Volume 1 – Arco 2
Capítulo 37: Sangue Ceifado
O dia estava calmo, mais do que o comum, mas algo perturbava Haldreth.
Ele notou uma movimentação estranha nas florestas, semelhante ao que ocorrera quando Ella chegou ao cume.
— Contou para alguém sobre o meu observatório? — indagou Haldreth, após retornar para dentro de sua casa.
— Não, por quê?
— Ninguém mesmo? Nem para seus amigos?
— Já falei que não. O que está acontecendo?
— Nada, só queria confirmar. Vá para a sala de meditação, já estou indo.
Haldreth seguiu para a sala de estar, onde Rostov e Icrow, brincavam juntos. Apesar de ser um pequeno monstrinho, Icrow tinha a idade e mentalidade de uma criança.
— Rostov, reforce a segurança do observatório e esteja preparado para agir. Ative a barreira elétrica, pode ser que tenhamos visitantes indesejados.
— Intrusos?! — exclamou Icrow.
— Silêncio! — advertiu Haldreth, fazendo um sinal que indica o mesmo com a mão. — Ella pode escutar.
— M-mas ela é uma aliada muito forte. Ela deve saber para nos ajudar!
— Não. Ela precisa estar com mente tranquila, não posso adicionar essa preocupação na cabeça dela. Hoje vou ensiná-la a encontrar seu pai no Plano Espiritual, e para isso, ela precisa estar perfeitamente calma!
— E se os intrusos forem perigosos? O que faremos sem ela?
— Ora, eles não passarão da barreira elétrica. E mesmo que consigam... temos aqui um antigo caçador, um robô de guerra e uma criatura do Vazio. Somos um exército de três... três seres?
— Somos um exército formado por um homem, máquina e monstro — brincou Rostov.
— Eu não sou um monstro — murmurou Icrow, abaixando suas enormes orelhas.
— Não foi minha intenção ofendê-lo, pequenino — respondeu Rostov, afagando sua cabeça.
Haldreth já se encaminhava para Ella quando Rostov o impediu com uma pergunta:
— Senhor Haldreth, antes de ir, como tem tanta certeza que possa existir a presença de intrusos nas redondezas?
— Não tenho. Mas há uma movimentação estranha na floresta lá embaixo. É apenas uma precaução.
— Entendido. Ficarei atento.
— E-espera! Eu não sei lutar, o que eu vou fazer? — exclamou Icrow, aos prantos.
— Você sabe desviar?
— Sei...
— Então já é um começo — finalizou Haldreth, saindo do cômodo.
Assim que ele se afastou, Rostov se dirigiu a um painel elétrico escondido na parede e o ativou. Ligando uma barreira elétrica que cercava todo o observatório.
— Está pronta? — perguntou Haldreth, frente a Ella, já meditando.
— Estou — respondeu ela, serena.
— Para encontrar seu pai, você precisa estabelecer um vínculo com ele. A maneira mais fácil é através do sangue. Quando estiver no outro lado, corte seu dedo e derrube uma gota de sangue, ele criará uma trilha que te levará até ele.
— Só isso? Tem certeza de que vai funcionar?
— Sim. Já testei essa técnica antes. Aliás, acredito que eu tenha sido o criador dela, ao menos nunca encontrei nenhuma menção dela em nenhum lugar. Embora, claro, todos as informações referentes ao Plano Espiritual tenham sido apagadas.
— Entendi. Bom... lá vou eu, nos vemos depois.
Ella respirou fundo e se concentrou inteiramente, repetindo todos os passos que realizara no dia anterior. Primeiro, projetou sua alma para fora do corpo. Em seguida, visualizou e agarrou o fio espiritual.
A transição era sempre estranha: tudo ao redor se revirava e girava antes de finalmente se estabilizar. Dessa vez, não teve a interferência de nenhum ser misterioso.
Assim que pousou no solo, foi recebida com uma intensa dor de cabeça.
