Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 1

Capítulo 21 : Entre a Queda e a Noticia.

No meio de um incêndio duma mansão, estavam três corpos. Dois eram homens adultos mortos e um uma garotinha ainda viva em um estado grave. Um homem sorridente analisava a cena do combate. Ele vestia um terno preto elegante, seu cabelo e olhos eram um cinza levemente amarelos.

— Fascinante. Sinceramente é um pouco triste não ter conseguido olhar tudo de pertos, mas garotinha... você é um monstro. Mesmo assim, caramba, nessa idade fazer um tornado para juntar a tempestade em um ponto e tentar arrastar a roseira para onde estava, foi um plano suicida, mas muito bom. Fora essa sua sorte desgraçada também, porra... um raio caindo no meio da luta perto do seu adversário.

— Você não poderia ter feito nada? — uma segunda pessoa chegava.

— Frederico quanto tempo, não te vejo desde que cortou suas relações com o submundo. Desculpa por não salvar sua aluna, mas o que eu ganharia com isso?

— Vamos ver, eu não te mataria Valete, para começar. Então isso seria uma troca justa? Salva ela, agora.

Não havia uma só gota da chuva nele, com sua presença a região do combate estava sem chuva, seus olhos estavam apenas analisando a única outra pessoa acorda, com seriedade.

— Bom, aí é diferente, minha vida vale muito, não só em ouro, se é que você me entende ainda meu ex-parceiro. Eu vou trabalhar agora.

Ele estava usando apenas o necessário para manter viva a garota até a chegada do resgate. Terminando o tratamento, sem ter sido pedido, começa a arrumar o cenário para uma aparência completamente diferente da batalha.

— ...por que você está fazendo isso?  Você poderia ter deixado de lado a parte do crime da garota. Eu mesmo iria fazer algo.

— Bom querendo ou não essa garota me fez um favor, embora aqui e ali estávamos com dúvidas do que fazer ainda, podemos considerar isso uma forma correta de lidar com a situação, duvido muito que manteríamos esses aís vivos por muito tempo.

— Não envolva a garota nesse lado.

— Clama lá nunca foi necessário isso com ela, mas eu admito particularmente eu gostaria de envolve-la um pouco.

— Então em agradecimento você, Valete, um dos maiores homens em controlar a vida de pessoas inocentes através dos favores e acordos no submundo, realmente não tentará nada?

Seu olhar era genuína descrença, a situação deveria ser alguma alucinação dele.

— Bom, tem a sua ameaça também, né? Aliás, por que você está aqui?

— Eu senti a magia dela correndo loucamente, sendo que já tinha motivos o suficiente para achar estranho o treinamento dela, era um desespero para alcançar um certo nível e... ela é fofa...

— ...tu virou um pedóf— 

— Termina essa frase — havia dezenas de armas apontadas para uma única pessoa. — Eu te desafio.

— Ok demônio pode trocar com meu amigo agora? A, mas a sua aluna foi bem louca sabia?

As armas se desfizeram, Frederico arrumava o cabelo enquanto suspirava.

— Realmente, nunca imaginei ela começando um incêndio, numa tentativa desesperada de matar eles.

— Olha, ela só queria matar o pai dela, além disso, ela é mais louca se bobear. Digo, ela fez o incêndio acontecer e matou consequentemente muita gente inocente sem ter notado. Talvez ela não conseguia pensar em um meio de vencer sem baixas. Olhando nessa perspectiva, ela foi muito perspicaz e fria. É como dizem: “Uma perda calculada, não é uma perda, é só pagamento. ”

— Hum? Só o pai? Bom, quantos a quem vocês esperavam morrer? Antes deu sair era uns 4 membros da família rosário precisando ser substituídos se eu me lembro, mas vocês não tinham chegando numa conclusão até o momento.

Valete coloca uma mão na boca, lagrimas caiam dos seus olhos enquanto sua voz saia chorando.

— Nossa, mas que jeito de falar. Faz parecer meu trabalho garantir a morte das pessoas e sair sem fazer mais nada...

— Mas não é exatamente esse?

— E é, mas parece que você fala de uma forma tão ofensiva — não fingia mais seu choro. — Serio eu queria você nos ajudando, era uma grande força.

— Não, obrigado. Eu fui forçado a permanecer lá, nunca quis ser um assassino.

— Bom graças a tudo isso, falto só matar o Karen, mas isso era só para manter poder e tal, dá pa ignorar e desprezar ele. Assim sua aluna ficara melhor né? Digo isso vai ajudar a Yutyssia diretamente.

— O plano real era sequestrar a Yuty e usa-la? Digo, amizade da minha aluna a parte nesse momento, mas com a personalidade dela...

