Volume 1

Capítulo 2: Duas gatas e um cachorro no conselho estudantil

Faz exatamente um mês desde que eu fui acorrentado e amordaçado pelo capacho estudantil, ou seja, faz um mês que estou trabalhando, e o que eu realmente quero dizer com isso é que, faz um mês de grande luta e fuga de todos os trabalhos pensativos ou braçais que existem nesse colégio. Como eu havia dito e não sinto a menor vergonha de falar novamente, eu sou um indivíduo de funções secundaria na realização de nenhum trabalho, sou um auxiliar.

Mas esse tempo no concelho estudantil não foi em vão, eu aprendi muito sobre a Tsundere. Por exemplo o seu nome: Lucy Reis, apesar que ela praticamente rosnou o seu nome para mim. Descobri que ela é modelo de algo em algum lugar, fofocas de meninas. Claro que eu não estava prestando atenção na conversa delas, foi só por um acaso que essa fofoca chegou aos meus ouvidos, enquanto eu estava de bobeira na sala conversando comigo mesmo.

Elas não gostaram nada quando perceberam que eu estava olhando, as garotas olharam para mim como se eu fosse um cão carniceiro.

Aparentemente quando as meninas rodeavam Lucy como abelhas rodeio o mel, o assunto principal nem sempre era sobre sorvete, maquiagens e vestidos bonitos, mas sim, o assunto principal era sobre mim, para ser mais claro, era sobre como Lucy estava lidando comigo no conselho estudantil.

— Aquele garoto é muito estranho Lu, as vezes ele cochicha coisas para o ar. Você já percebeu?

— Ha-ha-ha, seriou? Nunca percebi.

— Sim, ninguém consegue entender. Ele também rir sozinho muitas vezes.

— É mesmo? — Lucy olho para mim da sua carteira, com um sorriso satisfatório, como se comprovasse para si mesma que sou completamente anormal.

De fato, realmente acontece, mas não consigo me conter quando estou lendo light Novels de altíssimo nível. Mas obrigado pela opinião sincera de vocês, tentarei me controlar daqui para frente e Lucy, você poderia morrer? Eu ficaria grato!

Acabei descobrindo que necessariamente o concelho não tem um ambiente próprio de trabalho, até temos salas vagas na escola para isso, mas não nos obrigam a ficar em um lugar fixo, ou seja trabalhamos onde queremos.

Nesse mesmo ponto, fui embriagado pela luz que vazava das janelas se chocando contra uma elegante mesa redonda na biblioteca. Digo que esses pontos foram definitivos para eu me apoderar do local. É claro que, os estudantes ainda passão por aqui, mas geralmente é só eu lançar um olhar raivoso para eles capitarem a ideia. Penso que os livros me induziram a trazer uma das minhas light Novels para ler, mas não sou um leitor voraz, longe disso, eu só leio o que me interessa.

Além dos duzentos livros catalogados nessa biblioteca, que ficavam em grandes livreiros encostado nas três paredes da sala, abiblioteca contava com mais três estantes de livros e quatro grandes mesas redondas. O ambiente é sempre calmo, e as três longas janelas que ficavam do lado esquerdo da sala, sempre davam um ar de fim de tarde quando a luz passava por elas e se perdia nos livreiros.

— Matar um tempo sozinho já se tornou um robe meu. já estou acostumado, mas... talvez... se eu tivesse... — Olha só, me pequei imaginando coisa impossíveis de novo.

— Preciso de você! — Lucy entrou como um fantasma pela porta, não a percebi. Mas tenho a leve impressão que ela parecia mas com um furacão do que com um fantasma camarada quando entrou e jogou uma pilha de formulários na minha mesa.

Eu a olhei vagarosa mente, desinteressado pelo que ela dizia, eu estava sentado na mesa redonda perto da janela na biblioteca. Lucy estava com as mãos na cintura olhando seriamente para mim.

— Sou um auxiliar, não faço esse tipo de coisa — respondi secamente.

— Exatamente você é meu auxiliar, e seja sincero... Que tipo de imagem você tem de um auxiliar?

