Volume 2
Capítulo 8 : Resultados de estar com o Valete
Logo após saírem do anfiteatro, a dupla Mirai e sua professora foram até um bar com uma placa dizendo “ fechado para reformas ” na entrada. Entraram pela porta dos fundos e desceram para o andar subterrâneo. O bar vazio, apenas com uma pessoa sentada na única mesa do local. A mesa estava cheia com diversos lanches e Valete olhava para a dupla com um sorriso no rosto.
— ... obrigado, não tivemos tempo para comer... Mirai...
— Mas é claro fique tranquila, eu me preocupo com meus funcionários.
Enquanto a mulher olhava estranhamente para comida, Mirai estava colocando um pouco de cada lanche na sua boca e alternando entre mastigar e beber o suco e o refrigerante da mesa.
— Está uma delícia, onde vende essas coisas?
— Numa lojinha que trabalha exclusivamente sob encomenda, embora eu posso só ir lá e falar me dê e eles me dão, mas eu não faço isso.
— É realmente bom isso em você.
— Eu poder comer gratuitamente numa loja?
— Isso também, mas me refiro a você estar me dando comida gratuitamente quando eu estou morrendo de fome, porque meu teste começou justamente no horário da janta, aí eu corri para lá para cá. Ver você com o mínimo senso de culpa por fazer uma garotinha passar fome logo no primeiro trabalho, digo teste... aliás, vai ter sobremesa?
— Tem, mas se comer elas provavelmente você não dormir à noite, então posso te dar elas amanhã ou na próxima vez?
— Vai ser sorvete?
— Limão ou Chocolate?
— Pode ser os dois já que não vou comer hoje?
— Claro.
— É impressionante como se dão bem.
A mulher cobria o rosto com a mão durante a conversa dos dois.
— Se acalma... vai falando enquanto ela come, ok?
Valete sorria preparado para ouvir todo o relatório. Durante o relatório analisava o relógio entregue. Quando terminaram ele comentou.
— Essa coisa é sem dúvidas um artefato bem antigo...
— Mais alguma coisa além do obvio?
— Vai saber sua origem, por hora ninguém além de mim toca nele — colocava na sua camisa enquanto respondia. — Então, sobre os resultados...
— Pode me responder uma coisa primeiro?
Mirai perguntava enquanto limpava a boca do molho após sua refeição enfim terminar.
— Olha só, me diga garotinha.
— Você já tem uma lista de quem vai entrar em Magnik junto comigo? Queria ver a lista para já me preparar, digo deve ter muita gente para olhar.
— Claro, você já leu a lista dos atuais alunos?
— Sim, é muita gente, mas eu lembro do mais importante para mim, embora ainda seja muita coisa para lembrar...
— É impressionante como você trabalha firme para algumas coisas e mesmo assim dorme na menor explicação durante as aulas.
— Certo, vou mandar junto da lista dos alunos reprovados no último ano.
—É muita gente?
— Poucos são idiotas de falharem no final, embora diga isso, até mesmo o mais idiota é bom o suficiente em algo para não ter nenhum motivo para expulsa-lo graças ao sistema para trocar pontos nas melhores matérias para as piores.
— Ok, tem alguém notável das pessoas? — A menina perguntava enquanto encarava o ultimo lanche em cima da mesa. — Principalmente na minha sala. A e quanto aonde a “Mirai” vai estar?
— A bom, eu não contei, né? — Valete respondia enquanto entregava o último lanche para ela — Tecnicamente seu pedido é absurdamente simples para eu atender, primeiro quando for para a escola a você “Mirai” vai estar na turma noturna, o prédio deles é isolado da turma diurna, isso vai ser o suficiente para afastar durante praticamente todos os dias da semana das pessoas.
— Uau, simples sem dúvidas é o melhor.
— A turma noturna é uma turma falsa, ela existe por formalidades e para conseguirmos aqui e ali mandar alguém em algum evento mais facilmente, sabe aquelas coisas entre escolas, não só isso é um meio espaço mutuo do crime organizado, chamamos ela principalmente como terreno neutro das facções.
— Esse ano o Valete propôs um jogo para treinar os assassinos — a mulher respondia e passava um guardanapo novo para Mirai. — Em suma vai ser uma missão, sempre tem uma separação da turma por questões grupos distintos, mas isso vai mantê-los mais unidos.
— Tá, e o que vai ser esse jogo?
— Bom, a turma trabalhará em esconder a identidade das 3 pessoas escolhidas e o objetivo da turma é manter o disfarce por todos os 5 anos dentro e fora da escola. Sinceramente, muito provavelmente pelo menos um de vocês vai falhar, mas se a sua parte for feita eu sempre darei um jeitinho Mirai.
— Então no final para atender meu pedido, essa brincadeira vai acontecer com outras duas pessoas?
— Ei, ei, ei calma aí. Escute bem, essas outras duas pessoas também precisam duma identidade falsa, não vou dizer o porquê, mas elas aceitaram isso.
