Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 17 : Enfim Quase na Escola

Dia 70 do mês 4 de 186, Reino Magnik.

O navio havia chegado no porto. A cidade era cercada por uma cadeia de montanhas para todos os lados. A cidade se expandia até o pé de cada uma das montanhas e ameaçava começar a subir elas.

Sua arquitetura era uma mistura do antigo e do novo e com dois locais em destaque. Um com o muro extremamente alto e coberto por uma cúpula, aquele era o castelo do reino onde viveu a realeza da cidade.

A segunda era uma região enorme igualmente cercada por um muro, mas este não estava escondendo o outro lado, havia prédios de 4 andares, algo fora do padrão num pais humano onde a arquitetura era principalmente subterrânea. Aquela era a escola de Magnik.

Quando o navio enfim parou no porto um problema começou. As mães e os pais estavam com dificuldades para sair do porto, seus filhos estavam assustados olhando para alguns prédios da cidade com 7 andares próximos do porto e tremendo. Entre esses grupos um deles possuía duas garotas agarrando o braço duma outra garota e um garoto agarrando o braço duma garota com cabelo rosa idêntico a ele.

— A primeira vez vendo um prédio desses é realmente assustadora, né?

— Pelos menos não estão chorando como as crianças do outro lado.

— Mãe e tia, eu não estou com medo, estou tremendo porque tem três pessoas me agarrando e tremendo.

“ Como se eu fosse ter medo dum prédio depois dos meus futuros... ”

— De certa forma você me surpreende e Iris, você realmente precisa fingir estar com tanto medo?

— Mas eu estou com medo e se aquilo cair em mim mãe?

— Yuty...

— Alias onde está aquele idiota?

— BEM VINDOS FAMÍLIA!

— Essa voz...

O grupo se virou para a origem do grito. Era um garoto, em cima de algum carro enorme visto em desfiles, com os braços abertos, ele tinha um cabelo azul safira curto, com seus olhos azuis como cristais.

— MINHA ADORÁVEL FAMILIA SAFIRA, E ADORÁVEL FAMILIA RUBI! SEJAM BEM VINDOS!

— Eu não conheço ele — os irmãos adotados murmuravam.

— MEU LINDO FILHO!

— MINHA LINDA MÃE!

— Eu não posso ter paz... há, há, há...

— Minha mãe entro em pânico.

A rainha estava com um sorriso, e olhos vazio, com uma mão na testa.

— Pelo menos eles quebraram a tenção de vocês.

— VAMOS PARA O HOTEL PESSOAL, ESTAMOS NO QUARTO MAIS ALTO DAQUELE DE 7 ANDARES!

Safim fez um gesto de coração para sua irmã Mirai.

— Filha da puta.

As duas garotas apertaram os braços da Mirai, e Karen se aproximou ainda mais da sua irmã Yutyssia.

— E se o prédio cair com a gente dentro? — Yutyssia perguntava com lagrimas se formando.

— Eu do um jeito para voar com vocês nesse caso.

—Se aguenta três pessoas?

— Eu vou aguentar, Karen por favor se recomponha o suficiente para me ajudar eu acredito em você.

— Farei meu melhor, mas se eu falhar e você me salvar eu te devolvo o que tirei de você do jogo de cartas.

— Karen fique traumatizado e incapaz de fazer algo, eu tenho que te salva do prédio e derrubar o prédio com nos dentro dele para garantir meu dinheiro novamente, mas não sei como... tudo para meus doces.

— Filha, se tem alguns problemas com doces.

— Se fosse só isso os problemas da sua filha isso seria bom.

Enquanto conversavam, Safim enfim chegou perto do grupo e desceu do carro, com um sorriso no rosto ainda.

— Sejam bem-vindos, agora como alguém normal. Agora falando sério nós vamos para o 4° andar do prédio e não o 7°, algumas aulas serão no 4° andar da escola então é bom já se prepararem, fiquei sabendo de vários casos onde algumas pessoas chegam a chorar por estar no 4 andar pela primeira vez.

— Embora eu entenda o medo do prédio enorme do lado de fora, mas do lado de dentro? Tipo, não é estranho?

— Se você estiver na altura do prédio enquanto usa magia as pessoas nem piscam, mas quando não utiliza magia, a pessoa se torna muito mais ciente da altura e isso deixa muitas pessoas inseguras. A e isso é duplamente verdade quando se está numa janela, sabia?

— E aos medrosos, vocês esqueceram quem paga as contas? Vocês não trabalham ainda e eu não deixaria esse idiota do meu filho cuidar da reserva do hotel.