Fascinante! você realmente está interessada na minha visão sobre o assunto? Após um longo mês essa é a primeira vez que você quer a minha opinião para alguma coisa, estou até emocionado, acho que já posso pedir música na TV.

— Um auxiliar é encarregado de aprender com seu chefe, em outras palavras, ele assiste tudo que o chefe faz, a fim de melhorar sua performance e seu rendimento, sendo assim, se aperfeiçoando e ocupando o carco do seu chefe um dia — falei com seriedade.

— Você disse algo certo. A fim de melhorar sua performance no trabalho e seu rendimen...

— Eu não disse trabalho. — Eu a cortei antes que pudesse terminar, deixando um silêncio mortal.

É isso que ela leva por não prestar verdadeira atenção no que os outros estão dizendo, essa sua arrogância subiu muito a cabeça, só ouvi o que quer ouvir, e não o que é verdadeiramente dito.

— Você tem uma visão totalmente destorcida de um auxiliar que trabalha para a melhora da empresa e procura aprender ao máximo possível com seus chefes para ser efetivado. — Depois do silencio, suas sobrancelhas se ergueram e ela pareceu ter voltado em um tom bem irritado.

— É exatamente o que eu disse. Ele procura a melhora para ocupar o cargo do seu chefe.

— Tendo esse tipo de visão do mundo, com esses seus olhos sem brilho e essa sua personalidade horrível, você difícil mente seria efetivado em uma empresa.

Por que ela estava sorrindo ao dizer? isso foi assustador e para ser sincero, acho que a parte dos meus olhos, e personalidade foi significativamente... desnecessário.

— A resposta é: porque eles não aceitam preguiçosos? — falei.

— Não, a resposta é: porque não aceitam sanguessugas como você. — Eu feche a cara depois de tomar essa invertida desnecessária, então o silencio nos afogou novamente.

Nesse momento, apenas voltei os meus olhos para a leitura, em uma postura de assunto encerrado.

— O que aconteceu?

O meu pior pesadelo acaba de entrar pela porta.

— Beatriz!

Beatriz? Hã?! Desde quando viraram amiguinhas intimas?

— Não é nada, na verdade é só uma pessoa destorcida... com sérios problemas de personalidade. — Por algum motivo, sinto que os lábios dela se forçaram a continuar essa frase. Será que é pessoal?

A professora ficou observando os lábios da Lucy se contorcerem, então ela disse: — Entendi... qual é a desculpa do dia Arthur? 

— Como você já sabe, “professora”— eu olhei para Lucy quando disse professora, tentando repreende-la, então Lucy arregalou os olhos para mim —, sou um auxiliar, não preciso me preocupar com qualquer tipo de trabalhos manuais...

— Já estou indo! — Ela arrastou seus dedos por trás dos meus ombros dando a entender que me mataria se eu não fosse. Então rapidamente assenti seus desejos mais profundas, pegando os formulários da mesa e caminhando até a saída.

— Hã! O que?! — Lucy ficou perplexa com o controle de Beatriz sobre mim, mas ela não entende, nunca vai entender. Aquela mulher...

— Como você...? — perguntou ela perplexa.

— Tenha calma, ele é teimoso. Mas tenho certeza que você não vai se arrepender quando o conhecer melhor.

— Hm... É fácil para você falar. — Lucy falou com seu rosto levemente envergonhado.

Esperei Lucy do lado de fora da sala, quando ela saiu e me viu, parecia surpresa por algum motivo. Levantei minhas sobrancelhas em tom de questionamento.

Ah! Desculpa, vamos até a sala A. — Ela apontou para o longo corredor e eu comecei a segui-la, mantendo uma distância segura de dois pés. Não quero cair naqueles clichês românticos onde o protagonista esbarra na heroína e cai por cima dela. Ha-ha amigo, eu não vou cair de jeito nenhum nesse tipo de coisa.

— Espera, “Sala A...” sétimo ano? — perguntei com exaltação.

— Sim.

— Esses formulários são sobre o que?! — Comecei a revirar os papeis nas minhas mãos, a procura de respostas do porquê, eu estava fazendo trabalho braçal para pivetes.

— Melhorias para a escola? Hã! já estamos em época desse tipo de coisa? Sinceramente, não precisamos da opinião deles, não é? Esses garotos não sabem limpar o próprio nariz ainda.

