Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 11 : Existem poucos Problemas (2)

O toco da lança estava afundado no chão, seu brilho lentamente parecia crescer e corroer o chão.

“ Isso é a magia sendo liberada aos poucos? Quanta mana há nisso? ”

Após exibir suas armas as guardou, apenas segurava uma única lança curta com a mão direita. Usou a mão esquerda para convidar seu adversário.

“ Eu vou puxar um martelo para lutar quando ele se aproximar? ”

— Não gosta da ideia duma luta próxima agora... vai me tratar como uma toupeira com um martelo?

— Talvez, se largar essa missanga posso acabar tudo mais rápido.

“ ... é cada vez mais desconfortante ver a luta. ”

O cego se abaixou numa posição para atacar, ainda mantendo a mão espalmada com a miçanga. Seus músculos expandiram, os pelos arrepiaram, pela primeira vez mostrava uma aparecia animal. Dentes afiados estavam a mostra e um rosnado selvagem ecoava da sua garganta.

“ Ele pode ‘ ver ’ a arma, mas não a luz. Ou isso vai crescer até alcança-lo ou eu vou tirar algum truque da manga ainda. ”

A besta pulou em sua direção, o chão foi arrancado e um buraco largado para traz. A garota não conseguiu entender os acontecimentos. Ela não tinha se defendido. O pescoço foi perfurado, mas não atravessado.

— A pratica comparado a teoria, é realmente muito mais difícil.

Só então percebeu, a lança curta cortou a missanga. O braço inteiro foi congelado foi congelado logo em sequência, mas ela não finalizou ele a tempo. Foi um longo salto dele para traz. Ela criou uma gargantilha com gelo para parar o sangue do pescoço.

— Essa velocidade para magia... nem faz sentido.

O pelo da fera brilhava ainda mais, era como ouro naquele momento. O brilho mais o reflexo do Sol faziam qualquer um ficar cego. A mulher calmamente olhava diretamente para ele, seus olhos brilhavam com uma lente negra dentro. Ele tinha tirado outra missanga.

— Sua espécie é realmente chata. O movimento final é brilhar intensamente, serio isso era para ser um momento épico?

— Bom, eu preciso duma vantagem não importa como, mas usar lentes para se proteger também conta como uma sabia?

“ O gelo das armas cria feridas incuráveis capazes de crescer sozinhas, mas a minha magia congelando ele não fez isso. Eu disse que era minha magia criando as armas, não disse? Então... eu estou confusa, é uma questão do tempo usado para criar? ”

Uma cúpula feita por pura luz cercava os dois, um dourado cegante para todo lado. Pela primeira vez, Mirai levantou as sobrancelhas no combate em preocupação. Não era possível dizer onde estava seu adversário.

— Isso é preocupante...

— Você não é a única com armas reservas.

“ Eu adoraria entender como um pedaço com pedras vermelhas é o suficiente para atrapalhar a maior parte da minha magia isso sim. ”

Havia uma leve nevoa no chão, isso foi feito nos poucos segundos livre das suas restrições mais a arma enterrada. Infelizmente seu oponente estava em algum lugar pisando em luz e não no chão, seria impossível usar isso a seu favor. Todo o ambiente era muito denso em magia para seus sentidos poderem encontra-lo.

— Esse vai ser provavelmente o último golpe.

— Normalmente, as coisas não são assim quando as pessoas falam isso.

Da cúpula pontas foram formadas em todos os locais.

— Considero difícil nesse caso.

— Essa é a segunda vez sua azarando seu golpe final.

A cúpula encolheu como uma dama de ferro para furar ela. Fora da cúpula, estava o homem. Com a orelha na direção do centro da armadilha.

— ... não ouço o sangue.

Estava no meio do ar parado, a garota observava o suposto golpe que a mataria imperturbavelmente, sem entender as ações da sua outra versão ainda.

A dama de ferro foi congelada.

— Sua visão depende da capacidade para sentir mana — falava e jogava uma adaga branca através da cúpula no peito do homem. — Em outras palavras, sua habilidade enche o ambiente com luz e ironicamente o deixa cego por perturbar seus próprios sentidos.

A lamina estava presa no meio do peito. O corpo começava a congelar, sua plataforma se desfez. Sua versão adulta se aproximava com uma última arma, luvas azuis com garras nas pontas.

— Como... congelou luz?

O gelo se espalhava congelando o corpo aos poucos como uma maldição.

— Congelei a mana da luz, não a luz em si.

