Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 22 : 3 contra 1 dragão (2)

Uma mulher dragão no centro e cercando-a como um triangulo havia uma garota com luvas com sangue congelado, uma raposa meio branca e preta e uma cobra do tamanho de uma casa com presas de sangue congelado. Todos estavam parados encarando a mulher no meio.

“ Se for pela lógica é mais eficiente mirar no dono do familiar, mas quando o próprio familiar é muito mais forte fica complicado virar as costas para ele. ”

A cobra deu o primeiro passo para avançar.

“ E lá vem o coringa. ”                           

A besta tentou devora-la com as fileiras de presas vermelhas congeladas.

“ Eu pensei ter visto apenas duas presas, isso não parece uma cobra. ”

A mulher segurou a cobra pelas presas maiores com as mãos.

— Deixa eu adivinhar, vai mudar a posição das presas para acertar?

As sombras se contorceram para agarra-la.

— Sabe, a batalha ainda é 3 contra 1.

A garota se aproximava pela direita enquanto a raposa rodeava a mulher. Punhos vermelhos visavam seu rosto. Com a cauda bloqueando o golpe, usou a perna para chutar a garota. Sem perder tempo a raposa atacava o tornozelo da outra perna, enquanto as presas da cobra saiam do lugar e perfuravam seus braços.

" Todo esse trabalho em equipe é ótimo para uma primeira vez, mas elas vão precisar lidar no 1 contra 1 no futuro contra outros dragões provavelmente. "

O chute dela afastou a garota, com a cauda e a perna no chão saltou para longe. A raposa não conseguiria morde-la, mas suas garras destruíram seu pé. Os braços dela estavam com fileiras de sangue caindo.

" O veneno daquele resto não foi curado, isso realmente atrapalha muito. Não estou conseguindo sentir dor dos meus ferimentos, a audição está falhando e meu senso de equilíbrio está ficando instável, talvez tenha subestimado aquele resto. ”

Suas orelhas viraram para traz, uma lamina vermelha estava mirando seu pescoço. Seus olhos se tornaram fendas, ainda estava no ar e não conseguiria sair sem um pedaço do pescoço cortado, apenas podia torcer um pouco sua posição, mas não seria suficiente.

Hana tinha tudo para acabar aquela partida. Sua ocultação não foi percebida, tinha uma lâmina letal contra o seu alvo e ele não poderia se mover no ar. Era tudo para vitória, se não fosse o olhar naquele momento. As duas fendas do abismo olhando em sua direção. O inferno estava ali dentro pronto para torturar sua alma. Seus músculos enrijeceram como pedra.

— Parece que esqueceu do básico — tendo uma parte do pescoço cortada pela lamina, falava. — Quando for tirar uma vida, deve estar preparada para a morte.

Seus rostos se aproximaram, o olhar inflexivo estava a centímetros dela. O hálito foi a única coisa quente dentro daquela cúpula gélida inteira. Mostrando os dentes como uma besta, seus dentes seriam sua sentença de morte.

— Eu me rendo — sua voz era fraca, a pressão daquele olhar se acalmou. — Vou... não vou falhar da próxima vez.

— Desfaça a cobra.

— ... serpente.

— Só desfaz.

Ao estralar os dedos, a fera se desmoronou. As sombras espalhavam pelo espaço rapidamente e o som do gelo caindo no chão foi ouvido por todos. A magia das presas estava sendo desfeita, uma nuvem vermelha surgia.

Olhando para a besta desfeita os lábios da mulher se ergueram, mas apenas por pouco tempo. Toda sombra se juntou nos pés da única garota ainda em luta. Dois olhos vermelhos se abriram dali.

“ ... isso é alguma piada? Isso é um familiar com mana incompatível controlando livremente magia? Essa garota pode para 30 segundos com as surpresas? ”

Um dos olhos se fecharam e o outro ainda a encarava. Com um pulo para o lado, a mulher se afastou da raposa atacando suas costas, mas algo ainda a atingiu. Uma cauda bateu em sua cintura e cortou sem dificuldade alguma.

“ Espera, se essa batalha continuar, essa garota não tem uma chance real de me matar? Um dragão? Mesmo com as restrições e outras pessoas a ajudando, isso não seria possível se ela prolongar mais um pouco? ”

O ambiente não a permitiria usar magia livremente.

A sombra agora roubaria sua única forma para curar feridas.

E o gelo sempre poderia matá-la se levar um golpe fatal, pois, era sua fraqueza.

“ Vou precisar usar um método tão animal só para vencer... esse Valete pensou em tudo isso quando me impôs restrições? ”

Enchendo seus pulmões com ar até a borda irritada com todas as pessoas do local, raiva pura foi liberada.

— GGGGGGGGGGRRRRRRRRRRRRRR!!!

Foi como um leão sinalizado o fim. Um som bestial e violento, mas ainda orgulhoso e racional como as palavras dos homens.

A garota caiu no chão com sangue saindo das orelhas. A cúpula trincou. A raposa correu desesperada para sua mestra. Sem se importar em atacar o animal a mulher a deixou em paz.

