Murphy Brasileira

Autor(a): Otavio Ramos


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 14: Saúdem o Imperador

Ambos atravessaram o portão pelo qual Kiyoko havia entrado e foram interceptados por uma pequena criatura.

Ela media aproximadamente um metro e cinquenta, de cor roxo escuro e com uma curiosa vestimenta que a fazia parecer uma feiticeira.

— Desculpe interrompê-lo, mestre Karthien, mas Ella está gravemente ferida. Precisamos cuidar dela antes de permitir que ela vá para a superfície.

— Tem razão, Ynaselle. Ella, vá com ela. Ela cuidará dos seus ferimentos. Depois, abriremos a entrada para a superfície — exclamou Karthien, o anunciador. — Agora, se me permite, tenho que apresentar o próximo torneio.

Os dedos de Ella estavam pingando muito sangue, se continuasse assim, morreria em breve de hemorragia.

Não tinha outra escolha, mesmo não sendo do seu agrado, Ella aceitou a ajuda da pequena criatura.

— Me siga — falou Ynaselle, com uma voz estranhamente fofa para uma criatura do Vazio.

Ynaselle habilmente ativou uma passagem secreta nas paredes do coliseu, levando-os a uma sala escura.

— Você não quer que eu entre aí, né? — exclamou Ella, antecipando o pior com a mão no cabo da sua espada.

—Hmm, qual é. Convenhamos, é mais perigoso eu ficar presa com você do que você presa comigo. Entra logo, você está sujando todo o chão de sangue.

Quando Ella entrou, as luzes se acenderam, surpreendendo-a com a tecnologia ali presente.

No entanto, ela logo percebeu que era apenas a Ynaselle ao seu lado que havia acendido as luzes.

Sua altura as vezes a deixava despercebida.

— Pode se sentar aqui — Ynaselle apontou para uma poltrona.

Ynaselle organizou todos os itens médicos de que precisaria em uma bandeja de prata com uma velocidade surpreendente.

Entre eles, bandagens, pinça de dissecção, porta agulha, agulhas, fios cirúrgicos e álcool. Era um bom equipamento medicinal.

— Poderia tirar sua roupa? — falou Ynaselle, colocando a bandeja na mesa ao lado da poltrona de Ella.

— Como é?

— Ainda não adquiri a habilidade de tratar ferimentos cobertos por roupas, sabe? Então se não quiser morrer de hemorragia, me deixe vê-los.

— Que merda… — respondeu Ella, tirando sua roupa com muita dor.

Despindo-se até ficar apenas com suas roupas íntimas, Ynaselle pôde observar seu corpo coberto por cortes profundos de espada.

A situação era grave, Ella estava perdendo muito sangue e precisava de cuidados urgentes.

— Você irá ganhar cicatrizes novas em todo o corpo. Vai doer um pouco, mas você aguenta. — Ynaselle se sentou em uma cadeira ajustável.

— Por que está fazendo isso? — questionou Ella, com um olhar desconfiado.

— Isso o quê?

— Por que está tratando dos meus ferimentos? Humanos são inimigos do Vazio. Nada nessa merda faz sentido.

— Não seja boba — Ynaselle soltou uma leve risada. — Eu não gosto de ver pessoas morrendo na minha frente.

— E também, como você tem tantos conhecimentos médicos? — falou Ella, contorcendo a cara com a ardência do álcool sobre seus ferimentos.

— Minha mãe era cirurgiã, ela me ensinou tudo de sua profissão.

— Mãe? Mas criaturas do Vazio são geradas, teoricamente vocês não têm uma descendência.

— Estou falando da minha mãe humana. Ela me adotou e cuidou de mim — respondeu Ynaselle, começando a suturar o ombro de Ella.

— Isso não faz sentido… quer dizer, por que uma humana adotaria uma criatura do Vazio?

— Hmm, eu não sei. Ela viu algo em mim que mais ninguém viu e eu serei eternamente grata por tudo que ela fez por mim.