— Porra... que dor. Dessa vez doeu mais que que ontem — resmungou, colocando a mão nas têmporas e abrindo os olhos lentamente.
O mesmo branco cegante de antes. A mesma camada fina de água sobre o chão.
Aquele era o Plano Espiritual.
— Tem alguém aí? — gritou Ella.
Sua voz ecoou por todos os lados, até desaparecer lentamente.
— Que perturbador... — murmurou, franzindo o cenho.
Ella puxou a faca que escondia na bota e a segurou, olhando ao redor.
Com um movimento lento, deslizou a ponta da faca sobre o dedo indicador, aplicando apenas a força necessária para provocar um pequeno corte.
Seu dedo começou a pingar sangue sobre toda aquela camada de água. As gotas não paravam de cair, tingindo a água cristalina com um vermelho escarlate.
Magicamente, as gotas de sangue em segundos formaram uma poça gigantesca de sangue ao redor de Ella. Três linhas de sangue surgiram da poça, cada uma apontando para uma direção diferente.
Ella suspirou. Um suspiro de surpresa e frustração.
— Haldreth disse que criaria uma trilha, não três... E agora, qual é a correta? — disse Ella, olhando para cada uma delas.
Uma linha se estendia à sua frente, outra para a esquerda e a última para a direita. Qual delas levaria até o seu pai, e o mais importante, por que havia três?
Guiada pela intuição, Ella escolheu a trilha à sua frente.
A cada passo que dava, a trilha de sangue se estendia, como se fosse um caminho sem fim.
Ella começou a correr. Corria muito rápido, ansiosa pelo fim da trilha que aumentava progressivamente.
Cinco minutos depois de uma corrida frenética, a trilha começou a se transformar diante de seus olhos. O sangue se solidificava, adquirindo o formato de uma porta.
Ella freou bruscamente.
Era uma porta como qualquer outra, exceto pelo fato de ser feita inteiramente do seu sangue. Desde seu batente até a maçaneta, tudo era vermelho e gotejava sangue.
Engolindo em seco, ela segurou a maçaneta firmemente e puxou a porta.
O que viu do outro lado, era inacreditável.
Enquanto isso, do outro lado do plano, as suspeitas de Haldreth estavam corretas.
Através das câmeras de segurança, ele viu três figuras sinistras.
Eram os Ceifadores...
À frente deles, a temida máscara dourada, Andrew Griffin...
Ao seu lado, dois outros membros: um de máscara preta, Thomas Griffin — irmão do líder dos Ceifadores — e o outro, apenas um peão.
Haldreth conhecia bem os irmãos Griffin.
Andrew olhou diretamente para a câmera e acenou alegremente para ela.
— Olá, Haldreth! — gritou ele, empolgado. — Você deve me conhecer, embora nunca tenhamos nos encontrado, eu sou quase uma celebridade nesse país de merda!
Haldreth observava a cena com ódio, ainda que sua expressão fosse ocultada pelo seu capacete.
— Vou ir direto ao ponto. Meu cliente quer algo que você roubou. Um dispositivo que manipula o tempo, ele me disse o nome, mas eu esqueci — exclamou Andrew, rindo. — Se minhas teorias estiverem corretas, e eu aposto que estão, foi a vadia da Ella Murphy quem o pegou. Agora, que tal você desativar essa merda de barreira e me entregar o que eu quero pacificamente?
Haldreth cerrava seu punho com toda sua força, mas ele respirou fundo, ajustando o microfone do autofalante da câmera.
— Olá, Andrew Griffin e companhia. Sim, já ouvi falar sobre você, e não foi nada positivo. Parece que o senhor não tem uma boa fama. Referente ao dispositivo, ele é meu, eu o criei e seu cliente me roubou. Eu apenas recuperei o que era meu. Quanto a Ella Murphy, não faço ideia de quem seja.