— Entendi, isso significa que eu posso desconsiderar a sua opinião, sobre sua saída do conselho? — Lucy simplesmente parou de repente, se eu não estivesse atento, teria esbarado nela e muito provavelmente... me apaixonado.

— Não estamos falando sobre mim.

— Você estava tentando buscar o meu apoio sobre negar a opinião dos sétimos anos, não é? Se a opinião deles não impor, a sua também não.

Que sorriso gentil é esse no seu rosto? Isso é assustador e saiba que eu não estou nem um pouco ofendido Tsudenre, precisa muito mais do que isso para abrir um buraco na minha blindagem metálica, que já está avariada de ofensas de garotas como você.

Lucy bateu na porta da Sala A e nós entramos, nesse momento, fomos encharcados de olhares de todos os lados. Por algum motivo todos ficaram bem interessados em nós, já que um silencio se estabeleceu quando checamos ao centro da sala.

Céus, todas essas crianças me olhando. Eu estou ficando enjoado, quero ir embora, quero ir embora agora!

Fiz uma tentativa de sorriso descontraído para todos.

— O que é aquilo?

— O que ele está tentando fazer com o rosto, é uma careta? — Todos começaram a me lançar olhares esquisitos e murmurar coisas, então encerrei minha tentativa de sorriso.

— São os formulários de reforma? — perguntou a professora.

— Sim! a Profa. Beatriz pediu para distribui-los nessa sala.

O que foi que você acabou de dizer?

Eu olhei para Lucy em terror, não estava entendendo o que dizia, era como se fosse outra língua.

“Profa?” O que é isso? Estamos em uma creche? O que diabos ela acabou de dizer.

— Hm! Distribui-los. — Um garoto mais ao fundo da sala largado sobre a cadeira e rodeado de amigos, havia gargalhado em voz alta. Talvez tenha encontrado malicia no que Lucy disse.

Achou engraçado moleque? Porquê eu não.

Não á dúvidas que esse garoto e o líder, o único capais de mudar o clima da sala ao seu favor quando bem entender. O único que será ovacionado em grandes gargalhadas e aplausos quando fizer uma piada nada engraçada e mal-intencionada.

A professora caminhou para fora da sala quando Lucy começou a entregar os formulários.

Somos do conselho estudantil, esses formulários são para vocês marcarem as opções que desejam melhorar na escola. E entregarem, por favor na biblioteca no andar de cima. — Lucy falou e a maior parte da sala olhou para o garoto rodeado de amigos.

Sem a aprovação do líder eles não podem respondê-la? Por acaso é assim que funciona uma hierarquia em uma sala de aula?

— Se isso vai deixar você feliz, nós vamos fazer. — disse o líder da sala com um sorriso medíocre que eu sinceramente não gostei nada. Muitos gargalharam, talvez Lucy tenha sido embriagada pelo clima infantil deles, pois ela estava sorrindo radiantemente. É como eu disse, não importa como você a olhe, Lucy é uma garota linda.

Acabei corando um pouco ao vela, se eu não fosse um veterano nesse mundo, eu teria me apaixonado. Após entregar os formulários, nós saímos da sala.

— Aquele garoto... não vai entregar os formulários, não só ele não vai, como a sala também não.

— Por que está dizendo isso?

— Porque... do jeito que ele e os amigos são, vão achar muito engraçado você não receber formulário nenhum.

— Você está dizendo isso por que ficou com inveja dos amigos dele? — ela perguntou, então processei a informação como se duvidasse do que havia ouvido.

— ...Que droga você está falando? — falei fechando a minha cara quando percebi que Lucy estava insinuando que, eu estava com inveja de um moleque desgraçado cheio de amigos.

— A professora me contou que você não tem amigos. Mas não se preocupe, vou estar com você até o final do ano. Quem sabe alguém se interesse.

Quem sabe você some da minha vida garota!

— Esqueça tudo que a Beatriz te disse. Eu não preciso de ajuda... Eu não preciso de amigos — falei, desviando meu olhar de Lucy por um instante e a encarando de novo.

