Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 1

Capítulo 19 : Até a Ignorância, Possui seu Valor.

Numa sala de reuniões, 8 pessoas debatiam e conversavam, 5 pessoas tinham cabelo rosa, membros da família Rosário, uma era Recardo e as outras duas eram o Rei e a Rainha.

— Então, último tópico hoje e enfim liberdade até a Senhorita Sara chegar. Sobre as raças não humanas, temos uma região antiga na cidade, o orçamento já realizado previamente diz que é melhor demolir e fazer do zero. Todos concordam em começarmos algo para essas outras raças mais próximos do cotidiano das pessoas, ou algo contra essa ideia? Por favor, se for negar justifica como sempre.

Uma pessoa com cabelo rosa liderava a discussão sem nenhuma força de vontade para continuar lendo os documentos ou continuar as reuniões.

— O que seria feito?

— Se aprovado, um lugar com um pouco de tudo e muito de nada.

— ...você quer dizer um shopping?

— É isso ae vai ser feito e um terço da região seria habitação.

— ...

Durante o dia todo desde a chegada dos reis as 8 pessoas pensaram, debateram, questionaram, diversos temas e assuntos importantes, assuntos que mudariam provavelmente todo pais, mas neste momento o pensamento era unanime.

“ Que se foda esse trabalho eu quero comer e dormir em paz... ”

— ...unanime? Todos aceitam? Tudo bem?

Todos acenaram positivamente em silencio.

— Terminamos então.

“ ALELUIA! LIBERDADE! ”

A 20 dias, as reuniões aconteciam da manhã a até tarde da noite, levar 5 minutos no ultimo tema pode ser chamado “irresponsabilidade”, mas nesse momento, nenhum deles se importava com isso. Os temas realmente importantes vieram nos primeiros dias e nas primeiras horas. Literalmente os temas menos problemáticos com menos necessidades para mudar foram deixados para o final.

— Que tal todos pela primeira vez comermos juntos o jantar com as crianças? Nesse horário estão sem dúvidas arrumando os pratos.

— Parece uma boa ideia.

 

 

Na mesa, Mirai olhava para direita, olhava para esquerda, olhava para frente, para direita e para esquerda. Com uma mão no queixo sua mente realizava os mais complexos cálculos, ela estava criando uma nova lei para explicar a ordem do mundo. Após exaustivos cálculos, a garota murmurava.

— Agora tudo se encaixa...

“ Por isso o Karen tem aquela ideia estranha. ”

— Mirai, o que se encaixou? — Yutyssia perguntava do seu lado.

— Na sua família é comum casamento entre irmãos ué.

— COFF! COFF! COFF! COMO ASSIM!?

Os adultos da mesa engasgaram com aquela afirmação. Sem nenhuma perturbação a garota se justificou.

— Ué todo mundo tem cabelo rosa e são todos parentes, todos parecem irmãos.

“ Eu to errada? ”

— Mas claro que não é assim, desde quando é comum casamentos entre parentes?

— Da toda uma coisa chata e complicada de problemas do sangue garota, sabia?

— Você achou comum porque todos da família rosário tem um cabelo com o tom cor de rosa? — Matheus perguntava. — Pera, alguém não falou algo estranho?

— É uma “maldição do cabelo rosa” garotinha.

— Maldição? Como assim?

Helena terminando de limpar os lábios após engasgar, olhou para garota e calmamente explicou

— É dito que o fundador da família rosário, lá no passado era um mulherengo do tipo muito grande muito chato. Uma pessoa bem poderosa do passado não gostava disso, segundo ela um homem devia ser para uma única mulher. O fundador era muito mulherengo e chato, a pessoa o amaldiçoou para ficar com cabelo rosa caso se deitasse com alguém sem se desculpar e jurar amor a uma única pessoa.

— Bom, dizem que rolo um suicídio em massa por conta disso, pois as pessoas anteriores foram afetadas. Aliás, esse foi um dos motivos para aceitarem eventualmente os casos de uma noite das pessoas.

— O lado bom é, não funciona com membros do mesmo gênero. Eu duvidava disso, até eu pedir para minha esposa fazer —  

— SÃO CRIANÇAS OLHA A BOCA.

— ...desculpa...

— ...e quem é que já tinha o cabelo rosa dos dois?

— Era eu, o Matheus ficou com cabelo rosa depois.

— ...mas cabelo rosa não é tão incomum assim...

— Como aquele mulherengo do passado criou uma família digna de ter o nome gravado na história e pelo ser ter se arrependido do suicídio em massa, ele reduzia a maldição para os chamados família principal e herdeiros do primeiro e segundo grau.

— E quem é a família principal? A Yuty?

— Ta na minha família o título da família principal, não na Helena.

— O sr. assunto para adultos e seus filhos?

— Meus filhos estão mortos, mas eu tenho minha mulher gravida e o título me pertence se eu tiver um descendente. Do contrário, aí é a família da Yuty.

— Eu... não sabia...

— Tudo bem já fazem uns 10 anos isso.

Depois do jantar, as garotas se organizaram para dormir juntas novamente. Enquanto todas dormiam, Mirai se levantava para continuar estudando a mansão em mais uma caminhada noturna, quando seu mundo começava distorcer e mais uma visão começaria.

Na visão ela sozinha num corredor, ela sabia qual era o corredor. Decidindo confirmar o horário no relógio eram onze horas. Pela janela do corredor, ela via uma pequena chama ao longe.

