Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 19 : Conhecendo as Turmas

Enquanto esperava para fazer o registro, Mirai tinha nos seus braços a raposa ferida, coberta por queimaduras. Observando a entrada esperava ver se outra pessoa apareceria chegava um rapaz com um cachorro ao lado.

— Bom dia, veio registrar seu familiar?

— Sim, encontrei recentemente esse camarada e quanto a você? Veio salvar essa raposa? Ela parece péssima.

Era um rapaz da realeza conversando com ela. Uma pessoa peculiar com um dom para mudar um elemento da magia todo dia. Era um pouco abaixo da média, com uma estranha aparência cansada e gentil, seu cabelo era mais uma mistura do preto e laranja brilhante e carregava um cachorro dourado com olhos vermelhos idênticos aos dele.

— Achei essa pequena machucada e ela é tão fofinha... quem é o monstro para fazer isso com ela?

— Acho ela meio incomum demais para ser fofa, embora uma raposa de familiar ainda seja uma raposa.

O cachorro encarava seu dono.

— Inveja meu caro estranho?

A raposa olhava com decepção seu dono.

— Não muita, querendo ou não se não tiver a compatibilidade não é nem possível fazer o contrato, e meu nome é Sol, da nobreza, e o seu?

O cachorro sorria orgulhoso.

— Lucas, da favela, meu caro Sol.

 A raposa estava decepcionada com o cachorro.

— Da favela? Incrível... normalmente não seria possível nos conhecermos, você deve ter se esforçado muito para chegar aqui, parabéns.

O cachorro fico triste com a reação.

— Imagina, eu só espero eles ajudando com o tratamento dela, eles cobram muito para isso?

— Não se preocupe com isso, passa ela aqui.  

O garoto colocou uma mão em cima da raposa, uma gentil luz tratava ela, mas incapaz de curar todas as feridas.

“ Hoje é fogo e luz então. ”

— ... é talvez eles cobrem um pouco sim pelo tratamento...

Pela primeira vez a raposa mostrava um olhar satisfeito com a situação.

— Não sendo uma facada já ajuda, você me salvou provavelmente e ela também.

— Que exagerado, tratamento médico não deve ser tão caro assim.

O familiar do garoto o olhava com inveja.

— Para monstros, sim. Aliás, ficou sabendo do combate na escola nos primeiros dias? Quem você acha que acabaria enfrentado? Turma da manhã ou da noite? Eu só espero ter uma chance na minha partida.

— Hum... por questões de justiça eu só deveria enfrentar alguém nobre e ou pelo menos alguém com magia de familiar, o que provavelmente na escola inteira deve ser só uns 10% dos alunos, se for para atender as duas condições não deve ter 1% das pessoas na escola com a demanda.

— Mesmo se contarmos os não humanos?

— Bom, a maioria dos que possuem familiares são os não humanos para começar, então provavelmente enfrentaria... Shou-Sho ou Sara Safira.

— Hum? Sara Safira? Ela tem um familiar?

“ Meu nome? ”

Os familiares estavam lado a lado, o cachorro tentava chamar atenção da raposa.

— Bom, ela está sendo chamada como gênio para a idade dela, a irmã dela Yutyssia Safira também é outra pessoa conhecida por ser fora da curva, mas ela é adotada então entre as duas provavelmente seria contra a primeira.

— Entendo... deve ser fácil aprender sobre outras pessoas quando se vive em festas e eventos famosos, né?

“ Não era para ele saber sobre isso se levarmos em conta as dívidas e falência da família dele anos atrás, principalmente quando ele é do ramo secundário e quase nunca a família dele esteve em qualquer evento social. ”

— Se chama “o lado ruim do berço de ouro”, não importa o local sempre vai ser conhecido uma hora ou outra, principalmente nesse último ano com o último salto dos orbes de cristais ajudando as pessoas a conversarem em longas distancias.

— Uau, ainda bem que eu não sou você então, não aguentaria toda essa atenção irritante só por nascer.

— Sinceramente meu problema nunca foi meu nascimento, mas sim as idiotas irmã e mãe.

— Hum? Como assim?