“ Bom ponto mãe, mas só legalmente. ”

— De toda forma, de todo jeito, amanhã será um bom dia para passar na escola, vamos descansar por hoje e passear com eu guiando vocês enquanto eu me gabo do meu conhecimento local.

— Você não fez amigos?

— Eu fiz irmã.

— Onde eles estão?

— Eles também têm família e nós marcamos para nos encontrar em um restaurante hoje à noite, então vamos primeiro descer a bagagem?

— Amanhã não vai estar cheia a escola? Não é melhor ir hoje ver as turmas?

— Bom se fosse necessário procurar a sua turma, sim, mas eu já sei onde estão, logo só precisam ir direto para o dormitório com suas coisas e no máximo lidar com as matérias extras.

— Mas a aula começa no dia 10, então podem ir com calma crianças.

— E pensem bem nas escolhas.

— Escolhas a parte, qual as nossas turmas?

— Mirai noturno, Iris tarde e o resto manhã.

— O QUE?! — as garotas estavam chocadas enquanto Mirai sorria secamente já sabendo das coisas.

— Você era da turma da tarde né? — Karen perguntava mais calmo agora.

— Exato, elas estão bem?

As duas garotas estavam com a boca aberta como estatuas quebradas.

— Tudo bem, tudo bem, vai estar tudo bem.

— Como vamos nos ver? Os prédios são separados não eram?

— Eu até consigo ver a Iris, mas você provavelmente vai estar dormindo durante o dia, não é?

— Sara, você não fez nada para impedir isso?

— Eu que pergunto a você, eu não conseguiria fazer nada, nesse caso em especifico, minha influência é no nosso reino fora dele não sou tão livre assim.

— O drama delas vai durar um bom tempo...

O garoto tinha se afastado do trio.

— Então vamos joga as três no banco de traz juntas e ir logo para o hotel descer as malas.

— Espero bom o passeio.

— Não esqueçam, vamos para um jantar a tarde.

 

 

Em um restaurante reservado, diversas famílias se reuniam. Todas eram famílias com alunos entrando naquele ano e iam desde pessoas ricas, não humanos a algumas famílias com bolsistas da escola. O restaurante tinha uma seção a parte para jogos e um local para self-service para bebidas.

Enquanto as pessoas comiam e se divertiam durante a festa, um grupo se fechava numa mesa de cartas isolada diferente das demais. Haviam veteranos da escola, novatos, humanos e não humanos, alguns eram irmãos ou irmãs, outros não conheciam realmente ninguém da mesa, mas todas tinham algo em comum, todos eram do período noturno e sabiam disso um dos outros.

— Bom permita-me me apresentar a todos, agora que finalmente estamos em paz. Eu sou o veterano do 5° ano de vocês, membro da família Jade, Luiz. Não se preocupem com as conversas, as pessoas de longe da mesa não tem como saber sobre nossa conversa, enquanto vocês mantiverem o jogo como fachada pelo menos.

O rapaz possuía 15 anos, seu cabelo e olho era verde como pedra jade, vestia uma roupa justa, sua pele lembrava chocolate e o cabelo estava em um rabo de cavalo. Ele embaralhava e distribuía as cartas como um bom dealer de poker, as apostas eram fichas sem valor desta vez. Ao seu lado uma outra pessoa com 10 anos, um garoto idêntico a ele em tudo, mas seus olhos eram azuis.

— Ao meu lado, temos o meu irmãozinho, Leo Jade. Ele junto da dama ali, Mirai Safira, serão o assunto dessa noite.

Terminando de distribuir as cartas ele vira 3 cartas na mesa, as três são Valetes, a as apostas aconteciam em silencio enquanto fala.

— A terceira pessoa é Hana Onix, ela ainda não está presente como notaram, mas aparentemente só a conheceremos dentro do prédio então não esperem por ela.

A quarta carta da mesa mostrada é o último Valete do baralho.

— Como todos devem imaginar o responsável por tudo, resumirei as coisas. Esses três devem passar os 5 anos com seu gênero trocado e todos incluindo professores do nosso lado, colaborarão para manter essas identidades.

A última carta revelada um Ás de Copas.

— Segundo o Valete, os três são praticamente Ás de Copas da sua família, isso não garante falhas e dependendo dos problemas precisaremos matar até mesmo quem descobrir, então vamos trabalhar direito.  

