Volume 2

Capítulo 7 : Crescendo em outra Família

A vida era esperar, mudar e esperar novamente. Não havia pessoas conhecidas ao seu lado além de um ao outro. Sempre pessoas diferentes em todos os lugares. Elas cuidavam das suas necessidades, ensinavam, educavam e falavam sobre seus pais para eles. Alguns eram gentis e educados, outros só faziam o mínimo e não conversavam. Quando finalmente seus pais podiam ficar, morreram e agora cresceriam em outra família.

Yutyssia e Karen estavam em casa na sala a noite. Ele tomava um chá calmamente enquanto lia um livro a ela andava de um lado para o outro sem parar, incomodada e preocupada com algo. Ambos possuíam um cabelo rosa, o primeiro curto e o outro longo, mas enquanto o cabelo dele tinha o tom mais claro e gentil o da garota era mais escuro e forte.

Após ouvir o som dos passos da irmã por meia hora, colocou sua xícara na mesa e sem tirar o olhar do livro calmamente falou com um tom invariável.

— Imã, não são nem 8 horas da noite, elas nem devem ter começado a primeira peça fica quieta um pouco.

— Mas como eu posso fazer isso? E se a nossa irmã acabar dormindo e roncando no meio da peça por tédio?

— A professora vai dá um tapa na cabeça dela e acordar, satisfeita?

— Não, mas e se ela se machucar?

— Ela literalmente perfurou uma arvore com o braço usando apenas um pouco de magia do tipo reforço, como um tapa vai machucar? — com seu olhar encarava a garota. — E outra a peça não vai ser uma chata como uma opera, ela vai ver um épico com bastante ação e só um pouco de drama.

Abaixando seu olhar ele retoma a leitura.

— ... e se ela dormir por esta de barriga cheia? Ela faz isso várias vezes enche a barriga e depois apaga como uma vela depois do almoço.

— O jantar é depois da primeira peça e voltamos ao ponto a professora estará lá.

— Ela pode dormir na segunda peça logo após o jantar.

— A segunda vai ser mais um musical do tipo opera, ou seja, música clássica após o jantar. Me diga, que ser vivo se mantem acordado nessa situação?  E quem se surpreenderia se uma criança dormisse nessa situação? Por último, elas voltarão as 10 horas da noite após jantarem.

— Mas e se eles se importarem e se incomodarem com ela e usarem a posição da família como motivo para algum problema político?

— Nesse momento você devia agir como nossa mãe, sabia?

— Sair correndo e bater em quem te encher a paciência e depois dar um jeito para não levar culpa nenhuma por ter quebrado as leis, simplesmente olhando os espaços das leis e suas brechas?

Ele fechou o livro, juntou as mãos e respondeu a irmã.

— Não se importe com o que falam..., mas isso me lembra como ela não é o melhor exemplo como pessoa nesse mundo.

— Mas e se ela se importar com a situação?!

— Eu consigo tranquilamente imaginar ela comendo e bebendo no jantar tranquilamente, soltando um arroto com barriga cheia e pedindo sobremesa para o garçom enquanto fala com boca cheia e dá um sorriso.

— ... agora eu também consigo ver a cena na minha frente acontecendo.

— Me surpreende não ter percebido antes.

A garota senta do lado dele. Sem olha na direção da garota ele arruma uma xicara com dois cubos de açúcar e serve o chá para a irmã após mexer um pouco para ela.

— Aqui, esse faz maravilhas para o sono e não é amargo, vai te ajudar.

— Obrigado — tomando pequenos goles do chá Yutyssia continua. — Realmente é bom... eu vou dormir daqui a pouco, amanhã tínhamos algum compromisso?

— Nenhum, mas não esqueça esse ano vamos arrumar as coisas para mudança para a escola e ficaremos lá por 5 anos. A verdade, a Iris vai ir com a gente, por que você não pede para mãe para visitar ela?

— Certo... é uma boa ideia. Irmão, já falei que eu te amo?

— Só quando eu resolvo um dos seus problemas e somente depois desse momento, para logo em sequência você até as vezes esquecer a minha existência, mas sim, você já disse me disse “eu te amo” antes, irmã querida.

— ..., mas eu ainda te amo e sabe disso, né?

— Mais do que a Iris?

— ... a... é... sim...

A garota olhava para longe enquanto respondia.

— Mais do que a nossa irmã Mirai?

— É, você está pedindo demais agora também né?

— Isso porque eu tenho seu sangue, imagina se fosse algo mais próximo.

Voltando seu olhar para o livro, ele pega a xicara com uma mão.

— Desculpa, mas não vou mentir.

— ... espera... processei agora, mas você me ama mais do que ama a Iris?