Beatriz vive vomitando que eu preciso de amigos, quando ela mesma não consegue se dar bem com os colegas de trabalho, eu que deveria estar ajudando ela a ser uma solidaria com dignidade.

— Tem certeza de que não precisa de ajuda? Com essa sua personalidade horrível e essa sua postura desleixada. Nunca vai achar ninguém.

— Desde quando estou procurando por alguém? Na verdade, eu estou tentando me livrar de você já faz um mês.

— Vou tentar fingir que não escutei isso — falou Lucy, com uma expressão monótona.

Voltamos a biblioteca rapidamente. Eu agarrei a maçaneta e abri a porta, e para minha decepção o dia acaba de ficar pior. Uma garota morena de cabelos pretos longos estava sentada na minha mesa redonda, o sol batia de certa forma sensual em seu rosto demostrando sua expressão de tedio, mas nada disso importa, ela é linda.

Seus olhos se encontraram com os meus, fazendo com que meu coração ficasse acelerado desavisadamente.

— Lu! Desculpa por não ter aparecido mais sedo para ajudar você com os formulários, acabei me enrolando. — A garota morena rumou até a olhos castanhos enquanto eu caminhava na direção da mesa.

— Tudo bem, eu já entreguei todos os formulários.

— Entregou tudo sozinha? — Aparente mente Lucy sorriu para ela sinalizando um triunfante sim, quando na verdade, é uma mentira, pois eu também ajudei.

— Ooh, me desculpe de novo. 

Espere, eu estou esquecendo de alguma coisa, algo muito importante, eu estava fazendo uma coisa na livraria antes da Tsundere aparecer... Não era para ter uma novel nessa mesa?

— Ei... ei! — exclamei, Lucy me lançou um olhar afiado por estar interrompendo a conversa da vida dela, mas eu realmente preciso perguntar, é caso de vida ou morte.

— Eu não estava com um livro antes de você entrar aqui?

— Estava? Eu nem reparei... Qual é o seu nome mesmo? — Lucy estreitou os olhos como se não me enxerga-se

— Não brinque, não vê que estou desesperado? — Um sorriso desdenhoso se abriu no meu rosto, mas claramente, eu não estava sendo sarcástico.

— ...Você parece normal para mim... Quero dizer, normal é uma palavra muito forte.

— Está falando dessa novel aqui? — A garota de cabelos pretos tirou a minha novel de algum lugar do seu corpo, e a levou na altura dos seus seios, ela a segurava com as duas mãos.

Por favor não tão próximo, não vou conseguir parar de pensar nisso o resto do dia.

O meu rosto não consegue esconder, eu estou aflito e desviava olhares de onde estava a novel.

Obrigado. — Quando estiquei a mão para pegar o que era meu, ela recuou o livro junto do corpo com um sorriso no rosto, tirando a novel do meu alcance, imediatamente eu entendi o que ela queria.

O barato sempre sai caro, não é?

Me contive para não pular em cima dela como um leopardo em sua presa, e perguntei de maneira séria: — O que você quer?

— ... Quero que me perdoe — disse ela suavemente.

Eu me espantei, não sabia o que dizer. Perdão é uma coisa muito forte, e ela queria isso de mim. Sério? Desde quando uma garota como você, precisa de algo de um cara como eu? Provavelmente, ela está fazendo o que todos que machucam pessoas fazem, buscando satisfaça própria para seguir em frente, sem arrependimentos.

Anna e eu nos conhecemos pela primeira vez no sétimo ano, eu sempre fiquei isolado em um canto da sala, eu não falava-la com ninguém, não era ruim, mas era solitário. Provavelmente naquele dia um dos amigos favoritos da “Gata”, que era como seus amigos a chamavam, faltou e nesse momento o que uma gata faz quando perde um brinquedo...

Isso mesmo, ela encontra outro e foi assim que no ensino fundamental eu virei o brinquedo favorito dela, depois de um “oi”casual e algumas brincadeiras por parte dela, Anna vivia agarrada em mim. Na troca de professores essa Gata sempre vinha me visitar, é claro que eu evitava ao máximo criar um laço, sabia que uma hora ou outra ela iria se cansar de mim.

