Necromancer Survival Coreana

Arco 1

Capítulo 14

A descida se estendeu por um bom tempo.

— Ha… desde quando eu cheguei nessa rota do modo difícil?

— [Clack-clack?]

Enquanto descia cautelosamente as escadas, que se tornavam cada vez mais estreitas e íngremes, refleti novamente sobre esse paradoxo.

A resposta mais óbvia parecia ser quando eu afundei para o fundo do lago, pois os próximos monstros, Lulu e Marien, definitivamente não estavam na lista de monstros do modo normal que eu havia visto antes.

Arrependo-me de não ter lido nenhuma informação relacionada ao modo difícil. Tá que, para ser justo, eu não tinha intenção alguma de vir por esse caminho. As dungeons de baixo nível que explorei até agora não tinham labirintos ou níveis de dificuldade distintos, então nunca imaginei que os caminhos pudessem se cruzar… Embora haja uma alta probabilidade de que quaisquer preparação acabasse sendo em vão.

Em meio às minhas preocupações confusas, uma ideia terrível surgiu em minha mente: mesmo que eu chegasse em segurança à sala de recompensas, será que o boss do modo difícil da <Torre de Espíritos> estaria esperando por mim?

Três anos atrás, alguns dos maiores ranqueados da nação foram extinguidos enquanto tentavam derrotar o chefão… Sendo apenas nós dois, o que eu e Lackey poderíamos conquistar?

Não importava quantos neurônios eu investisse. Eu não conseguia encontrar uma resposta satisfatória para o meu dilema. Parei e olhei para a seta verde. Quando me detive, a seta balançou no ar, como se perguntasse por que eu havia parado, incentivando-me a seguir em frente.

Observando o seu movimento irregular, decidi me segurar em algo próximo e falei para a seta verde:

— Guia-nim… Por acaso, você poderia me levar para outro lugar na dungeon…?

Eu não tinha grandes expectativas — minha pergunta era apenas mais uma forma de desabafar.

Você gostaria de alterar o destino?

Para a minha surpresa, recebi uma resposta positiva ao meu desabafo.

Por favor, informe o destino desejado. Você também pode usar palavras-chave para pesquisa.

Adicionalmente,  o Guia me informou que eu poderia buscar meu destino usando filtros. Comemorei em silêncio, socando o ar. Dessa vez, comecei a refletir profundamente; precisava usar esse GPS de forma adequada… Preciso pensar com cuidado…

Assim, selecionei alguns parâmetros-chave:

— O lugar mais próximo sem armadilhas ou monstros!

Escaneando possíveis rotas…

Assim que terminei de falar, a flecha começou a piscar em amarelo. Após alguns minutos, ela retornou à sua cor original.

Um novo destino foi encontrado.

Só que…

O buff “Guia” foi reaplicado.

O guia possuí conhecimento de todos os caminhos dentro da Torre de Espíritos. Durante os próximos 45 minutos, você será conduzido pelo caminho mais rápido ou mais seguro até as palavras-chave “Sem armadilhas ou monstros” e “Mais próximo”. Qual caminho deseja escolher? Lembre-se, você pode alterar essa escolha ao longo da jornada.

> Caminho mais rápido……Tempo estimado: 15 minutos.

> Caminho mais seguro……Tempo estimado: 55 minutos. O buff pode expirar durante a viagem.

Desta vez, o tempo restante do buff e a duração estimada da viagem segura estavam em conflito. Dos 60 minutos inicialmente disponíveis, já usei 15 para chegar e descer essas escadas. Mesmo escolhendo a rota segura agora, ainda teria 10 minutos de viagem sem o guia.

considerando que sem o guia acabei encontrando monstros como Marien, senti que realmente poderia correr risco de vida na rota mais rápida. Eventualmente escolhi o <Caminho mais seguro> e apertei o passo na direção indicada pela seta. Lackey agarrou-se firmemente às minhas roupas, segurando-se nas minhas costas.

Por sorte, os degraus começaram a se alongar, facilitando a minha descida. À medida que eu avançava, o ambiente ao redor se tornava cada vez mais escuro, até o ponto em que eu só conseguia enxergar onde pisava graças à luz verde da seta.

De repente, a direção da seta de guia mudou.

Por favor, preste atenção à frente.

A seta, que antes estava inclinada para baixo, ajustou-se para apontar em frente. Diante de mim, havia alguns pisos quebrados e uma tábua de madeira frágil ligando o caminho a outra escadaria.

A parede de tijolos à qual eu me agarrava havia sido escavada, formando uma concavidade semelhante a uma lareira… Quase gritei ao ver o que estava dentro da parede enquanto analisava a tábua de madeira.