— Bom... nós passamos sem dúvidas muito mais tempo juntos, foi só tipo a vida toda. A Iris eu conheci só alguns anos atrás... além disso, moramos na mesma casa, estamos sempre conversando e resolvendo os problemas um do outro.

Os olhos dele abriam com cada palavra sendo dita pois era uma revelação.

— ... e eu achando que eu era um resto na sua vida... irmã muito obrigado, me desculpe por ter duvidado da sua capacidade mental e reflexiva.

— Ei!

— Yuty, seu tempo com a Mirai te fez adiquirir uma parte da personalidade dela sabia? Ainda me lembro quando nos dois achávamos problemática a cor do cabelo.

— Irmão, o caso mais sério é o da Iris.

— O dela? Como assim?

— Ela não tem senso nenhum do perigo. Eu consigo ver ela aceitando doces das pessoas, seguindo gente suspeita, falando segredos captais e entre outras coisas.

— Seriamente? O caso dela é assim? Não é só ela agindo livre, leve e solta por estar com suas amigas?

Tomando um gole um do chá, perguntava com olhar surpreso.

— Irmão, outro dia nos saímos juntas e aconteceu exatamente isso.

— ... nem ferrando.

— Ela fez irmão.

— Sério?

— Ela ainda disse “ ele não é ninguém suspeito, embora eu nunca tenha visto ele antes na minha vida. ” Irmão, ela não tem senso do perigo.

— ... não teve literalmente uma tentativa de matar o rei no passado?

— Teve duas nesses últimos 3 anos.

— Se não estou enganado, ela estava presente durante as duas tentativas, certo?

— Estava.

— A pessoa não tem senso nenhum para o perigo após ver duas vezes tentarem matar o pai dela... é isso mesmo?

— Não vamos esquecer a vez do irmão dela quebrando a cadeira e quase matando nossa irmã enquanto éramos pequenas.

— Metade daquilo foi um acidente...

— Acidente ou não quase ouve uma morte e até hoje eu me recuso a ver aquilo.

— Ele pode ter perdido o direito como parte da realeza, mas assim, só talvez, minha querida Yutyssia tenha pegado algum ódio por ele e não se importa em nada com isso, mas é só uma teoria minha.

— Se algo acontecesse com ele e eu pudesse salva-lo, sem dúvidas o deixaria morrer sem preocupações e dormiria tranquilamente naquela noite na minha cama com um sorriso no rosto, melhor pediria para dormir com Mirai por estar “ traumatizada ” com o evento daquele dia.

— ... irmã quer ir em um psiquiatra ou coisa do tipo, não?

Ele estava sentado com uma mão no queixo encarando a irmã seriamente.

— Só por não gostar do irmão da minha amiga por ele literalmente quase ter cometido um assassinato por orgulho quando era menor? A e lembrando o detalhe, a irmã dele poderia ter sido a grande vítima da situação toda antes da minha irmã.

— Bom se for só com ele isso...

— Alguém mais já tento algo parecido como matar nossa família?

— Não, pois sempre estamos dentro da mansão e só saímos para eventos.

— Então sim, é só com ele.

— Ok... mudando assunto, como vai ficar sua rotina?

— Tentando mudar o assunto... quando chegar na escola eu pretendo manter o treino magico, não vou conseguir provavelmente manter um treino físico, estudar e treinar magia durante o tempo livre.

— Se alguém pensasse em não cuidar dum certo alguém como uma fanática, talvez as coisas seriam mais fáceis...

— Não, eu não vou mudar isso.

— Então mesmo na escola, pretende passar o dia ao lado da sua irmã, cuidando dela após o treino físico, mimando-a, fazendo suas tarefas, fingindo reclamar e achar ruim a situação, mas não se importando em nada em cuidar da pessoa e praticamente transformando em um pedaço de lixo preguiçoso e mimado? Por favor, quem mais contribui para estragar a Mirai se chama Yutyssia Safira, te é familiar o nome?

— Então me explica a Iris, eu faço a mesmas coisas com ela e nós só nos vemos umas 2 a 3 vezes por semana, mas ela é literalmente alguém completamente sem noção do perigo e ainda mais preguiçosa.

— Vamos ver, as duas cuidam da Iris da mesma forma, isso responde sua pergunta? Ou eu posso usar a bizarrice da genialidade dela para usar magia fazendo tratar o mundo como nada importante? Digo, literalmente ela já considerada a criança mais poderosa da nossa nação superando a nossa irmã.

— Olha, ela não é a mais forte não, teoricamente até pode ser considerada, mas não tem controle nenhum.

—Mesmo sem muito controle, ainda é muito poderosa.

— Não é totalmente sem controle, mas ou usa tudo ou usa nada.