Mirai havia ganhado a rodada com uma trinca de Ás com Espadas e Ouros na sua mão. Uma nova rodada começava rapidamente e ela olhava para o irmão do dealer.

“ É a minha primeira vez vendo ele... quem diria ele tenta imitar o irmão mais velho como um ídolo. ”

— Quando estiverem separados das suas turmas por favor se lembrem das pessoas aqui hoje, não só as dessa mesa.

As cartas eram um Rei uma Dama e um Valete todos de Paus.

— Essas pessoas em especifico não poderão ser mortas caso aconteça algum problema e para conter elas, é necessário um duplo cuidado também. Alguns aqui podem tomar posturas muito ativas, talvez até mesmo matar caso machuquem sua família.

A carta revelada era um coringa vermelho.

— Aproposito, espero poder ver todos aqui trabalhando lado a lado amigavelmente. Se precisarem saber alguma coisa por favor encontrem seus veteranos nos dormitórios, alguns precisam manter algumas posturas peculiares em público, mas quando não estiverem fora, todos devem mutuamente se ajudarem.

A última carta revelada foi um rei de Copas.

— Lembre-se, todos aqui estão para trabalhar juntos, mas não temos nessa mesa todas as pessoas de todos os grupos daqui da cidade. Alguns grupos foram encontrados e talvez seja preciso tomarmos algumas medidas públicas em breve.

Os dois reis restantes foram jogados em cima da mesa por uma garota ao lado da Mirai, ela alegremente puxava as fichas da mesa comemorando sua vitória.

— A e eu não estou trapaceando nos jogos, sigo uma filosofia extremamente neutra na distribuição das cartas, então por favor parem com os olhos sérios... vamos todos nos divertir nessa mesa com esses jogos.

O rapaz sorria para todos, se preparando para as próximas rodadas.

— Como comemoração por estarem aqui hoje, vamos colocar uma regra divertida, o primeiro lugar recebera as suas fichas em dinheiro por mim no final do jogo.

Todas as pessoas da mesa mudaram a sua postura. Algumas colocaram a mão na frente da boca. Mirai era a única levantando a sobrancelha sem entender nada.

— Espero ver um jogo muito divertido aqui, mas por favor prestem atenção também nos recados, ok?

Mirai olhava para a direção da sua família, estava entediada daquela mesa.

“ Como esta minha família? Eles estão se divertindo bastante até, a Yuty conversando com as pessoas, o Karen e o Safim conversando, a Iris causando um incêndio... QUE?! ”

A garota se levantou e correu na direção da amiga.

— IRIS!

— DESCULPA!

Enquanto conjurava uma nevoa gelada na direção do incêndio. As pessoas perto da cena começaram a correr dali percebendo somente agora o incêndio, menos Yutyssia indo até a incendiaria e a tirando dali.

— IRIS!

— EU NÃO QUERIA CAUSA O ICENDIO!

A rainha estava com a mão nos olhos tentando sumir tendo enfim notado a situação, Sara ria da cena sem se preocupar com o caos do mini incêndio, ela claramente podia ter evitado todo o incêndio e não quis intervir.

— SEMPRE SOUBE!  AMIGA DA MINHA IRMA ERA PIROMANIACA!

— EU SÓ QUERIA COZINHAR SAFIM!

Enquanto a os pais cuidavam de seus filhos assustado, algumas pessoas davam risada da cena onde alguém conseguiu causar um incêndio cozinhando em restaurante. A equipe do restaurante tentava se desculpar com o que ocorreu. Enfim próximo a garota, Mirai olha para Iris e segura suas mãos.

— Você se queimou em algum lugar?

Em algum momento as chamas do local desapareceram absorvidas pelas mãos da pequena garota.

— Eu estou bem... desculpa pelo incêndio, não achei que era possível causar um enquanto cozinhava...

Mirai e Yutyssia trocaram um olhar e com um acenando a cabeça juntas cada uma puxou uma das bochechas da garota.

— COMO VOCÊ FOI TAO DESASTRADA?!

— IXO MAXUXA MINHAS BUXEXAS!

— NUNCA MAIS COZINHE EM UM RESTAURANTE!

— XIM! AGOXA XOLTA! — as garotas soltaram a bochecha dela, lagrimas saiam da Iris. — ... ta doendo...

As amigas estavam um pouco tristes por ela parecer machucada, mas mantinham uma postura firme. Alguns locais do restaurante ficaram pretos, a mesa queimou completamente e a conta aumentou para naquela noite para Sara, a única pessoa rindo do incêndio.



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