Gatas são assim, elas desapegam rápido de um brinquedo, enquanto um cachorro pode brincar por horas com uma única bolinhas de tênis, garotas populares precisão de mais de um brinquedo para se divertir. Eu não temia por saber que isso viria a acontecer, porque achava muito melhor que Anna sumisse, ao invés de alimentar falsas esperanças dentro de mim, então um da ela parou de vir a minha Sala.

Se eu dissesse que não me importei quando aconteceu, que não fiquem magoado, que não fiquei triste e decepcionado... eu estaria mentindo.

— Não sei do que está falando — falei secamente.

— É mesmo? — Anna afastou o livro novamente, parecendo chateada.

O clima ficou ruim

Mas que droga de clima, quero que isso acabe, quero que acabe agora! Vamos, você só precisa dizer, é uma palavra insignificante para você, algo que não tem verdade nenhuma se não for dito de uma forma verdadeira, vamos...

— Mas... eu perdoou você — respondi desviando o meu olhar para o chão.

— Mesmo?! — Anna esperava uma segunda confirmação.

Por favor, não me faça repetir.

Mas desistiu e estendeu sua mão com o livro, então eu o pequei.

— Não faça mais isso Anna.

— Não posso prometer mas... Fico feliz que você lembra do meu nome Arthur. — Ela apoiou seu rosto em uma das mãos relaxando se sobre a mesa, Anna se sentou ao meu lado, ela olhava para mim, igual uma menininha olha para um gatinho.

— O que você faz aqui? Não deveria estar na sala? — perguntei.

— Eu sou representante também.

— Excelente, você é representante, não faz parte do nosso conselho, então poderia dar o fora...

— Vocês andam tendo muito trabalho? — Anna perguntou para Lucy, me ignorando.

— Sim, eu estava muito ocupada todas essas semanas, não achei que seria tão puxado.

— Ainda mais sem a ajuda de um certo ser com uma personalidade totalmente horrível e uma postura abissalmente desleixada, um sanguessuga eu diria. — Essa última palavra, me trousse lembranças ruis do passado, fazendo com que eu desconfiasse que ela estava se referindo a mim. Mas era racionalmente impossível!

— Você está falando de mim? — perguntei com cinismo.

— Quem mais séria?

— O que! Eu ajudei você com os formulários.

— Eh? Os formulários que você entregou, são um de dez salas que eu entreguei, todos sozinha.

— Parabéns você deveria ser promovida a funcionária do mês, tenho certeza de que será efetivada, vou comunicar a professora — debochei confiantemente.

— Mas Arthur ajudou você nas semanas anteriores, né? — perguntou Anna, aparentemente ansiosa.

— Cachorro cafajeste imprestável repulsivo! — Anna olhou para Lucy que estava sorrindo de orelha a orelha, entendendo o significado de seu sorriso, ela me deu essa resposta agressivamente imediata.

Por favor, eu não precisava escutar isso. — Eu estava com um sorrindo sarcástico e lívido no rosto.

— Você deveria ouvir muito mais — Anna estava com uma cara realmente estranha quando disse isso.

Tom! — Ouve um barulho na porta e todos nós olhamos em sintonia.

Um garoto negro de cabelos castanhos escuros entrava por ela, ele era relativamente bonito, não que eu ficasse admirando homens é claro.

— Desculpa, mas é aqui que entrego os formulários para as melhorias do colégio?

Oh! olha só, ele disse o nome inteiro do formulário, parabéns. Um ponto para você zé bonitinho.

É aqui sim, muito obrigada — disse Lucy prontamente, enquanto o garoto colocava os formulários na mesa.

Então, é aqui que o conselho estudantil da Sala E fica?

— Ah não, quero dizer, podemos ficar onde quisermos, mas a biblioteca é mais confortável que uma sala vazia com cadeiras em pilhadas, entendeu?

Acho que, se têm cadeiras na sala tecnicamente ela não está vazia, mas só tecnicamente.

— Ha-ha. Sim, as salas vagas são uma bagunça... — O garoto sorriu, mas de repente ficou quieto como se quisesse pedir algo para Lucy, mas estava reunindo coragem para isso.