— Minha garganta está doendo agora.

Os pedaços da cúpula começaram a cair, tudo se desfez em segundos. A raposa cresceu em tamanho para proteger a garota. Sua forma adulta era quase sem pelo e media 4 metros.

— Uau... agora entendi como ela conseguiu essa raposa. Uma relação completamente feita para poder sobreviver, mas e o corvo?

Os pedaços batiam no familiar, sua pele não aguentava nenhum dos fragmentos e logo o sangue se espalhou para todo lado. Não havia mais a névoa vermelha e fria atrapalhando seu controle na magia.

— O resto aí, vão lutar?

As pessoas em pé apenas levantaram suas mãos em rendição e dissiparam suas magias na hora. Finalmente livre do veneno a mulher usou seu sopro para recuperar suas feridas enquanto recuperava do seu espaço roupas quentes e pesadas.

— Sinceramente... O VALETE! ME TRAZ ALGO QUENTE PA BEBER! EU AINDA SOU SANGUE FRIO! ESSA TEMPERATURA BAIXA POR TANTO TEMPO QUASE ME FAZ DORMIR!

— CHÁ OU CHOCOLATE QUENTE? OU PREFERE CAFÉZINHO?

Respondendo aos gritos, ele se aproximava da dupla caída. A besta o observava se aproximar com um rosto sério.

— MANDA O CHOCOLATE QUENTE!

— PRA JÁ!

Ao recuperar um instrumento do bolso o homem manda o pedido dela vir. Quando esteve perto o suficiente começou o tratamento da dupla caída com magia.

— Vai demorar muito? — A culpada da cena perguntava ao lado — O tratamento no caso.

— Não muito, mas não posso fazer muito com a familiar a e você está bem?

Diminuindo o tamanho para sua forma anterior a raposa permanecia com o corpo acima da garota sem desviar o olhar da dupla.

— Como assim?

Suas palavras foram acompanhadas por um vomito de sangue. Seus olhos estavam vermelhos e das orelhas uma mistura preta e vermelha escorria.

“ QUANDO?! ”

Enfiando na boca dela um fraco azulado, sem pensar mastigou e engoliu tudo rapidamente.

— Sabe aquele garoto Leo, ele deixou um veneno viciado no seu corpo logo no primeiro golpe. Desde o começo, se essas crianças comprassem mais tempo, sua morte seria possível mesmo na forma dragão, inclusive se por um acaso sua magia polimórfica fosse desfeita, a ação do veneno seria muito mais estrema. Bom, pelo menos ele deixou comigo um frasco com antídoto comigo.

— Aquela criança fabricou isso?

— Sim e não, é uma receita da família dele. Seja como for estou preocupado com a raposa aqui existe restos de chamas amaldiçoadas nela.

Após limpar seu sangue com magia, a mulher tocava o próprio pescoço com olhos arregalados.

— Não posso subestimar tanto os humanos na próxima... agora entendi sua real intenção ao me restringir tanto. Quanto a raposinha, curar maldições normalmente é considerado impossível sem o perfeito oposto Elemental e muita habilidade.

A sombra tinha o par de olhos vermelhos abertos os observando.

— Muita habilidade minha bunda, dizer assim faz parecer algo possível para humanos. Até mesmo dragões não conseguem curar maldições facilmente.

— Não gosto muito da ideia do impossível. Ali tá o seu pedido chegando.

Apontando para escada para o andar inferior, uma pessoa chegava com a bebida pedida ainda fumegante.

— Rápido.

— Mandei preparar antecipadamente, depois desse gelo todo e do treino já é suficiente para essas crianças.

Somente quando a mulher virou as costas e saiu os familiares baixaram a guarda.

— Elas não podem ficar doentes ou não poderão ficar uteis, estou errada?

— É exatamente meu pensamento — pegando a garota no colo, levava o corpo até o quarto dela. — Todos desçam até o 9 andar se quiserem chocolate quente, café ou chá. Por hoje é só estão liberados.

 

 

Meia hora mais tarde no seu quarto, Mirai acorda ofegante.

“ ... ainda tenho algumas dores no corpo, não foi um sonho. ”

Ao sentar, cobre os olhos com uma mão e estende a outra.

— O chá, quero dormir daqui a pouco, vou recusar os outros dois.

— Uau, meia hora nocauteada por um grito e ao levantar já notou as bebidas preparadas, isso é investimento bem gasto. Aliás, agradeça sua raposa mais tarde, ela te protegeu com o próprio corpo. Bom, se ela não tivesse feito nada nós teríamos intervindo.

O homem entregou o chá vermelho para garota.

— Está morno... bom é melhor do que me entregar algo quente.

— Imaginei seus problemas, querendo ou não foi uma das raras vezes vendo alguém lutando sem mana. Seu corpo vai ficar sem energia por um tempo, mas não precisa se preocupar muito.

Tomando alguns goles da bebida, olhou diretamente nos seus olhos.

— O que exatamente aconteceu? Digo, a parte do lutar sem mana. Na hora eu apenas sabia que não cairia, mas qual a teoria para eu estar em pé?

