Volume 1

Capítulo 6: O Frango Depenado e o Conhecimento Suspeito

Se havia alguma conclusão mais comum em todos os livros de história, com certeza seria indiscutível que a Era Herança — anterior à mágica — foi a mais obscura dentre todas as quatros. E a razão era simples: os reis e imperadores gostavam da tradição do silêncio, onde seus mistérios e poderes seriam encriptados por seletas pessoas, para que assim a história fosse preservada com mais afinco pelas mãos de forças particulares.

O destino dos que tocavam esses segredos sem autorização da dinastia era muito nebuloso, só que todo mundo sabia que a pena fora aplicada muitas vezes. Uns diziam que sofriam a pena capital do enforcamento e nenhum subordinado era autorizado a falar o motivo da morte, já outros arriscavam dizer que a existência do sentenciado era apagada no calar da noite. É claro, estou me limitando à sociedade humana da região...

As dos timens poderia ser muito pior, já que eu tinha acabado de descobrir que o império era um dos que aplicavam.

Eu sei que eu me descuidei ao ensinar sobre o segredo milenar. Tá, tá; tudo bem. Foi como dar palestra de como assaltar um banco para o auditório no julgamento. Mas o papo do Nelino de me sequestrar caso nós não cumpríssemos a missão beirava o ridículo. Eu não era um produto ou um objeto de punição para ser tratado daquela maneira, eu era uma cobaia de um projeto megalomaníaco, compromissado em ser feito de otário somente no meu tempo. Eram coisas bem diferentes.

A boa notícia era de que eu tinha outro problema pra resolver. Não podia perder tempo em dois ao mesmo tempo: ou morria pensando em um, ou me perdia num problema peludo.

Bem peludo.

Literalmente peludo.

Sim, ainda tive que lidar com a natureza, o imponente hamster rechonchudo, de sobrancelhas grossas. tomando cuidado para não cair numa situação de ficar afastado da turma. Assim — tirando a conclusão nos orifícios abstratos do meu ego —, nenhuma cobra sapeca poderia me matar na frente dos outros e traumatizar todos ao redor. Lembranças fortes poderiam modificar as personalidades e corromper a linha temporal de cada um. Era a minha única esperança, naquela altura. 

Andei no centro do grupo enquanto subíamos uma trilha ao lado da floresta enorme que levava à moradia dos golems, na qual desci junto da companhia pesada do meu amigo pedregulho anteriormente. Andávamos sobre uma vegetação rasteira amarelada, com alguns cactos cor avelã espalhados pela região.

— Tinha que ser logo por esse lugar, querido? — Carialista sombreava os olhos estreitados, usando uma das mãos na testa.

— Ora, é um atalho eficiente — respondeu. — Muito melhor do que a floresta ali. Além disso, a vista é muito bonita e talvez um coelho apareça por aí. Almoço garantido, não?

“Isso se esse Sol imenso já não incinerou todos eles e preparou a mesa para outros viajantes.”

— Ah, mas os outros mercenários já caçaram tudo a essa hora. A comunidade dos coelhos já deve saber o horário de perigo. Estão tudo na toca, tenho certeza.

Outros mercenários. 

— E vocês já viram como esses mercenários são por aqui quando avistam, sei lá, outras pessoas? — questionei.

Acaso está confundido mercenários com ladrões? — Mêrigo colocou os punhos na cintura, indignado. — Que preconceito estúpido, humano. Não esperava nada menos de você.

Não acredito que ouvi uma reclamação daquele sujeito.

— Não sei, quem sabe eles não sequestram pessoas em troca de umas moedas por aí, galera — respondi, num olhar lateral. — Já pensaram na possibilidade?

— Daí nós trocaríamos você, ué — concluiu Flero, com uma naturalidade assustadora.

— Assim, sem mais nem menos?!

— Sim, nós somos mercenários, também. Não somos malvadões, ladrões, bandidos, arquitetos de latrocínios e genocidas em tempo integral, pra você? Então, como vilões, nós trocaríamos o forasteiro.

