Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 24 : Últimos Ajustes

A segunda visão parava quando as lagrimas começaram a cair.

“ E com isso a visão para... vamos Mirai, deixa de lado o sentimentalismo e pensa, como as duas visões vieram a acontecer? Dum lado temos o Shaa preso, torturado e morto, do outro a Shou. Literalmente é como um aviso sobre como as coisas acabarão dependendo do que eu escolher. ”

Com uma mão no queixo começou a refletir.

“ Eu tentei me aproximar dela e por isso ele acabou pego no primeiro cenário..., mas no segundo eu teria tentado equilibrar as coisas e isso leva a uma falha em impedir ele a ficar como naquela outra visão... em outras palavras fico próximo a um para leva-lo a ser um criminoso ou eu tento uma terceira abordagem? Acho difícil, levanto em conta a posição deles vou precisar eventualmente interagir seja como Mirai ou Lucas. ”

Voltando para a realidade, esperou alguma outra visão chegar.

“ Sem terceira visão, adoraria conseguir informações mais uteis, mas pelo visto as coisas se resumem aquilo. Agora qual caminho eu vou seguir? Ajudo o lado sentimental ou o mais racional? ”

— ... não gosto da minha própria linha de raciocínio nesse momento.

A raposa colocou a cabeça no seu colo. Sentindo a preocupação do familiar começou a passar a mão levemente no seu corpo.

— Não precisa se preocupar com nada, apenas pensando sozinha... quer ser penteada Zazai?

Pegando um pente do ar começa a pentear o pelo delicadamente. A familiar fica com um rosto sorridente e abanando levemente a cauda ao ser penteada.

“ Ainda não cheguei a conhecer aquela garota, mas eu deveria chegar numa resposta agora? Ou é melhor esperar para decidir? ”

Após uma rápida escovação, joga fora o pelo acumulado no pente.

“ ... nota mental esse pente é dela agora. ”

O corvo pousou em seu ombro e cutucava sua bochecha.

— Brian, sinto muito, mas não tenho algo para você — o corvo abaixa a cabeça com suas palavras. — Posso tentar comprar sementes? Ou alguma carne? Bate pé 1 vez semente 2 para carne.

O pássaro batia duas vezes a pata no ombro e a raposa também o acompanhava batendo duas vezes nas pernas dela.

— Ta bom, ta bom carnes para as duas, mas Zazai a pergunta foi para Brian. Seja como for, isso fica para o almoço, agora seria melhor algo mais leve... bom talvez agora? Digo é melhor carne para evitar uma anemia, né? Eles servem pão e bacon?

— Posso preparar isso Lucas.

Um homem com cabelo meio cinza e loiro invadia seu quarto, seus olhos amarelos eram gentis, mas seu sorriso dizia o contrário.

— Bom dia monitor, aconteceu algo?

— Olha só nada mal, mas respondendo à pergunta sua pergunta não.

Seu sorriso ficou travesso e calmo com a resposta.

— Então qual seu desejo? Ainda não comi nada?

— Cuide da Iris logo e leve a Leo junto, ok? E pega isso aqui.

— Um jornal?

Recebendo as folhas, foleava por cima sem nada chamar sua atenção.

— É um relatório sobre as coisas importantes da semana passada na cidade, leia ele depois quando voltar.

— Transformou as informações importantes da semana passada em um jornal?

— Eu não, mas contratei alguém para fazer isso.

— Justo, mas não tem tirinhas na última página do jornal.

— Não tem?! Eu vou demitir ele se continuar com um trabalho tão ruim.

O pássaro concordava com a cabeça e a raposa suspirava vendo a cena.

— Mais alguma coisa?

— Hum... coma bem e não fique sem sangue?

— Agradeço sua preocupação.

— A lembrei, seus amistosos são: como Mirai o Sol da família pedra Sol e a como Lucas a Shou-sho da turma da manhã, ela é a noiva do pateta amarelo da sua sala.

— Os dois noivos, né? Preciso manter uma boa relação com eles ou um em especifico?

— A garota tem mais poder, mas deve ser mais complicado, ela é muito... patriota? Não sei se essa palavra realmente serviria quando eles moram em tribos...

— Em outras palavras, leal a casa dela?

— Exato, é uma boa forma para descreve-la.

Estralando o dedo criou mini fogos de artificio para comemorar seu acerto.

