Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 14 : Os que não Podem Interagir

Uma floresta estava chamas, animais em chamas corriam desesperados, arvores centenárias estavam levando as chamas para o céu e caindo. Tudo parecia morrer em agonia na floresta, tudo menos uma mulher.

Ela tinha orelhas de raposa no topo da cabeça, o lado direito do seu cabelo era preto e liso, enquanto o lado esquerdo branco e trançado, seus olhos pareciam brilhar mesmo no incêndio como o ouro e tinha 3 caudas servindo como uma espécie de sofá para acomoda-la para ver a cena.

Um animal corria em sua direção e a mulher calmamente olhava ainda para o incêndio sem se mexer. O animal correndo em sua direção tinha passado por ela, como se não existisse desde o começo.

Uma das arvores caiu em cima da mulher. Sem nenhuma pressa se levantou e saiu de dentro da arvora, apenas para sentar novamente em suas próprias caudas novamente como um sofá e ver a cena.

— Você parece a responsável pelo incêndio se os outros te vissem raposa... não se cansa de ver sempre a mesma coisa? Sempre esse mesmo dia em toda linha do tempo? ... Zazai, qual a graça de ver o dia que você começou a buscar poder?

Uma aberração vagamente semelhante a um corvo se aproximado e se transformou em uma garota, com um simples cabelo preto, olhos vermelhos e pequena.

— Brian? Você me chamando pelo nome? Quem diria... bom eu apenas quis ter certeza se as coisas poderiam ser diferentes.

— Mesmo vendo 1 000 pessoas fazendo 1+1 mil vezes, sempre será 2 a reposta... embora dessa vez em especifico, poderia ser diferente.

— Esse dia não pode ser evitado por ela, mas eu tenho dúvidas... não sou um caso como o Safim onde 100% das vezes ao sobreviver do incêndio da família Rosário, acaba virando um viajante do tempo eventualmente. Eu sei das várias vezes que “eu morri” no meio do caminho.

— Eu primeiro me pergunto se a guerra mundial poderia ser evitada, digo faltam anos e ainda tem as pessoas em contato com a garota, mas estou mais curiosa com o substituto da guerra caso ela fosse realmente evitada.

Enquanto as duas conversavam abruptamente todas as chamas da floresta desapareceram, sem deixar nenhum vestígio, até o fogo dos animais sumiu. O desespero dos animais, as cinzas dos mortos e das arvores queimadas, tudo parecia uma imensa ilusão como se nunca um incêndio tivesse começado. A floresta queimou por horas, mas estava fria em um único segundo.

— Ainda me impressiono com as habilidades dela, mesmo sendo uma mortal, esse nível de controle é inacreditável. Eu quase tenho vontade de conversar com ela, quase, realmente, quase.

— Brian, se você em especifico fosse capaz de perdoar os incêndios, eu mesma te enfrentaria por toda eternidade, mas você não caiu tanto.

— Sou como diz, uma genocida e uma carniceira, então por favor, não me confunda com piromaníaco, isso é repulsivo.

Uma mulher ciclope saia do meio da floresta, ela arrastava um cadáver, algo que um dia foi algo bípede, a mulher tinha 3 braços e um pedaço do braço arrancado, seu único olho era vermelho e estava com a pele cicatrizada pelas próprias chamas em toda parte.

— Sinceramente... por que tantos idiotas se reúnem? Está tudo atrasado desde a morte do Recardo e do Matheus, sem falar o maldito do Valete... sério, quantos problemas...

— ... Zazai, e se ajudarmos a Mirai a caça-los e mata-los?

As orelhas da raposa se levantaram e viram para a corvo.

— O plano é simples, encontre a “você” e eu encontro a “eu”, Safim fala com o “Safim”, então, não seria impossível fazermos o mesmo? Bom seu caso em especifico talvez de mais trabalho, mas o meu seria bem fácil.

— ... vou até a minha versão, mas não posso garantir... ou talvez seja fácil... Brian, precisamos respeitar o acordo dos viajantes? Digo essa linha do tempo já se provou isolada de todas as outras, então—

— Sim, no meu ponto de vista tudo bem, essa linha em particular é difícil mexer, mas não é impossível interferir.