— Acho que um herói faria isso, idiota. — O irmão baixinho disse a pérola da vez.

Se por acaso eu respondesse: “eu nunca disse isso”, seria como abrir espaço para receber uma resposta do nível: “é o que um agiota diria”.

Aquelas duas fogueiras sentiram muito o meu comentário. Muito bem, se eles queriam batalha, era o que teriam. 

— Ah, eu estava falando de mercenários de verdade, não limpadores de louça. Isso até eu faço.

Os olhos de Mêrigo pegaram fogo enquanto ele alargava um sorriso. Parecia que o Sol não precisaria fazer nada. Eu aceitei de bom grado; se ele queria me enfrentar, que fosse naquele momento, na frente de todos.

De repente, uma mão pousou no meu ombro esquerdo. Virei o rosto: era Fainara, sorrindo de modo afável com seus dois cachos voando sobre a testa.

— Papai, parece que Síssio não está sentindo calor — disse a garota.

Tive que engolir em seco para que meus dois olhos não pulassem da minha cara.

Minha postura tinha que permanecer no combate, mesmo que custasse meu coro... queimado... a mais de 700º graus...

Está bem, eu não precisava exagerar tanto. Porém, eu tinha meu fundamento.

— Me perdoem, mas eu sou o único que não tem medo da morte? E se eles nos encurralarem montados em alazões? Uma flecha perdida aqui seguida de um ataque em grupo não seria tão imprevisível quanto se imagina. Até um estrangeiro reconheceria as chances. 

— Eu e meu esposo já vimos um deles passando por aqui — disse Carialista. — Pode ficar tranquilo. Eles vão de carruagem protegidas por magos assassinos, geralmente com burros e éguas. Foi isso que a gente observou numa moita.

— E isso é pra me deixar tranquilo?!

— É melhor quebras as rodas traseiras, queimar a bunda do mago e sair correndo, espantando os animais. Ou você queria quebrar as pernas dos cavalos e cair fora?

— Que horrível... — comentou Flero. — E depois é os mercenários que são os psicopatas...

Fainara afastou a mão de mim, balançando a cabeça decepcionada. Agora eu era o vilão daquela história de malucos que iam fazer uma missão suicida.

— Por que vocês parecem tão despreocupados? Até parece que vão fazer um piquenique na cripta...

— Ouça, humano: — disse Scholisto — antes de eu sair do quarto, Nelino me pediu um porco bem tostado. Pelo menos a nossa cabeça ele não arranca. Quem sabe se a gente não disser que foi você o responsável por torrá-lo ele não te dá um desconto por descobrir um segredo centenário? 

— S-sério?

— Depende, sabe a magia elementar de fogo nível dois?

— Claro que não.

— Conheço uma boa funerária próxima dos vilarejos dos elfos ao sul, não fique tão triste.

Estava deprimente como as coisas andavam pra mim com ajuda dos meus companheiros. Está certo, vamos combinar que um bacon pela ocultação da história não seria uma má ideia pra mim, afinal poucas coisas passam na lupa da história.    

— Bem-vindo nossa rotina semanal — declarou Mêrigo, soberbo. — É matar ou morrer pra por comida no prato. Só estando no meio da luta entenderá, se quiser ser um de nós, seu frango.

— Ou no meio da natu... — parei de falar e diminuí os passos.

Droga, por que aquela palavra tinha invadido no meio da conversa? Ah! Parece que o perigo que se aproximava me deu possibilidades estreitas de imaginar segurança estável.

Carialista virou o rosto rechonchudo pra mim, sentindo uma certa pena.

— Síssio — disse ela —, nós te ajudaremos. Não há nenhum lugar pra você ir além daquela cripta, acredite. Ninguém escapa da visão do imperador Nelino na grande floresta e em torno dela. Ele vê de tudo e mais um pouco. Tudo de anormal que acontece é registrado por seus amigos falcões-crípticos clários. Por que você acha que ninguém ainda tocou no crânio? Pelos golems? Por favor. Os pedrões meditam mais do que andam.

