Negociar para Não Morrer Brasileira

Autor(a): Lágrima Negra


Volume 2

Capítulo 10 : Existem poucos Problemas

A noite estava escura sem nenhuma estrela no céu, a lua deveria estar cheia, mas não havia qualquer sinal dela. A dupla andava para mansão sem muita pressa, seria uma caminhada razoável. O caminho era vazio entre as ruas sem nenhum movimento.

— Por que estamos andando mesmo?

— Garantia, esconder pessoas é muito mais fácil andando comparado a um carro.

— Mas andar até em casa é longe...

— O preguiçosa, sabe como é difícil ter um veículo não rastreável?

— Ué, desde quando todo carro é rastreável?

— Literalmente o motor deles. É muito complicado até mesmo hoje ter veículos não rastreáveis através dos restos da assinatura mágica.

— Pode dizer duma forma mais simples?

— Os motores não convertem 100% da magia em movimento, uma parte fica para traz e se espalha, através dos restos algumas pessoas podem te encontrar.

— Pera, eu vou precisar andar todas as vezes então?!

— Não, uma forma para evitar o rastreamento simples é usar pedras magicas ou os motores com 100% de conversão, mas ambos são muito caros e não valem a pena para casos pequenos.

— Em outras palavras “faça trabalhos grandes ou chame um taxi ”?

— Praticamente, mas quando um ataque terrorista acontece, os taxis não ficam na área por segurança.

— Não tem como arranjar ou melhorar os carros?

— O Valete deve estar tentando isso ainda.

— Ainda...

Com um piscar de olhos o mundo havia desaparecido para a garota.

 

 

A visão estava parada, a sua outra versão estava acompanhada por alguns homens e mulheres desconhecidos e claramente estava na idade adulta. Alta e cabelo longo, provavelmente entre os 20 e 30 anos. Suas roupas não tinham um modelo da era atual, era um design do futuro. Suas mãos, cobertas por luvas negras, tinham uma maleta e um anel prateado no dedo.

“ Hum... pelo visto eu não vou ficar solteira, mas é tudo fachada ou um caso sério meu com alguém? Bom, não importa agora, qual é a dessa visão? ”

O local era a entrada para um castelo antigo. Havia uma única bandeira para servir como referência do local. Um livro fechado com uma espada o atravessando.

“ Castelo real do reino de Magnik, aproximadamente 15 anos, maios ou menos 5 anos e em um dia de trabalho... não reconheço ninguém e não parece haver ninguém com sangue real. ”

A visão começou a correr. O grupo estava calmamente caminhando enquanto faziam perguntas para a Mirai, mas não estava prestando muita atenção as dúvidas ou termos perguntados por eles.

“ Deve estar mais para daqui a 20 anos, eu devo estar em um cargo bem alto nesse grupo. ”

O grupo estava entrando. A garota piscou. O grupo estava empalado, apenas sua versão adulta ficou viva no local completamente intacta com apenas o lugar onde pisava estando congelado.

“ Oi? ”

O tempo retrocedeu a sua vontade. Dessa vez sem piscar observou atentamente desenrolar da cena, mas ainda não conseguiu acompanhar a cena corretamente mesmo sabendo do ocorrido.

“ Aproximadamente meio segundo. Em meio segundo eu notei isso? Eu sabia do ataque? Mas que merda é essa? ”

— Essa aí ficou viva?

— “ Essa aí... ”? Se refere a mim?

— Não vejo outras pessoas vivas.

— Sabe, minha roupa é nova e sangue não tem um bom cheiro.

— Engraçadinha.

Algo pulou na sua direção, mas foi agarrado pelo pulso e colocado no chão. Ela poderia ver quem era se sua outra versão não esmagasse a cabeça com o pé rapidamente.

— Não foi isso o conjurador.

— Não chame de “isso” meus irmãos.

— Então, não me chama de “essa aí” tenho um nome sabia? Se chama Mirai.

— Como se não soubesse sobre nosso alvo.

— Pelo visto fizeram um péssimo trabalho para coletar informações.

— Péssimo serviço? Tiramos a vida —

— Atores contratados, caro Fabiano.

— ... você sabia do ataque?

A distância era muito grande para ver quem usou a magia.

— Fiquei sabendo algumas semanas atrás. Se não me falhe a memória, seu grupo está irritado com a aparente “ perseguição dos não humanos” a anos, mas é tudo mentira. Quem capturou e matou algumas das mais importantes figuras não humanas foi seu próprio grupo para atiçar eventualmente uma guerra.

— Mulher estupida, nós nunca mataríamos nosso povo.

— Primeiro, Mirai. Segundo, matariam sim, eu lembro ainda quando capturaram e mataram alguns colegas meus da escola. Admito não entender tudo na época e nem dar muita atenção, mas o próprio Valete me disse sobre, “provavelmente só querem aumentar o conflito”. Terceiro, vai mesmo ficar me enrolando? Vim aqui para fazer um acordo para não afetarem algumas áreas nossas em nenhum momento pensávamos em—

— CALADA!