— Estou ansiosa, para ver o futuro.

— Mesmo sem uma guerra, como será o lindo caos do final?

— ... maldita maluca, pior é eu estar muito do seu lado agora.

 

 

Mirai lembrava de ir dormir, mas por alguma razão estava numa floresta. Um corvo era tudo além dela na floresta. Foi desconfortável, sem o vento batendo nas folhas poderia jurar que o tempo estava parado dentro do sonho, mas o pior era o animal. Tinha um par de asas, um par de pernas, um par de olhos e seu único ponto estranho foram os olhos vermelhos como sangue, mas parecia fora do lugar.

O corvo trazia desconforto, como se olhasse cada parte da sua carne, avaliando cada gesto dela. Ele vira a cabeça e estende a asa como se indicando um caminho. Foi uma breve olhada, mas o corvo tinha desaparecido completamente da sua vista.

“ ... eu vou seguir o caminho do corvo ou ignoro? ”

A floresta era completamente vazia. Com relutância seguiu o caminho indicado.

“ Não é como se eu tivesse muita opção... aquele corvo, era um familiar? ”

O sonho era muito simples e muito estranho, era impossível usar qualquer magia ou controlar aquele ambiente e não havia qualquer magia no ambiente. Eventualmente encontrou o corvo novamente em cima duma raposa.  Era uma mistura do branco e do preto, parecia queimada e curada em vários locais. Dormia claramente desconfortada com algo.

— Procure isso, isso será leal, e eu vou te procurar eventualmente.

— ... então isso realmente é magia dos sonhos. Ela era considerada uma magia das sombras quase impraticável até onde me lembro, sua raça é um não humano corvo?

— Errado. Eu sou um corvo, a raposa é uma raposa, e você é uma humana. Não mudei nada disso, agora minha pergunta, vai procurar a raposa?

— ... posso saber por que?

A raposa tinha se desfeito com uma brisa, o corvo foi até uma arvore.

— Uma guerra deve acontecer entre uns 15 a 20 anos se, e somente se, tudo continuar no ritmo atual das coisas.

— Uma guerra?

“ Sim eu sei disso, mas como isso sabe disso? ”

— A guerra pode ser adiada ou até evita com você na sua escola, mas cuidado com quem vai falar da guerra, muitos podem não acreditar quando falar sobre mim. Bom, “eu” disse isso para mim.

— ... eu vou falar sobre o futuro? Ao meu critério então? Tipo se quisesse espalhar para o mundo podia?

— Sim, mas recomendo não fazer. “Os humanos querem paz segundo uma profeta ter dito como seria uma guerra” te antecipo, normalmente as pessoas não aceitam paz por interesses assim.

“ Ela não é a responsável pelas minhas visões provavelmente... e por que disse ‘eu’ duas vezes agora a pouco? ”

— Cidades como Magnik passam muitos problemas lidando com radicais por baixo dos panos.

— Se for assim, as notícias serão manipuladas e o Valete não faria um trabalho mal feito...

— O Valete eim... é o Valete tecnicamente sim, mas também não, no lado dos não humanos ainda é fraco, mas nunca se incomodou com não humanos, não mais do que o preciso. Aliás o poder dele na escola é entorno da metade a outra metade da escola não está no controle dele, ele perdeu uma boa parte desse poder por ter “relaxado muito. ”

— Relaxou muito?

— Por conta das informações do presente do seu teste, o Medalhão da Imperatriz das Sombras para ser preciso.

— Mas eu entreguei a pouco tempo? E qual foi o outro motivo?

— Eu disse: “o Medalhão da Imperatriz das Sombras” qual a dificuldade?

— ... e ele faz?

— Te faz a Imperatriz das Sombras.

— Puta merda... qual a vantagem da Imperatriz das Sombras? Ou vai me falar algo do tipo “ não posso responder por eu ser fraca ”?

— Poder quase “infinito e invencível” além da “imortalidade absoluta” durante a noite enquanto o portador não for visível pelo Sol.

O rosto de deboche da garota quebrou. Falando da forma mais educada possível continuo seu questionário.

— ... quais as condições para isso ativar?

— Ser mulher, magia das sombras, uma maldição poderosa e loucura.

— “Loucura”?