— Legalmente foram divididas por erros dos investimentos da minha família e não gastos exagerados e desnecessários em cosméticos femininos, em empresas de cosméticos claramente incapazes com péssimo histórico, origem duvidosa e entre muitas outras coisas.

— É... você “não” está querendo dizer “nossa família foi a falência por uso irresponsável do dinheiro pelas mulheres”, certo?

— Eu realmente “não” estava dizendo isso.

“ O Valete deve ter tentando comprar ele e falhado. ”

— Entendo, mudando o assunto para algo melhor, quais as matérias você vai fazer meu caro novo amigo? 

— Hum... vejamos...

A raposa claramente estava com nojo do cachorro. Ele desistiu e se escondeu atrás do dono. A dupla observava o cão triste e finge não notar.

 

 

Durante a tarde naquele mesmo dia, os processos do registro foram concluídos, a dupla entrava com seus familiares na sala de aula. Dentro da sala alguns grupos já haviam sido feitos, um dos maiores estava ao redor da Leo, mas quando o par entrou com dois animais os alunos ficaram admirados com os animais e foram em cima deles. A raposa olhava para os alunos levemente irritada.

As pessoas tinham se amontoado na dupla e tentavam pegar os animais, o cachorro estava se divertindo com toda a atenção. A raposa decidiu não passar por problemas e rosnar para eles, enquanto fazia questão de mostrar algumas regiões ainda feridas. As pessoas estavam com um olhar de decepção pela reação dela, mas ninguém estava realmente triste após notarem suas feridas.

— Ei Lucas, vem do meu lado?

— Oi de novo Leo, adoraria, Sol vamos lá? Tem outros lugares lá também.

— Por que eu deveria?

— Tsundere?

— Eu não sou um Tsundere.

— Certo, pessoal me desculpe, mas a aula já vai começar e eu vi o professor chegando, podemos conversar mais e brinca com o... Sol qual o nome dele?

— Ele se chama Brasa.

— Não é meio feminino para um macho?

— Eu não acho.

— Ok, então pessoal podemos voltar para os lugares, depois podemos brincar com o Brasa e a Zazai, embora ela não goste das pessoas em cima.

— Certo.

A sala concordava com suas palavras com um leve desanimo.

— Zazai e Brasa, por favor, não atrapalhem as aulas, ok?

Enquanto a raposa concordava, o cachorro inclinava a cabeça.

— Eu cuido dele.

— Meus alunos parecem ter tudo em ordem, isso é bom. Eles parecem mais comportados vendo de perto... aproposito sou o professor Eiji, quanto a você rapaz do cabelo verde?

O homem atrás deles era meio gordo, era só um pouco mais alto que os dois alunos, tinha um cabelo branco brilhante até os ombros e seus olhos eram azuis.

— Eu sou Lucas, professor Eiji.

— Certo, atenção turma, até segunda ordem temporariamente deixarei Lucas como o responsável da turma, nas próximas semanas vocês irão escolher o representante oficial entenderam?

— Sim professor.

— O que?

— Meus pêsames amigo.

— Muito bem, hoje como primeiro dia, teremos apenas uma apresentação e um papo descontraído, Lucas vai ser o primeiro depois de mim então fique aqui perto.

— Por livre e espontânea preção, tudo bem eu aceitarei a situação.

Enquanto os alunos se sentavam a raposa deu um pulo para cima da mesa atrás da Leo, se enrolou e começou a dormir ali, marcando o lugar como seu.

— Bom como já disse, sou o professor Eiji, vou acompanha-los por 5 anos, então vamos nos dar bem. Já fui um caçador de monstros, mas nunca subi muito lá. Sempre fui o chamado burro de carga, bom, pelo menos não era desprezado pelo meu conhecimento que salvou o grupo várias vezes. Eu sou casado e sim tenho uma filha de 20 anos, pode não parecer, mas tenho 55 anos e essa vai ser a última turma que ensino, e não, não sou da nobreza, minha filha me deu um xampu novo por isso meu cabelo é assim brilhante.

— Velho...

— Parece um ursinho velho...

— Esse cabelo é realmente lindo...

Ignorando os sussurros dos alunos com um belo sorriso ele incentivou Lucas a se apresentar para a turma.