Um morcego, duas vezes o meu tamanho, estava pendurado de cabeça para baixo, envolto na escuridão, seus olhos fechados. Parecia esculpido em pedra, adornado com imensos chifres de bode que emergiam de sua cabeça. A aparência era inconfundivelmente de um monstro. Exceto que ele não se movia, me fazendo questionar se era apenas um ornamento da dungeon ou uma criatura real à espreita.

Novo dado de monstro foi adicionado!

Que sorte! Você encontrou uma Gárgula ainda adormecida. Este monstro vicioso devora humanos quando está acordado, mas, enquanto dorme, transforma-se em uma escultura vívida e artística. É muito raro ver uma Gárgula dormindo. Se você tiver tempo, talvez não seja tão ruim parar para observar.

Um monstro adormecido?

Ao olhar mais de perto, parecia realmente mais uma estátua de pedra do que um morcego gigante vivo. No entanto, a descrição pintava uma imagem horripilante. Cada ruído que eu ouvia ao pisar nas tábuas de madeira me deixava aflito com a possibilidade do monstro acordar.

O próximo passo me levaria bem ao lado da estátua do morcego de cabeça para baixo. Mais adiante, inúmeras estátuas de gárgulas estavam alinhadas ao longo das paredes, estendendo-se até onde a vista alcançava. O local me lembrava uma colmeia de abelhas.

Uau… Se eu fizesse algum barulho acidentalmente aqui… será que todas essas incontáveis gárgulas acordariam ao mesmo tempo?

Cada respiração silenciosa estava carregada de medo. Ainda havia um longo caminho a percorrer, e eu não conseguia sequer ver o fim das gárgulas. Acho que Lackey também estava assustado; ele parou de bater os dentes como de costume e colou a testa nas minhas costas, tremendo.

*Creak*

— Urm… Ngh!

Bem quando eu pisei na próxima tábua…

A tábua se partiu ao meio, e eu quase gritei ao sentir meu corpo inclinar. Felizmente, Lackey abafou o som, cobrindo minha boca.

Quando eu passei para a próxima tábua, a anterior desabou completamente. *Clang clang clang…* ela ressoou ao colidir com as paredes e desapareceu no abismo. Para meu desespero, o som levou mais de um minuto para desaparecer na distância. Aterrorizado, olhei lentamente para a estátua de gárgula ao meu lado.

*krssss…*

A gárgula não saltou para me atacar imediatamente, como eu temia. Em vez disso, com um som perturbador, pequenos pedaços de pedra começaram a se desprender do corpo do morcego, como se a estátua estivesse prestes a despertar…

Droga!

Virei-me para frente e corri com uma velocidade surpreendente, quase rolando pelos degraus. Embora o som dos meus passos fosse certamente disruptivo, ele logo foi abafado pelo estrondo das pedras que caíam.

I-isso é loucura… Esse é o som desses desgraçados despertando, né?

— [Kieeeakkk!]

Uma premonição condenatória sempre se tornará real. Os braços de uma estátua coberta de fuligem à frente se estenderam, lembrando as cancelas de segurança que impedem a entrada de carros em complexos de apartamentos.

Sem ousar diminuir a velocidade, abaixei-me o máximo possível e deslizei por baixo do braço da estátua. Enquanto passava, lamentavelmente virei a cabeça, intrigado com o motivo de Lackey estar batendo os dentes tão forte atrás de mim. Foi então que vi: as gigantescas gárgulas haviam fixado seus penetrantes olhos escarlates em mim, batendo suas asas e se preparando para atacar…

— AaaaaAAAHHHH!!! — berrei, sem mais me conter, pois elas já haviam despertado. O verdadeiro terror não estava apenas nas gárgulas que vinham por trás, mas também naquelas que aguardavam à frente.

O caminho à frente estava, por enquanto, livre de monstros à espreita, mas braços já se estendiam na preparação para voar. Eu apressadamente abaixei a minha cabeça várias vezes enquanto corria, tentando desviar das garras ameaçadoras.

Até que chegou um ponto em que torci o meu tornozelo, ao tentar desviar dos braços que surgiram subitamente à minha frente, torci o tornozelo. Obviamente, naquele lugar não havia grades de proteção gentilmente dispostas como nas escadas da montanha atrás da vizinhança da minha infância. Meu corpo tropeçou descontroladamente, lançando-se perigosamente na escada.

— Não!

Eu desesperadamente tentei alcançar algo, mas falhei miseravelmente.  Lackey subiu rapidamente até minha cabeça, cobrindo minha visão com seu corpo inteiro, provavelmente numa tentativa de proteger minha cabeça e pescoço durante a queda iminente.

Mesmo sem enxergar, a sensação de queda era inconfundível, e a velocidade alarmante só aumentava meu pavor. De repente, colidi com algo no ar, como se uma força invisível tivesse me agarrado. O impacto foi tão violento que apaguei imediatamente.