— É seria um bom plano, mas só se fosse a sua aluna. Digo sem treinamento adequado já consegue fazer tudo isso, então dava para criar uma perfeita assassina...

O professor olhava o corpo da sua aluna, ela estava a pouco tempo numa luta com a própria família, causou um incêndio, matou o próprio pai e pela cena era possível dizer, ela também deu o golpe de misericórdia no outro homem.

— ...se ela realmente vir a acabar desse lado tenha ela sob sua ordem direta.

— Isso é você pedindo um favor?

— Isso é a compensação.

— Compensação?

— Você já sabia muito bem quem ela era e onde eu estava e você deixou ela nesse estado, isso é uma compensação Valete.

— Ok, ok, isso não é um favor. Nossa, mas você mudou bastante em 4 anos.

— Aproposito, quando o pai dela foi descoberto?

— Infelizmente, foi apenas esse ano, digo embora a suspeita aqui e ali já tinham sido feitas, a prova veio só no mês 3.

— Foi naquele dia das compras?

— É foi naquele dia, sério é um pesadelo lidar com as coisas juntos da Sara Safira, ela dá muito medo mesmo...

— E como ela não descobriu?

— Porque, diferente da Sara, nós fomos um pouco mais a fundo no assunto, apenas o de sempre.

Valete tinha saído da cena calma mente andando. Frederico percebia alguém se aproximando, ele saiu enquanto refletia.

“ ...vamos ver como ela fica ao acordar, a primeira morte é a que mais muda a pessoa, se ela se manter firme... hum? Essa magia... é da Clara... ela e White estão chegando? Tão rápido? ”

O médico apareceu saindo das sombras junto da sua enfermeira, ele nem olhou muito para o lugar, com apenas passando o olho já sabia seus limites naquele lugar. Uma luz envolveu a garota, enquanto sombras juntavam alguns pedaços do corpo do seu amigo. O corpo da roseira ficaria lá, mas o outro ele curaria apenas para deixar as partes em um só corpo para um funeral.

— ...ficou sem barba para o seu funeral — o médico ria enquanto olhava o cadáver. — Recardo, vá em paz eu... vou tentar cuidar da Sara, ela vai dar muito trabalho sabia? Ela é muito sensível nessas partes. Sua filha está a salvo, mas seu amigo vai te acompanhar no pós vida.

— White, precisamos lidar com outros feridos, posso te levar agora?

— Pode, vamos duma vez.

 

Longe da mansão no alto duma pequena colina observando toda aquela situação, estava um estranho grupo observando toda a situação. O grupo era composto por várias raças distintas, a maioria vagamente lembrava um humano.

— Eita, o show, o drama, a inquietação, o suspense, bela peça, bela peça, sem dúvidas, foi feito por uma amadora, mas mesmo assim para um primeiro trabalho, foi magnífico! Foi mais do que perfeito! E ainda por cima ela é fofa! Certo, eu quero ela me servindo, eu permitirei ela ser meu servo ou permitiria se pudéssemos nos aproximar dessa garota.

Era uma mulher com orelhas de lobo no topo da cabeça, o lado direito do seu cabelo era preto e liso, enquanto o lado esquerdo branco e trançado, seus olhos eram dourados como o ouro, era alta, tinha um corpo sexy com 3 caudas sua pele era mulata, uma forma meio humana meio raposa com 3 caudas.

— Pensei que de tudo o que vimos da garota, o mais impressionante para você Zazai seria aquela coruja, digo, meio sangues são raros, mas a transformação dela era impecável... bom essa peça também foi interessante.

Um homem bem vestido, cabelo branco perola, olhar vermelho sangue respondia, enquanto cuidava do corvo no seu ombro. O animal era uma aberração, tinha dois pares de asas com um olho vermelho sangue no meio e dois pares de pernas. O animal olha no fundo dos olhos dele.

— Salamei, qual sua opinião dela? Ela acabaria igual a nós?

— Isso beira o impossível Brian, mas como desde o começo estamos em uma linha do tempo como essa, não vou dar 100% na minha resposta, mas digamos... é quase garantindo ela não consegue.

Quem respondeu o corvo foi era uma das criaturas mais raras do mundo um Elemental de fog. Ele se apresentava numa forma humana para facilitar as coisas, parecia como um humano nu com cabelo feito por chamas coloridas.

— Leandro, você diz com base na mana dela, não é? Nessa linha do tempo é impossível parar o tempo e se aproximar somente dessa garota. Seriamente acredito na possibilidade desse mundo ter algo para mudar a lógica.