Ele fez uma pausa e então, com frieza, completou:
— Eu não irei desativar a barreira. Se você deseja roubar o que é meu, bom... tente a sorte.
Sem esperar uma resposta, desligou o microfone e se ergueu.
Com passos calmos, dirigiu-se a uma parede onde um enorme quadro estava pendurado. Ele o retirou da parede, revelando um compartimento secreto.
Dentro de um baú, ali estava ela. A arma que um dia fora empunhada por ele, nos seus gloriosos tempos de ouro.
Assemelhava-se com um enorme cutelo maciço, feito inteiramente de Rubrannium. Sua lâmina reduzia, afiada como se tivesse sido amolada há instantes.
Haldreth o puxou da parede com facilidade, evidenciando sua força.
— Sepultura... faz muito tempo desde que um sangue passou por você — murmurou, deslizando a mão sobre o metal.
Um lampejo de nostalgia percorreu sua mente.
— Está na hora de voltar à ativa. Vamos lembrá-los...
Ele deixou a ponta do enorme cutelo cair no chão, produzindo um forte tremor que reverberou pelo andar.
— Do porque me chamavam de “Executor”.
Com passos firmes, desceu as escadas lentamente, enquanto a Sepultura riscava a madeira das escadas, deixando um rastro profundo.
Assim que saiu do andar da cúpula, cujas paredes eram isoladas acusticamente, Haldreth pode ouvir o som de uma batalha no primeiro andar. A maldita habilidade de Andrew de poder se teletransportar para qualquer lugar.
Ao alcançar o primeiro andar, viu Icrow sendo arremessado em sua direção — num reflexo preciso, rapidamente o agarrou no ar e o colocou nas costas, sem perder tempo.
Do outro lado da sala, Andrew segurava a cabeça de Rostov, batendo-a contra as paredes repetidamente. Eventualmente, ele atingiu o painel elétrico que controlava a barreira elétrica.
Do lado de fora, a barreira piscou e começou a se desfazer lentamente. Assim que o campo de defesa caiu, Thomas Griffin e o outro ceifador entraram no observatório.
Três Ceifadores contra um homem, uma máquina e uma pequena criatura do Vazio, a desvantagem era óbvia.
Todos ficaram olhando para a entrada triunfal dos dois: Thomas entrou arrastando sua espada contra o chão, enquanto o outro, surgiu do nada em meio a uma cortina de fumaça, materializada a partir da Vontade.
Aproveitando um instante de distração, Rostov golpeou Andrew com uma cabeçada brutal, fazendo-o cambalear para trás, desnorteado.
Sem hesitar, Haldreth ergueu seu enorme cutelo e o aterrissou contra Andrew, com uma força letal. Mas, antes que a lâmina o atingisse, um vendaval repentino a conteve no ar.
— Dois contra um é covardia, não acha? — provocou Thomas, com a palma da canalizando a rajada de vento.
Com outro movimento de pulso, o vendaval lançou Sepultura contra a parede. No mesmo instante, Andrew desferiu um golpe com toda sua força no abdômen de Haldreth.
O impacto ecoou pelo salão, mas todo o impacto foi absorvido pela armadura.
— Se quer me derrubar, precisa ser mais forte do que isso. Treine mais, filho — debochou ele, retribuindo com um soco devastador em seu rosto.
No último segundo antes de ser atingido, Andrew se teletransportou para o lado de seu irmão.
— Não temos tempo para brincadeiras. Quinn, procure o dispositivo pelo observatório. Thomas e eu cuidaremos deles.
— Gostei da sua abordagem, capo — respondeu Quinn, fazendo uma reverência exagerada antes de sumir pelos corredores.
— Rostov e Icrow, vão atrás dele. Eu seguro os dois aqui — exclamou Haldreth, sério.
— Mestre, tem certeza? Os dois são inimigos formidáveis, não posso...