— Bom, meu nome é Lucas, vim duma favela, amigo da Leo, tenho um familiar a Zazai e meu histórico de magia é focado em lutar com dominação da magia, não sou bom em combates físicos e sinceramente, prefiro não lutar. É um prazer conhece-los.

— Ele conhecia Leo? ...

— Tão lindo...

— Onde ele pegou a familiar? ...

Ignorando alguns olhares de ciúme e curiosidade da sala, foi se sentar em seu lugar. Durante as apresentações não era preciso prestar muita atenção pois já sabia os principais pontos da sala na sua cabeça. Apenas 3 deles realmente eram importantes em sua turma.

Um era um homem gato, tinha a mesma altura do professor, seu pelo era dourado, com olhos como ouro, seu pelo era curto e sua cauda longa, tinha um olhar gentil, suas mãos eram humanas e com unhas sem dúvidas mais fortes e maiores quando comparada com humanos.

“ O meu amigo na visão... é estranho olhar para alguém morto pelas minhas mãos no futuro e também meu amigo. ”

— Me chamo Shaa-sho, sou um homem gato dourado, noivo da Shou-sho a filha do chefe da tribo Sho, por isso sinto muito para as mulheres, mas estou indisponível. Sou especializado em combate armado e desarmado e infelizmente, não consigo usar nem mesmo o mais baixo nível da polimorfia, embora minha noiva seja capaz de manter aparência humana completa caso queira.

— Noivo?!

— Como assim?!

— Sério?!

“ Fiel desde o primeiro momento. ”

A reação da sala foi uma surpresa.

— Sim é sério, ela linda, pavio curto, mas o que importa é que tem saúde né? — O gato estava animado falando balançando a cauda como um cachorro. — De toda forma, onde viemos é comum filhos e filhas de chefes se casarem por compromisso, normalmente eu não seria seu noivo, mas aconteceu de eu ser o mais talentoso da tribo, então por questões políticas eu vou ser o noivo dela, mas devo admitir, encher a paciência dela é muito divertido.

As garotas da sala olhavam ele com leve desgosto, enquanto os homens o consideravam inimigo, apenas alguns tinham um certo olhar sem graça. Apenas Lucas e Leo olhavam com olhos diferentes dos demais.

“ Me pergunto como foi nosso dia a dia originalmente. ”

“ Os gatos dourados são conhecidos por uma magia de auto cura durante o dia e não por magias ofensivas e ele é o mais talentoso? Interessante. ”

O próximo a se levantar era conhecido como uma Cria demoníaca, com cabelo roxo longo e seus olhos refletindo todos os 6 elementos, mas incapaz de usar qualquer magia. Estar numa escola de magia não fazia muito sentido, se não fosse seu equipamento e histórico. O rapaz foi conhecido como um gênio em criar instrumentos mágicos e era filho de um grande comerciante. Usava instrumentos dos 6 elementos no corpo todo e uma das raríssimas pessoas com mana Infinita, uma existência duplamente rara.

— Bom dia, Eishin, não uso magia, vim apenas para aprender sobre desenvolvimento dos itens mágicos, isso é tudo.

— Esquisitão...

— Uma cria demoníaca —

Uma lança de chama voou no aluno e uma parede de água o protegeu. Poucos notaram Eishin mexendo o indicador no aluno e o professor fazendo o mesmo para criar a barreira.

— Não farei nada hoje, porque só ia queimar um pouco, mas sem tentar assustar os outros na minha aula e se possível fora dela também. Quanto a você, use o nome da pessoa ou um apelido aceitável por ambos. Entenderam?

— Sim.

“ Nada mal os dois... um anel com uma pedra de rubi no indicador e um controle tão bom... não parece um modelo comum, foi pessoalmente feito ou feito sob medida? ”

— Bom infelizmente tivemos alguns passa tempos, mas... alguém sabe sobre a última aluna? A Iris não apareceu no primeiro dia.

“ ... já sei a resposta. ”

— Sr. Eiji, nós acordamos ela após o almoço e ela tinha falado que iria se arrumar e vir para a sala.

— Ela voltou a dormir por acaso?

“ Os anos dele não foram inúteis. ”

Com isso as apresentações acabaram.



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