Suas mãos eram realmente ágeis e já estavam quase terminando de suturar o ombro de Ella.

— Você gosta da gente? Dos humanos?

— Gosto, vocês têm seus defeitos, mas afinal, quem não tem? Tudo que eu mais queria era que pudéssemos conviver em paz. —  Ynaselle finalizou a sutura do ombro de Ella e partiu para suas costas. — Precisarei que você incline sua coluna para mim.

— Que curioso… você deve ser a primeira criatura do Vazio que gosta de humanos que eu já vi na vida. Não… talvez você seja a segunda.

Ella se lembrou do Icrow e sorriu.

— É difícil lidar com vocês caçadores, todos repletos de preconceito e ódio em seus corações. Nem todos nós somos seres demoníacos que querem discórdia e devorar humanos, alguns de nós só querem aproveitar a existência nesse vasto, belo e caótico mundo. Não temos culpa de termos você sabe quem como nosso imperador.

— Não é preconceito, vocês são invasores, estamos apenas nos defendendo. Você pode não gosta de violência, mas você não representa a maioria. — Ella respondeu com certa rispidez. — E se você não gosta do Chaos, então por que trabalha pra ele?

— Ele tem um poder particular sobre todas as criaturas do Vazio… você sabe quem, consegue induzir e manipular todas as nossas ações e pensamentos. Estamos sempre à mercê de sermos controlados por ele, não há nada que possamos fazer. Foi ele que nos concedeu a racionalidade, pode brincar com nossa mente como bem entender — disse Ynaselle, abaixando suas longas orelhas num sinal de tristeza.

— Ynaselle, prometo que trarei paz para todos vocês que também querem a paz. Matarei o Chaos, não hoje, não amanhã, mas um dia eu vingarei vocês — exclamou Ella, determinada.

— Estarei torcendo por você, Ella, você é uma boa pessoa.

Em quinze minutos, Ynaselle suturou todos os ferimentos de Ella. Seu corpo, agora marcado por suas primeiras cicatrizes, já não era mais o de uma princesa angelical como antes.

Ou talvez ainda fosse, uma princesa guerreira, como Ella sempre foi.

Ella se vestiu e deitou-se na cama de Ynaselle, com sua permissão, é claro. Precisava descansar para que, no dia seguinte, finalmente retornasse à superfície.

Entretanto, foi despertada por Ynaselle, que chorava incessantemente.

— Ella… que bom que acordou. — Sorriu Ynaselle, com o rosto coberto por lágrimas.

— Ynaselle, o que aconteceu? — Ella acordou sobressaltada e, quando olhou ao seu redor, ficou em choque. — Ynaselle... onde estamos?

Sua voz estava trêmula.

Subitamente, ela se viu transportada para o Vazio. Um ambiente coberto por uma vasta escuridão impenetrável, preenchido por sussurros perturbadores e criaturas demoníacas que se aproximavam sorrateiramente da cama.

— Ainda estamos na minha sala, m-mas ele… ele usou uma expansão interdimensional — respondeu Ynaselle, tremendo e com a voz trêmula — Eu estou com medo Ella.

— Que porra tá acontecendo? — Ella levantou da cama e desembainhou sua espada.

Dois devoradores noturno se aproximavam das duas. Ella rapidamente puxou Ynaselle para trás dela e ergueu sua espada, pronta para enfrentar as criaturas.

Inesperadamente, toda a névoa sombria que cobria o local se dissipou, revelando um cenário com uma atmosfera ainda mais sombria do que a anterior.

Dezenas, centenas de monstros humanoides as cercavam, enquanto ao fundo, criaturas monstruosas, maiores que prédios, as encaravam fixamente.  

Uma eminente lua roxa iluminava o ambiente, aumentando o terror que pairava sobre elas.

Ella não sabia para onde olhar; para os monstros que se aproximavam, criaturas que voavam em meio ao céu envolto por uma densa neblina, ou para a lua roxa que pairava no horizonte, pressagiando uma calamidade iminente.