— Vá! — gritou Haldreth, interrompendo-o. — Não deixe de forma alguma que eles roubem o que é meu!
Rostov acenou com a cabeça e saiu correndo com Icrow agarrado às suas costas. Os dois foram atrás de Quinn.
Thomas observou a cena e soltou um riso baixo.
— Ele é corajoso, devo admitir.
— Os corajosos são sempre os primeiros a morrer — Andrew sorriu, puxando suas adagas da cintura.
Rostov e Icrow foram por corredores diferentes, mas acabaram se encontrando na sala de meditação, junto de Quinn. O observatório era uma estrutura circular com vários cômodos e corredores interligados, com a cúpula no centro.
No centro da sala, Quinn os aguardava. Sua expressão coberta pela máscara branca.
— Lutei contra uma máquina somente uma vez, agora contra uma criatura do Vazio... bom, já virou um hábito — disse Quinn, entrando em posição de combate.
Rostov analisou-o com uma precisão cirúrgica.
— Não identifiquei nenhuma arma de Rubrannium com você. Como pretende nos vencer sem uma arma propícia?
— Eu não preciso de espadas. Não sou um Caçador, tampouco tenho interesse em imitá-los. Minha arma é a dádiva divina que foi concedido a nós, Primordiais. Sou um mestre da Vontade. — Quinn começou a rir freneticamente, inclinando a cabeça de lado como um louco. — Não precisa pegar leve comigo, robô.
Em um piscar de olhos, ele avançou contra Rostov com uma velocidade sobre-humana. Quinn bateu suas mãos contra o chão e uma rajada de estacas sagradas emergiu sob os pés de Rostov.
O mais letal dos Primordiais, um portador da Vontade Sagrada.
Rostov desviou de cada ataque com uma velocidade imensurável, deixando Icrow tonto. O sensor de movimento embutido em seus olhos permitia que ele visse ataques em frações de milissegundos.
— Oh, você é rápido... Um robô de guerra, não é? No circo que eu trabalhava, também havia um robô. Ele era mais ágil, mais forte, mais perfeito que qualquer um de nós, humanos. Eu o destruí peça por peça. Ele mereceu.
Com um gesto firme, Rostov deixou sua capa negra cair, revelando sua estrutura mecânica. Assim como esperado de um robô de guerra, seu corpo era inteiramente blindado. Embora não fosse revestido por Rubrannium, exibia uma densa e resistente camada de proteção.
Subitamente, diversas metralhadoras futuristas emergiram de suas costas, enquanto seu braço direito se tornou uma lâmina reluzente. Diferente do restante de sua carcaça metálica, essa arma era forjada inteiramente de Rubrannium.
— Uauu! Quantas armas — exclamou Icrow, surpreendido.
— Seu pedido será atendido. Não irei pegar leve com você.
O cano rotativo das metralhadoras começou a rodar e uma enxurrada de projéteis de plasma foi disparada na direção de Quinn. Ele ergueu rapidamente uma barreira sagrada, que retinha todos os projéteis.
Segurando a barreira com ambas as mãos, ele sentia o impacto de tanta energia acumulada.
— Plasma, é? — gritou Quinn, reforçando sua barreira com o ombro. — Confesso que estou surpreso, esperava que usaria a munição convencional com ponta de Rubrannium... Mas nada com que eu não possa lidar!
Com um movimento ágil, Quinn pressionou a palma da mão contra sua barreira e absorveu toda a energia dos projéteis, convertendo-a em uma esfera de pulsante de poder. Sem hesitar, lançou-a na direção de Rostov.
O robô desviou no último instante, fazendo com que a esfera colidisse com a parede atrás dele, desencadeando uma explosão ensurdecedora. O impacto reverberou por toda a estrutura, abrindo um buraco enorme que revelava a paisagem montanhosa do lado de fora.
Se o golpe tivesse acertado Rostov, certamente ele teria sido obliterado.