— Desculpa pedir isso mais, alguns alunos não entregaram os formulários. Se vocês tiverem mais alguns, eu poderia levá-los para eles marcarem.

— Mas alguns, quantos exatamente? — perguntou Lucy com seriedade.

— ...10 — respondeu o garoto.

— 10! O que aconteceu com os formulários? Eles confundiram com o almoço e os comeram? — eu falei e o garoto olhou para mim, espantado, como se não tivesse notado que eu estava ali desde o início. O que é ridículo, já que todos que entram pela porta conseguiriam me ver de imediato.

— ...Desculpa, mas... qual é o seu nome.

— Tsc! — Eu baixei minha cabeça com um sorriso de escárnio, então me levantei para ir embora, quando Anna agarrou meus ombros me colocando na cadeira novamente.

— O nome dele é Arthur — Lucy parecia um pouco irritada quando disse, o garoto olhou para ela e em seguida para mim, sem perceber a reação de Lucy.

— Ah! Prazer Arthur, eu sou o Caio...

— Você já pode ir embora Caio... não temos formulários sobrando — ela falou em um tom claro, ainda irritada, nem sequer olhou para o garoto.

— Entendi, tudo bem então... — Quando Caio saiu pela porta, Lucy suspirou.

— Ele é representante de Sala. Deveria saber os nomes dos membros do conselho estudantil — sussurrou para si mesma, mas eu consegui ouvir claramente.

Essa resposta irritada, essa postura desconfortável, ela parece ser o tipo de pessoa que não deixa situações constrangedoras assim passarem tão facilmente. De certa forma, realmente fiquei chateado por ele não saber o meu nome, mas já estou acostumado, não precisava me defender.

Será que eu a juguei mal por todo esse tempo? Será que ela está sendo hostil porque também estou sendo, e tudo por que começamos com o pé direito? Talvez...

— Vou imprimir mais formulários... — Lucy se levantou da cadeira rapidamente com uma cópia do formulário em mãos.

— Eu vou. — Ela parou a me olhar quando tomei sua frente à caminho da porta.

— Não se preocupe, vou fazer uma ótima impressão, afinal de contas... sou um auxiliar, não sou? — Lucy pareceu levar na esportiva o que eu disse.

— Hm... não sei, talvez você confunda uma cadeira com uma cama, e fique por lá mesmo. — falou ela de forma simpática.

— Ha-ha, se acontecer você já sabe onde me encontrar, então não tem com o que se preocupar — disse estendendo a minha mão, esperando que Lucy me desse a cópia do formulário, Lucy me entregou a cópia, então eu saí pela porta.

Hm... acho que eu deveria começar a me mexer. Vou dar esse voto de confiança a você Lucy, por ter me defendido de certa forma, do Zé bonitinho.

Eu desci as escadas a caminho da Sala dos professores. Conforme eu me aproximava da Sala, o som de garotas jovens ressoavam pelos corredores.

— ...Tá legal, eu não tenho esse tipo de fetiche.

O que está acontecendo?

Ao virar a esquina para entrar na sala, duas meninas do sétimo ano passaram apresadas por mim, elas estavam carregando formulários nas mãos.

Parece que mais pessoas comeram os formulários.

Virei meu rosto para dentro da sala e... a impressora estava engasgando formulários por toda a parte. Talvez aquelas garotas não eram gênias em questão de tecnologia de impressão, mas isso aqui é demais.

Que diabos elas fizeram?! Isso não importa agora, eu preciso sair daqui.

— Não irei limpar essa bagunça... — Ao me virar para sair pela porta, Beatriz-sensei apareceu.

— Ooh, boa sorte Beatriz, a pá e vassoura estão no canto da sala. — Quando dei o passo que proclamaria minha liberdade para fora dessa confusão... Beatriz me pegou. Especificamente ela agarrou a gola da minha camisa.

— Fico feliz que se ofereça para me ajudar Arthur. — Eu parei, olhando para o teto, tentando me lembrar, como foi que eu me meti nessa enrascada.

É mesmo... eu tentei parecer legal.

— Isso nunca mais vai acontecer, NUNCA.

— Pare de murmurar Arthur, é estranho — Beatriz me reprendeu.

 



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