— Sim, tem que ser muito burro para ser ameaçado por um golem — complementou o desnecessário Mêrigo. Céus, parecia que ele desenvolvia telepatia só para me criticar.

— Então tudo o que acontece de inédito... o Nelino sabe?

— Sua chegada não interessa a ninguém. — disse o flemeio. — Sua roupa é tão comum e sua cara é tão clichê que até um pássaro reconhece isso, ainda mais se desembarcou no porto peixe-mole, que no seu caso é óbvio . Não se ache o protagonista da vez só porque cê tem um hobby de invadir propriedades alheias e explorar florestas sozinho pra achar alguém e praticar agiotagem.

Não, eu jamais poderia dizer como parei naquele lugar. Eu sabia que dizer: “naufraguei em uma das praias rio Serpente” só aumentaria a curiosidade de todo mundo num instante ou ninguém perderia a oportunidade de rir da minha fanfic inédita na história da humanidade. Ninguém navegava por aquele rio em torno da mata; todos apenas morriam antes de ancorar na areia. Até dormindo nas aulas geográficas dava pra saber a gravidade da situação.

Assenti e voltei a andar, sem escolha nenhuma.

— Vamos encerrar a missão antes do pôr do sol.

Todos se entreolharam.

                                                   

Sabe de uma coisa? Não foi tão ruim chegar no lar dos golems, o imenso espaço rochoso. Era algo muito belo e único quando sua vida não está comprometida com uma pedra de mal humor te perseguindo para te esmagar com os punhos ou cocos atômicos caindo do céu. Na verdade, estava tão bom que a breve sombra das nuvens pairou sobre todos o espaço em torno de nós, causando a impressão de que a floresta em torno dali estava muito mais afastada do que antes. E mata longe era um sinônimo de segurança.

Muito seguro.

Extremamente seguro.

Por algum motivo me deu vontade de tacar pedra em alguém e gerar um conflito. Aquela tranquilidade estava me assustando. Será que o hamster planejava alguma coisa?

— Eu toparia morar aqui debaixo de uma rocha. — Flero cruzou os braços, satisfeito com o que via.

— Flero...? — disse Fainara.

— Que foi? Aqui é tão ventilado que meu topete está maior. E o do Mêrigo... puff!

Depois de tirar o elmo, o baixinho ostentou uma cauda flamejante que esvoaçava acima da testa franzina. Era tão alto que passou a minha altura e a do Flero.

— Pela primeira vez concordo com você, irmão — declarou, enfim, o pitoco de armadura. — Morar aqui não é uma má... Ei, somos inimigos mortais, pare de rir!

— Desculpa, cara, isso tá hilário. Parece que você vai chicotear alguém com esse treco.

— Boa ideia. 

Enquanto Mêrigo tentava atingir Flero com seu laço de brasa numa luta quase marcial, o casal de anões conversava, observando alguma coisa bem longe, na direção do centro rochoso. Como eu era um bom subordinado, não deixei de ficar entre eles e estreitar os olhos para ver se não tinha alguma coisa de anormal o suficiente para que eu desse no pé, afinal, era melhor bater as botas formalmente pelo rei do que esmagado.

Não havia nada, apenas algumas pilastras de rocha inclinadas ou retas sobre colônias de pedras rasteiras atrapalhando a visão.

“Não posso ficar parado... E se for alguma coisa invisível que exija, sei lá, uma assistência minha? Se for o caso, estamos realmente no apocalipse.”

— Ei, está tudo bem com vocês? — Me aproximei dos dois pequenos concentrados em sei lá o quê e entrei na onda. — O que há ali? Vento e mais o quê?