O corvo havia saltado do ombro e se transformou em uma humana, era uma mulher branca pouco abaixo da média, lembrava uma adolescente, seu cabelo preto e olhos vermelhos não pareciam humanos.

— Vamos apenas olhar os fatos, 1 estamos em uma linha do tempo que não pode ser parada, 2 qualquer viajante do tempo que entre e saia, não consegue voltar, 3 temos literalmente um indivíduo que não existem em nenhuma outra linha do tempo aqui e esse é aquela garota e 4 bom, parece que aquilo está aqui também.

— Aquela falha de viajante do tempo, ele parece ainda mais instável quando lembramos dele nas outras linhas... — a raposa se espreguiçou enquanto falava.

— Me pregunto, quando ela aprendeu a lutar assim, gostaria de conversar com ela... — o corvo em sua forma adolescente sorria enquanto falava.

— A não! Nem vem eu pedi primeiro, seu corvo genocida não estraga ela!

— Cala a boca Raposa, você fala como se não fosse estragar ela.

— Eu no máximo estragar ela no bom sentido! Já não basta você de genocida e carniceira, você quer que uma garotinha como ela fique assim?!  

— A vamos lá, até você gostaria de trocar um golpe ou outro com ela quando ela crescer, não é?

— Não! Diferente de você eu não estrago o que eu gosto!

— As duas podem parar com tanto barulho um pouco? Aliás, você vai ficar sem falar nada por quanto tempo? Foi um show bem chamativo o dela e você está só olhando num silencio mortal até assustador...

Havia um último viajante, ele estava em silencio na frente do grupo, era possível ver apenas seu cabelo azul, não era longo, mas estava num rabo de cavalo, era um belíssimo azul hipnotizante, nem uma pedra preciosa valeria o mesmo. Suas roupas eram terno azul caríssimo feito por matérias desconhecidos. Suas mãos coçavam o queixo incomodado com a situação.

— É tão estranho assim? Digo, não podemos realmente prever absolutamente nada com nada dela e das pessoas próximas, mas é preciso tanta seriedade? Mesmo ela não podendo te ver e se ela te sentir a encarando tão forte? Aliás, agora é possível se aproximar da sua própria versão desse mundo e mesmo assim, você escolhe ficar observando ela... sério, você ter uma irmã em uma linha do tempo, é assustador Safim?

— ...em todas as linhas do tempo... sem nenhuma exceção, ou daqui alguns dias minha mãe morria e me tornaria um viajante do tempo eventualmente, ou ela vivia, bom viver é um termo muito forte para como ela ficava, ela sobrevivia e eventualmente eu também viraria um viajante do tempo, mas agora...

— A situação é um meio termo entre a morte e a vida dela, não só isso temos também a sua irmãzinha, e bom, uma grande incógnita sobre o que vai acontecer com a “Imperatriz da Noite”.  Digo olhe bem a Yutyssia, ela nessa linha do tempo tem alguns familiares vivos ainda fora toda essa amizade... idolatria da Mirai, então talvez seja o mais importante agora pensar em como ela cresce. Ou pode tudo se repetir como nas outras linhas do tempo e ela levar metade da vida do mundo inteiro sozinha?

— O que levou ela a ser aquilo... teoricamente não há nenhum motivo dela ser abandonada enquanto criança. Ela tem algumas opções para adoção, temos literalmente vários parentes vivos e dessa vez a encontraram durante a tempestade, pode ter sido por conta da Iris, mas ainda foi achada e não teve nenhuma queimadura destruindo a sua face.

— Provavelmente para recriar a Imperatriz da Noite ela precisa ser sequestrada e vendida no mercado negro.

— Mesmo assim, ela ainda tem que parar lá no templo da noite, enquanto isso não acontece, dizer o seu futuro é... cedo demais ainda, seria necessário o abandono enquanto criança, a chegada no templo da noite e mente dela quebrar, sem isso, não tem como para ela fazer tudo aquilo.

— O mais importe não seria o templo da noite? Digo até chegar nele, ela era uma calamidade e tal, mas ainda era dentro do administrável.

— O mais importante, não é ver como a história vai desenrolar? Não seria melhor procuráramos alguém que pode ter contato com nós?

— Eu realmente, não sei como responder isso, tem inconstâncias de mais nessa linha do tempo, tirando os dois animais, vocês sequer viram suas versões dessa linha do tempo em algum lugar?

O grupo negava apenas balançando a cabeça. As duas garotas animais ainda estavam discutindo e nem perceberam qualquer parte da conversa.

— Por hora, vamos apenas torcer para essa Mirai, não faça o mundo virar o caos.



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