O chão foi congelado junto ao grito do homem, mas não impediu o ataque. Garras metálicas surgiram do chão quebrando o gelo para matar sua versão e pararam a poucos centímetros do rosto. Seu rosto apenas levantou levemente uma sobrancelha.

— Traidores sempre pensam em serem traídos por alguém...

— POR QUE DEVERIAMOS ACEITAR ESSA FALSA PAZ?! VOCÊS VIRAM SEUS FAMILIARES MORREM NA SUA FRENTE?!

— Ei.

— SEU POVO MORRE EM UM SÉCULO NO MAXIMO! O MEU VIVE QUASE UM MILENIO! NÓS CONVIVEMOS SECULOS AO LADO UM DO OUTRO SÓ PARA VER SUA RAÇA MATAR A NOSSA E DEPOIS VIR COM “PAZ”!

— Enquanto eu ainda mantenho a calma —

— VÁ PERDER PRIMEIRO ALGUEM QUE AMA ANTES DA —

— Silencio... sua voz me incomoda.

Todo o ambiente estava coberto por uma névoa branca.

“ ... eu consigo sentir todo o ambiente na minha mente, vai ser bom copiar essa magia sem dúvidas. ”

Todo a área parecia estar dentro da sua cabeça nitidamente, cada rachadura, corpo, objeto e pessoa, além da clara raiva da sua outra versão.

— Hoje já não foi um ótimo dia, agora um idiota vem me falar sobre perder pessoas amadas...

“ ... alguém deve ter morrido recentemente. Ou era para ser o dia duma visita ao túmulo por acaso? Foi minha mãe ou um dos meus irmãos? Ou foi hoje quando alguém morreu? ”

Uma enorme luz surgia através da escuridão da névoa.

“ Aquilo... ”

Uma lança atravessou todo o caminho e se prendeu na sua frente. Um corpo estava preso nela. Atravessado o coração dum Centauro e o prendia morto no chão.

— ... ele não era seu aliado, Shaa-sho?

— Mirai... nada contra você a e não use o “ –sho. ”

— Me lembro do nosso tempo na escola.

— Sim, eu também. Foi realmente divertido.

— Embora eu estivesse a maior parte do tempo como um homem com você.

A névoa foi completamente desfeita por ela. Uma única pessoa andava viva, um homem gato dourado. Era alto e sua pelagem era lisa e ofuscante, não tinha músculos aparentes e estava vendado.

— Aqui Mirai — ele retirava do bolso da camisa um pequeno broche com a forma duma flor dourada. — Sinto muito, nunca pude prestar meus devidos pêsames a ela, pode colocar isso no tumulo quando a visitar?

— Claro. Ela ficaria mais feliz se fosse pessoalmente colocar isso, mas pode me responder uma coisa Shaa?

— Tudo bem.

— Sua ficha não era limpa no passado? Quando acabou em um grupo assim?

— Não muito depois da morte da Shou-sho.

— Mesmo eles terem arquitetado a morte dela?

— Não foram eles, mas sim. Eles arquitetaram algumas mortes. A proposito posso tocar no seu rosto enquanto termino a resposta?

— Vá em frente.

O homem esticava o braço devagar.

— Voltando, eles realmente arquitetaram algumas para agilizarem o processo inevitável, mas talvez com a Shou-sho tudo poderia ter parado se considerarmos a influência dela mais a minha — ele gentilmente passava a mão no rosto dela, no seu cabelo e ombros. — Hoho, mas quem diria alguém ficou uma belezinha, gatinha bora sair um dia para comer?

— Só se se você sair agora, a e era sua vez para pagar a conta. Eu paguei as últimas duas vezes seguidas por sua culpa.

— Há, há, há. Infelizmente, parte do meu trabalho é te segurar aqui. Me desculpe eu devia ter pagado a última conta então para ficarmos quites.

— ... sem rancores?

— Talvez um. Não pude matar os assassinos da Shou-sho.

— Juro em meu nome, perseguir e matar eles.

O cego tinha um sorriso no rosto, sua venda estava ficando molhada.

— Obrigado. Se não me engano era alguém seguindo a Atalieta Truquox’s, uma mulher meio velha cantarola.

— Vejo, ela também te deixou assim?

— Sim.

— ... comprou o tempo necessário?

— Desculpa, mas em nenhum momento estava pensando em comprar tempo agora. Eu realmente quis só conversar uma última vez e calar o idiota que desmereceu seus sentimentos. Sabe, uma última vez agindo como seu amigo.

— Te darei 3 passos antes de começar.

— Muita gentileza da minha assassina, embora eu provavelmente vá morrer da mesma forma.