— Sim, as pessoas sãs não podem extrair seu poder, é preciso ter alguma loucura, o medalhão vai apenas ajudar enquanto for para a sua loucura, tipo um fanatismo, um desejo muito intenso sabe? Essas coisas.

— Como exatamente ele foi criado?

— Sempre existiu. Sua dúvida não faz sentido, sabia? Pense em algo como um Deus. Deus existe, mas nada e nem ninguém criou Deus, ao mesmo tempo Deus criou o homem e o homem fez um conceito de Deus. O medalhão é como um princípio inicial das sombras ele deu origem a toda essa magia e só possui um defeito.

— Qual?

— Não é possível ascender sua existência através dele. Estou ficando com pouca magia pode ser breve em suas dúvidas agora?

— Tá... você volta algum dia? 

— Sim, na próxima vez quando o reino dos vivos e o mundo dos sonhos ficar mais próximo e nós tivermos mana.

— Então... pode falar da raposa? Aquela ferida.

— Verdade, tinha ela.

“ Cérebro de passarinho. ”

— Ache-a em Magnik. É só isso. Mais alguma dúvida?

A garota tinha uma mão no rosto e suspira ao responder o corvo.

— Por hoje não.

— Ótimo, aliás, sobre os assassinos do grupo do seu pai fazia parte, persiga eles e mate todos, até o último. Eles são os principais motivos da guerra e o motivo da nossa aliança garota.

— ... alguma coisa sobre eles?

— Por hora nada, mas se por acaso se encontrar com a ciclope do grupo, eu mesma e a raposa cuidaremos dela, ajude se precisarmos, mas deixe-a para nós. 

— Certo... tem como me ensinar magia de familiar? Digo se eu quiser andar com uma raposa e um corvo por aí no meio da cidade vou precisar disso.

— Relaxe, a raposa está colocando isso na sua mente.

— Na minha mente?

— A raposa não confia em mim para colocar conhecimento diretamente na cabeça das pessoas.

— ... eu realmente nem sei por onde começar a falar.

— Deixa que eu resumo — a mesma raposa ferida se aproximava. — Segui meus conselhos e ignorar os dela, resumido.

— Raposa idiota.

— Cala boca corvo.

— Vai ser maravilhoso quando convivermos juntos...

— Esse corvo é carniceiro, não confie cegamente nela.

— Posso saber sobre suas reais raças? Animais normais e até mesmos monstros não deveria fazer tudo isso, principalmente falar.

— Nós? Só podemos falar aqui, quanto a raça nós somos normais, mas encontramos nossas versões viajantes do tempo.

— Isso explica algumas coisas, mas não era mais fácil eles virem até mim pessoalmente?

— Infelizmente não seria possível, todos tentaram e falharam, mas graças ao cabeça de pássaro ali, nós conseguimos burlar o problema.

— Para ser preciso, estamos apenas ensinando nossas versões daqui e elas estão cuidando da comunicação, por isso temos um tempo muito limitado para falar.

— E se —

— Se nós pudéssemos cuidar da magia por nós mesmas, nosso tempo aqui seria infinito, pois não existe limite na nossa mana. Somos como Deus.

A raposa observa os dois animais cansados prestes a dormir.

— Mirai, cuidado. Nos nossos contratos, apenas o meu será compatível.

— Bom eu pensei em entregar o corvo para Yuty.

— Seria interessante.

— Seria o fim do mundo isso sim — ignorando o corvo a raposa continua falando. — Ter um familiar incompatível gera um peso enorme na mana.

— Treine magia de sangue, isso vai aliviar um pouco o meu fardo, aliás meu nome é Brian, use-o no contrato.

— Quando fizer o meu use o nome Zazai.

Zazai acena com sua cabeça antes da resposta. Os olhos da garota ficam pesados e se fecham. Quando abriu novamente estava em sua cama faltando alguns minutos para o horário normal para acordar.

“ Ok... se eu tivesse feito aquele bingo da imprevisibilidade com a minha professora, eu nunca na minha vida esperaria marcar ‘ fazer o contrato com dois seres inexplicáveis se denominando como viajantes do tempo. ’ Existe como alguém me explicar minha vida para eu entender como as coisas chegaram até aqui? ”



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