A garota imbuiu sua espada em chamas e começou a gritar com os monstros; eles recuavam conforme as chamas da sua espada se aproximavam deles.

Ella analisou o ambiente e percebeu que não havia para onde fugir.

Era um ambiente rochoso, com montanhas e rochas pontiagudos. Árvores negras como petróleo, todas desprovidas de folhas, como se tivessem sido queimadas.

Algumas rochas no chão curiosamente exibiam estranhas marcas de rostos humanos, cada um expressando uma agonia quase palpável. Tudo ao seu redor perturbava Ella intensamente. Precisava escapar dali o mais rápido possível.

— Ynaselle, como saímos daqui?

— Ella, aconteça o que acontecer, não o deixe entrar em sua mente! — respondeu Ynaselle, contrariando a pergunta de Ella.

— O que?! — Ella se virou e encontrou Ynaselle totalmente transtornada, chorando sem parar e deitada no chão em posição fetal.

— Ynaselle! Merda. O que tá acontecendo com voc… — Ella foi interrompida por um silêncio repentino e uma presença soberana.

Atrás da Ella, ele surgiu repentinamente… O ser mais temido pelos os humanos e pelo Vazio.

Sua presença era verdadeiramente devastadora, abalando a estrutura emocional de qualquer um. Ella sequer o viu, mas congelou, sentindo o medo se apossar dela rapidamente.

Seus batimentos cardíacos aceleraram, sua boca ficou seca e rapidamente empalideceu. A garota fechou os olhos e concentrou-se nas últimas palavras de Ynaselle.

Sem mais sussurros, sem mais o bramido dos monstros, tudo estava calmo novamente.

Ella abriu os olhos lentamente e foi surpreendida pelo rosto de um ser desconhecido.

Com um susto tremendo, ela caiu para trás e recuou desesperadamente. Tudo ao seu redor mergulhou em uma escuridão infindável.

Do meio dessa imensidão escura, o rosto emergiu novamente, agora acompanhado por um corpo.

Roxo como a lua do Vazio, humanoide, mas de uma altura imponente, beirando os três metros.

Seu braço esquerdo exibia uma tonalidade de roxo muito mais escura que o seu corpo, circundado por uma espécie de corrente fina que emanava uma vontade sagrada incomparável a tudo que Ella já tinha visto.

Era um poder extraordinário, transcendendo os limites cósmicos.

Seu olhar era intimidador, assim como o de um lobo encarando sua presa, com olhos de íris laranja como o magma e escleras negras como obsidiana.

Era possível ver os dentes da lateral de sua boca, não havia bochecha para cobri-los, tornando-os expostos. Se parecia com os dos humanos, porém maiores.

O que mais chamava a atenção, era sua longa cabeleira branca.

Aquela não era a criatura do Vazio mais assustadora que Ella já viu, mas certamente foi a que mais lhe causou medo.

— Curve-se — exclamou a criatura.

O corpo de Ella se curvou involuntariamente. Ela não queria isso, mas seu corpo agiu por conta própria.

No final, não pôde resistir ao controle mental dele…

Aquele que está no topo de todas as cadeias alimentares. O maior inimigo da humanidade e aquele que quase causou a sua extinção.

Seu nome causa pavor e sua presença paralisa, de soberania imprescindível, aquele era o Imperador do Vazio, o Chaos.

Ele caminhou em direção a Ella, que permanecia curvada, congelada, incapaz de mover um músculo.

Os passos de Chaos ecoavam naquele vazio escuro, e quanto mais se aproximava, mais Ella tremia de medo.

Forçando-se a olhar para o lado, Ella avistou o corpo de Ynaselle, morta no chão com sua cabeça decapitada.

— Ela está morta, garota. Você está sozinha agora — proclamou Chaos. — O que resta para sua mera existência é um vazio imensurável e, para o seu povo, a extinção.

Sua voz era grossa e penetrante, ecoando por toda aquela escuridão. Causava calafrios a cada palavra pronunciada.