A mulher virou as costas e deu seu primeiro passo.

“ ... talvez essa estranheza seja por não conhecer ele, mas ela o conhece. ”

Sua perna esquerda passava pela direita.

“ Não gostei disso, ele será o meu melhor amigo e eu preciso matar ele? ”

Seu segundo passo foi feito.

“ No fim ou foi minha mãe, ou a Iris ou a Yutyssia a outra pessoa morta... talvez uma outra mulher? ”

A perna direita passava pela esquerda.

“ ... isso... ”

A perna direita não tocou no chão. Estava parada no ar. Suas mãos estavam fechadas. O homem empurro suas costas levemente como se a cumprimentasse. Foi possível ver uma única lagrima caindo no chão dela.

“ ... já não tenho problemas o suficiente? ”

A perna tocou no chão.

Uma lança branca se encontrou com garras afiadas envolvidas em luz, a mulher não tinha se virado apenas colocou a arma em frente ao golpe. O recuo jogou cada uma para um lado. A mulher deslizava em pé no gelo e o homem pisava em luz quase solida a alguns metros do chão.

“ Os dois começaram a lutar no mesmo segundo... estranho, eu não consigo acompanhar as sensações do meu próprio corpo. ”

O balanço da lança levantou uma grosa parede azul, um estranho rastro branco era formado pela lança a cada movimento.

“ A parede... ”

Luz atingiu o gelo, mas não ao invés de parar retornou pelo caminho percorrido.

“ Duas? Isso é uma evolução do estudo daquele lixo morto hoje? ”

Ele segurava uma missanga vermelha na mão esquerda espalmada em oração e com a direita batia nas armas voltando. Seus passos foram rápidos em direção a ela.

“ Hum? Minha magia? Ele está perturbando minha magia? Com umas pedrinhas e a mão aberta?  ”

Sem nenhuma perturbação suas mãos empunhavam a lança para perfura-lo.

— Elemento divino...

— Vim preparado.

“ Divino? ”

Uma vez dentro do seu alcance, recuava para manter a distância ideal dos golpes, mas não importava quantas vezes tenteasse perfura-lo ou corta-lo não conseguia tocar diretamente em nenhum momento.

“ O rastro da arma... está ferindo ele? ”

As roupas do homem estavam congelando aos poucos cada vez mais ao passar pelos rastros da arma.

— Ué, mas eu estou esquivando, como?

— A luz da arma não é para enfeitar.

— A, eu não vejo.

— Isso deveria ser um “ A, eu vejo”?

— Sim, mas eu sou cego.

— Idiota...

“ Idiota. ”

Eles saíram da área congelada. Não precisando do seu apoio para andar acima do gelo, seu adversário conseguia usar mais força nos passos e diminuir a distância rapidamente. Suas garras iam precisamente na garganta.

— Vou mudar a marcha, Mirai.

— Venha.

Dividindo a haste da lança, usou a direita para perfurar no meio do braço direito do homem e com a esquerda bloqueou seu golpe. Largou a metade da arma no braço dele como se fosse algo descartável.

“ A lança foi desmontada... quando aprendi a fazer algo assim? ”

O gelo espalhava pelo braço perfurado. Corroía aos poucos aquele corpo, congelando o sangue do local e as veias e uma luz dourada tentava atrasar a provável morte fria.

“ Eu não preciso alimentar a arma com magia? Ou alimentando a outra metade basta para isso? ”

— Mais rápido não significa mais forte.

Uma vez distantes ele cortou o próprio braço direito fora com a esquerda parando a oração momentaneamente, mas apenas até onde congelou se regenerou.

— Gelo amaldiçoado? Não, não parece em nada com uma maldição, mas como isso é possível?

— Maldições te assustam muito?

Metade do seu braço se tornou pura luz para compensar a parte perdida.

— Bom, uma delas me tirou os olhos e eu nunca mais pude ver ou curar eles, então sim, elas me assustam um pouco.

A mulher colocou o pedaço restante do bastão no chão em pé e pisou para afunda-lo no chão.

— Infelizmente para você... — novas lanças feitas com o mesmo gelo branco apareceram — eu tenho muitas outras armas.

— Quantas armas, ou você é mais gorda do que parece ou elas são mais leves do que aparentam.

— Nunca diga algo sobre o peso duma dama.

— Não fale como se eu fosse ver ela brigando comigo.

Retornando a oração com a esquerda, o desconforto na magia voltou tão rápido quanto saiu.

— Sério, rituais são realmente irritantes.

— Para de reclamar, mesmo só podendo usar magias básicas e simples, você ainda conseguiu usar maldição. Aliás, como é possível guardar uma arma dessas? É idêntica a uma arma mágica e amaldiçoada ainda por cima.

— É só magia minha, muito bem trabalhada. Agora vamos continuar?

— Vamos.



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