— Certo, mas desviamos um pouco do assunto, qual turma eu vou estar disfarçada? Manha ou Tarde?
— A oposta dos seus irmãos e da sua amiga, digo, eu tenho quase certeza que você vai falhar em se manter disfarçada com eles se vocês estiverem na mesma turma.
— Aí você se engana Valete, aí você se engana.
— Eu? Onde?
— A Yuty e a Iris vão me reconhecer e revelar meu disfarce se eu tentar fingir ser outra pessoa se eu me afastar delas e isso é independente de como eu for com os disfarces, e eu tenho provas para isso Valete.
— Meu deus..., mas que grupo mais doentio por você, você vive menina? Qual o sentido disso? Isso não é família, eu me recuso se isso for verdade.
— Para começar, acredito seriamente na Iris e a Yuty sem dúvidas me reconhecerem pela minha forma instintiva de agir e Iris sendo Iris, é bem capaz dela me perguntar em público: “Por que você está vestida de homem irmãzona Mirai? ”, a Yuty pode até aguentar isso, mas se ela me vesse indo uma vez para o banheiro masculino ela teria um ataque e se eu fosse para o feminino ela ainda teria um ataque.
— ...
Olhando para a mulher ao lado da garota, Valete recebe um sinal de concordância completamente sério.
— O maior problema seria se as duas estivessem na minha sala, mas será administrável por um tempo a situação.
— Quanto tempo?
— Um ano em média, no melhor dos casos provavelmente 2 anos quem sabe uns 3 anos, vai depender um pouco do andar das coisas.
— O quão precisa é a informação dela?
Valete tinha uma mão nas têmporas enquanto perguntava para a mulher.
— 1 ano no pior dos casos, enquanto a média seria os 2 a 3 anos, no melhor dos casos eu seriamente acredito nela pode mantendo os 5 anos sem precisar desse jogo. A velocidade dela de disfarçar e adaptar deixa alguns pontos a desejar, mas se eu treinar ela mais para disfarces posso resolver esses problemas antes da entrada dela. A e sem dúvidas tudo depende de como as coisas forem com a Yutyssia.
“ O maior problema será a Iris, ela poderia dizer o tempo todo quando eu estou mentindo, mas não é como se soubessem disso... ”
— Digo, sem dúvidas ela pode arranjar um namorado e a —
— COMO É QUE É PORRA?! — a garota quebrou a mesa com um soco enquanto gritava. — QUEM SE ATREVE E PEGAR A MINHA IRMÃ? EU VO MATAR ESSE FILHA DA PUTA, VALETE ME ARRANJA OS DADOS DA PESSOA AGORA MESMO!
— Essa aí é metade das complicações da Yuty, ela é realmente muito protetora com ela. Aliás a Iris também tem boa chance.
— Vai ser um genocídio, já me decidi.
A menina pega as duas metades da mesa e congela a superfície para junta-las em uma só novamente.
— Vejo, o pseudo terrorista se acalma, ninguém namorará sua irmã ou sua amiga, ok?
— Como? — as mulheres se perguntavam.
— Simples, eu movimento pessoas aqui e ali para impedir isso, vai sair barato isso então relaxa.
— Ok, um dos problemas foi resolvido.
— Você pode fazer um esforço para mudar as manias?
— Bom, sim deve ser possível, a professora confia tanto em mim.
— Certo, sendo assim, treine mudar suas ações passando por vários disfarces e vários trabalhos simples diferentes ou melhor só saia por aí sem ser pega por ninguém estando disfarçada.
— Como? Já foi complicado entrar em um trabalho com a professora.
— Vai sobrar para mim, não é?
— Só diga para a Yuty “eu vou treinar você hoje” e bom, treina ela, só isso. Ela não vai dar tanto trabalho assim no dia seguinte.
— E quanto a garota principal?
— Só existe um professor?
— Vai colocar o Frederico nisso tudo?
— Ele já estava nisso o tempo todo, mas qualquer coisa temos a Clara ainda.
—Não se atreva a colocar uma mulher que mal saiu da gravidez para trabalhar, ela está de repouso ainda.
— Ela sim, o Frederico não. Ele vai pedir a ajuda da Mirai com as coisas do bebe e consegue uma desculpa para levar a Mirai embora, simples, não é?
— Mas ainda seria difícil, digo não faz sentido eu sair com ele principalmente à noite só nos dois seria seriamente estranho.
— O idiota, sua turma na escola é a noturna, mas seu disfarce é diurno.
— Valete, seguindo uma linha parecida para pensar, não seria possível eu mesma levar ela para sair durante o dia?
— Distraia a Yuty na noite anterior, concidentemente na manhã seguinte ele pede ajuda, ela cansada não vai sair, entende a lógica? E outra tente entender os gostos da Yuty para homens para eu preparar algum plano.
— E a Iris?
— Eu posso usar outra pessoa para isso, não se preocupe.
— ... a Iris, eu resolvo. Eu acredito que sou capaz de resolver isso.
— ...
— Tem certeza garota?
Enquanto o homem mantinha silencio a mulher falava por ele.