Coberta de ódio pela morte de Ynaselle, Ella, com grande esforço, agarrou sua espada e tentou se levantar, mas logo caiu novamente.

— Admiro seu esforço e tudo o que enfrentou até chegar aqui. Parece que está no sangue dos Murphy, esse ódio, essa brutalidade desprovida de racionalidade. Claro, isso é inerente do homem, mas em vocês… isso se manifesta de uma forma muito mais intensa, talvez seja por isso que vocês são tão poderosos. Abdicam da racionalidade e abraçam a bestialidade — disse Chaos, se agachando e falando próximo à Ella. — Vocês me causam nojo.

— Não te matarei agora, há muitas coisas você precisa testemunhar. Você é forte Ella, mas eu estou além da sua força. Enquanto eu te mantiver viva, esforce-se para ficar mais forte e, no final, teremos uma luta digna — falou Chaos, se levantando.

O corpo de Ella permanecia caído no chão, seu rosto voltado para o cadáver de Ynaselle. Uma lágrima solitária escorreu de seu rosto.

— Todos próximo de você morrerão, esse é um destino inevitável. Se esforce para manter as pessoas que ama vivas, ou o Vazio consumirá sua sanidade mental, tornando você a causa da morte deles — finalizou Chaos, retirando-se do local e tudo voltando ao normal.

A escuridão se dissipou e Ella e Ynaselle retornaram à sua sala. Tudo parecia estar em ordem, mas logo avistou a cabeça decapitada de Ynaselle à sua frente.

A rapieira em sua mão estava manchada de sangue.

Em poucos segundos, a terrível verdade se revelou a Ella; quando perdeu o controle de sua mente, tirou a vida de Ynaselle brutalmente.

Ela encarou suas mãos sujas de sangue, incapaz de acreditar no que havia feito.

Rastejou-se até o cadáver de Ynaselle e começou a chorar.

— Me perdoe Ynaselle… Droga! Como fui deixar isso acontecer? — gritou ela, enquanto chorava.

Seu lamento não era por ser apegada a Ynaselle, mas da angústia por ter ceifado a vida de uma criatura inocente. Ela não foi capaz de proteger os mais fracos, novamente.

Naquele momento, Ella se sentiu extremamente impotente.

Mesmo que não fosse culpada, Ella sentia a impureza em suas mãos. Com cuidado, colocou o corpo e a cabeça de Ynaselle em sua cama, cobrindo-os com um lençol.

Em um gesto de respeito e pesar, aquela ação simbolizava um enterro para ela.

Ella era uma garota de natureza muito sentimental.

Após ter seu primeiro contato com Chaos, sua mente nunca mais seria a mesma; aquele foi o primeiro passo em direção à perda de sua sanidade. Ela apertou um botão dentro da sala e a passagem se abriu diante dela.

Lentamente, ela caminhou para fora, transtornada e destruída.

— Psiu! — sibilou Beatrice. — Está pronta para ir para superfície?

— Sim… — respondeu Ella, friamente, olhando para baixo.

Ella a seguiu. Com um movimento firme, Beatrice cerrou seu punho direito e uma porta surgiu magicamente de uma parede aparentemente comum.

Era apenas mais uma das várias passagens secretas que havia no coliseu.

— Tem certeza que quer isso? Acredite ou não, aqui é mais seguro que a superfície.

— Não tenho outra opção.

— Todos nós sempre temos outras opções — disse Beatrice, sorrindo reconfortantemente.

— Eu não tenho —Ella respondeu friamente, enquanto continuava a olhar para baixo.

— O que aconteceu naquela sala para você estar desse jeito? — Beatrice percebeu a melancolia de Ella.

— Algo que fez eu duvidar da minha sanidade mental — respondeu Ella, caminhando em direção à porta.

— Ella, antes que vá embora, quero que saiba de algo — disse Beatrice, num tom de voz alto. — Eu tentei impedir sua luta com a Kiyoko, eu sabia o que ia acontecer.