— Querida, você sabe que o humano é inútil em uma batalha contra algo com mais de três metros e meio, ainda mais um sem mana. Ele é só um peso morto quase duas vezes mais alto do que a gente. Não é melhor deixá-lo numa moita e resolvemos aquilo rápido, que tal? — sussurrou o anão. 

— E se ele for pego na moita? De quem vai ser a responsabilidade de perdê-lo? A maior parte vai pra você, Scho!

— Eu pensava que você estava preocupada mais com o bacon.

A cada dia estou mais longe da autoestima.

— A questão já não é mais essa! Só Nelino poderá matar Síssio. É óbvio que se ele morrer antes, nossa parceria vai enfraquecer com o imperador.

“Eu acho que vou pra casa...”

 — E também... — continuou Carialista. — por que deixar o coitado morrer? Olha pra ele: parece um humano seco, desleixado, um pouco imbecil, pobre, pálido, esfomeado, sem-teto, falar coisas na hora errada, tá sempre em perigo de morte, agiota por falta de amor próprio, e... eu já disse frango? 

— Não.

— Um frango depenado...

Por que ela adicionou "depenado"?!

— Galera, me lembrei que eu tenho que resolver uns trâmites comerciais no peixe-mole, tá legal? — Aumentei o tom, fazendo gesto de adeus enquanto me afastava.

— E-ei, Síssio! — Carialista correu na minha direção. — Acho que nossa missão está um pouco comprometida, por agora.

— Por causa de mim? Já estou sabendo disso, não precisa falar-

— Não. — Scholisto se virou. — Há vários golems a alguns quilômetros daqui que estão fiscalizando a área. Pelo o que senti no trajeto das correntes de ar, eles pareciam agitados e conversando entre si. Isso é no mínimo estranho e até perigoso pra você. Me pergunto se eles já sabem da nossa presença... estão próximos de uma porta numa área escavada, com degraus.

— A cripta?! — perguntou a anã.

— Provável.

“Ele visualizou através do ar?”

Eu não tinha tempo para achar uma resposta definitiva de como ela fez isso, mesmo cogitando. Por isso, logo combinamos de ir por trás das pilastras de rocha a fim de se aproximar dos seres. Demoraria bastante até achar um resultado bom — o que era ótimo, já que eu não tinha pressa para receber uma massagem de quase uma tonelada nas minhas costelas.

— Os golems estão com um comportamento estranho, hein? — disse Mêrigo. — Primeiro um cai da floresta e esmaga nossa casa, depois ficam fiscalizando o local que queremos ir. Parece até que a gente ofendeu os grandalhões...

— Sua presença é uma ofensa — interrompeu Flero, que já possuía um olho roxo.

Dessa vez, o irmão mais alto não escapou da rasteira.

— Aliás, eles não têm um certo período imigratório? — perguntou o baixinho.

— Sim... Mas estão aí — respondeu o pai na linha de frente.

— Vai ver eles estão agitados por causa dos ámicos — sugeri.

Todos me olharam mais uma vez, parando os passos atrás de um pilar.

— Sabe — disse Carialista —, você até que conhece bastante daqui, pra um forasteiro. De fato, os ámicos não são flor que se cheire... Só são interativos com os humanos. O que me faz questionar se você não tem nada a ver com essa agitação... certo?

— Eu?

— Sim.

— Fiz intercâmbio em alguns verões pra aprender... a cortar lenha. Por isso que sei de algumas coisas dessa terra estrangeira.

— Mas não foi isso que perguntei.

Minhas justificativas não importavam. Eram só uma estratégia para distrair os ouvintes das reais intenções frias, como SOBREVIVER de um assassinato. 

— Cortar lenha?! — gargalhou Flero. — Cara, cê realmente tá tirando com a nossa cara todo esse tempo.

— Se ele tiver a ver ou não, ainda estamos na vantagem — disse Scholisto, conduzindo o grupo meio agachado. — Mantenha o inimigo por perto e incendeie-o enquanto dorme.

Quando foi que esse ditado tinha mudado?!

