Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 1

Capítulo 18 : Quando Começará a Tempestade (3).

No meio do caminho para a cozinha as garotas passam próximo da entrada. Um barulho crescia indo na direção das garotas.

— OI!!!!  

— IRIS!

As garotas viraram para abraçar a garota correndo na direção delas.

— Vamos nos divertir!

— Sim!

— Vamos primeiro deixa ela guardar as coisas, Mirai.

— Isso também!

— Vamo logo então!

— ...

Enquanto as pessoas viam as garotas se cumprimentando, o Rei deu um passo afrente.

— ...eu acho que eu devo está na chuva ainda, né, minha rainha?

— Eu estou lá com você então na chuva.

Chove o amor?

— Num campo de dor.

— Nasceu uma flor.

Podemos parar a cantoria e resolver o motivo verdadeiro do rei e da rinha estarem aqui? Temos apenas a estação das chuvas para resolver isso e Sara vai só chegar com a parte dela no fim do mês.

Helena interrompia o casal irritada.

— Bom, devemos agradecer as meninas depois por cuidarem da princesinha? — disse Matheus. — Façam algum sorvete para hoje ou chocolate.

— Entendido.

Um dos servos saia da sala enquanto um rei cabisbaixo resmungava com sua esposa.

— Ai ai, nem pode mais cantar músicas românticas hoje em dia.

— Bom, durante a época das chuvas, como rei e rainha substituiremos toda a parte do estado e posteriormente faremos uma outra reunião entre os membros para as políticas do ano.

— Representar metade da opinião do pais e ler todos os documentos de todas áreas durante crises nunca é fácil.

— Se não fosse os esforços principalmente da família rosário, talvez esse pais, não, toda a parte esquerda do mundo, poderia estar numa crise sem precedentes.

— Embora seja apenas nesse último ano que realmente estamos bem...

— Os outros membros da família Rosário já estão aqui? Por favor mostrem o caminho para a sala de reuniões.

— Por favor, me sigam quando terminarem, a parte da família Safira do Recardo já foi entregue aos outros.

Um servo entregou uma cópia dos documentos.

— Obrigado, bom vamos ver o qual vai ser ainda a grande tragédia do futuro.

— Normalmente quando vem a grande tragédia...

— É sempre quando falta menos de 10 anos.

— Tem uma chance real desse problema prolongar mais 8 anos?

— Boa dúvida, mas a chance é mínima. — Helena explica.

— Não fala assim vai jogar praga.

— A propósito, só eu acho a Mirai, meio estranha? Como se ela soasse um pouco fora da idade dela? — a rainha ignorava o marido.

— Bom... querendo ou não ela é um gênio autodidata no elemento gelo e gênios sempre tem um parafuso ou outro solto na cabeça... — Matheus coçava o queixo enquanto respondia

— Deve ser o caso.

— Por que todo mundo age como se eu não estivesse por aqui? — uma criança perguntou.

— Rafa meu filho, você está aqui?

— Você não é o único ignorado pela família.

— Karen meu filho, você está aqui?

As duas crianças se olharam, era uma cena do déjà vu, uma nova irmandade estava nascendo. Os dois se olharam, se entendiam agora. Decidiram sair sem responder nada e sem ninguém lembrar da existência deles por praticamente o mês inteiro, eles passaram uma ótima férias.

“ ...eu me sinto um pouco culpado, mas ele parece bem? ”

Os pais compartilhavam o mesmo pensamento.

— ...podem trazer agora o Rubens e lembrem ele não deve se aproximar da Mirai, mantenham a vigilância ou quando a Sara voltar, vai ser um estrago.

Seu último filho estava sendo trazido. O garoto não usava roupa cara mais, sua cara sempre irritada, não conversava direito com os próprios pais e não tolerava ficar na mesma sala da sua irmã. Esse era o atual Rubens, sem seus direitos como membro da realeza, condenado a servir outra família como um servo, mas essa vida começaria apenas no futuro.

— ...seu nome novo provavelmente será decidido ainda esse ano e o do seu irmão Rafa também, não se esqueça disso.

O garoto tinha parado por um momento para ouvir e seguido em frente.

— ...querido...

— Infelizmente, isso não vai ser uma faze curta querida. Aproveite até ele fazer 15, depois... bom vamos procurar alguma boa família para ele servir o resto da vida.

— ...não podemos deixar os nomes intactos? Digo vai acontecer a mudança e tal...