— E por que não conseguiu? — Ella virou seu pescoço para trás.

— Ela... ela ameaçou contar para o Chaos, embora eu acho que ele já saiba que eu fiz isso. Eu não sei se vou continuar viva depois dessa nossa conversa, o Karthien me contou o que aconteceu com ela.

— Eu não posso fazer nada por você, Beatrice...

— Não estou pedindo que faça.

— Então por que está me contando isso justo agora?

— Eu não sei, eu honestamente não sei. Eu só não quero dormir com mais um peso na cabeça, espero que entenda.

— Eu... eu entendo. — Ella virou a cabeça para baixo. — Obrigada por tentar me salvar, aprecio isso.

Ella atravessou a porta sem olhar para atrás. Antes que se fechasse, Beatrice lhe desejou boa sorte em um tom motivador.

Encontrou-se em um corredor completamente escuro, trazendo lembranças do Vazio em que estava há pouco tempo.

Isso a inquietou, impulsionando-a acelerar o passo. No final do corredor, misteriosamente surgiu outra porta diante dela.

Ela a atravessou, emergindo diante do grande laboratório que tanto haviam mencionado. No instante em que ela passou, a porta atrás dela se fechou magicamente, desaparecendo sem deixar rastros.

Angustiada pelo tempo que passou debaixo da terra, Ella perdeu completamente a noção do tempo.

Quantos dias se passaram? Ela não lembrava, não fazia a mínima ideia.

No entanto, uma surpresa estava prestes a levantar seu astral novamente.

— Estamos tão perto da superfície, mas ao mesmo tempo tão distantes. Doideira né? — falou o Vendedor Viajante, chegando de fininho.

— Vendedor! Você aqui? Mas como?! — Um pequeno sorriso surgiu no rosto de Ella. — Desta vez eu exijo saber como você chegou aqui.

— Ah, do mesmo jeito que você. Enquanto estava sumida, ganhei um torneio. Estava apenas esperando você reaparecer para eu reivindicar meus prêmios.

— Espera, então você lutou contra o Kalel, aquele Águia com aquele elmo? — perguntou Ella, um pouco aflita.

— Ah, então você conheceu o Kalel. Não, não lutei contra ele. — Ele riu levemente. — Ele é meu amigo, lutei no torneio depois dele.

— Parece que você é amigo de todo mundo por aqui. — Ella riu enquanto passava a mão no seu cabelo.

— Bem... mais ou menos, quem dera se todos fossem meus amigos. — Ele sorriu amigavelmente.

— Aí, Ella, parece que sua mão está sempre fazendo o sinal da paz, que situação em. — O Vendedor Viajante soltou uma gargalhada. — Bom, eu tentei te avisar pra não vir pra cá.

— Han, nem me diga, vou ter que me acostumar a usar meu revólver com apenas três dedos — respondeu Ella, se espreguiçando. — Você vai vir comigo?

— Claro, meus clientes da superfície estão me esperando. E, para falar a verdade, estou cansado do cheiro de mofo de Vigon.

— Fico feliz… depois de ter sido traída por uma amiga, ser acompanhado de uma amizade verdadeira é ótimo. — Ella correu e abraçou o Vendedor. — Bom, eu espero que você nunca me traía, né?

Uma expressão de surpresa repentina surgiu em seu rosto; ele ficou um pouco corado.

— Eu... eu nunca faria isso — gaguejou o Vendedor, um pouco tímido.

Ele fechou seus braços e a abraçou com firmeza. Um abraço de urso, reconfortante e aconchegante. Para Ella, depois de tudo que ela enfrentou no coliseu, não havia desejo maior do aquele.

A sombra do seu boné sempre obscurecia seus olhos, ocultando sua expressão de Ella. Mas, por algum motivo, ela sentia uma sensação reconfortante e protetora vindo dele.

Juntos, adentraram no laboratório, fortalecendo ainda mais o laço de amizade entre eles.

Quais mistérios e segredos os aguardavam nas profundezas do local?



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