela abriu seus olhos, eram um marrom profundo, belo e perigoso. A sua expressão era repulsiva, era algo irritado e dificilmente humano, mas apenas respeito por ela as pessoas da sala mostravam.
— Saudações, Dama.
A sala foi uma única entidade, em sintonia absoluta, todos abaixavam a cabeça com olhos fechados.
— Boa noite... Recardo.
— Sim, Dama?
— Vai realmente conseguir agora? Quebrar a família Safira e dar um fim apropriado aquela coisa dos olhos e cabelos iguais de lá?
— Sim Dama, embora quanto ao Safim ficará para o dia do retorno dele, quando eu já tiver controle da família como tinha sido planejado.
— Certo... alias... alguém falhou em algo?
— Não, tivemos alguns feridos, mas falha até agora não — a mulher não cantava mais, apenas respondia respeitosamente a Dama.
— Se você considerar uma chance de termos sidos pegos como falha, então talvez tenha acontecido uma.
— Quem? Na verdade, esqueçam, apenas descartem, enquanto ele não descobrir tudo na hora, nós estaremos muito bem.
— É melhor já nos prepararmos para ele descobrindo tudo.
— Se julgam assim... certo vou começar a mexer com as coisas, vamos começar com...
Enquanto a reunião acontecia, uma garota preparada para dormir teve uma visão. Não conseguia ver nada, não entendia nada do ambientem dela, não sentia nenhuma dor, mas não poderia se mexer. Era muito difícil se manter consciente, havia uma ligeira quantia de foco mal a mantendo acordada ouvindo barulhos quase incompreensíveis, mas havia alguém falando sozinho.
“ Deixar... pedrinha? Espionar? ”
Uma outra voz turva e confusa surgiu. Estranhamente familiar, embora ainda não entendesse direito ainda, quem e o que acontecia no lugar.
“ Tratamento? Em mim? Eu estou ferida, é isso? Aconteceu algo comigo? ”
A conversa continuava, a voz estranha era tranquila e alegre enquanto a outra voz foi irritada, mas parecia defender ela, proteger do perigo seja lá qual fosse.
“ Um contrato? Como assim contrato? ”
Seu corpo aos poucos ficou quente, seus sentidos estavam ficando melhores, mesmo assim, as vozes estavam mais distantes, sono dominava ela.
“ Val...? O nome de alguém é Val alguma coisa.”
Ela desmaiou dentro da visão. Do lado de fora, se as pessoas olhassem seria apenas uma garota dormindo em sua cama, cansada e tranquilamente. Apenas uma pessoa não sentiria isso, a mulher que invadiu o local. Uma pessoa com olhos negros e cabelo preto.
“ ...isso é realmente uma crise de mana? Não parece com uma doença mais. ”
A garota estava na cama coberta por um cobertor azul macia, seu peito subia e descia ritmicamente, seu rosto branco tinha um pouco de baba. Sombras fecharam a boca da garota e limparam a baba escorrendo.
“ ...essa garota fez algum contrato de familiar sem ninguém saber? É uma aluna realmente peculiar essa minha aluna... ”
Sua professora saia da sala sem pressa, com apenas um aviso da sua própria intuição a alertando.
“ Algo me diz que vai ser chato os próximos dias com essa pirralha... ”