A cena ficou estática.

“ Vou considerar tudo isso como 20 anos no futuro ou mais, talvez eu apenas pareça jovem e seja muito mais velha. ”

Seus olhos se voltaram para seu suposto amigo cego.

“ ... cego e mesmo assim lutando. Curioso, mas... no fim é só mais uma dor de cabeça para mim. ”

Ela voltou a cena para quando o combate começaria. Estava focada nas suas costas naquele momento, então ficou cara a cara com seu eu futuro. Era um rosto confuso, uma mistura da raiva com aquele corpo empalando em luz agora pouco, com a tristeza da breve conversa.

“ No fim, esse cara foi um grande amigo. ”

O rosto do cego era visível daquela posição. Um leve sorriso sem graça, a venda levemente molhada com as lagrimas e o toque nas suas costas com a mão.

“ O pelo foi bem cuidado e macio... para uma pessoa no submundo, precisava desse cuidado todo? ”

Seus olhos não saiam do momento. Se não fosse empurrada nuca daria o terceiro passo, mas ele a fez terminar o passo.

“ Não consigo entender completamente essa cena, mas uma coisa é certa. Esse filho da puta, podia só ter ficado parado ou ter ido embora. Eu não teria seguido ele...”

Fechava seus olhos devagar seu mundo sumiria ao fechar os olhos, estava sem vontade para aprender algo lá dessa vez.

“ ... ele estava cansado, não é? ”

Os olhos fecharam. Já não existia mais aquela visão.

 

 

Estava ainda a caminho da sua casa. Sua professora conversava com ela sobre veículos, ainda tinha um longo tempo para terminar a caminhada.

— ... ainda dá tempo pa chamar um taxi?

— Pare com preguiça, a noite voa.

— Chata... professora.

— Diga.

— Aquela coisa lá parecida com um relógio de bolso, poderia ser um artefato duma raça não humana e acabar rolando alguma guerra em busca do item?

— Sinceramente, sua imaginação foi longe, mas não é motivo para ignorar. O único problema é, teoricamente aquilo deveria estar legalmente lá.

— Então não precisamos nos preocupar com possíveis guerras?

— Por esse motivo não, mas se levarmos em conta outros motivos... talvez sim.

— Poderia citar exemplos?

“ Vai ser fácil coletar mais informações. ”

— Vamos a alguns fatos, entre membros dos dois lados sempre existiu raças com centenas ou até milhares de anos. Essas pessoas literalmente observaram todos as guerras do mundo, a história da humanidade desde antes do advento da escrita, todas as mortes e até mesmo chegaram a participar das antigas guerras muitas vezes.

— Velhos pa caralho...

— Pois é, agora me diga. Vendo sua família morrer, seus descendentes ou então seus pais, seria simples aceitar a paz? Esse é o ponto, querendo ou não, atual nosso. Ok, algumas dessas figuras querem o fim do sangue derramado e a paz agora, mas muitas delas estão movidas ainda por vingança atualmente.

— Durante a escola eu deveria me preocupar com problemas como colegas sendo sequestrados ou mortos para atiçar uma guerra?

— Sinceramente? Não, o Valete dá um jeito, se for preciso ele te chama.

— Certo...

“ Não vou tirar nada pelo jeito dela hoje graças a essas ruas, ela quer cortar o assunto agora. ”

Ambas chegaram nas ruas movimentadas. Pedestres murmuravam sobre os movimentos da polícia, militares e afins agora a pouco por aquelas ruas.

“ A fofoca já começou. Provavelmente ninguém notaria nossa conversa, mas andar com isolamento acústico próximo seria muito suspeito agora... uau, hoje está meio quente apesar do céu fechado. ”

Enquanto se surpreendia com a mudança da temperatura, uma pequena sombra segurava seu tornozelo. Sua professora começava a falar diretamente na sua mente.

“ Se você tem medo dos seus colegas morrerem na escola por motivos políticos, lembre-se duma coisa garota. É muito mais fácil eles sequestrarem alguém da sua família para atiçarem uma guerra. ”

“ Da minha família? ”

“ Com sua família, incluo as famílias humanas também. Os costumes dos não humanos são muitos diferentes por conta da sua região muito mais perigosa, a morte dum membro ou outro é muito mais leve para eles. ”

“ Entendi seu ponto. Seria mais fácil forçar os humanos começarem uma guerra, mas isso não serve também para dar a eles uma justa causa? ”

“ A justa causa é o de menos, mas sim também tem isso. ”

A sombra soltava seu tornozelo, a telepatia se encerrou.