— Bom, poder podemos, mas... — o rei olhava sua esposa triste, enquanto falava calmamente. — ...a foda-se tradição vamos deixar os nomes como estão, essas coisas não precisam ser para sempre, não é mesmo?

— Hum, obrigado — a mulher sorriu com a resposta. — Espero que ele volte um pouco como era antes com isso.

O rei manteve silencio, enquanto voltou a ler os documentos da reunião.

 

 

Durante a noite, as três garotas tinham se juntado para dormir juntas. No meio da noite, Mirai se levanta para tomar água. Durante o caminho da volta ela encontra Iris.

— Água?

— Hum hun.

Enquanto acenava levemente a cabeça uma pequena e sonolenta garota cocava levemente o olhinho para a Mirai.

— Aqui me dá mão eu vou com você.

— Hum... obrigado.

— ...Iris, você sabia onde era cozinha da casa da Yuty?

— Mas é claro que eu... não...

— Esqueceu, né?

— Desculpa...

— Tudo bem, na primeira noite que eu fiquei aqui eu também fui toma água, e acabei perdida, demorou muito até alguém me ajudar, eu realmente tentei achar o caminho sem gritar por ajuda.

— ...brigaram com você?

— Sim, eu só era uma pessoa perdida não precisavam ter feito aquilo.

— ...por que você está mentindo para mim?

A garota sonolenta mal andava direito com os olhos meio fechados enquanto falava naturalmente sem qualquer dúvida.

— ...onde está a mentira?

— Sobre você se perder.

— A, eu já estou aqui a um tempo por isso agora eu —

— Você nunca se perdeu aqui, por que falou para mim essa mentira?

A pequena encarou ela com os olhos ainda meio fechados, seu olhar vermelho foi imperturbável e com um brilho diferente do olhar gentil normal dela, mas não parecia ser algo feito propositalmente.

— ...da onde veio essa intuição? Eu mostrei algo estranho?

— Pessoas frias estão mentindo, pessoas quentes não.

“ Quentes e frias? Isso seria uma forma... ”

— ...Iris, responda com verdade e mentira. Você ficaria péssima de azul, péssima de verde e péssima de roxo.

— Mentira, verdade e mentira.

“ Bateu com minha opinião. ”

— Como era minha mãe e a Yuty para você?

— Quentes.

“ Elas nunca me odiaram. ”

— Meu pai?

— Frio como gelo era bem estranho.

“ É ele tentará matar a família. ”

— E o pai da Yuty?

— Quente, digo morno.

“ Em uma visão ele traiu meu pai, então os sentimentos dele seriam reais? ... ”

— Você sempre foi assim?

— Sim, tem a ver com um dom meu.

— E seria?

— Eu não entendi o que falaram.

— Parecia ruim ou bom?

— Hum... os dois? Eles não sabem e falavam muito.

— E quanto a você, sua opinião?

— Ele é um dom especial?

— Especial...?

— Eu não te entendi o que você quis dizer.

— Qual sua ideia para ser especial?

— Como assim? Especial é especial, né?

— É, mais ou menos.

— Mirai, você tem 6 anos mesmo?

— Sim... eu fiquei fria?

— Não, você não fica fria...

“ Não entendi essa mudança... frio ao quente. ”

— A, mas você fala difícil as vezes para mim, por que você faz isso?

— Eu falo difícil? Mas eu não falo difícil, eu estou mentindo por acaso?

— Não..., mas ainda é difícil entender as vezes.

— Ué? E a Yuty?

— Ela também as vezes. Voltando, quanto a sua mentira?

“ Ela não esqueceu, foi quase. ”

— Eu queria ver a mansão. Só isso eu quero explicar, tudo bem?

— Certo...

— E Iris, evite falar para os outros sobre saber quando eles estão mentindo, ok? Sempre se possível, aliás, eu sou a única ciente disso?

— Mamãe e papai também sabem.

— Mais alguém?

— Não sei.

— Então, não deixe mais ninguém saber disso. Nem mesmo a Yuty. Aliás, você sabe porque as vezes as pessoas mentem?

— ...por quê?

— Porque há mais valor na mentira naquele momento do que na verdade, e isso pode ser bom ou ruim para ambos.

— Eu não tendi.

— Às vezes mentir é melhor que a verdade, deu para entender?

— ...sim, mas mentir não é bom, é muito frio, e até dói as vezes.

— ...então as vezes prometa-me aguentar esse frio da mentira, e eu vou te dar um abraço quente em você, combinado?