Não sei quantas horas ou minutos até a gente finalmente se aproximar dos golems. Confesso que me deu um susto vê-los de perto em formas diferentes do rechonchudo que quase me atropelou. Eram no quatro, no total: um de cabeça pontuda e corpo redondo parecendo uma bomba de desenho animado, outro com grandes mãos, largos braços e corpo esguio ao lado de outros dois que levitavam, que eram  ambos idênticos.

Os gêmeos das levitações possuíam um assustador olho de rubi nas pequenas testas. Nós nos escondemos em uma das pilastras a metros deles.

— FIZ MINHA SEGUNDA CLARIVIDÊNCIA AO SUDOESTE — disse o de cabeça pontuda. — NÃO ERAM OS ÁMICOS FEITOS DE MUITA MANA?

Mêrigo me deu uma cotovelada que quase me fez tropeçar no chão, surpreso.

— TALVEZ AQUELE MALUCO ESTIVESSE CERTO — lamentou o largo golem. — OS ÁMICOS ESTAVAM LEVANDO OS PREGUIÇOSOS DAQUI. BEM, ELE JÁ FOI UMA VÍTIMA UMA HORA DESSAS.

— CALADOS — reverberaram os gêmeos num uníssono. — OS RESQUÍCIOS DA AURA DE AMNIDRON APONTAM QUE ELE DESCEU A FLORESTA FURIOSO, MUITO PROVÁVEL PARA ATINGIR... ESPERA...

Franzi as sobrancelhas. “Será que ele sentiu um ámico se aproximando? 

Não era difícil para um golem ou até mesmo um humano deplorável como os magos sentirem a presença de um desses seres que transbordavam mana. Além disso, sua aparência com certeza era difícil de camuflar. Pelo pouco que aprendi, eles eram uma raça grande e magra, com a pele revestida de escamas púrpuras, de olhos pequenos e galácticos num rosto fino. Possuíam seis dedos capazes de igualar toda a mana que existia dentro de um ser humano normal. Mas, mesmo com todo esse poder, ainda nutria amizades pacíficas com os humanos, vivendo por um curto período de tempo. Os livros sempre diziam que sua extinção foi da noite pro dia, sendo a data incerta. Talvez porque eles usavam capuzes num tremendo sol de meio-dia, como se a vida fosse um eterno clipe de rock emo. 

— ESSA ENERGIA É... MANA? — Os gênios sentiram. — PARECE SER ALGO ESTELAR. FEDE A ALGUMA COISA DESCONHECIDA. É UM ÁMICO... VOCÊS NÃO SENTEM?

— ACHO QUE VOCÊS DOIS PRECISAM COMER PEDRA E DESCANSAR — disse o pontudo. — O IMPERADOR ATUAL SEMPRE OBTEVE ÊXITO EM DEFENDER ESSA CRIPTA. NÃO É HOJE-

— EU TÔ SENTINDO... — declarou o mais alto. — I-ISSO É DE ALGUM ÁMICO? PARECE TÃO FRACO, MAS...

A partir dessa frase, o silêncio pairou por um instante. Nenhum de nós sabia como reagir. Flero e Mêrigo diminuíram as chamas do cabelo. Fainara olhou para Carialista, que retribuiu numa seriedade estranha.

— Bem, se eles caírem fora atrás dessa coisa aí nós vencemos. — Eu tive que comentar algo pra acalmar os ânimos.

— Pessoal... — Scholisto franziu as sobrancelhas enquanto encostava a mão no punho da espada na bainha.

— O quê-

Um estrondo me derrubou no chão.

Foi um impacto que espatifou a pilastra na nossa frente. Das pedras que caiam, surgiu uma nova sombra dos dois golems idênticos, radiando a luz vermelha dos rubis nos rostos.

Nesse mesmo instante, o olho de cada um focou no meu rosto. Em contrapartida aos demais, Scholisto aproveitou a distração de segundos e saltou contra os dois gêmeos próximos de nós.



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