“ ... sequestrarem minha família. ”

Haviam poucas lembranças sobre sequestro para ela. Suas visões quando seu pai a sequestrou ou quando foi presa em um futuro por Rubens.

“ Minha família naquela posição... minha mãe provavelmente nunca estaria em perigo, mas meus irmãos... Karen e Safim sem dúvidas poderiam ser facilmente pegos e Yuty eu não consigo dizer. ”

Seu contrato protegeria sua família. Foi um acordo absoluto através da magia. Somente se uma falha ocorresse precisaria se preocupar.

“ Olhando para as poucas coisas do Valete segundo meus professores, provavelmente nunca aconteceria uma falha. Talvez se minha mãe atacasse alguma base diretamente ou se um exército estivesse sendo mobilizado. ”

A mansão não estava longe e podia ser observada a distância.

“ Eu não preciso me preocupar com eles passando por isso. ”

Negava as possibilidades, mas sua mente imaginava o contrário.

“ Valete não falharia. ”

A imagem do seu irmão mais velho preso em corretes sangrando até a morte passava em sua mente.

“ Se algo acontecer ele agiria. ”

A imagem do irmão sendo chutado e usado como isca estava nítida.

“ Seria preciso alguém tão poderoso quanto ele... tem alguém. ”

A memória do seu pai a matando, sua primeira morte em uma visão.

“ O grupo dele. ”

Suas pernas pararam.

— ... hum? Mirai?

As mulheres estavam um pouco distantes da multidão.

— ... quantas pessoas existem na sua família? Pessoas capazes para liderar um grupo como do meu pai ou do Valete? Muitas ou poucas?

— A família é grande, mas para sua resposta principal... — a mulher coçava a cabeça com desconforto das próprias próximas palavras. — metade da família.

— Fale a verdade.

— ... quase toda a família, mas como um restringe o outro, metade. Satisfeita?

Seus olhos tremiam frente a mulher.

— Mentira.

— Pura verdade. Por isso, seja competente para o Valete, seu trabalho é nada comparado com o controle dele na própria família.

Sua mente mostrava sua irmã sendo estuprada como ela foi nas visões.

— Ele consegue lidar com a própria família?

— O filha da puta é competente, enquanto manter sua parte do acordo, ele consegue manter a dele... no pior dos casos sou forçada a fazer algo.

Sua mente se acalmou. Puxou levemente o ar para seus pulmões e o soltou tranquilamente.

— E se eu conseguir fazer mais do necessário?

A mulher levantava uma sobrancelha com a pergunta.

— Isso provavelmente não seria possível, mas se for... então é simples a resposta. Um acordo só é justo quando ambas as partes trabalham da mesma forma.

— Certo. Professora, não diminua meus treinos.

— Ao invés desses seus pensamentos, vamos andar logo quero dormir logo garota, já é quase meia noite.

Virando as costas, seguia seu caminho.

“ Ok, preciso me aproveitar ao máximo das visões é exatamente por isso esse motivo que tenho a clausula dos meus pedidos sem pedir informações. ”

— Peça para manter um olho em qualquer figura importante não humana da escola, principalmente se souber um lado político já conhecido como oposição a qualquer paz com um foco especial na minha sala se houver.

— Eu preciso realmente ver uma garota com 10 anos se preocupando com guerras e tal nessa idade? Ok, eu mando, mas a intervenção não humana em Magnik da sua cabeça oca seria muito difícil hoje em dia, sabia?

— “Metade” da família do Valete esqueceu?

— Eu sabia, eu só tenho dor nesse momento, puta merda, qual a desgraça do problema em me deixarem ficar dormindo 16 horas por dia?

— ... normalmente o dia tem 24 horas, sabia?

— Foda-se, quem ia dormir era eu no final.

— Dormir é tão... como eu digo? Necessário assim? Digo 16 horas por dia claramente não é humanamente normal.

— Se eu te contasse quanto tempo estudei magia para não precisar comer ou beber água como os dragões garotinha, te garanto uma coisa. Você duvidaria da sua própria audição.

— Se sofre com síndrome do sono ou coisa assim?

— Sim, eu sofro. Por conta disso para me manter realmente bem preciso aproximadamente dumas 12 a 14 horas por dia, o resto do tempo é por gosta da minha cama gostosa e agradável.

— Ok.



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