— Hum... Valete, uma dúvida do seu dom, se eu criar uma situação onde alguém precisa de você para resolver as coisas, isso invalidaria a formação do contrato?

— Ótima dúvida, mas seria extremamente complexo responder. Se pensarmos em você segue minhas ordens e cria a situação, não, mas se a situação acontece por sua vontade e eu apenas vou no fluxo, aí ainda dependendo do quanto eu fui no fluxo, seria possível ou não fazer os acordos.

— Isso tem muito a ver com suas ordens gerando a situação ou simplesmente sabendo da situação e apoiando ela a acontecer afeta?

— É... não sei dizer com garantia. Acredito seriamente na tese de se eu for causa primaria ou secundaria, não posso criar o contrato por ter sido o culpado da situação, mas se, e somente se, meus subordinados agirem por mim sem ter sidos instruídos ou influenciados indiretamente por mim a fazer algo, seria possível fazer um contrato.

— Em outras palavras, se for realmente um observador total do problema?

— Resumidamente, sim. Pensou em algo bom para mim?

“ Nesse caso, o futuro onde eu trazia aquela Shou-sho para cá não seria possível se eu me tornasse amiga dela com intuito de traze-la para cá provavelmente... ”

 As luzes da sala foram absorvidas por suas mãos, deixando apenas os olhos amarelos do homem visíveis.

— Obrigado, mas preocupe-se principalmente em manter suas partes em ordem até porque quando alguém procura me agradar é porque das duas uma ou sabe que vai ser descartado ou está desesperado por conseguir algo.

— Não é mais fácil só simplesmente pedir? E está com mau humor por acaso? Era preciso a escuridão dramática? Faça-me o favor e ascenda a luz, eu posso acabar voltando a dormir assim.

Ao estralar os dedos as luzes retornaram, seu rosto entediado olhava para garota e a respondia sem vontade.

— Nesse momento te acho bem chata, sabia? Voltando a principal, não quando a pessoa mostra um claro histórico como incompetente.

— Ok, boa sorte com seus problemas vou ao meu café da manhã.

— Ok, tchauzinho! E resolva as coisas com a Iris, ela já quase me trouxe dor de cabeça ontem.

— Agora entendi o mal humor.

Sem olhar para traz saiu da sala rapidamente.

“ A Iris começou mais um incêndio por acaso? E como ele deixo o ambiente escuro? Ele também pode absorver o elemento e usar como sua magia? A verdade, uma coisa importante. ”

Virando seu olhar para seu chefe.

— A e Valete, criar algo para proteger as orelhas do rugido seria bom.

— Era isso? Não precisava pensar em me agradar para pedir por ferramentas uteis, já estou tentando cuidar disso.

Ele virou as costas e acenou ao sair.

“ Agora ele é capaz de consumir a luz ou foi algum fenômeno diferente? Preciso descobrir isso mais tarde. ”

 

 

Uma dupla chegava no dormitório da turma da tarde acompanhados por uma raposa. O par do garoto e da garota trocaram sinais ao verem a saída de um rapaz.

— Hum? Leo e Lucas, bom dia. Estão aqui cedo hoje, estão em alguma aula a esse horário?

— Bom dia Sol e não, é melhor ficar só na preguiça no fim.

— Bom dia Sol, vim por um pedido da Mirai.

Responderam conforme chamados.

— Mirai? Mirai Safira?

— Sim a mesma, conhece ela?

Brasa chegava com uma coleira no pescoço e o rabo abanando. Quando viu a Zazai seu rabo fico parado e sua cara boba ficou em choque.

— Ouvi uma palestra sobre ela da Iris Rubi agora pouco. Segundo ela “ a irmã Yuty vai sem dúvidas pegar pesado no pé dela ” e provavelmente vai sobrar para a Mirai apaziguar tudo.

— Uau, quando ficou próximo a ela?

Soltando a coleira, o cachorro corrigiu sua postura e mantinha uma postura confiante, mas começou a cheirar algo estranho no ar.

— Fui obrigado a isso.

— Como assim?

Se aproximando da raposa mal-humorada, esfregou levemente a cabeça na lateral dela. Uma leve luz surgia no mesmo lugar esfregado.

— Literalmente as garotas da turma me pegaram pela gola da camisa e falaram para eu ajudar a garota. Elas não sabiam qual era o problema e acharam que era algo político ou coisa similar com a realeza, mas quando notaram não ser nada disso fui expulso quase na hora.