“ É a primeira vez que vejo o incêndio começar... qual noite estamos? É difícil ainda manter as datas no relógio, não poderia ser mais fácil? A chuva parece mais fraca, então algo por volta do dia 50? A sensação da magia ainda é ruim. ”

Quando começou a visão um grito gigantesco foi ouvido.

— O QUE TA ACONTECENDO O QUE É TODA ESSA MAGIA DE FOGO?!

— ...o pai da Iris?

Ela estava correndo para a voz do Rei.

— QUERIDO?!

— Eu já volto, tenho um mal pressentimento.

A garota e o rei se encontraram na porta do quarto.

— O mal pressentimento... puta que pariu, por que ELA NÃO ESTA COM VOCÊ?

Junto com a pergunta explosões começaram a surgir, a mansão começou a pegar fogo, rapidamente todos os arredores da mansão já estavam encharcados de fogo, para todos os lados.

— Senhor...

— Rei? ...

Algumas partes próximas explodiram e uma explosão veio atrás do rei, bem onde estava a rainha. A fumaça e o escombros não deixavam ver o que estava acontecendo, mas havia um rei e uma criança razoavelmente inteiros na porta.

— ...querida?

Não havia paz para aquele rei.

— ...nenhuma... magia... por traz?

Não havia som para aquele rei.

— ...querida?

Não havia uma rainha para aquele rei.

— ...eu...

A cena borrou e parou.

“ ...somente isso da visão... somente isso... ha, haha, hahaha, hahahaha, somente isso... e eu la precisaria de mais? A morte da Iris basta. Só com a morte dela na roseira, o incêndio começa. ”

A garota tinha saído da visão aquilo era tudo que ela tinha para ver naquela visão, ela não veria mais se ficasse.

“...Iris é o suficiente para o incêndio e o rei poderia matar meu pai... pode mesmo? Se ele quis matar a minha mãe, ele já não contava com o rei? Não, talvez com o rei indo, ele consegue matar os dois ou colocar os dois para se matarem. Digo, ele mentiu por anos para tudo isso, até teve filhos com uma pessoa só para conseguir alguma coisa... ”

A garota sentiu duas mãos segurando ela, na direita Yutyssia e do outro Iris.

“ ...essa mania delas... como alguém aprende a dormir segurando as roupas dos outros? ”

Ela estava sorrindo com a cena.

“ Ele decidiu matar a Iris para me arrastar? Se eu me separar delas, elas são mortas para ele me prender? Mas o que eu faço então? Não quero envolve-las... mamãe...? Mamãe! Ele precisa começar tudo só depois dela chegar então eu... eu tenho que fazer antes dela chegar... não vai dar... será que posso cuidar de mentir para as duas para elas ficarem sempre longe do meu pai? ”

Ela coçava a cabeça com a mão.

“ Eu já sei onde começou o incêndio, o que posso fazer? A Iris vai perceber qualquer mentira... vou ter que... como eu vou? Ele já matou nós três juntas da mamãe então...? Morrer com algum tipo de acordo? Eu deveria me deixar ser morta? Ou eu tento... ”

— ...hum... frio...

— ...

Enquanto a princesinha aos poucos acordava, a garota acalmava sua mente.

— ...hum... Mirai? O que aconteceu?

— ...Iris... eu tive um pesadelo?

— Por que você me pergunta?

— Iris, eu vou tomar uma agua ok?

— ...ok...

— Obrigado, eu vou voltar normal... provavelmente. Aqui meu pedido de desculpas.

Beijando a testa da garota.

“ ...Mirai está bem? ”

Yutyssia fingia dormir enquanto ouvia as duas.

— Sabe eu amo a Yuty e você Iris, mas acima de tudo, eu e minha Mãe. Então obrigado por me ajudar quando precisei.

“ ...realmente? Por que então... ”

— ...bom... eu vou roubar seu lugar do lado da Yuty então, vai lá beber água.

— Bom... ok?

“ ...eu sou realmente importante? ”

 

 

A garota tinha se levantando e saído para tomar água e respirar, mas sua mente não parava em nenhum momento. Ela imaginava como foi a cena, como foi a roseira se enrolar na sua amiga.

“ Esse corredor sempre foi tão longo? ”

Ela conseguia imaginar os gritos da amiga.

“ Falta muito ainda? ”

Ela podia imaginar a roseira sugando o sangue dela.

“ Que horas são mesmo? Deixa ver no relógio, 11:23 quem diria. ”

A roseira se incendiando e queimando-a.

“ Que dia é hoje mesmo? Vamos ver, hoje é 29 do mês 5. ”

Ela podia imaginar ela gritando por socorro para o próprio pai ou mãe.

“ Dia 29, 11:23. ”

Ela podia ouvir na cabeça dela, a agonia.

“ Dia 29, 11:23. ”

Ela podia lembrar da morte dela e entender o que ela provavelmente sentiria.

“ Dia 29, 11:23. ”

Ela percebeu um engano.

“ Dia 29... 11:23. ”

Ela não queria corrigir o erro.

“ Dia 29... 11:23. ”

Mas ela não pode evitar, ela sabia que os gritos poderiam ser de socorro para ela e não os pais dela primeiro.

“ ...11:24... ”

O corredor estava congelando aos poucos, começou por onde estava os passos dela. Mas a nevoa logo se desfez.

“ ...é ineficiente usar gelo ou água. Meu professor que me perdoe, espero que mamãe não descubra e nem meu irmão, acima de tudo... espero que ele esteja dormindo ou vai ser muito fácil ele me matar primeiro hoje.

Dentro da garota algo mudou tanto em seu corpo como em sua mente, enquanto isso um estranho quadro parecia rir com essa mudança.



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