— Sim.

— Ótimo.

Ambas tranquilamente foram tomar água e voltaram.

 

 

Em um pais diferente, Safim estava numa cozinha tomando água.

“ ...é normal sentir isso? ... minha mãe parecia normal... nem mesmo na mansão me sentia assim tão observado em um momento assim... ”

A mesa estava vazia, as cadeiras estavam guardadas, a minicozinha estava quase completamente vazia. Ele teria mais alguns dias junto da sua mãe.

Ploft.

“ E parece que alguém vai ter que arrumar uma pilha de documentos amanhã de manhã... ”

Pastas e documentos quase sem fim haviam caído no chão, mas havia mulher tranquilamente dormindo como se fosse um coma profundo. Ela apenas virou o lado do rosto sem nenhum incomodo.

“ Ai ai... pelo menos essa não é a época de chuvas aqui... ”

Olhando para os documentos de relance, Safim notou uma coincidência na maioria, eram sem dúvidas documentos confidenciais. Documentos sobre tráfico, violência, grupos terroristas, revoltas e alguns documentos pareciam precisar traduzir a língua usada antes da leitura, seja lá qual fosse o idioma bizzaro.

“ ..., mas por que ela nunca viu eles em casa? Tudo é dessa região? ... se o documento estava na minha frente, tudo bem ver, não é? ”

Com sua ideia, o garoto principalmente as datas dos documentos, analisando cada um enquanto levemente os reorganizava. Alguns casos foram a 2 anos atrás, outros a apenas 1 mês atrás, as datas eram muito inconstantes.

“ ...eu não era o único achando perigoso estar naquela mansão? ... o pai sabe pelo menos metade do conteúdo daqui? ”

— ...ele não sabe filho...

— A é? Ok, mãe. Quando você virou telepata?

Jogando um documento na cara da mãe sonolenta.

— Ai... é assim que se trata sua mãe?

— Por que não ler eles em casa? Do que falou mesmo no dia da viagem? Algo do tipo “não ter medo do cara por quem seu amor fora revelado ”?

— Definitivamente, eu não disse isso... uma parte desses documentos é exclusivo para conhecimento dos herdeiros, a outra razão é porque são documentos desse local.

— Estamos apenas um pouco a esquerda do centro do continente, mais precisamente duas cidades, como pode haver tantos documentos exclusivos daqui? Existem apenas 100 cidades no mundo inteiro como —

— 100 contando as cidades não humanas e os reinos ainda de pé.

— Vai dormir mulher, já ta tarde.

— ...você pode arrumar para mim?

— ...

A pilha caída era pelo menos do tamanho de duas pessoas de pastas e cadernos.

— ...

Não parecia ter documentos soltos.

— ...eu cuido, mas só vou tirar do chão e colocar um em cima do outro.

— Eu te amo, aliás provavelmente muitos deles misturaram então arrume direito meu querido filho.

“ Só nessas horas também né? ”

O garoto arrumou a pilha durante a noite toda. Quando estava perto do nascer do Sol enfim o trabalho avia terminado.

“ ...a cadeira... não estava guardada? ”

“ É claro, mas eu estou usando ela agora. ”

Ele ficou imóvel, uma voz soava na sua cabeça.

“ ...eu... ouvi algo? ”

“ ...você me ouviu? ”

“ Não foi ilusão... ”

“ Ho ho, carinha, sua cara prova tudo, sem falar sua mente. ”

O corpo dele começou a tremer.

“ Eu estou ficando louco, não é possível”

“ Não, você está bem são, sabia? ”

O corpo dele não dava um passo, e não fazia um único som.

“ Deus, socorro. ”

“ Precisa chama aquele cara não, você nunca vai me ver então relaxa vai. ”

A tremedeira parou enquanto a voz em sua mente continuava

“ Até porque vou considerar como minha culpa, você ter conseguido ouvir a minha voz, ficar parado muito tempo como eu, mesmo um viajante do tempo teria minimamente uma influência no mundo. ”

Não parecia qualquer voz conhecida.

“ Viajante do tempo? ”

“ Te recomendo não falar para ninguém sobre isso sob qualquer hipótese e não tenha medo, eu e você de certa forma, nos conhecemos, boa noite amigo. ”

Na sala, ainda era apenas Safim e a pilha. Nada se mexeu, mas a estranha sensação de algo sair ainda aconteceu.

“ ...eu espero que seja só um sonho, ou pesadelo... ”



Comentários