— Ela sem dúvidas teve o crescimento mais bizarro... por acaso o segredo é nascer mulher e visitar essa casa para ser alguém forte?

— Como assim?

— Nossa mãe é considerada a mais forte do reino, certo?

— Certo...

— A Mirai é uma autodidata genial em gelo, com uma capacidade física comparável a pessoas próximas da idade adulta, controle magico acima da média dos adultos e é treinada no uso das lanças, martelos e artes marciais como taijutsu, kung fu, kung lai e o mais umas outras merdas que eu não lembro o nome agora.

— Mas ela é ruim em assuntos acadêmicos...

— Com uma secretaria chamada Yutyssia resolvendo esses problemas e adivinha? Essa secretaria também é fora da curva capaz apenas de MATERIALIZAR AS SOMBRAS COMO OBJETOS SOLIDOS, SENDO FISICAMENTE IMPOSSÍVEL SOMBRAS SEREM SOLIDAS.

— ... ok, talvez essa casa tenha algo haver, mas a Iris nunca treinou aqui.

— Considere aquelas batalhas ocasionais como o treino.

— Mas irmão, no fim apenas você não pode ter um treino bom o suficiente para nos acompanhar e isso é única e exclusivamente pela sua capacidade magica ser baixa.

— Seria o mesmo que dizer que você só é forte por ter uma reserva grande de mana e o nosso irmão seria um Deus vivo por ter uma reserva ilimitada.

— Como se ele não treina?

— Eu treino e não tenho resultados, qual seu ponto?

— Seu caso é o mesmo duma multiplicação, se um dos números for minúsculo, no caso sua mana, o resultado é sempre um número pequeno na resposta.

— Pode não usar a matemática contra mim?

— Como mais eu deveria provar o meu ponto então?

— Eu vou dormir então, boa noite sua psicopata por irmã.

— Boa noite estressadinho... e obrigado pelo chá e a conversa.

— ... durma bem.

A garota olhava o irmão sair, enquanto continuava a tomar o chá.

“ Preciso saber o nome do chá depois... a irmã deve voltar até as 10 então tudo bem. Eu vou ler no quarto dela, ela não vai se incomodar com isso. ”

Caminhando para o quarto da irmã, Yutyssia observava os quadros ao longo do corredor. Um quadro a fez parar.

“ ... o quadro em família... Safim voltou apenas para fazerem um extra durante as férias... e não parou nenhum momento de falar da suposta ‘provável futura namorada’ lá na escola. ”

O quadro tinha uma mulher adulta sorrindo sentada numa cadeira, na sua direita um garoto mais velho e na esquerda uma garota, os três com o mesmo cabelo azul. Ninguém poderia negar o sangue deles, o mesmo brilho, o sorriso meio sério meio brincalhão e roupas combinando.

“ ... é impossível negar o sangue deles... ”

Mais à esquerda um garoto acompanhando o irmão mais velho, enquanto na direita da irmã uma garota estava junta. Ambos possuíam cabelo rosa, tinham um sorriso meio tímido meio sério e roupas idênticas as dos outros do quadro.

“ ... nem seriamos parecidas sem as roupas combinando... ”

A imagem dos pais mortos ocupa o retrato, era agora uma família com cabelo rosa, alegre. A mãe com a mão no ombro da filha e o pai no do garoto. Quando piscou a imagem voltou a ser o quadro anterior.

“ ... bom... no fim nunca tivemos um desses quadros. ”

A garota volta a caminhar para o quarto da irmã, dessa vez sem se distrair com os quadros. Chegando no quarto, pega um livro guardado no quarto, numa parte da escrivaninha reservado para justamente ela.

Começou a ler tranquilamente o livro, como se fosse nada demais. Após ler um pouco observava as horas, eram quase 9, então foi ler mais. Após mais um pouco eram quase 10 horas. Agora lia de pouquinho em pouquinho o livro para olhar as horas.

Quando bateu 10 minutos se preocupou um pouco, mas estava tudo bem. Quando deu 20 minutos, poderiam ter sido o transito o motivo do atraso, estava tudo bem. As 10:30, começou a se sentir irritada porque estava demorando, mas ainda estava ligeiramente bem. Aos 40 minutos sua testa estava um pouco franzida, não estava muito boa a situação. Quando deu 50 minutos pensava no sermão.

Olhando o relógio marcou 11 horas o sermão estava feito e preparado para sair. Mais 10 minutos se passaram e tinha reescrito o sermão. Quando chegou aos 20 jogou fora o sermão, ela não merecia o tempo gasto. Finalmente as 11:30 passou a só pensar uma coisa.

“ Eu vou matar a Mirai por chegar tão tarde... ”



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