— Hum... — seus olhos deram uma leve estreitada e sua voz ficou um tom mais baixa e fria — estão rodeando ela ainda?

Enquanto isso o familiar ficou com sua expressão mais leve, durante a cura.

— Sim eu acho, mas e você Lucas? Quando conheceu a Mirai?

— Depois da aula nos esbarramos ao acaso. Eu ouvi uns murmúrios sobre a Iris e quando vi lá estava uma garota se preocupando com a Iris.

Após se esfregar na raposa por um tempo o cão se afastou com um olhar um pouco preocupado.

— Entendo, já consigo ter uma ideia como as coisas foram.

— Certo espero vê-lo mais tarde.

Recebendo um aceno positivo da paciente, seu rabo começou a abanar loucamente.

— Certo. Leo, vai acompanha-lo?

— Sim, quero conhecer a princesa rubi.

— Certo serei apenas eu e o brasa então numa caminhada.

— Au! Au!

Ao ouvir a palavra caminhada o cão começou a latir em alegria e a pular em cima do dono após pegar novamente a coleira.

— Ok, ok brasa vamos com calma.

— Au!

Vendo a cena os dois disfarçado compartilharam um pensamento em comum.

“ Esse cão é meio idiota para o nível da magia dele. ”

— Foi um bom tratamento gratuito Zazai?

A raposa apenas acenou positivamente.

— Vamos atrás da Iris logo?

— Sim.

Dentro do prédio um grupo se amontoava na garota. O grupo era composto por pessoas dos últimos anos tratando Iris como uma espécie de bebe, mas a mesma apenas gostava do tratamento recebendo gratuitamente alguns doces simplesmente por deixar as mulheres passarem a mão no seu cabelo ou mexerem em suas bochechas. Suas pernas balançavam alegremente na cadeira sem alcançarem o chão.

Olhando um para os olhos do outro, a dupla disfarçada começou uma conversa mentalmente fingindo um sorriso ao verem a cena.

“ Posso matar todos? ”

“ Não faça isso Mirai, são só mulheres e uma parte dela é a razão da Iris não se envolver com homens, isso é necessário para atender seu pedido. ”

“ Parecem um bando de mulheres incapazes de arranjar um homem brincando com crianças como se fosse delas. ”

“ Sua descrição é muito peculiar, mas mesmo sendo verdade, qual seria o problema? A Iris iria tender a parecer com elas, certo? ”

“ Eu não quero ver minha amiga morrendo sozinha cuidando de 17 gatos numa mansão e quero muito menos ela sendo enganada por alguém durante a vida toda dela como mulher! ”

“ Ironicamente suas ações não tem bases psicóticas e possessivas, mas ainda são perturbadas, principalmente nos detalhes. ”

A dupla se aproximava da multidão. Algumas garotas abriam espaço para facilitar a aproximação. Chegando perto o suficiente da garota, Iris vira o rosto para encara Lucas e inclina a cabeça.

— Por que —

— A Mirai pediu para mim e para a Leo dar uma bronca em você Iris, além de ter deixado algumas palavras. Podemos ir para seu quarto fazer isso?

— ... tudo bem, mas a bronca vai ser longa?

— Não, só vou falar as palavras deixadas, mas ainda não seria bom dizer em público aquilo, né?

— Ta bom, tchau pessoal.

Acenando para a multidão algumas pessoas ficaram tristes com a separação, mas foram convencidas para deixar de lado por outras. Leo observava todas as pessoas e como a princesa agia.

“ Um carisma da inocência e fofura? Não dá para copiar isso agora, vou precisar me dar bem com ela para controlar direito as coisas. ”

Durante a breve caminha o trio recém-formado conversava amigavelmente embora Iris tenha se afastado da Leo e focado em conversar com Lucas o tempo todo. Quando enfim entraram, encostaram a porta e cobriram a sala com uma leve magia para isolamento acústico.

“ Essa garota é bem avoada, é realmente preciso tudo isso? ”

— Então irmã Mirai, por que você e esse cara estão com nomes falsos e transvestidos? Estão fazendo alguma piada?

“ Oi? Ela notou? Quando? ”

— Foi quando ela virou o rosto para nos dois Leo — com uma mão no ombro respondia à pergunta mental. — E Iris, vim aqui garantir seu silencio.

— Vocês quebraram algo? Roubaram algo?

— Não e não. É uma espécie de jogo da turma noturna.

— Um jogo?



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