— Sim.
— ... eu não sei, mas que tal uma pequena aposta? Se falhar por conta da Iris, eu vou falsificar a sua morte e nunca mais sairá livremente por aí, pode ser?
— Posso acrescentar alguma coisa?
— Depende.
— Quero a morte do antigo sucessor da família Rubi, Rubens Rubi e eu mesmo quero matá-lo.
— Tudo bem, mas me mostre sua capacidade para durar um ano, no mínimo.
— Tudo bem.
— Mirai, quanto rancor dele vem guardando?
— É eu também me surpreendi, é algum trauma seu?
— Quem sabe?
A garota sorria sem responder.
— Então mudando um pouco o assunto, vamos ver a última versão do contrato?
— Claro.
— Vou sair da sala um pouco então, ninguém além dos dois vai saber os termos.
— Muito bem vamos lá então.
Uma vez isolados, Valete e Mirai se olhavam seriamente, a sala possuía uma barreira de luz e runas, não era possível saber o que acontecia dentro ou fora naquele momento.
— Primeiro deixe me lembrar minha habilidade única, meu maravilhoso dom mágico, chamado “contrato absoluto. ”
— Eu lembro, enquanto um acordo for formado e ambos concordam com os termos, é impossível descumprir o contrato.
— Exatamente, o único problema é eu não poder forçar a outra parte a aceitar o contrato e nem manipular o ambiente para me favorecer.
— Isso é meio contraditório, sabia?
— Manipular é diferente de mostrar o que posso oferecer. Eu posso sim oferecer um contrato sabendo dos desejos da pessoa e aproveitando brechas, mas eu não posso colocar a pessoa numa situação onde vai precisar do contrato para continuar.
— Ainda é um dom desprezível.
— O poder nunca foi e nem será desprezível, mas a pessoa que o empunha pode ser. Nunca esqueça disso garotinha.
— Certo, podemos ir ao contrato?
O homem apenas entregou o contrato, uma folha comum com letras de luz, era um simples contrato.
1- Enquanto um novo contrato não for estabelecido esse contrato se manterá em funcionamento, até a morte de uma ou ambas as partes sendo que nenhuma das partes pode matar uma a outra ou planejar matar uma a outra. |
2- Sob a premissa de ser contratada por Valete, Mirai terá que fazer trabalhos de assassinato, enquanto os de espionagem serão somente em último caso e preferencialmente de curta duração. |
3- Enquanto vigente o contrato, Mirai pode solicitar informações de qualquer grupos e pessoas que ela precisar ou desejar, Valete não precisa saber as causas e a motivação para a coleta das informações. |
4- Enquanto vigente o contrato, Mirai pode solicitar pedidos para Valete para concluir sua missão, isso resultara em ela ter que aceitar pedidos do mesmo, Valete não precisa saber as causas e a motivação para os pedidos. |
5- Enquanto vigente o contrato, Mirai não precisa saber todos os detalhes da missão, os detalhes importantes para a conclusão sim, mas aqueles como o porquê é necessário faze-la não. |
6- Se um aviso prévio superior a duas 2 semanas for dado, Valete não pode propor um trabalho sem uma compensação alta e gratuita ou uma negociação no dia solicitado pela Mirai. |
7- Enquanto vigente o contrato, a família da Mirai e Iris Rubi serão monitoradas e pesquisadas para o fim de mantê-las seguras e longe do perigo, por tanto nunca Valete pode solicitar qualquer tentativa de assassinato com os mesmos e deve entregar suporte de alguma forma. |
8- Esse contrato só pode ser conhecido pelas duas partes e por mais ninguém, ambos devem manter o sigilo absoluto desse contrato e falar dos detalhes do contrato resultara em morte. |
9- Mirai não pode criar acordos e contratos com outros membros do submundo sem a autorização de Valete ou sem seu mandato, salvo em casos onde seja necessário para completar o trabalho. |
10- Este contrato não está sujeito a mudanças, em último caso poderá ser feito um novo contrato caso uma das 9 cláusulas anteriores não poderem mais serem compridas. |
— ... certo temos um acordo.
Quando a garota escreveu seu nome todas as runas da sala pareciam queimar, o contrato também queimou, símbolos apareceram em ambos como se fosse tatuagens, apenas para desaparecer logo depois.
— Obrigado pela preferência.
— Aproposito Valete, preciso de uma pulseira personalizada.
— Uma pulseira?
— Sim para guardar isso e mais 5 disso depois, me disseram que dava sorte.
A garota tinha mostrado uma pedra branca levemente amarelada, era difícil reconhecer aquilo como algo valioso ou precioso.
— Hum... ok, uma pulseira com 6 espaços para guardar isso.
— Se possível gostaria algo para as pessoas não verem a pedra e bom, a pulseira precisa ser algo discreto e unissex.
— Pode deixar farei algo charmoso e mesmo um homem usando estaria bem, “Lucas”, pode deixar isso para mim.
— É um bom nome para mim.
— A e podemos conversar um pouco?