Enquanto isso, uma batalha feroz acontecia entre Haldreth, Andrew e Thomas.
Andrew se teletransportava entre fendas dimensionais, golpeando Haldreth de todos ângulos. Em uma fenda atingia seu rosto; em outra desferia um chute contra sua panturrilha. Estava obstinado a encontrar o ponto fraco dele.
Após analisar seu padrão de ataque, Haldreth antecipou seus e o agarrou pelo pescoço no ar, lançando-o brutalmente contra o chão. Em seguida, ergueu seu enorme cutelo e o aterrissou contra Andrew — Thomas interveio no último segundo, impedindo o golpe.
Haldreth conjurou raízes que brotaram do solo e se entrelaçaram nas pernas de Thomas, arremessando-o em sua direção e recebendo-o com um soco devastador em seu rosto.
Ele revelou sua verdadeira natureza — Haldreth era um portador da Vontade da Terra, uma das poderosas ramificações da Iluminação da Natureza.
Enquanto trocava golpes brutais com Thomas, Andrew sumiu em uma fenda do Vazio, desaparecendo da batalha.
De repente, uma fenda gigantesca se abriu acima dele. Um silêncio estranho pairou por um instante, antes que o som do ronco de um motor ecoasse pelo ar.
— O quê?! — Haldreth olhou para cima, confuso.
Um jipe militar surgiu da fenda, despencando em sua direção a uma velocidade absurda. Seu para-brisa brilhou ao refletir a armadura de Haldreth.
No volante, Andrew sorria de orelha a orelha, acelerando o carro com toda sua potência, contra o peito de Haldreth.
— Ei, Haldreth! Já foi atropelado hoje? — gritou Andrew, rindo freneticamente.
O jipe colidiu contra Haldreth com força brutal, o esmagando contra a parede. O impacto foi tão violento que a parede se rompeu em pedaços, e ambos foram lançados montanha abaixo.
No último segundo, Andrew acenou para Haldreth e sumiu em uma fenda, reaparecendo ileso ao lado do seu irmão.
— Um carro? Da onde diabos você tirou um carro?! — vociferou Thomas, olhando incrédulo para Andrew.
Andrew ficou em silêncio por um segundo. Então, com a maior naturalidade do mundo, respondeu:
— Questões irrelevantes. — Andrew estendeu a mão para seu irmão se levantar.
— Acha que isso deu conta dele? — perguntou Thomas, agarrando a mão dele.
— Não acho que tenha o matado, mas vai tirar ele do nosso caminho por agora.
— Aquele filho da puta luta bem demais. Se não fosse essa máscara, ele teria quebrado meu nariz — afirmou Thomas, tirando a máscara e apertando o nariz.
As máscaras que Andrew e Thomas usavam eram diferentes. Eram um armamento militar, pertencendo originalmente ao lendário “Esquadrão de Força Fantasma”, aqueles que inspiraram Andrew a fundar os Ceifadores.
— Sim, ele não é qualquer um. Mas, honestamente, já enfrentamos gente pior. Depois que lutei contra o Aslan, qualquer inimigo parece fraco.
— Você tem certeza que a filha dele tá aqui? Se estivesse, já era para ter aparecido.
— Parece que eu estava errado — respondeu Andrew, colocando as mãos na cintura e olhando para baixo.
Enquanto na realidade física o combate desenrolava-se violentamente, no Plano Espiritual, Ella descobria a verdade.
Atravessando a porta de sangue, tudo retornou ao branco absoluto. A trilha de sangue repentinamente sumiu, como se nunca tivesse existido.
Ella virou-se para trás lentamente.
Havia um homem branco sentado alguns metros atrás dela, de costas para ela.
Um cabelo negro que chegava aos ombros, um corpo etéreo e translúcido, mas musculoso como um guerreiro.
— Pai? — perguntou Ella, com a voz trêmula.
O homem virou-se lentamente.
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