— Posso ter minha pergunta respondida primeiro?

Abaixando o livro na sua mão respondia à pergunta com outra dúvida.

— Não. Nunca ouviu o ditado? Primeiro as damas.

— Tudo bem, mas depois vem a minha. Mirai, sabe qual a razão da magia ser utilizada no mundo? A primeira razão é a magia existe, a segunda é nosso corpo pode usar magia e a terceira e última é nosso corpo refina e armazena uma parte da magia do ambiente para podermos usa-la.

— Não aprendi assim.

— Isso é obvio, foi principalmente comprovado recentemente. Sabe como é complexo mudar todo o sistema atual de ensino? Quando definiram 1 + 1 = 2 se tornou um fato amplamente conhecido e aceito por séculos, mesmo se por um acaso seja provado 1 + 1 = 3 ou qualquer outra coisa, as pessoas se negarão a aceitar isso, mas caso aceitem o problema vai ser fazer todos aceitarem a mudança.

— Certo, mas ainda não entendi muito bem a situação.

— Bom vamos por partes. Aquilo era chamado como terreno Elementar e dentro dele, somente a magia do terreno e a magia interna, com muita dificuldade, pode ser utilizada, mas adivinhe? Além de ser impraticável por humanos, seu terreno permitiu uma outra pessoa com um outro elemento continuar a usar magia normalmente.

— A Hana? Pera como assim?

— Exato, embora tenha sido um terreno limitado, a magia da sua raposa deveria impedir toda e qualquer magia além da magia de gelo ser usada, fora o fortalecimento para magias do mesmo elemento.

— Isso realmente é possível?

— Sim e diga de passagem, quase não existe registros mágicos das bestas mágicas usando isso.

— Tá... e quanto eu estar lutando sem mana na hora?

— Seu corpo não precisava refinar a mana do ambiente, já era sua desde o início — após um gole de café continua a falar. — Mais uma coisa, sua técnica desenvolvida com a sua professora é uma versão várias vezes degrada desse fenômeno, mas o efeito deveria ser semelhante.

— ... as pessoas dentro da técnica deveriam congelar até a morte?

— Numa zona daquela, sim. Se fosse uma zona de fogo, queimadas. Embora eu diga isso, faltou um pouco de mana na hora para fazer uma zona perfeita, então naquele caso elas não congelariam até a morte.

— Entendo, vou tentar deixar aquilo mais praticável, talvez diminuindo o tamanho e usando logo no começo...

— Ótimo, agora minha pergunta. Já cuido do problema da Iris? Eu coloquei ela para dormir hoje após o almoço.

— Sério? Eu pensei que ela dormiu o dia todo naturalmente.

— Isso não é humanamente possível, ela foi dormir umas 20 horas no total em pouco mais de um dia.

— Ela consegue.

— Dormir por umas 30 horas continuas?

— Ela consegue.

— Sem passar pelos menos um dia inteiro acordada? Duvido.

— Ela consegue.

— ... ela consegue?

— Ela consegue.

— ... como?

— Ela consegue.

— Mas eu perguntei como.

— Só sei que ela consegue.

— Sabe, trabalho a muitos anos, já cuidei de muitas pessoas, tenho muitos para controlar com a coleira apertada e outros deixo bem soltos, mas os seus problemas conseguem me surpreender tanto quanto suas cartas na manga. Cuide da sua parte, estou cuidando da minha.

— Não considera em nenhum momento eu falhar após contar para ela uma parte da verdade?

— Olha garota, vou ser muito sincero. Já botei tudo na ponta da caneta, sua falha é lucrativa e seu sucesso só apressa algo inevitável para mim eventualmente.

— Era inevitável matar aquela coisa? Nunca considerou traze-lo para seu lado?

— Se eu não tivesse você e indiretamente a Iris, sim.

— Eu não preten—

— Só a impeça de nos atrapalhar. Esse é todo o meu controle nela exigido.

— Certo.

“ Então... no fim aquela visão do passado só se tornou real por conta dele para controlar a família rubi... ironia, pensei em trabalhar ao lado dele para não ter aquele problema com aquela desgraça do príncipe, só para depois perceber que tudo sempre foi culpa do Valete. ”

— Alias, quando terminar os amistosos da escola, pretendo levar você para uma reunião em outro país em mais ou menos 10 dias depois, a data está ainda sendo marcada.

— Por quê?

— Bom, você precisa aprender a negociar, atualmente sua utilidade é apenas combatente, mas com um pouco de experiência real em negócios... espero sua utilidade para resolver realmente as coisas como uma assassina e não meramente uma besta combatente em tamanho pequeno.

— Certo...

— Bom, será preciso principalmente para o futuro seu Mirai, pois, eu pretendo te colocar numa das minhas muitas empresas como uma das cabeças.

— Tudo isso para me dar autoridade e justificativa para ficar saindo para lá e para cá no mundo sem minha família me ver, né?

— Exatamente — respondendo calmamente a pergunta, ele se levantou e com as mãos nas costas se inclinou um pouco. — Bom, boa noite e mantenha um bom trabalho.



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